O Cofre dos Potter.
O Cofre dos Potter
O vagonete viajava a uma velocidade impressionante. Já estavam andando a um bom tempo, e Harry tinha certeza que estavam mais fundo do que da primeira vez que ele tinha estado no Banco. Quando estava prestes a perguntar ao duende se faltava muito para chegar viu que a velocidade começou a reduzir. O vagonete parou, e ao seu lado dava para notar um corredor de pedra rústica no mais profundo breu. Harry tentou avistar alguma coisa, mas concluiu que aquela escuridão era mágica, pois não conseguia enxergar um metro a sua frente.
– É aqui senhor – falou Urge – Fique a vontade para demorar o quanto precisar, eu irei lhe esperar aqui.
– Mas como eu vou chegar até o cofre se não consigo nem ver onde por os pés? – perguntou o garoto exasperado.
– Simples, vá em frente Sr. Potter, as luzes se acenderão para o senhor. Quando chegar até as portas anuncie seu nome em voz alta, se você for realmente o dono ou tiver permissão do dono para entrar nos cofres as portas se abrirão.
– E o que acontece se eu não tiver o direito de entrar? – questionou o garoto interessado.
– Não sei – respondeu simplesmente o duende.
– Como não sabe? Ninguém nunca tentou entrar em um cofre que não lhe pertencia? – questionou Harry muito interessado em aprender mais sobre a segurança dos seus cofres.
– Na verdade acontece com uma certa freqüência de pessoas tentarem entrar em cofres aos quais não tem direito – falou Urge, mas ao ver a cara de interrogação do garoto completou: – Eu disse que não sei o que acontece porque nós nunca nos demos o trabalho de procurar pelos corpos dos que não voltam – completou com um sorrisinho irônico.
– Corpos...??
– Sim Sr. Potter. Mas não se preocupe, esses cofres são seus desde que tinha um ano de idade e os cofres dos Black foram passados ao seu nome pelo próprio Grampo, e ele um dos duendes mais competentes de todo Gringotes. A propósito, ele pediu que eu lhe entrega- se isso – falou ele alcançando ao garoto o que parecia ser uma mochila trouxa – É uma mochila de carga, cortesia do Banco.
– Esta certo Urge. Até logo – E dizendo isso o garoto jogou uma alça da mochila sobre o ombro e saltou sobre a lateral do vagonete em direção ao corredor escuro.
Ao dar o primeiro passo viu dois archotes se acenderem no corredor, mas mesmo com a luz não conseguia enxergar muito alem do ponto em que estava. Tinha que tomar cuidado ao caminhar pois a pedra apresentava um corte tosco, de superfície completamente irregular, a medida que ia avançando novos archotes se acendiam enquanto os que ficavam para trás voltavam a se apagar. Depois de um tempo o garoto entrou em algo que parecia ser um pequeno saguão, mas não teve tempo de ver o que havia lá, pois os archotes as suas costas se apagaram e nada se acendeu. Para que pudesse ver o lugar onde estava. Sacou a varinha e metalizou Lumos, mas o pequeno feixe de luz não foi capaz de vencer o breu mágico. Estava prestes a tentar achar o caminho de volta quando se lembrou das palavras do duende, e num tom de voz calmo e imponente proclamou :
– Harry Tiago Potter.
O resultado foi instantâneo, logo que terminou de anunciar o próprio nome teve que proteger os olhos devido à luz ofuscante que surgiu na sala. Quando se acostumou com a claridade pode finalmente fitar o salão onde se encontrava.
O salão era circular e feito de pedra, mas diferente do corredor a pedra era bem cortada, apresentando uma superfície impecavelmente lisa. A luz proveniente das paredes parecia não atingir o teto que continuava mergulhado na escuridão, mas a luz não vinha somente dos archotes que se encontravam em grande abundância por toda a parede. Três portas de ouro fulgurante ajudavam muito na iluminação do local, emitindo um brilho espantoso. Uma das portas se encontrava a sua frente, uma a sua esquerda e outra a sua direita. Todas as três tinham talhadas em seu centro o mesmo símbolo. Um P de Ouro se encontrava sobre um G de Rubi, toscamente talhado, a imagem pareceria feia se fosse de pedra ou mármore, mas o vermelho do rubi, deixava a peça elegante e imponente.
Ainda espantado com a beleza e o ar misterioso do lugar foi se aproximando lentamente da porta a sua frente, e antes que pudesse tocar sua mão nela viu a porta se abrir para trás sem fazer nenhum ruído, revelando uma sala retangular.
O chão da sala era de um granito muito liso branco como a neve. As paredes e o teto côncavo aparentavam ser feitos de ouro que emitiam um brilho semelhante ao das portas. Todo o lado esquerdo era tomado de prateleiras de madeira branca, e se encontravam abarrotadas de livros. No lado direito haviam diversas jóias, espalhadas de modo displicente sobre bancadas, alguns baús e, mais ao fundo, uma mesa branca com alguns pergaminhos sobre ela. O centro da sala apresentava uma pilha de livros que certamente não faziam parte do local, e que estavam colocados de forma que chamassem atenção. Mas nada disso era observado pelo menino-que-sobreviveu, já que o garoto tinha os olhos fixos na parede a sua frente. A parede possuía dois quadros que retratavam pessoas em tamanho real que se encontravam um de cada lado de uma tapeçaria vermelha e dourada, e era um destes quadros que tinha toda atenção do garoto sobre si.
No quadro da direita, uma belíssima mulher de cabelos e olhos negros apresentava um sorriso acolhedor, os olhos demonstravam uma bondade imensa e as roupas de época denunciavam que devia ter vivido a aproximadamente 1000 anos atrás. Uma aura dourada circundava sua figura mostrando que estava longe de ser indefesa, e ela portava na cintura algo que parecia ser um florete. Sobre seu quadro podia-se ler seu nome, Morgana Potter.
Mas o quadro da mulher que possuía seu sobrenome não era o alvo da atenção do garoto, que fitava abobalhado uma figura que ele já conhecia. Já havia visto aquele homem diversas vezes em figurinhas de sapo de chocolate e tinha estudado muito sobre seus feitos em Hogwarts, mas nenhuma das figuras que vira, se parecia com a do quadro. Os cabelos loiros caiam de forma majestosa até seus ombros e os olhos azuis possuíam a profundidade do mar, muitos de seus inimigos provavelmente desistiam das batalhas só de receber um olhar daquele homem de feições bonitas porem duras. Seu rosto demonstrava coragem e valentia em tal intensidade que certamente jamais alguém na terra viria a ter igual. Trajava uma bela armadura de ouro, usava sobre os ombros uma capa vermelho vivo pela parte de dentro e preta pelo lado de fora. Em sua cintura podiam ser vistas uma espada, uma adaga e uma varinha, todas colocadas em um cinto de couro. Uma aura intensa de cor vermelha mostrava que aquele certamente era um dos bruxos mais poderosos de todos os tempos. O que ele fazia no cofre de sua família Harry não sabia, mas sem sombra de duvidas aquele era Godric Gryffindor.
Contornando a pilha de livros que se encontrava no meio da sala, Harry foi caminhando em direção aos quadros ao fundo com o olhar fixo no de Gryffindor. Ficou algum tempo admirando o aspecto majestoso que ele apresentava, o quadro sem duvida nenhuma era uma obra-prima mas parecia que havia sido pintado por algum trouxa, pois não se mexia. Harry tinha certeza que marcharia para a morte certa se aquele homem ordena-se, só não sabia se era pela confiança que ele inspirava ou por medo de ver todo o poder daquele bruxo despejado sobre ele. Sempre havia imaginado o fundador de sua casa como uma pessoa portadora de um sorriso indulgente e que possuía feições bondosas, mas estava postado perante um guerreiro implacável, de feições duras e olhar determinado.
Seus olhos vagaram do quadro de Gryffindor para o de Morgana Potter. Ela não tinha todo aquele ar majestoso, nem um olhar de congelar a alma, mas sim possuía um jeito simples e um olhar bondoso. Os cabelos negros como os de Harry eram compridos e estavam soltos, e ela não tinha varinha, carregava somente um punhal. Mesmo ela não possuindo uma varinha a possibilidade de ela não ser uma bruxa era simplesmente absurda, já que a aura dourada que estava retratada a sua volta era muito parecida com a que circundava Gryffindor, auras estas que lembravam aquela que Harry havia visto emanando de Dumbledore no seu quarto ano, quando este havia lhe salvado, estuporando Barto Crouch Jr.
Desviando sua atenção dos quadros resolveu olhar a tapeçaria que se encontrava entre eles. Seu olhar foi diretamente ao topo da arvore genealógica onde se encontravam os nomes de Godric Gryffindor e Morgana Potter Gryffindor, destes dois nomes um traço dourado saia, se ligando ao nome de Thomas Godric Potter. Estranhando o fato de o filho do casal levar o sobrenome da mãe o garoto resolveu acompanhar a trajetória da arvore. A família ia crescendo com o passar do tempo, alargando-se e criando mais ramificações, mas dava uma nítida diminuída na período onde Harry sabia que haviam acontecido as perseguições da Igreja Católica. A partir daí a família ia definhando, perdendo o numero de descendentes, até chegar no ponto onde podia ver seus bisavós. Allan, seu bisavô, possuía uma irmã mais velha chamada Allana, que se ligava a Tibério Fortescue, estes tinham um único filho chamado Florean Fortescue. Já seu avô Felipe ligava-se a Margareth Bagshot, deles a linha descia até Tiago Potter que se encontrava com Lílian Evans, e ali estava ele, o ponto extremo da tapeçaria.
Ainda surpreso em descobrir que o simpático senhor que cuidava da sorveteria era seu tio-avô, o garoto correu os olhos rapidamente pelos nomes e viu que só havia uma quebra na sucessão dos primogênitos homens da família Potter. O nome de Michael Brian “Leão” Potter não havia se casado sendo que a família tinha sua continuidade com seu irmão mais novo. Isso significava que ele era, por direito, o herdeiro do trono de Lord Godric Gryffindor.
Um tanto quanto desnorteado com a descoberta que era descendente de um dos maiores bruxos da historia resolveu se apressar em olhar tudo pois pretendia sair do banco antes do jantar. Encaminhando-se até a mesa que ficava no canto, sentou-se e puxou o pergaminho para ler:
A pedido do meu amado marido Felipe, com o auxilio de minha mãe, resolvemos pesquisar a fundo os bens que se encontram dentro desses cofres. Diversas jóias de família foram encontradas, espalhadas e desorganizadas, agora a maioria encontrasse catalogada e organizada por ordem cronológica. O real objetivo era encontrar os itens pertencentes a Godric Gryffindor, e isso também foi feito. Sobre esta mesa está o anel de sucessão da casa Gryffindor, bem como o medalhão criado por ele em conjunto com os quatro grandes de Hogwarts. Outros itens de Godric podem ser encontrados dentro do cofre do arsenal, sua adaga e armadura estão lá, bem como a empunhadura da varinha, mas não há nem sinal da varinha ou da espada.
Um mistério é o que o medalhão de Rowena Ravenclaw faz aqui, mas isso nos leva a crer de que o mito de que Rowena não possuía descendentes e deixou tudo que era seu para o afilhado Thomas, filho de Godric e Morgana. No cofre do arsenal podem ser encontradas sua bela cota de malha feita de Mithril, sua espada curta, e seu grimórium ambos presentes oferecidos a ela pelos mesmos Duendes que produziram armas e armaduras para seus outros três companheiros, com exceção é claro do livro, que foi de sua própria autoria.
Outro item de muito valor encontrado dentro do arsenal foi à lendária espada de Michael Potter, conhecido também como o “Leão”. Esse é um dos mais importantes bruxos da historia de Hogwarts, mas por sua vida não ser um exemplo a ser seguido ele foi retirado de livros como: Hogwarts, uma Historia. Um vingador nato, provavelmente o bruxo que derramou mais sangue até hoje, jurou de morte todos os descendentes de Slytherin, quando um destes em uma de suas infrutíferas tentativas de tomar Hogwarts mataram a noiva dele. Cego pelo ódio, passou a sucessão da casa de Gryffindor a seu irmão mais novo e partiu de Hogwarts.Os duendes produziram uma belíssima espada para ele, embora não tão poderosa quanto às criadas para os fundadores, pois a técnica empregada naquelas armas se perdeu com o tempo. Dizem que ele morreu em batalha, protegendo o filho de seu irmão que havia sido emboscado perto da Floresta Negra, e acreditava-se que sua espada tivesse se perdido no lago da Escola. Tentamos eu e mamãe juntas, achar a espada, mas pelo visto a profecia feita sobre ela é verdadeira, que diz que somente quando um dos herdeiros precisar dela para batalhar pela Honra da família ela poderá ser brandida novamente. Com a morte de Michael, seu irmão viu que permanecer em Hogwarts só trazia problemas a família Potter, que mesmo escondendo o nome de Gryffindor acabava sempre sofrendo perdas. Ele resolveu então se mudar para mansão de Godric’s Hollow, usando toda sua influencia para ocultar a real origem da família Potter, e diga-se que ele conseguiu, pois hoje em dia praticamente ninguém tem conhecimento sobre isso.
Já o arsenal por incrível que pareça esta praticamente vazio, tendo lá dentro somente algumas peças de grande valor. A inscrição na parede leva a crer que o resto do armamento se encontra em Hogwarts, mas infelizmente a lendária Sala de Reuniões nunca foi encontrada.
Quando Felipe propôs o trabalho achei que seria enfadonho e chato, mas eu e minha mãe acabamos nos divertindo e aprendendo muitas coisas a mais sobre a fundação de Hogwarts. Uma pena é que não poderemos publicar o que descobrimos, para manter a segurança da família. Despeço-me aqui de quem quer que esteja lendo isto, e espero que as pesquisas feitas possam futuramente ajudar alguém.
Margareth Bagshot Potter
Ainda com o pergaminho nas mãos ele buscou pelas peças sobre a mesa. Há algum tempo ele não sabia nada sobre sua família, agora descobrira que era descendente de um dos fundadores de Hogwarts, que sua avó era historiadora, provavelmente filha de Batilda Bagshot, a mulher que escreveu os livros de historia da magia que usava na escola e que possuía até mesmo um parente vivo, porem este infelizmente estava nas mãos de Voldemort.
As peças realmente estavam sobre a mesa. Primeiramente tomou um bonito anel nas mãos, feito de ouro e que apresentava um G todo feito de pequenos rubis. Colocou o anel no dedo central e viu que ele ajustava-se perfeitamente ali. Depois fitou os dois colares, um deles era um G feito de ouro que possuía alguns rubis engastados na composição. O outro era um belo R de um material brilhante que lembrava prata, que tinha uma águia no topo e algumas safiras espalhadas por ele. Resolveu levar também aquelas jóias, e abriu a mochila para guarda-las.
Teve um susto ao constatar que provavelmente poderia colocar uma casa dentro da mochila, já que esta parecia não possuir fundo. Jogou os medalhões ali sem se preocupar, pois Grampo havia dado aquela mochila a ele, e o duende não daria a um de seus clientes uma mochila que engolisse seus bens sem ter como tira-los depois.
Aproveitando que estava com a mochila aberta se encaminhou para as prateleiras com o intuito de pegar alguns livros. Pegou entre outras, obras como: Legilimência, uma arte ; Todos os segredos de como manter sua mente fechada ; Aparatando em todas situações ; Poções, Feitiços e Azarações Defensivas ; Dicas de como vencer seus combates.
Passou diante das jóias da família sem pegar nada, não estava ali para se enfeitar, e já estava saindo pela porta quando os livros que se encontravam empilhados no centro da sala chamaram sua atenção.
Ao se aproximar viu que no topo da pilha se encontrava uma carta, e sobre esta estavam duas correntes de ouro fino. Preso a uma das correntes, havia um leão, sentado sobre as patas traseiras, a boca escancarada como se estivesse rugindo. Na outra se encontrava uma leoa, as pernas flexionadas, como se estivesse prestes a atacar. Guardando as correntes na mochila tomou a carta nas mãos.
Sentiu uma felicidade incomensurável ao ver aquele envelope. A carta estava endereçada a Harry Tiago Evans Potter Gryffindor e tinha como remetentes seus pais. Contendo a curiosidade de ler agora mesmo o que estava escrito ali, resolveu deixar para depois devido ao avançado da hora e guardou a carta na mochila. Um sorriso involuntário surgiu em seu rosto a ver o titulo e o escritor do primeiro livro. Defendendo-se das Artes das Trevas em Todos o Níveis, por Remo John “Lobinho” Lupin. O lobinho estava escrito em letras maiores e piscava de diversas cores, provavelmente obra de seu Pai ou de Sirius. Já sem tempo para analisar todos os livros jogou tudo para dentro da mochila, partindo rapidamente de dentro do cofre.
Ao sair viu que as portas silenciosamente se fecharam logo atrás dele. Encaminhou-se para a porta a sua direita, à esquerda de quem entrava pelo corredor. Ao abrir viu uma sala abarrotada de papéis, iluminada por archotes e com uma mesa posta ao centro. Certamente era a sala dos documentos.
Aquilo realmente era uma coisa enfadonha de se olhar, mas foi observando por cima os documentos. Descobriu ser o possuidor de propriedades espalhadas por todo mundo, algumas lojas no beco diagonal e na travessa do tranco, era dono da casa dos gritos e uma outra propriedade em Hogsmeade. Descobriu também que o espaço em que se encontrava o hospital St. Mungos havia sido doado pela família Potter, e que diversas famílias bruxas é que tinham bancado a construção do Ministério da Magia, como os Black e os Malfoy, e por isso tinham direito de pedir favores ao ministro. Achou também as escrituras do condomínio em alto mar, que seu pai falara em testamento. Até mesmo o castelo de Hogwarts lhe pertencia, embora o contrato estipulasse claramente que a escola deveria continuar funcionando e que nenhum membro daquela família poderia tomar a escola para si, e que a palavra final do destino daquela escola seria de um comum acordo entre o diretor de Hogwarts e o ministro da magia.
Ordens de Merlin de todas as classes e por todos os motivos estavam espalhados dos dois lados da sala. Viu que haviam dois documentos que possuíam pequenos pedaços de pergaminhos anexados. Eram as escrituras do Largo Grimmauld e da casa de Godric’s Hollow. Nos papeizinhos, liam-se respectivamente:
A sede da Ordem da Fênix encontra-se no largo Grimmauld, número doze, Londres.
A casa de Lílian e Tiago Potter é localizada em Godric’s Hollow, número sete, povoado ao sul de Bennington.
O primeiro era escrito com a letra de Alvo Dumbledore, e o segundo tinha uma escrita tremida e quase ilegível. Harry rapidamente chegou a conclusão de que não se podia esconder o segredo de uma casa sem deixar esse segredo com o dono dela. Seguindo esse raciocínio logo constatou que o segundo papel havia sido escrito pelo traidor, Pedro Pettigrew.
Usando um feitiço de cópia não-verbal, copiou os dois segredos e guardou-os no bolso. Sabia que o quando o guardião do segredo morria o segredo ia com ele para o tumulo, e o papel com a grafia de Dumbledore possibilitaria que a ordem continuasse usando sua Sede. Já o segundo papel permitia que ele visitasse a casa dos pais sem antes ter que encontrar Rabicho, se bem que estava morrendo de vontade de caçar aquele rato.
Já estava de saco cheio de ver papeis e documentos, então abandonou aquela sala rumando a ultima das três portas, a porta que levava ao arsenal.
Ao entrar na ultima sala reparou que era menor do que as outras. A iluminação era feita por poucos archotes e era feita de pedra como a antecâmara. Ao centro uma espada de prata com o punho de ouro de estava enterrada no chão até metade da lamina, à direita e a esquerda bonecos de pedra retratando Godric Gryffindor e Rowena Ravenclaw trajavam belas armaduras e portavam poderosas armas. Ao fundo uma tapeçaria vermelho sangue tapava a parede de pedra, e nela em letras douradas podia ser lida a seguinte mensagem:
Herdeiro do Leão, se um exército precisares armar
No seu castelo às armas irá encontrar
Guardadas elas estão
Na antiga Sala de Reunião
Mas para a sala poder abrir
Os símbolos dos quatro grandes deverá possuir
O garoto foi lentamente andando em direção da espada, já que alguma coisa nela o atraia. Sem nem ao menos se lembrar das palavras de sua avó pegou o cabo e puxou a espada do chão. Notou que o mesmo símbolo presente nas portas, o P sobre o G, podia ser visto na junção do cabo com a lâmina, o cabo de ouro possuía alguns rubis, mas esses não eram tão grandes como os da espada de Gryffindor. A lamina de prata emitia uma luz azulada, e não apresentava nenhum marca ou ferrugem, a espada era incrivelmente leve e o seu fio chegava a dar medo só de olhar, uma lâmina, bela e terrível. A espada tinha as mesmas proporções da que ele havia empunhado em seu segundo ano e ao tomar a espada nas mãos o garoto sentiu como se uma energia vinda dela tomasse seu corpo, aquecendo-o.
Com a espada em punho caminhou até a estatua de Gryffindor. Lá, no lado esquerdo do cinto havia uma bainha de um couro desconhecido para Harry, mas de uma beleza estrondosa. Harry estendeu as mãos e tocou na bainha, parecia extremamente resistente a impactos no entanto era impossível deixar de reparar na aparente delicadeza do artefato, era de um couro semi- transparente, semelhante a um jóia bem lapidada. Harry experimentou a espada na bainha, receoso de que estragasse o belo objeto, para sua surpresa o encaixe foi perfeito, como se aquela bainha tivesse sido feita para a espada que se encontrava em suas mãos agora e não para a que se encontrava a milhares de quilômetros dali, no escritório de Dumbledore, em Hogwarts. Observou o cinto e viu que no lado direito repousava embainhada no mesmo tipo de couro, uma bela adaga toda trabalhada em ouro branco e prata, adaga essa que se encontrava logo atrás de um aro pequeno que certamente servia para colocar a varinha. Tirou os olhos do cinto e fitou a armadura dourada. Placas de algum material muito resistente banhadas a ouro se sobrepunham umas as outras dando a garantia de total proteção ao portador. Não possuía nenhum detalhe, a não ser o monstruoso rubi que se encontrava no ombro esquerdo, sendo essa a maior pedra preciosa que Harry já vira. No rubi, um leão dourado que parecia viver dentro da pedra andava de um lado para o outro, às vezes parando para rugir, embora o gesto não produzisse som. A estatua esticava os dois braços à frente, e com as palmas das mãos voltadas para cima oferecia a quem estivesse no recinto uma empunhadura para varinha. Toda feita de ouro e com detalhes feitos em alto relevo, estava aberta, aguardando que uma varinha fosse posta em seu miolo. Sacando sua varinha Harry colocou-a dentro e automaticamente ela se fechou, a cabeça de leão que se encontrava talhada na ponta escancarou a boca e soltou um pequeno rugido como que em aprovação a nova varinha a qual havia se integrado.
Sabendo que já havia se passado muito tempo desde que abandonara o vagonete, o garoto tirou a armadura da estatua com uma certa dificuldade diante do tamanho da armadura, surpreendeu- se ao constatar que cada peça era leve como uma maçã. Achou que não caberia dentro de sua mochila de carga, mas viu que subestimara o presente de Grampo, a armadura e o cinto foram aceitos facilmente pela bolsa, que aparentava manter o mesmo peso de quando estava vazia. Olhou para a replica de pedra de Rowena Ravenclaw e primeiramente olhou para a cata de malha, uma peça que se ajustava a estatua de forma magnífica, o belo metal que compunha a cota pintado a cor de bronze na figura da águia símbolo de Corvinal, reparou também na espada curta, cravejada de safiras o fio da espada mais ameaçador que o da espada do "Leão", achou que o certo era deixar ali a bela cota de malha e a espada curta, mas pensou melhor e chegou a conclusão de que na guerra em que o mundo bruxo se encontrava seria muita idiotice abandonar artefatos de tamanho poder dentro de um cofre. Colocando a armadura e a espada também dentro da mochila partiu em direção a saída.
Ao chegar no saguão observou novamente as três portas. Havia descoberto mais sobre sua família naquelas poucas horas mais do que em quase dezessete anos de vida, e devia tudo isso aqueles cofres. Pensando em tudo que já havia acontecido partiu e viu as luzes se apagarem atrás de si. Caminhou rapidamente em direção ao vagonete, sem saber que seu dia estava apenas começando.
Caminhou rapidamente pelo corredor de pedra até o vagonete, ainda absorto em pensamentos, era difícil de assimilar tudo que tinha descoberto em pouco tempo. Ao chegar no seu destino viu que o duende dormia com a cabeça pousada sobre o braço que estava escorado na guarda do vagonete. Pigarreou e viu o pequeno acordar-se assustado.
– Perdoe-me Sr. Potter, mas fiquei acordado até tarde ontem reforçando os feitiços de segurança de minha casa e estou muito cansado, e então como o senhor estava demorando achei que não faria mal cochilar um pouquinho, mas acabei caindo no sono, prometo que não vai se repetir, foi um deslize que não acontecerá novamente... – ia explicando apressadamente Urge até que Harry o interrompeu.
– Tudo bem Urge, não precisa se explicar – disse o garoto fazendo um gesto com a mão para que o duende se acalmasse – Eu realmente permaneci tempo demais lá dentro, é normal que você tenha ficado entediado. Agora se não se importa vamos ao cofre dos Black que já que estou aqui vou aproveitar e ver tudo que me pertence – Completou o garoto já entrando dentro do vagonete.
– O senhor que manda Sr. Potter – falou o duende – E se me permite dizer, um belo anel esse que o senhor está usando, encontrou-o dentro de um dos cofres? – Perguntou interessado.
– Sim Urge – disse o garoto colocando a mão dentro do bolso – Pediria que não comentasse com ninguém sobre esse anel, tudo bem? Não gostaria que ninguém descobrisse que estou com ele.
- Claro Sr. Potter, o seu segredo está seguro comigo, e desculpe-me pela indiscrição de ter perguntado, mas eu sempre adorei jóias e esta realmente é uma bela peça. – falou Urge – O senhor não comenta com ninguém lá em cima sobre esse pequeno cochilo e tem minha palavra de que nada sobre esse anel sairá da minha boca.
Harry havia estudado sobre os duendes em história da magia, e o pouco que se lembrava é que os duendes dificilmente quebravam sua palavra. Também tinha gostado do duende e decidiu que era melhor parar de falar na jóia, provavelmente nem tinha dado tempo de ele ver ela direito. Com a mão ainda no bolso retirou o anel deixando-o ali dentro e decidido em mudar o rumo da conversa se pronunciou:
– Ok Urge, esse é o nosso segredo, mas agora vamos logo ao cofre dos Black, pois pretendo ir embora do banco ainda hoje.
– Seu desejo é uma ordem senhor, agora se segure firme que a subida daqui é um pouco mais complicada.
Complicada certamente era a palavra certa para definir aquela viagem. Certamente para dificultar que algum ladrão escapasse ali de baixo com facilidade tiveram que dar varias voltas por trilhos intrincados até começarem a subir realmente. Depois de algum tempo de viagem e sentindo o estomago embrulhado Harry viu que o vagonete começava a perder velocidade, parando em frente a um corredor muito semelhante ao de onde tinha vindo.
– É aqui senhor – falou o duende – Embora não tenha tanta segurança quanto os cofres dos Potter esses também são fortalezas quase impenetráveis. Sinta-se à vontade para demorar o tempo que quiser e dessa vez prometo que me manterei desperto.
– Esta bem, vou tentar ser o mais breve possível – disse o garoto já entrando no corredor escuro.
O corredor tinha o mesmo estilo do anterior, embora a escuridão aparentasse ser normal. Como nenhum archote se acendeu resolveu iluminar o local usando a varinha. Sacou-a das vestes e sussurou: Lumos . Prontamente o feixe de luz acendeu-se mostrando ao garoto o caminho pelo qual precisava seguir.
Ao chegar no fim do corredor se deparou com uma antecâmara úmida. Viu que haviam alguns archotes ali, apagou o feixe de luz e proclamou o feitiço Incêndio . A tocha logo se acendeu, e com um sorriso nos lábios repetiu o processo acendendo as restantes. Estava se tornando realmente bom em feitiços não-verbais, e havia melhorado em muito sua oclumência, e devia tudo isso a Snape. O que o ex-professor não conseguira ensinar dando aulas havia feito ele aprender em pouquíssimo tempo só com uma frase.
Bloqueado outra vez e outra e mais outra, até você aprender a manter a boca e a mente fechadas, Potter.A frase ecoava ainda em sua cabeça e havia prometido para si mesmo que da próxima vez que encontrasse Severo Snape estaria preparado, e era bom seu ex-professor ser realmente tão bom quanto diziam, pois senão não sairia do encontro com vida.
Afastando esses pensamentos da cabeça dirigiu-se até uma das duas portas que se encontravam ali. A porta era de aço bruto e tinha o brasão dos Black em alto relevo feito de prata. O garoto tentou abrir a porta e viu que ela nem se mexia, tentou a outra e nada. Experimentou dizer seu nome, mas antes de acabar de pronunciar já sabia que não iria adiantar. Acendeu a varinha em busca de pistas e encontrou as seguintes inscrições na parede entre as duas portas:
Somente aqueles que tiverem no sangue o direito de abrir essas portas é que poderão conhecer os segredos que se encontram atrás delas
Já imaginando o que teria de fazer se aproximou novamente da porta. Ao iluminar abaixo dos seus pés viu algumas manchas que lembravam sangue seco, o que só confirmava sua teoria de como abrir a porta. Perguntou-se se conseguiria abrir a porta com o seu sangue, mesmo não sendo um Black, mas como era o herdeiro por direito resolveu tentar. Apontou a varinha para o dedo indicador e murmurou:
– Diffindo.
Um pequeno corte surgiu na ponta do dedo do garoto e começou a sangrar lentamente. Harry apertou o dedo para acelerar o processo e quando achou que já havia sangue suficiente contornou rapidamente o B de prata. Viu o sangue ser absorvido e um pequeno clarão surgir, este se apagando rapidamente. Com um pequeno som de “click” o B se rachou no meio, e segundos depois com um alto estrondo a porta se dividiu, cada metade entrando em um lado da parede.
Levou o dedo a boca e chupou para estancar o sangramento, enquanto entrava a passos lentos analisando a sala que se abrira para ele. Diferente dos iluminados e belos cofres dos Potter aquele cofre tinha um aspecto sombrio. Era como se fosse uma caverna natural, sem detalhe nenhum e até com infiltrações nas paredes. A iluminação era feita por velas flutuantes que bruxelavam por toda a sala, sendo essa uma iluminação precária. As prateleiras que se encontravam à esquerda da sala estavam abarrotadas de livros castigados e mofados, que em sua maioria deveriam ser sobre as Artes das Trevas. A direita vários armários, bancadas, estantes e mesas guardavam a mais variada gama de objetos, desde jóias, bengalas e belas vestes até artefatos mágicos de aparência muito suspeita. Ao fundo, sob o destaque de uma melhor iluminação como se estivesse sobre o destaque de holofotes trouxas, uma estatua ladeada por duas tapeçarias negras. A estatua vestia uma bela cota de malha, de anéis negros de um material desconhecido, e as tapeçarias possuíam escritas em prata indefiníveis daquela distancia.
Já que a estatua parecia estar em destaque resolveu ver ela primeiro. Ela retratava um homem alto, cujas feições estavam quase completamente ocultas por um capuz esculpido na pedra, deixando a mostra apenas um sorrisinho irônico. A cota de malha era bem leve e o material preto desconhecido parecia muito resistente, pintadas em vermelho sangue, duas espadas se cruzavam em diagonal na cota de malha. Havia também uma lança de aspecto letal, com um dragão também em vermelho sangue subindo em espiral por toda a extensão do cabo. Aproximando a varinha das tapeçarias pode constatar que elas relatavam a historia daquele homem:
Essa é a estatua de Ramon Arcturus Baltês, o maior ladrão e assassino da historia do mundo mágico e não mágico. Responsável por roubos inacreditáveis e assassinatos muito bem planejados no final do século XIV, será sempre lembrado por deixar no local dos crimes sempre sua marca registrada, a sigla R.A.B. Os trouxas o conheciam apenas por Black, pelo fato dele sempre usar preto e aparentemente sumir na escuridão. O que poucos sabem é que depois de acumular riqueza espantosa Ramon se aposentou e para evitar que as autoridades bruxas o procurassem resolveu adotar como sobrenome o apelido que os trouxas haviam dado pra ele. Assim nasce a família Black, uma das mais ricas e respeitosas famílias bruxas desde a Idade Média. A cota de Ramon bem como sua poderosa e mortal azagaia apenas esperam um descendente habilidoso o suficiente para retornarem a ativa.
O garoto não achou aquela revelação tão espantosa. Os Black sem duvida nenhuma não eram pessoas de boa índole, e nada mais normal do que o primogênito da família ser um ladrão e assassino renomado. Espantoso era o fato de ele usar a sigla R.A.B, a mesma que havia dentro do medalhão falso que ele e Dumbledore tinham pegado no dia da morte do diretor. Se aquilo não passava de uma grande coincidência ou se o ladrão do medalhão havia usado a sigla a uma alusão ao R.A.B. original o garoto não sabia. Imaginou até se não seria a mesma pessoa, pois um ladrão tão habilidoso poderia até mesmo ter roubado uma pedra filosofal. Retirou a cota de anéis da estatua e enfiou-a dentro da bolsa, tal qual a lança, após isso resolveu dar uma olhada rápida no resto da sala.
A suspeita de que o R.A.B que havia roubado o medalhão e o lendário ladrão eram a mesma pessoa aumentaram quando chegou até uma mesa. A escrivaninha simples que havia provavelmente sido colocada ali para que as pessoas pudessem estudar rapidamente tinha um único livro sobre ela. O livro tinha um aspecto muito destruído, a capa preta estava toda lascada e a única palavra do titulo que podia ser lida era Imortalidade. Invadido pela curiosidade tomou o livro nas mãos e somente quando foi abri-lo é que se lembrou que tinha pouco tempo. Guardou-o na mochila afim de analisa-lo com calma mais tarde no quarto de Rony, e foi então que reparou na capa que se encontrava aos seus pés.
Abaixou-se e pegou a capa nas mãos. Sabia que capa era aquela e já havia a reconhecido antes mesmo de ver o broche que estava presa nela, e a caveira com uma cobra saindo da boca só confirmava que aquela era uma capa de comensal da morte. A capa tinha muitos cortes e algumas manchas de sangue, e o que fazia ali o garoto não sabia. Já que sua mochila aparentemente não tinha fundo resolveu leva-la também, pois poderia vir a ser um ótimo disfarce.
Pegou diversos livros, a maioria de Artes das Trevas, embora também tenha encontrado bons livros de poções, e duelos. Certamente seria bom conhecer alguns feitiços e azarações mais poderosos que um simples estuporamento, já que prender comensais não era bem o que tinha em mente.
Deu uma rápida olhada no resto da sala e não viu mais nada útil. A única coisa que lhe chamou a atenção foi um armário recheado de medalhões e colares que se encontrava com a porta aberta. Tomado por excitação só de pensar na possibilidade de que R.A.B. tivesse guardado o medalhão ali analisou item por item, mas constatou que o de Slytherin não se encontrava dentro do armário.
Resolveu ir até o outro cofre logo para poder ir logo embora do banco, não via a hora de ver a luz do sol de novo. Repetiu o processo para abrir a porta e adentrou na sala. Esta parecia ser mais sombria que a anterior, pois era iluminada por um fogo negro que se encontrava dentro de canaletas no chão. A sala se encontrava lotada de armas e armaduras de todos os tipos e em todos os estados. Lanças, espadas e machados se encontravam espalhados por ali, algumas em ótimo estado e outras trincadas e enferrujadas, haviam também armaduras e escudos conservados que contrastavam com outros furados e rachados.
Sem tempo e a menor vontade de analisar aquela infinidade de itens o garoto resolveu que era hora de ir embora. O trabalho no banco havia sido muito produtivo e tinha lhe dado muitas coisas para pensar mais tarde. O que ele mais queria era ir logo para o seu quarto ler a carta dos pais e dar uma olhada nos inúmeros livros que tinha adquirido.
A viagem de volta à superfície foi tranqüila, o garoto e Urge nem conversaram direito, ele absorto em pensamentos e o duende um tanto quanto desconcertado com o fato de ser pego cochilando. Despediu-se do acompanhante e se encaminhou até a sala de Grampo, tinha certeza que ainda tinham coisas a acertar e não se enganou, pois quando chegou na sala viu que o duende o esperava na porta.
– Espero que tenha encontrado tudo que desejava Sr. Potter, entre temos mais algumas coisas para acertar – falou o duende já entrando na sala.
O garoto caminhou e sentou-se na mesma poltrona em que havia estado horas antes. Antes mesmo que pudesse falar alguma coisa o duende se manifestou.
– Bom Sr. Potter, aproveitei o tempo em que o senhor estava visitando os seus cofres e fiz um levantamento de todos os seus bens e ações, e gostaria de saber o que vai fazer quando assumir a maioridade e tiver que tomar conta de tudo isso? – questionou o duende.
– Sabe que eu não faço a menor idéia Grampo? A verdade é que eu nem sei o que tenho, muito menos sei como administrar isso. O banco não pode continuar a cuidar dos meus negócios?
– Tecnicamente sim senhor, mas embora Gringotes seja um grande banco e tenha ótimos funcionários nenhum tem tempo de dar a atenção necessária que seus bens necessitam. Se quiser minha opinião acho que o senhor deveria contratar alguém de sua confiança e qualificado para administrar no seu lugar. – Falou Grampo com um brilho estranho nos olhos.
O garoto reparou de cara que o duende adoraria cuidar pessoalmente dos seus negócios, e pensando bem essa nem era uma má idéia, já que Grampo parecia ser realmente competente.
–Posso pagar mais do que o banco e tenho certeza que você não irá me decepcionar Grampo, afinal o pouco que tratei com você foi o suficiente para reparar que você é muito competente. Gostaria de administrar tudo por mim? – perguntou o garoto. Viu um raro sorriso surgir na face do sempre sério duende.
– Seria uma honra Sr. Potter, desde pequeno sempre gostei de administração. Administrava os negócios da minha família, mas como depois da morte de você-sabe-quem os bruxos praticamente pararam de procurar serviços dos duendes armeiros tive que abandonar a pequena fábrica de armas e vir trabalhar no banco. O Gringotes está quase parado, a guerra faz com que os clientes tenham medo de investir em novos negócios que venham a ser destruídos, e como recebo comissão o salário não está nada bom. Eu já estava pensando em pedir demissão e voltar a ajudar a família, meu irmão falou que diversos bruxos já o procuraram para reformar ou produzir novas armas, mas administrar sempre foi minha vocação.
– Bom então estamos acertados, a partir de agora você trabalha para mim – disse o garoto estendendo a mão que logo foi apertada por um Grampo muito sorridente.
– Vou montar o escritório em um dos prédios aqui do beco diagonal, tem algum pedido a fazer Sr. Potter?
– Na verdade tenho. Em primeiro lugar gostaria que me chamasse de Harry, nunca gostei muito dessas formalidades. Em segundo, pedir para que você conversasse com os gêmeos Weasley para acertar a documentação da nossa loja, eu emprestei dinheiro para eles e fui nomeado sócio, mas nós nunca acertamos direito essas burocracias e sua experiência pode ajudar. E por ultimo gostaria que contratasse duendes qualificados para fazer um trabalho para mim, vá até o cofre dos Black e pegue todas armas que estão lá, depois reforme-as e troque o Brasão delas por uma fênix. Quando acabar me avise que eu digo onde entregar. Agora acredito que eu tenha uma porção de papéis para assinar não? – questionou em tom cansado.
– Na verdade só precisa assinar esse documento que me declara o administrador, o resto eu posso cuidar Sr. Pot... quer dizer, Harry – falou Grampo entregando um papel para ele.
Não pode deixar de sorrir ao ver que o duende já havia deixado o documente pronto, provavelmente ele tinha certeza que o garoto iria preferir entregar os negócios nas mãos de alguém mais experiente. Deu uma lida no papel e viu que estava tudo certo, quando sentiu um leve ronco no estomago é que se lembrou que não havia almoçado e já se passavam das 9:00 da noite.
– Então era isso, vou indo, até mais ver Grampo – Despediu-se o garoto.
– Espere Harry, fiquei tão animado com o fato de você ter me escolhido como administrador que esqueci de lhe entregar o outro presente do banco. Espero que tenha gostado da mochila, este aqui é um cartão que permite que o senhor aparate diretamente dentro do Gringotes. – Falou o duende entregado um cartão para o garoto.
– Obrigado Grampo, a mochila é ótima e o cartão vai ser muito útil. A propósito, como eu faço para tirar as coisas de dentro dessa fantástica bolsa? – perguntou curioso.
– É simples, basta colocar a mão dentro e pensar no item que você quer tirar, se não lembrar de tudo basta virar ela de boca para baixo e desejar esvazia-la. Tem algum compromisso na quinta de manhã?
– Não, tenho que te encontrar que horas e onde?
– O horário você decide, a partir das 8:00 fica bom pra mim. Até lá já vou ter montado o escritório, é o numero setenta e oito. Acho mais fácil você aparatar aqui no banco, já que para entrar pelo Caldeirão Furado vai estar um inferno.
– Mas porque não posso simplesmente aparatar na rua? – questionou o garoto.
– Acho melhor ler o jornal Harry... – ia falando ele, mas foi interrompido por um ronco alto da barriga do garoto – Mas antes de ler acho que devia comer alguma coisa – completou rindo.
– Bom então até quinta – despediu-se o garoto um pouco envergonhado, passando a mão sobre o estomago. Saiu andando do banco com uma alça da mochila jogada sobre os ombros, imaginando o que de tão importante Scrimgeour havia dito no jornal para que fosse mandado lê-lo duas vezes.
Harry foi andando até o caldeirão furado, passou pela passagem e se dirigiu até o balcão. Quando Tom apareceu, Harry falou:
- Ah que bom que chegou Tom, preciso de algo para comer, e rápido, estou morto de fome!
- Vou ver o que posso fazer Sr. Potter, o elfo irá lhe levar comida, sente- se naquela mesa do canto. - Disse Tom apontando para uma pequena mesa para duas pessoas no canto esquerdo do bar.
- Sim claro, pode me dar o jornal?- pediu Harry
- Claro Sr. Potter, aqui, pegue.- falou Tom entregando o Profeta para Harry.
- Obrigado Tom.- disse Harry se dirigindo para mesa sugerida por Tom.
Harry se sentou e abriu o jornal. E lá estava a notícia, impressa em letras garrafais a frase:
Anúncio do Ministro da Magia devolve esperanças ao mundo bruxo!
Ontem a noite o Ministro Rufo Scrimgeour fez um anúncio ditando as medidas de segurança a serem tomadas a partir de agora com a morte de Alvo Dumbledore.
"Meus caros colegas, a morte de Alvo Dumbledore foi um grande pesar para a comunidade bruxa, além de ser um dos nossos maiores protetores Alvo era sábio, grande em espírito, grande em coração, essencialmente poderoso e bom. Sem dúvida um grande mestre, por vezes mostrando pensamentos complexos como a sua corretíssima teoria de que são nossas escolhas que mostram quem realmente somos e não nossas origens, por vezes mostrando pensamentos simples como gostar de Sorvete de limão. O fato é que perdemos um grande herói, o maior herói de um grupo seleto de heróis dos quais eu e outros como Alastor Moody fazemos parte. Mas não é mais nos velhos heróis que coloco minha fé, e sim nos novos heróis, nos heróis que estão se mostrando, não vou citar nomes mas espero que estes heróis se aliem ao ministério para que eu possa comandar- lhes para a vitória sobre as trevas. Espero que cooperem conosco. Estarei implantando medidas de segurança no Beco Diagonal para a segurança e comodidade dos que transitam por lá. Primeiramente será colocado um fortíssimo feitiço anti- aparatação e desaparatação no beco diagonal e na Travessa do Tranco. O Banco Bruxo Gringotes estará dando cartões de aparatacão especial para dentro do prédio para os clientes especiais ou com mais de cinco cofres dentro do estabelecimento. Ainda será possível aparatar dentro do Caldeirão Furado. Teremos uma equipe de Aurores morando no Caldeirão Furado para cuidar da segurança do Beco. Entrementes será possível a circulação livre no Beco Diagonal.
Obrigado pela presença de vocês aqui hoje."
Para saber mais sobre a morte de Alvo Dumbledore vejam as pg. 5 e 6.
Harry fechou o jornal e o deixou na cadeira ao lado. Percebeu que o elfo doméstico de Tom já havia deixado sua comida por lá: Um suculento bife, acompanhado de arroz e batatas. Comeu tudo com gosto e se levantou. Foi até Tom e perguntou:
- A comida estava uma delícia Tom. Acho que vou embora agora. Quanto custa tudo?
- Ah que pena que já vai Sr. Potter. Bom custa treze galeões e dez sicles.
- Certo Tom, até mais. - Disse Harry tirando o valor estipulado de dentro da bolsa de couro.
- Até Sr. Potter. E Obrigado!
Harry saiu do Bar- Hospedaria e caminhou pelas ruas de Londres até achar um beco escuro para aparatar. Achou um na quinta avenida pela qual passou e aparatou dentro dele com os pensamentos fixos nos terrenos próximos a Toca.
Sentiu a conhecida pressão no estômago e quando achou que não iria agüentar mais a pressão parou. Harry abriu os olhos e viu que parara um pouco mais longe do que esperava. Conseguiu divisar ao longe a casa dos Weasley. Olhou ao redor e constatou que estava no alto do morro Stoatshead. Ficou claro para Harry que precisaria aperfeiçoar a aparatação. Ergueu a varinha e exclamou:
Accio Firebolt!
Instantes depois Harry pode ouvir a vassoura cortando o ar e sua direção, mais um segundo e ela já estava parada no ar, na frente de Harry. Harry a montou e deu impulso em direção a Toca. Em segundos estava na porta da cozinha batendo na porta.
- Quem é? - Pergunta a voz de Gui Weasley.
- Harry. - Responde Harry. A voz de Gui suspira aliviada.
- Quem você conheceu primeiro, Rony ou Hermione?
- Rony, O que era a avó de sua noiva?
- Uma Veela.
- Certo Gui, pode me deixar entrar.
- E aí Harry achou algo interessante no banco? - Pergunta Rony, assim que Harry entra na cozinha da Toca
- Um monte de coisas Rony, chame Mione e Gina. Tenho um monte de coisas para contar.
Harry viu Rony subir correndo as escadas para chamar as meninas.
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Queria me desculpar por demorar tanto a atualizar, mas me desculpar pra quem? ninguém lê!!!!! Vou continuar a postar mas com pausas por que tô em aulas.
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