R.A.B



- Vocês deveriam ter chamado alguém! Não acredito! Quatro adolescentes enfrentando comensais! Aonde vão parar os jovens bruxos quando pensam que podem enfrentar tudo sozinhos? – Madame Pomfrey repetia pela décima vez. Ela passava de cama em cama examinando Harry, Rony, Hermione e Gina.
- OK, Madame Pomfrey – Harry disse – Mas já te disse que não dava tempo senão enfrentar! O que importa é que ficamos bem, não é?
- Pura sorte, Potter! Pura sorte...
- Oh sim, escapei de Voldemort tantas vezes e todas elas foram ‘pura sorte’ – disse Harry irritado.
Hermione lhe lançou um olhar como quem quisesse dizer “Não adianta discutir com ela” e Harry se calou.
Madame Pomfrey ia e vinha passando poções no ombro de Gina. Num desses vai e volta, Hermione aproveitou e disse:
- Abafiatto!
Olhou para os lados e continuou sobre os olhares inquisidores dos amigos:
- Ok, agora que Madame Pomfrey se foi...sejamos rápidos! – olhou para os lados mais uma vez e por fim disse – Gina, o que foi aquilo?
- Aquilo o que, Mione?
- Gina você aparatou e desaparatou tão bem! Sabe que não tem licença pra isso, não sabe? E se alguém te visse? Aliás, como você aprendeu?
Todos olharam para Gina como quem dissesse “É verdade, como não percebemos? Gina, você não tem licença!”.
A garota bufou irritada e respondeu:
- Bom eu aprendi aprendendo, oras! Assim como vocês! – riu ironicamente – Ah sim, tenho que agradecer Fred e Jorge sabem! Se não fossem eles eu nem estaria aqui, creio...
- Ah se mamãe souber disso! – exclamou Rony.
- E você nem pense em contar, Rony! – disse Gina balançando o dedo indicador – Se não fosse esse truque de aparatar e desaparatar eu não tinha muitas chances com o comensal! Ah e claro, obrigada pela capa da invisibilidade, Harry!
- Pessoal, desde quando vocês se importam em quebrar regras? – perguntou Harry – Ah claro, me esqueci de você Hermione (a garota o olhou com censura), mas a Gina está certa! Graças a Merlin, ela só machucou o ombro... Você foi maravilhosa, Gina!
Gina corou furiosamente e por um momento Harry pensou que a Gina atrevida e manipuladora tinha dado lugar á uma Gina tímida e silenciosa.
Mas ela continuou:
- Obrigada, Harry – aqui ela sorriu – Alguém sabe como estão Luna e Neville?
Todos olharam para Hermione e a expressão de divertida deu lugar a uma certa preocupação:
- Eles não acordaram ainda. Foi diagnosticado que passaram por uma seção de ‘crucio’, se não tivéssemos chegado a tempo eles talvez tivessem ficado como os Longbotton!
- Não diga isso nem brincando, Mione! – disse Rony assustado.
- Eu não estou brincando, Rony! – Hermione disse e começou a chorar.
Rony levantou num impulso e foi abraçar a garota. No princípio ela se assustou, e Harry e Gina pensaram que ela ia se desvencilhar dos braços do ruivo, mas pelo contrário, ela se aconchegou mais e chorou copiosamente enquanto Rony afagava seus cabelos volumosos.
Gina deu um sinal para Harry e os dois fecharam o cortinado de suas camas respectivamente, dando a entender que tinha engatado num sono profundo.
- Mione... – Rony dizia enquanto passava a mão na cabeça da garota.
- Por que você sempre está comigo quando mais preciso, Rony? – a garota indagou soluçando lembrando no funeral de Dumbledore.
O garoto se assustou com a pergunta, mas depois sorriu e apertou mais ela contra o seu peito.
- Talvez seja porque eu goste de você, Hermione – ele disse sério – Mas quando você vai entender, hein?
- Rony...
Rony levantou a cabeça dela com as mãos e a forçou olhar em seus olhos. A garota tentava enxugar as lágrimas que insistiam em cair, mas o ruivo encostou sua testa com a dela e disse:
- Não diga nada! Não pense em nada! – e beijou Hermione apaixonadamente pela primeira vez. Nem perceberam que um certo garoto de óculos e uma certa garota ruiva espiavam pelo cortinado, e nem que uma Madame Pomfrey havia acabado de derrubar a bandeja de poções ao presenciar a cena.

***

Rony e Hermione agora só viviam entre sorrisos, mãos dadas e beijinhos nas horas mais inconvenientes. Harry estava muito feliz pelos amigos, mas cada vez que via a troca de carinhos entre eles se lembrava mais em Gina.
Naquela semana a reunião com Tonks não foi muito interessante. “Os bruxos do Departamento de Mistérios disseram não saber nada sobre estatueta alguma”, ela disse aborrecida. “Mas para compensar vamos amanhã ao cemitério, Moody e Lupin também irão.”
Com a autorização de McGonagall eles foram para Hogsmead e aparataram em frente ao cemitério. Era um lugar muito calmo e deserto. Só se ouvia o canto dos passarinhos e a respiração ansiosa dos presentes. Remus Lupin guiava o grupinho em direção à lápide de James e Lily Potter.
Harry estava perdido em seus pensamentos. Aquele lugar, embora calmo, parecia trazer tudo à tona, parecia lembrar que por culpa de Voldemort as pessoas que ele amava simplesmente partiam, o deixando só.
- Aqui, Harry – disse Lupin o tirando de seus devaneios – Vamos deixar você sozinho...por...alguns minutos.
Minutos que pareceram ser horas, Harry ficou ali agachado e chorando mais do que chorara em tudo na sua vida. Chorava por seus pais, por seu padrinho, pelo diretor e até mesmo por Cedrico, que se fora por culpa dele. Também chorava de medo de Voldemort matar seus melhores amigos...de matar seu amor.. Mas, ele se levantou rapidamente tendo uma súbita decisão: “O medo não leva à nada. Vou lutar até o fim. Vou lutar pelos que se foram e para que nenhum outro irá”.
Nesse mesmo instante o grupo reapareceu. Alastor Moody vinha á frente.
- Está tudo ok, Potter? – interrogou ele – Vejo uma pequena caixa no túmulo de sua mãe. Se me der permissão poderemos analisar...
- Co-como? – perguntou Harry.
- O olho dele Harry! – disse Hermione – Ele consegue enxergar através das coisas!
- Er..tudo bem, Harry? – perguntou Lupin.
- Ahn..sim..Ok!
Então Olho-Tonto sacou a varinha e disse:
- Depulso!
Terras voaram por todos os lados até aparecer uma cova em que tinha um caixão com um bauzinho ao lado. Sem pensar duas vezes Harry disse:
- Accio baú!
Uma pequena caixinha de madeira veio até as suas mãos. Ele olhou para seus amigos, todos estavam ansiosos. Moody girou seu olho em direção ao bauzinho e disse:
- Está tudo bem.Há um pergaminho dentro. Nada de magia das trevas, só há magia para conservação.
Com o assentimento de todos Harry abriu a caixinha. Realmente havia um pergaminho. Era verdade que estava muito velho, com uma cor amarelada, mas, estava inteiro.

“Querida Lily,

Escrevo apenas para me desabafar. É uma pena que você não virá isso, mas quem sabe seja útil para alguém um dia. Ele está atrás de mim. Daqui algumas horas, ou até mesmo minutos sei que irei morrer. Só quero registrar que fiz minha parte. Foi um grande erro eu ter ido para o lado das Trevas, mas eu compensei descobrindo o segredo dele, eu fiz isso somente por você minha querida Lily. Eu já destruí o medalhão, não foi tão difícil como eu pensava que fosse. Sei que você ficaria furiosa se eu dissesse que mandei um elfo doméstico beber a poção, mas foi exatamente isso que eu fiz.
Eu suspeito que uma horcrux esteja na sua casa, mas certamente que não terei tempo para destruí-la. Oh, devo estar louco, falando coisas que você quando viva nem tinha conhecimento e que nunca vai ter. Mas é porque não há mais nada que eu possa fazer agora. Sinceramente espero que essa carta seja útil no futuro, se cair em boas mãos com certeza será, por isso coloquei feitiços de conservação. Agora vou pôr isto em seu túmulo.

Não te esquecerei nunca,
Ryan Arthur Bonies.”



N/A: Desculpem qualquer erro! Capítulo curtinho =P
Já to escrevendo o sexto!
Beijos.
Monique

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