Capítulo 4
-Voltei a falar com o Rony. –contei quando encontrei Malfoy na tarde de sábado.
-Por que? –perguntou não muito contente.
-Ele veio me pedir desculpas e eu aceitei.
-Se o Potter fizer isso você vai dar um beijo nele e falar que sentiu sua falta? –desdenhou.
-Não, seu estúpido. Obvio que eu não vou fazer isso.
-O que você vai fazer hoje?
-Eu? –estranhei a pergunta.
-Não, a Lula Gigante. –respondeu apontando para o lago.
-Eu acho que ela não tem nenhum encontro.
-Então o que você acha de eu convidá-la para dar uma volta comigo?
-Não sei, ela mora num lago, você teria que marcar de tomar um banho com ela.
-É bem pensado! Vou fazer isso. –ele levantou e ficou na beira do lago.
-O que você está fazendo? –perguntei rindo.
-Ó, Lula, você quer sair comigo? –gritou o loiro abrindo os braços.
Ouvi um ruído que vinha de dentro da água, parecia uma resposta. Ele apenas saiu correndo e voltou a sentar ao meu lado.
-Acho que isso foi um sim. –comentei fazendo-o rir.
-O que você acha de ir ao meu treino de quadribol?
-É... Tudo bem. –aceitei fazendo uma careta. -Que horas?
-Bem... –ele checou o relógio. -Agora?
-Por que você me avisa tudo na hora? –falei irritada levantando-me.
-Porque é legal quando você fica estressada. Vamos?
Nós chegamos ao campo de quadribol e eu sentei em um dos bancos na arquibancada enquanto ele ia trocar de roupa. Um tempo depois ele entrou no campo acompanhado dos outros jogadores. Como eles conseguiam ficar em cima daquela vassoura? O treino não demorou muito.
-Me encontra lá embaixo? –perguntou ele ainda montado na vassoura.
Eu afirmei com a cabeça e desci as escadas. Quando cheguei no último degrau ele apareceu e segurou minha mão. Ele estava todo suado e nojento.
-Onde você ta me levando? –perguntei confusa.
-Fica quieta, Granger.
Nós entramos no campo de quadribol que agora estava vazio. Provavelmente todos estavam nos vestiários tomando um banho. Ele estava com a vassoura em uma das mãos. Eu não estava gostando nem um pouco daquilo.
-O que nós viemos fazer aqui?
-Sobe! –falou segurando minha mão e sentando na vassoura.
-Você é maluco? Eu não vou subir em lugar nenhum, muito menos com você. –afirmei cruzando os braços.
-Deixa de besteira. Anda, eu não tenho o dia todo, Granger. –falava o loiro impaciente.
-Você pode ficar o dia todo aí, eu não vou subir.
-Vai sim. –ele segurou firme no meu braço e levantou vôo.
-Você é maluco? –gritei ao perceber que meus pés estavam acima do chão. - Me solta!
-Você quer que eu te solte? –perguntou rindo.
-Você... Me tira daqui, seu babaca.
Malfoy apenas riu e me puxou para cima da vassoura. Eu estava tremendo e passei os braços pela sua barriga. Quando eu consegui me equilibrar, comecei a socá-lo sem soltar uma das mãos de sua cintura.
-Pára de me bater!
-Me coloca no chão, seu maluco. Eu não to brincando, Malfoy. Eu vou...
-Você não vai fazer nada, Granger. Deixa de palhaçada e curte o passeio.
Eu estava com raiva. Passeio? Que passeio? Agora ele tinha passado dos limites. Eu não queria dar passeio nenhum.
-Eu não vou dar passeio nenhum com você! Malfoy, você já conseguiu me irritar, agora desce. –falei autoritária.
-Eu não vou descer. Não importa o quanto você peça ou o quanto me bata. –avisou o loiro fazendo um lupin com a vassoura. Aquilo fez eu sentir um frio na barriga e eu estremeci toda. Fechei os olhos e apertei sua cintura o mais forte que consegui.
-Você quer me sufocar?
-Não seria má idéia. –respondi com raiva.
-Aí nós cairíamos. –comentou acelerando.
-Por favor, vamos descer? Eu não gosto de altura.
-Se você deixar de ser fresca vai ver que não tem nada demais. –ele parou no ar.
-O que você vai fazer? –perguntei nervosa.
-Me dá a sua mão. –pediu o loiro sentando-se em frente a mim.
-Não, o que você vai fazer, não me solta. – eu segurava seu braço com força.
Malfoy pegou na minha mão e pediu para eu cruzar as pernas. Eu estava com o coração acelerado e ele entrelaçou seus dedos junto aos meus. Eu não estava segurando na vassoura com as mãos. Essa sensação era boa. Eu me sentia livre e não estava mais com medo. Sorri e ele fez o mesmo. Nós ficamos nos olhando e eu estava com uma vontade gigante de beijá-lo. Olhei para os sua boca e mordi a parte inferior dos meus lábios. Senti meu rosto queimar e me aproximei contraindo meus lábios contra os dele. Pude sentir que ele sorria enquanto nós estávamos nos beijando. Senti o vento balançar os meus cabelos. Nós estávamos em movimento e não parávamos de nos beijar. Era incrível o que eu sentia quando o beijava. O mundo parava e eu esquecia de tudo a minha volta.
-Desculpa! –falei segurando na vassoura e olhando para o chão.
-Desculpa por que? –perguntou levantando a sobrancelha.
-Eu não devia ter feito isso... O Harry nem ta aqui.
Ele apenas fechou a cara e virou de costas pra mim, descendo com a vassoura para o chão.
-Hei, o que aconteceu? –indaguei confusa descendo da vassoura.
-Nada. –respondeu seco.
-Por que você ficou com raiva?
-Nada! –repetiu ele andando na minha frente.
-Fala comigo! –eu tentava acompanhar seus passos.
-Não enche meu saco, Granger.
-O que eu fiz? –segurei seu braço.
-Se você não sabe, não sou eu que vou te falar. –respondeu áspero puxando o braço.
-Isso é ridículo. Eu to falando com você! Dá pra você olhar pra mim?
-Não.
-Ótimo! –gritei com raiva parando de andar e cruzando os braços.
Ele nem virou pra trás. Continuou andando em direção ao castelo. Eu estava com raiva. Por que ele tinha feito aquilo? Que garoto idiota! Entrei furiosa no castelo e fui jantar. Sentei na mesa não muito longe de Harry e Rony. O ruivo deixou o amigo conversando com a namorada que estava sentada na mesa com ele e veio ao meu encontro.
-O que aconteceu? –perguntou segurando um pedaço de frango.
-Briguei com o Draco. –rosnei olhando para a mesa da Sonserina.
-Por que? –quis saber ele sentando-se ao meu lado.
-Ele é um idiota! –agora o loiro estava olhando sério para mim.
-Eu sempre soube disso.
Eu comi conversando com Rony. Malfoy não tirava os olhos da gente. Harry também não. Cho estava falando em seu ouvido e ele não estava dando a mínima atenção para ela.
-Dá pra você ficar quieta? –o moreno gritou para a namorada levantando da mesa.
-O que? Harry, o que aconteceu? –perguntou a menina confusa.
-Você é muito chata! Você é insuportável!
-Eu não fiz nada!
-Pra mim chega. Passar bem. –e saiu andando para fora do castelo.
-Acho que eu vou ter que ir falar com ele. –avisou Rony levantando.
-Pode ir. Eu vou dormir mesmo.
Malfoy levantou da mesa e eu fiz o mesmo. Ele continuou me olhando e começou a andar mais rápido. Eu o segui.
-Draco... –chamei ainda na porta do Salão.
Ele se virou de má vontade e ficou me olhando sério. Eu segurei sua mão e ele soltou.
-Nós temos que conversar.
-Não, nós não temos.
-Claro que temos, você nem ta falando comigo.
-O que nós estamos fazendo agora? –perguntou irônico.
-Não se faça de engraçadinho. Dá pra você me dizer o que aconteceu?
-Já disse. –ele olhou para cima, comprimiu os lábios e estendeu sua mão. -Vamos embora?
-Vamos. –segurei sua mão.
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–O Harry e a Cho terminaram. –comentei quando estávamos andando pelo castelo.
-Legal. –respondeu sem interesse.
-Isso é ótimo! Aquela babaca, bem feito, vai ficar sozinha!
-O babaca é ele.
-Ela também. Ela que deu em cima dele.
-E ele que quis te trair.
-Eu sei, mas isso não importa. Ele ta com raiva, aposto que foi essa raiva que o fez terminar com ela.
-Que seja. Chegamos. Boa noite.
-Boa noite. –e dei um rápido beijo em seus lábios.
-Hermione...- chamou o loiro quando eu estava entrando no retrato da mulher gorda.
-O que?
-Nada, até a amanhã.
-Até...
Ele tinha terminado com aquela coisa horrível. E eu tinha certeza que era por minha causa. Ele gostava de mim. Eu sabia disso. Entrei no quarto. Lilá e Parvati estavam conversando animadamente e mal olharam pra mim quando eu cheguei. Tomei um banho rápido e deitei na cama. Por que eu tinha tido aquela vontade de beijá-lo? Por que ele tinha ficado com tanta raiva? Aquelas perguntas não paravam de rodar na minha cabeça. Eu me senti tão bem quando estava com ele. Nunca tinha me sentido desse jeito quando estava com Harry. Era diferente.
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