Reunião n'AToca



Reuniões n'AToca.

- Harry! - Exclamaram cinco vozes ao mesmo tempo.
Harry ajeitou os óculos a tempo de ver a Sra. Weasley chegar para lhe envolver em um caloroso abraço. Em instantes pode sentir dois pares de mãos o segurarem pelo ombro. Ao virar a cabeça para ver quem o segurava viu os rostos sorridentes de Gui e Carlinhos que aparentavam claramente estarem tão cansados e preocupados quanto o Sr. Weasley. Harry fixara o olhar no rosto de Gui durante alguns segundos. Quatro enormes cicatrizes cortavam o rosto de Gui em diagonal.
Desviando o olhar do rosto de Gui Harry notou a presença dos Gêmeos Weasley, Fred e Jorge, se aproximando com largos sorrisos no rosto.
- Como vai Harry ? - perguntou Fred, animado.
- Melhor agora! - respondeu Harry.
- Rony, ajude o Harry a levar as coisas dele para cima! - Pediu a Sra. Weasley.
- Claro, vamos Harry! - chamou Rony.
Com a ajuda de Rony, Harry conseguiu levar o malão para o quarto de Rony. Ao chegarem Rony pergunta:
- E aí? Pensou naquilo que eu escrevi para você?
- Claro!
- E... ?
- Ah você vai ficar sabendo! - Disse Harry se levantando para ir embora do quarto. Ao tocar na maçaneta da porta Harry sente uma forte dor no meio das costas. Faltou-lhe ar nos pulmões. Ao mesmo tempo em que constatava isso caía de joelhos. Passaram-se trinta segundos até que Harry pudesse se recompor e falar, encarando Rony:
- É eu mereci isso. Você quer saber o que eu vou fazer?
- Claro! - respondeu Rony se sentando.
- Certo. Eu vou falar para a Ordem sobre as Horcruxes mas só para quem você sugeriu.
- Não está esquecendo-se de nada?
- Gina?
- Bingo!
- É, eu quero voltar com ela, mas é muito arriscado!
- Você devia deixar ela decidir se quer se arriscar por você! É o que eu e Mione fizemos.
- Se ela for se arriscar pode morrer! Vai virar o alvo principal de Voldemort depois de mim!
- Snape e Malfoy já disseram a Voldemort que vocês estavam namorando, e eles não sabem que vocês terminaram. E depois, quem é que está seguro nesses dias?
- Ela estará mais segura aqui!
- Estará mais segura ao seu lado, e você vai ser mais forte com ela!
- Eu não vou suportar se ela morrer nessa loucura, mal posso suportar levar você junto!
- Se deixa- lá para trás ela virá atrás de nós, e eu prefiro ela por perto do que longe, enfrentando os perigos que deixarmos para trás sem ajuda! Escreva minhas palavras, ela vai estuporar papai e mamãe na primeira oportunidade e virá com uma vasso...
- Está bem! Ela pode vir conosco mas somente se seus pais derem permissão! - Rony abriu um largo sorriso, e disse:
- Já me adiantei nesta parte, eles deixaram, mas mamãe me fez prometer que Gina fugiria do campo de ação até que estivesse tudo resolvido.
- Não seria de outra forma comigo por perto.
- Eu sei.
- E Mione que horas chega?
- Mais ou menos umas duas da tarde, virá aparatando.
- Por falar nisso, quando são nosso testes de aparatação?
- Amanhã de manhã, ás nove horas.
- Ótimo, quanto menos tempo ficarmos melhor! E você, já se acertou com a Mione? Não quero brigas nesta viajem.
- Do que está falando? - Perguntou um Rony essencialmente pálido.
- A qual é? Tá na cara que você se gostam, percebo isso desde o terceiro ano! Mas no quarto ano vocês deixaram evidente para quem quisesse ver! Até Malfoy teria visto!
- Tá tão evidente assim? - Perguntou Rony em um sussurro, a cara tão vermelha quanto seus cabelos.
- Pior que tá! Até Crabbe e Goyle perceberiam!
- Ah, não esculacha Harry!
Neste momento foram interrompidos de seus devaneios pela voz da Sra. Weasley os chamando para tomar café.
Os dois desceram e foram em direção a mesa, onde todos já se encontravam sentados e comendo.
- Torradas, Harry?
- Sim Sra. Weasley, Obrigado.
Neste momento foi possível ouvir o Sr. Weasley, descendo as escadas. Assim que bruxo apareceu Harry se dirigiu a ele falando:
- Sr. Weasley! - chamou.
- Sim Harry?
- Poderia dizer a Hagrid, Lupin, Tonks, Prof. McGonagal e Moody para que venham até aqui ás três horas? Por que tenho informações que podem levantar a moral de todos, para que lutem com a certeza de antes da morte Dumbledore.
- Que informação pode ser essa Harry?
- Será discutida na reunião.
- Se é assim Harry, pode deixar que eles virão sim!
- Obrigado Sr. Weasley.
Harry retornou a mesa para terminar de comer.
Passou o resto das horas antes da reunião Jogando Snap Explosivo com Rony.
Quando finalmente faltavam apenas quinze minutos para o início da reunião os convocados começaram a chegar. Lupin e Tonks aparataram juntos nos terrenos próximos a Toca, entraram na casa e ficaram numa sala com a Sra. Weasley.
Hagrid e McGonagal chegaram juntos no Nôitibus Andante. A professora Minerva e Hagrid mal terminaram de cumprimentar Harry e a Sra. Weasley e ouviu- se um forte estampido, Alastor Moody chegava aparatando nos terrenos da Toca. Harry mal foi cumprimentado por Alastor e mais um estampido se fez ouvir.
Agora era Hermione que chegava. Hermione se dirigiu até Harry e Rony e abraçou os dois, fraterna e carinhosamente, Rony não agüentou e retribuiu o abraço dizendo:
- Tá atrasada Mione.
Hermione sorriu e soltou Rony, indo cumprimentar Gina.
Todos entraram e se dirigiram para a sala de estar, faltava apenas o Sr. Weasley chegar para que começassem a reunião.
Esperaram os dez minutos restantes e nada do Sr. Weasley.
Gina que estava sentada próxima a janela esperando o ver o pai assim que ele aparatasse nos terrenos da casa, se sobressaltou e apontou para a janela dizendo:
- O que é aquilo? - Todos levantaram e olharam pela janela. Uma coisa prateada se movia a uma grande velocidade em direção a Toca. Harry foi o primeiro que identificou o que era.
- É um patrono! - Falou.
- Vamos lá para fora! - Disse Minerva.
Todos saíram da casa e viram aquela coisa se aproximar e uma velocidade assombrosa.
A Sra. Weasley disse um pouco mais calma.
- É o patrono de Arthur!
Harry somente conseguiu identificar o animal quando ele parou a sua frente, se erguendo nas patas traseiras e ficando da altura de Harry. Uma enorme doninha.
- Toque nela Harry, pelo visto a mensagem é para você. - Falou Hagrid.
Hesitante. Harry ergueu a mão e tocou a cabeça do animal. O que aconteceu a seguir foi uma experiência nova para Harry. A voz do Sr. Weasley falava em sua cabeça.
" Harry, sinto muito mas não poderei comparecer a reunião, o ministro me encheu de trabalho diga a Molly para guardar os fatos importantes para me contar mais tarde, obrigado."
- O Sr. Weasley disse que não vai poder comparecer a reunião e disse que a Sra. Weasley deve assisti-la para que conte tudo a ele mais tarde. - informou Harry.
- Certo então vamos começar. - Falou Alastor.
Todos se dirigiram para a sala de estar novamente, sentaram- se e ficaram olhando para Harry. Este entendendo o recado começou a falar
- Bom, tenho que informar para vocês sobre a possibilidade de derrotar Tom Riddle definitivamente. Para que entendam, devo contar primeiro sobre a profecia feita por Sibila Trelawney há dezoito anos vou recitar as palavras que ouvi para depois fazer uma análise com vocês.
"Aquele com o poder de derrotar o Lorde das Trevas se aproxima... nascido dos que o desafiaram três vezes, nascido ao terminar o sétimo mês... e o Lorde das Trevas o mercará como seu igual, mas ele terá um poder que o Lorde das Trevas desconhece... e um dos dois deverá morrer nas mãos do outro pois nenhum poderá viver enquanto o outro sobreviver... aquele com o poder de derrotar o Lorde das Trevas nascerá quando o sétimo mês terminar..."
Junto aos demais Harry contou sobre a profecia e sobre as horcruxes. Contou sobre a conversa "amigável" que teve com Dumbledore a respeito da profecia de Sibila, sobre as visitas á penseira que "contavam" sobre a vida de Tom Riddle, como conseguiu saber sobre as horcruxes, ao embebedar Horácio Slughorn para conseguir a lembrança que Dumbledore tanto almejava, como descobrira que fora Snape quem contara ao Lorde Negro sobre a parte da profecia que ouvira, sobre os desafios que a caverna e Voldemort impuseram aos dois, sobre os momentos angustiantes e dolorosos que se passaram na torre de astronomia, até mesmo sobre o ódio de Snape nos momentos antes de lançar a maldição fatal.
Quando terminou de contar aos membros da Ordem da Fênix, tudo que se passara durante aquele período letivo, suas mãos apertavam a cabeceira da cama de Rony com tanta força, que os nós dos dedos estavam brancos e doíam bastante.
Soltou a cabeceira e se dirigiu aos membros da Ordem da Fênix que continuavam boquiabertos:
- Então, este ano, mesmo que Hogwarts reabra eu, Rony, Hermione e Gina não retornaremos. Sairemos em uma busca pelos pedaços de alma de Voldemort para que depois possamos lutar com a certeza de que temos uma chance de vê-lo derrotado.
- Certo Harry, mas por que acha que vamos deixar que você parta em uma busca como essa sem a nossa ajuda? - perguntou Remo.
- Porque Dumbledore me delegou esta missão, e ela é somente minha.
- Está enganado se acha que Dumbledore queria que cumprisse esta missão sem ajuda. Você não está sozinho Harry, nunca esteve, e se depender das minhas escolhas nunca estará.
- Obrigado Remo, mas é um fato de que não podemos chamar a atenção e um bando de bruxos andando, aparatando, voando, na mesma área onde coisas estranhas acontecem, chama muita atenção e Voldemort sabe somar dois mais dois. Dois mais dois mais um se estivermos próximos as Horcruxes. Por isso acho melhor irmos só nós quatro. Quatro adolescentes viajando pelo país devem chamar menos atenção do que uma caravana atravessando o país.
Remo e Minerva olharam significativamente para Arthur e Molly procurando confirmação de que seus filhos iam nesta arriscada viajem. Murcharam ao ver um sinal de confirmação com a cabeça por parte de Arthur.
- Esta bem, Harry, mas deixe que treinemos vocês três, conhecendo vocês, o mais lógico seria partir logo após o casamento de Gui e Fleur, coisa que Hermione já deve ter deduzido, estou certo Hermione?- Hermione confirmou com a cabeça.
- ‘Tá Remo, mas quem dará aulas?
- Eu, obviamente, Minerva? - Minerva confirmou com a cabeça - E os professores de Hogwarts? - novamente uma confirmação - Bom Harry, eu, Minerva e os professores de Hogwarts daremos aulas intensivas de Defesa Contra as Artes das Trevas, Transfiguração, Feitiços, Herbologia e Poções.
- Quanto vai demorar até que tenhamos terminado esse curso intensivo? - Inquiriu Rony.
- Dois meses. - Respondeu Minerva.
- Vai demorar demais. - Protestou Hermione.
- Mas vocês não podem partir despreparados. - Rosnou Alastor.
- Quanto mais demorarmos, mais inocentes morrerão. - Hermione continuou o protesto. Rony confirmou seu apoio.
- Pelo amor de deus. - pediu Harry em voz alta - Hermione, olha normalmente não sou eu que assumo o papel de "O Ponderado", até por que esse papel é seu, mas desta vez você está errada - Hermione e Rony o olharam escandalizados e exasperados, sem se importar, Harry continuou - Pense comigo, se por um misto de acaso e sorte sobrevivermos ás provações das Horcruxes vamos ter que nos bater de frente com Voldemort e os comensais, e um dia alguém contará para seus netos: Era uma vez três adolescentes que acharam que podiam vencer uma guerra civil declarada, sozinhos e sem treinamento.
Ao terminar, Rony o fitava boquiaberto e Hermione com visível orgulho de que a convivência com Harry o tenha tornado um pouco mais responsável. Ambos se limitaram a afirmar com a cabeça em sinal de concordância.
- Quando começamos o treinamento Remo? - Perguntou Harry assim que se virou para fitar Lupin.
- Dia 25 Harry, assim que terminar a semana de Lua cheia. Está bem para você Minerva?
- Claro, Remo!
- Ótimo. Agora acho que a reunião acabou.
- Ainda não!
- Ainda falta algo a ser dito Minerva?
- Faltam os testamentos de Lílian, Tiago e Alvo.
Lupin ficou estático, assim como Harry. Nenhum dos dois jamais tinha ouvido o testamento de Lílian e Tiago Potter por que nos escombros da metade da casa que havia desabado, mais exatamente no local que deveria ser o quarto do casal, foi encontrada uma carta junto aos testamentos na qual foi feito o pedido de que tais somente fossem lidos na presença de Harry. Dumbledore também fizera essa exigência.
Lupin se sentou novamente e disse:
- P... pode começar Minerva. Harry você está pronto? - Harry apenas afirmou com a cabeça, sem palavras para falar algo, tinha alguma coisa seca na garganta que lhe doía mas não iria arrastar o pé dali sem que ouvisse os três testamentos.
Minerva adiantou-se e conjurou uma mesinha de centro, puxou de dentro das vestes três folhas de pergaminho, duas pareciam que tinham sido queimadas em certos pontos.
Minerva puxou a varinha e com um leve toque no primeiro pergaminho, um que tinha uma caligrafia grossa e simples, que Harry pensava já ter visto antes. O que ocorreu a seguir foi estranho para Harry por que o papel começou a pegar fogo, lentamente, um fogo belo, de um tom azulado que consumia o papel horizontalmente de uma ponta a outra, da esquerda para a direita. Assim que o fogo tocou a primeira linha de letras a imagem de Tiago Potter se formou a frente de todos, flutuando acima do chão e começou a recitar o testamento maquinalmente:

"Eu, Tiago Potter, em plena consciência dos meus atos, escrevo aqui meu testamento pela milésima vez, a pedido de minha amada Lílian.
Deixo minhas propriedades para minha esposa Lílian Evans Potter, sendo que uma se localiza em Godric' s Hollow e outras duas em um condomínio totalmente povoado por bruxos localizado no Litoral do Sul da França, rodeado por uma floresta mágica, em outras palavras somente acessível por bruxos, um belo local, a floresta é de mata Atlântica, o único local de mata Atlântica em toda a Europa por isso, é um refugio de animais mágicos, as casas tem ligação com um antigo sistema de rede de Flu, ainda são acessíveis por lareiras, no entanto o Ministério não consegue mais monitorá-las, ao que parece Salazar Slytherin gostava do local e preocupado com a sua segurança, pois os reinos de Portugal e Espanha estavam destruindo as florestas enfeitiçou um pedaço da floresta junto aos outros três fundadores para que esta só fosse visível a bruxos, ao que parece, por razões a mim ignoradas este pedaço de terra enfeitiçada se desprendeu do continente e virou uma ilha, ao que parece nenhum bruxo que a viu se interessou em colocar ela no mapa, somente um dos descendentes de Godric Gryffindor leu sobre ela em um antigo diário de Godric e, montou casas lá, providenciou para que ela não ficasse flutuando pelo Atlântico sem rumo, para obter acesso basta pegar pó de Flu e dizer: Alameda dos Texugos número 7.
Deixo minha fortuna, a mim herdada pelos meus pais, pelo comércio de capas de invisibilidade e acrescida a quantia de cinco anos seguindo a profissão de Auror, também para Lílian.
Supondo que ao menos Harry tenha sobrevivido a Voldemort, peço que vá até o cofre dos Potter assim que sentir-se pronto e analise tudo atentamente para que descubra os segredos dos Potter, afinal, é tudo dele.
Peço a Lílian que doe uma generosa quantia em dinheiro para meus grandes amigos, Sirius Black, Remo Lupin e Pedro Pettigrew.
Em caso de que nem eu nem Lílian consigamos sair vivos da perseguição daquele maníaco deturpado mental, quero que todos os bens citados acima, sejam repassados a Harry Tiago Potter e que fiquem sob custódia de Remo Lupin e Sirius Black.
Tem somente mais uma coisa que quero mandar para Harry, uma frase, que eu espero que ele leve a sério: Caiu Sete Vezes Levanta-te Oito."


E a imagem de Tiago Potter se apagou, por completo, assim como o fogo que consumia o pergaminho também o consumiu.
Harry e Remo encontravam-se ajoelhados ao chão do quarto de Rony. Ambos fazendo um esforço descomunal para conter as lágrimas.
Minerva fez uma cara de pena para Harry, coisa que ele não notou, apenas perguntou:
- Podemos continuar e passar para o testamento de Lílian?
Ambos se limitaram a acenar com a cabeça afirmativamente. Harry tinha a impressão de que se abrisse a boca aquele dia seria para dar um berro e começar a chorar compulsivamente.
Minerva repetiu o processo anterior com o outro pergaminho chamuscado. A imagem de uma bela mulher, ruiva, de feições bondosas e simpáticas e lindos olhos verdes. Tal com Tiago ela começou a falar maquinalmente.

"Eu, Lílian Evans Potter, em sã consciência dos meus atos, reescrevo meus testamento, em prol da notícia de que aquele doido que se auto-denomina Lorde, está caçando a mim, meu marido e meu filho Harry.
Deixo meu ouro, adquirido através da Profissão de Inominável no Ministério da Magia para Tiago Potter, o ouro está agora no cofre de Tiago somado ao dele.
Para que não passe em branco o que eu fazia no Departamento de Mistérios, deixo claro que eu "invento" feitiços em companhia de Lauren Lovegood, recentemente fomos promovidas ao setor de produção de objetos mágicos.
Eu fecho a porta com um feitiço criado por mim e por Lauren. Somente aquele que conhecer o amor verdadeiro poderá abrir a porta, portanto, os outros Inomináveis, que não mantém relações afetivas não poderão xeretar os nosso projetos.
Para Harry Potter, meu filho eu deixo uma caderneta escrita por mim, que contém os meios de realizar os feitiços criados por mim e por Lauren, eu a deixei com uma grande amiga minha, dos tempos de Hogwarts, Alice Longbottom. Desejo que meu filho seja feliz, ao lado de quem ele ama, protegendo-a junto de sí, como seu pai fez comigo."


E a imagem de Lílian, desapareceu.
Desta vez foi impossível para Harry segurar as lágrimas teimosas que rolavam pelo rosto. Ver seus pais ali, falando, parecendo sólidos, reais, abalara Harry fortemente. Algo se alojara na sua garganta, algo seco e que não queria sair dali.
Minerva, vendo o estado de Harry, viu que nada conseguiria falar. Se preparou espiritualmente para enfrentar a dor de uma perda tão recente e repetiu o processo, agora com o pergaminho de Dumbledore.
Era possível reparar, para quem olhasse mais de perto, que o fogo azulado queimava com mais intensidade, mais força desta vez. Minerva foi, aparentemente, a única pessoa naquele quarto que notou isso.
Da mesma forma que antes, assim que o fogo tocou as letras, a imagem de Alvo Dumbledore se formou diante dos olhos de todos, sem exceção, lágrimas encheram os olhos de todos.
Dumbledore começou a falar, maquinalmente:

"Eu Alvo Percival Wulfrico Brian Dumbledore, em sã consciência dos meus atos, venho a escrever meu testamento, como de praxe, antes de sair em uma missão desta periculosidade.
Estou meio sem tempo agora, Harry vai chegar a qualquer minuto para que eu conte sobre a caverna, tenho um péssimo pressentimento sobre este lugar, mas acho que Harry vai dar conta.
Deixo um quarto do meu ouro para minha estimada amiga Minerva McGonagal e para Alastor Moody.
Deixo outro quarto do meu ouro, para a família que mais precisa dele e que acima de todas o merece, os Weasley, além de serem o exemplo de família a ser seguido, tem uma coragem, nobreza e caráter merecedores de todas as riquezas deste mundo, por tanto dou a eles minha quota de ajuda, para a vida.
Para Remo Lupin, dou os dois quarto restantes do meu ouro, sendo que, metade deve ser usado nos assuntos pertinentes da Ordem da Fênix, se sobrar, é dele.
Para Hagrid, meu fiel amigo, deixo uma propriedade nas montanhas do oeste da França, em um local mágico, repleto do tipo de "bichinhos" que ele gosta, a casa tem proteção, contra o peso deles, portanto é seguro morar lá.
Agora para Harry, Tenho para ti meu garoto, amigo e aprendiz, que tomei para mim como um neto, mais tarde um filho, e hoje um irmão. Deixo para ti, minha Penseira, aqueles pensamentos que temos visto, meus livros de auto-defesa e é claro um livro escrito por mim mesmo (sinto que vou desapontar a Srta. Granger agora) que somente poderá ser lido pelos seus olhos meu caro.
Agora, meus últimos pedidos, se Minerva, Hagrid ou Harry puderem chamar o nome de Fawkes agora em alto e bom som..."


- Fawkes! - chamaram Minerva e Hagrid com a voz embargada.
Em uma mini-explosão de fogo a bela fênix "aparatou" no quarto e pousou suavemente no ombro de Harry.

"... Supondo que já a tenham chamado, posso fazer meu pedido.
Fawkes, minha amiga, você demonstrou lealdade a mim até o último segundo e agora te faço um último pedido. Peço que acompanhe Harry com a mesma lealdade que a mim empregaste. ..."


Fawkes piou melodiosamente.

"Harry, Fawkes será de grande utilidade pois poderá levar cartas sem que haja o risco de que seja interceptada.
Deixo para ti Harry, a espada de Godric Gryffindor, por que de fato ela nunca me pertenceu, mais tarde verá a razão.
É do meu desejo que Minerva, Remo e Alastor, cuidem da liderança da Ordem da Fênix.
Por último peço a Harry assim que partir, antes de qualquer coisa, siga a caminho das montanhas do sul da Alemanha, no pico Caradhras encontrará um mosteiro bruxo, lá irão lhe treinar, o monge chefe é meu amigo de longa data e me deve um favor. Será treinado na arte da espada, lança, arco e flecha, também será treinado para que obtenha um bom condicionamento físico, depois será treinado no combate bruxo medieval tanto na teoria quanto na prática, isso inclui oclumência e legilimência. Por último, mas não menos importante será treinado no conhecimento das técnicas militares.
Aqui me despeço meus amigos, e peço que nunca se esqueçam de uma frase que Tiago costumava usar: Caiu Sete Vezes, Levanta- te Oito.

Alvo Dumbledore.


Harry chorava silenciosamente, nunca soubera que o velho diretor o estimava tanto, isso era ao mesmo tempo, reconfortante e martirizante. Saber que o diretor nutria um bom sentimento por ele era muito bom, mas era martirizante saber que esse sentimento lhe fora brutalmente retirado.
Precisava de um tempo, para absorver as informações e armar um novo plano.
Levantou-se, e perguntou:
- Terminamos por aqui? - Perguntou com a voz embargada.
- Sim Harry. - disse Minerva.
Harry nada disse, apenas foi até a porta do quarto e saiu por ela. Desceu as escadas, pegou o casaco e colocou- o sobre os ombros, subiu novamente, e foi até o quarto de Fred e Jorge, abriu a tampa do malão, e procurou, procurou e procurou até achar uma bonita chave de ouro, desceu novamente as escadas e deu cara com Rony.
- Onde você vai? - Perguntou, preocupado.
- Ao banco. - Respondeu em tom de simplicidade.
- Como?
- Aparatando.
- E o Ministério?
- Eles devem ter mais o que fazer.
- Não demora, se não mamãe me estupora.
- Ihh, diga a ela que pode demorar um pouco.






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