Lembranças que podem ser prova
Harry estava deitado na cama, já havia fechado o cortinado e fingia que dormia para seus companheiros de quarto. Ele estava pensando em tudo o que acontecera no cemitério.
A carta foi motivo de surpresa para todos.
“O Bonies é do nosso tempo de Hogwarts. Ele e Lily eram amigos. James sempre teve uma certa antipatia por ele, mas nunca imaginávamos que ele gostasse de Lily assim. Até mesmo porque não tínhamos notícias dele desde que concluímos o sétimo ano, provavelmente estava trabalhando para Você-Sabe-Quem” foi o que Lupin disse.
Moody apenas dissera que na época do auge do Lorde das Trevas poucos aurores tinham conhecimento de Bonies, mas que os que conheciam sabiam que ele era muito inteligente.
De qualquer forma, Bonies tinha razão. A carta fora muito útil para ele. Agora eles sabiam quem era R.A.B e também sabiam que o medalhão de Salazar Slytherin fora realmente destruído. Harry ficou muito tempo ali, raciocinando e pensando no que teria que fazer. Foi com esses pensamentos que ele adormeceu.
Mas, o sono não fora tão tranqüilo como ele gostaria que fosse.
A sexta-feira havia sido tranqüila. Bem, não tão tranqüila assim. Eles somente haviam estudado para os N.I.E.M’s nos intervalos das aulas.
“Então podemos concluir que a revolta dos Elfos Domésticos foi devido á um bruxo oferecer feriados e salários. Francamente.” Encerrou Hermione.
- Está vendo Hermione? Ainda bem que você desistiu do Fale, não gostaríamos de outra revolta não é? – perguntou Rony rindo.
- Não é Fale, Rony! – interrompeu ela – É F.A.L.E! E não reclame!
- Nem namorando vocês não conseguem ficar sem discutir, não é mesmo? – Harry perguntou revirando os olhos.
- Não estamos discutindo! – disse Hermione rapidamente.
- OK, já estudamos demais por hoje! Hermione, você nem comeu direito. Está pálida! – disse Rony preocupado.
A garota apenas sorrira fracamente.
- Ainda dá tempo de chegarmos para o jantar no Salão Principal! Vamos! – disse Harry ao mesmo tempo em que eles se levantavam.
O Salão Principal estava cheio. Os estudos pareciam deixar os alunos famintos, já que os quintanistas e setimanistas devoravam a comida como Harry nunca vira antes. Aliás, já vira Rony fazendo isso. Era normal para ele.
- Eu estive pensando.. – disse Hermione
- Você sempre está pensando, Mione! – interrompeu Rony.
Harry pensou: “Pronto,vai começar”
- Rony! – a garota o repreendera com um beijo nos lábios.
Harry revirou os olhos:
- Diga Hermione!
- É sobre a carta de R.A.B. Todos ficaram surpresos com o fato de Bonies gostar de sua mãe, Harry, e de ter destruído o medalhão de Slytherin que esquecemos que ele comentou algo sobre alguma Horcrux estar na casa dos Potter.
- É mesmo! – concordou Harry alarmado – Nunca pensamos em visitar Godric’s Hollow!
- Bem, na verdade você pensou, Harry – o garoto olhara Hermione com um ar interrogativo- Antes de saber que iria voltar à Hogwarts, não é? Você não iria comprar uma casa lá?
- Sim, vou ter que ficar no Largo Grimmauld mesmo. Nem tive tempo para correr atrás disso! – disse Harry pensativo.
- Ok, mas para mim já passou da hora de “visitar” a Penseira de Dumbledore! – disse Rony fingindo-se de emburrado.
- Para mim, Rony – disse Hermione – Você está louco é para usar uma penseira.
- Ei! Eu não quis dizer isso! – falou Rony.
- Mas é verdade, Mione – interrompeu Harry – Você nos pressiona tanto para estudar que até esquecemos desse detalhe! A penseira!
- Claro, Harry, os N.I.E.M’s são importantes! – repreendeu a garota.
- Antes que ela comece a fazer um discurso de como temos que estudar, - Rony cochichou para Harry – Vamos mudar de assunto – agora ele disse em voz alta – Com certeza a penseira nos dará algumas pistas!
- Com certeza, Rony. Mas acho que está na hora de dormir! Estudamos muito hoje e estamos cansados!
- Um milagre aconteceu! – Rony comemorou – A Mione descobriu que a vida não é só de estudos! Temos que descansar também!
O trio gargalhou e juntamente subiram para seus dormitórios.
* * *
A manhã estava perfeita para um dia de Quadribol. Harry, Rony e Gina estavam muito ansiosos para o primeiro jogo do ano que aconteceria em poucos minutos.
- Não adianta, Mione! – Rony dizia – Eu não consigo comer!
- Se você acha que sem comer seu desempenho no jogo vai ser melhor está muito enganado! – Hermione insistia – Rony, você precisa comer alguma coisa!
Depois de Hermione insistir muito, Rony ainda conseguiu engolir algumas torradas e um pouco de suco de abóbora.
- Vai dar tudo certo! – Hermione lhe disse beijando lhe os lábios.
Harry olhou significantemente para Gina que disse:
- Vamos vencer!
- Que isso gente! É só um jogo de Quadribol! Até parece que estamos indo para a batalha final! – disse Mione revirando os olhos.
Rony olhou para a garota como se ela fosse louca, depois olhou para Harry e sussurrou:
- Ela nunca vai entender!
Para o divertimento de todos, Luna Lovegood é quem iria narrar o jogo. A garota estava com um chapéu berrador de águia na cabeça e seu rosto era de uma expressão de que não sabia porque estava ali. Minerva estava ao lado da garota. Parecia lhe dizer algumas últimas instruções e tinha uma expressão apreensiva.
- Bom Dia! Bem-Vindos á primeira partida de Quadribol do ano! – muitos aplausos – É Leão contra Águia!
A torcida vermelha balançava uma bandeira com o símbolo de Grifinória e gritava:
- Ei! Ei! Ei! Weasley é o nosso rei!
Quando Madame Hooch apitou, catorze vassouras subiram ao ar.
Luna anunciou os nomes dos jogadores (mesmo tendo confundindo uns dois ou três) e a partida começou.
- Mesmo eu sendo da Corvinal eu sou imparcial sabe! Mas tenho que admitir que a equipe da Grifinória está muito boa! Eu adoro o jeito que o Weasley def...
- Luna, você não é comentarista! Narre o jogo, ninguém está interessado na sua opinião! – uma Minerva aborrecida interrompeu a garota.
- Ok, professora...Eu só achei que...Oh! 20 à 10 para Grifinória! Já? – Luna parecia incrédula.
O jogo estava equilibrado. A equipe da Grifinória estava sim muito boa. Harry estava orgulhoso em saber que ele escolheu bem, mas ele também tinha que admitir que a Corvinal não ficava muito pra trás! Era verdade que o time da águia estava formado por alunos novos, ele não conhecia nenhum, porém, os poucos minutos em que observou o jogo foi o suficiente para ele concluir que Corvinal estava jogando muito bem!
Gina, Jane e Freddy pareciam se entender muito bem. Parecia até uma estratégia. Eles lançavam a goles uns aos outros com uma velocidade impressionante.
Um balaço vinha em direção a Gina, mas Lucy Rowling o rebateu rapidamente.
- A goles está com a Grifinória! Gina desvia de Blair, passa Woods! Manda a goles para Green e...
- É Grint, Lovegood! – interrompeu McGonagall. A platéia caiu na gargalhada.
- Desculpe! Grint devolve para Gina e.... PONTO PARA A GRIFINÓRIA!
Uma multidão de alunos com vestes vermelhas comemorou.
Harry percebeu que estava difícil para o time dar conta da Corvinal. Sim, a Grifinória estava na frente, mas ele precisava achar logo o pomo de ouro antes que a situação se invertesse.
Ele deu um impulso na sua Firebolt e pôde ver uma bolinha de ouro que batia as asas freneticamente acima da cabeça do apanhador da Corvinal.
“Preciso fazer com que ele vá para outro lugar, ou não tenho a menor chance.”
Então, lembrando-se do que Krum fizera na Copa Mundial de Quadribol Harry concluiu:
“Posso tentar fazer parecido.”
Com a intenção de chamar a atenção de todos Harry mergulhou. Todos prenderam a respiração e Luna anunciou:
- Parece que Harry viu o pomo!
Olhando para trás, Harry Potter ficou feliz em constatar que o apanhador corvinal estava mergulhando na mesma direção dele, mesmo tendo uma expressão confusa.
Quando estava a uns três metros do chão Harry subiu. Thomsom parecendo entender a situação, levantou rapidamente sua vassoura e foi atrás, por pouco não colidiu com o chão.
- Harry fez um Fingimento Wronsky! – Luna arregalou seus olhos azuis.
- Fita de Wronsky, Lovegood! – dessa vez até mesmo Minerva caiu na gargalhada.
Harry estava em vantagem...estava cada vez mais próximo do pomo de ouro. Os artilheiros, batedores e goleiros de ambos times pareciam ter esquecido o jogo para assistir á competição dos apanhadores. Aproveitando a deixa, o artilheiro grifinório (Freddy Speeter) fez mais um gol, mas ninguém percebeu. Porém, o placar passou a estar 30 á 10, para Grifinória é claro.
Agora Harry estava bem próximo. Esticou a mão e...
- GRIFINÓRIA VENCE! – a multidão vermelha levantou erguendo as bandeiras.
A comemoração na sala comunal foi geral. Vários alunos tinham contrabandeado muitas cervejas amanteigadas e comemoravam felizes a vitória.
Depois de todos quase “esmagarem” Harry, literalmente é claro, ele se sentou num canto e ficou a observar todos conversando alegremente. Era nessas horas que Harry esquecia que tinha uma guerra para vencer.
Agora ele tinha outros pensamentos na cabeça. Ele começou a se lembrar que, no ano passado, numa vitória da Grifinória em que ele não estava presente (estava de detenção com Snape), ele tinha chegado e Gina pulara em seu pescoço... E eles haviam dado o primeiro beijo.
- Pensando em que, Sr. Potter? – uma garota ruiva interrompeu seus pensamentos.
Harry corou violentamente, imaginando se a garota sabia Legilimência.
- Olá Gina! – ele disse e sorriu.
- Vim aqui te fazer companhia – a garota continuou – Rony e Hermione parecem estar bem ocupados.
Harry riu.
- Nessas horas me lembro do nosso primeiro beijo – Gina disse – Naquele momento pensei que finalmente poderia ser feliz ao seu lado mas...
Era incrível como Gina conseguia dizer tudo aquilo sem corar, ao contrário de Rony que ficava da cor de seus cabelos, Gina mantinha uma expressão normal.
- Gina, nós já conversamos sobre isso – Harry a interrompeu – Você sabe que é um perigo nós namorarmos, Voldemort iria querer me atingir através de você...
- Eu quero mais é que se dane aquele cara de cobra! – Gina interrompeu furiosa – Você não me deu o direito de escolher se queria correr riscos ou não! Não adianta eu viver sem riscos, mas não ser feliz. Eu só estaria feliz em seu lado, Harry! Mas você é egoísta demais e ainda não percebeu que também quero lutar nessa guerra! Eu estaria disposta á tudo! Até mesmo correr riscos por causa de você.
- Gina, como você acha que eu me sentiria se Voldemort te matasse por causa de mim?
- Harry, eu já corro riscos sem ser sua namorada. Não esqueça que sou uma “traidora do próprio sangue” e estive no ministério. Eu seria um trunfo para os comensais! Você querendo ou não eu não vou ficar quietinha no meu canto! Eu também quero lutar!
- Eu não conseguiria me concentrar só de saber que você está na batalha final, Gina! Já foi difícil em Hogsmead, e só com três comensais! – Harry já estava irritado.
- Mas eu me saí bem não foi? – a garota sorriu – Você acha que só você se preocupa comigo, não te passa pela cabeça que também fico louca quando você está lutando? Que fico preocupada com você?
- Mas acontece que essa batalha é minha, Gina! Eu sou o Eleito!
A garota arregalou os olhos, Harry percebeu que falara demais.
- C-como? – ela perguntou com os olhos marejados.
- Esquece – Harry tentou disfarçar.
- Não! – Gina disse – Harry, por favor me diga!
- Vamos sair daqui e eu te explico – Harry pegou as mãos da garota e a levou para a Sala Precisa.
“Precisamos de uma sala para conversar”. E uma porta se materializou diante deles.
Eles entraram numa sala muito bonita e aconchegante. Havia muitas poltronas e pufes, o ambiente era leve e suave, as cortinas eram da cor azul claro.
Harry estava nervoso e não sabia por onde começar. O olhar decidido de Gina sobre ele não estava ajudando em nada. Dumbledore só havia permitido contar sobre a profecia para Rony e Hermione, mas ele achou que a garota a sua frente também tinha o direito de saber.
- Gina, - ele pegou nas mãos dela – É uma coisa que só Hermione e Rony sabe, por isso jure que não contará para absolutamente ninguém.
- Eu juro! – ela disse prontamente.
Então Harry contou tudo sobre a profecia. Contou que foi pregada por Trelawney, contou sobre Snape ter escutado parte dela...
Gina lutava para segurar as lágrimas que insistiam em cair. Ela não queria passar medo ao seu amado, queria passar confiança.
- Você não está sozinho nessa, Harry – ela disse com a voz fraca – Estamos todos do seu lado. Nos deixe lutar! Esse é um direito nosso. Você não pode querer vencer sozinho. Lembre-se de que Dumbledore lhe falou. Você possui o poder do amor. Esse é o poder que V-v-voldemort desconhece. E é com seus amigos que você irá conseguir vencer essa guerra! Nós venceremos!
- Eu até te entendo, Gina – a garota o olhou esperançosa – Mas, é muito difícil para mim tudo isso. Veja bem, ele matou meus pais, meu padrinho... o diretor... e não pensaria duas vezes em mata-los para me atingir!
- Se morrermos, Harry – ela prosseguiu – Morreremos lutando para um mundo justo em que todos tenham direito de ser diferentes...
- Gina, eu não quero pôr você em risco... Eu não consigo viver sem você.
- Estamos quites, Harry. Você acha que se você morresse estaria tudo ok comigo? De jeito nenhum! Como acha que me sentiria se você morresse e eu nem pelo menos tentasse lutar ao seu lado? Eu tenho direito de escolher, Harry... Eu quero carregar esse peso com você! Eu estou disposta a isso... Sei que é difícil para você! Mas, para mim também é!
Harry não tinha mais palavras, isso não significava que ele concordara com Gina, mas o fez pensar que estava mesmo sendo egoísta... que não conseguiria controlar essa garota...
- Tudo bem, Gina. Você até pode lutar, pode estar dentro de tudo. Mas, não podemos assumir um namoro... isso colocaria você em maior risco.
Para sua surpresa ela sorriu.
- Você já pensou que talvez o amanhã não possa existir? Já pensou que estamos desperdiçando uma chance de ser felizes juntos? Já pensou que depois da guerra eu ou – aqui ela tremeu- você não existirá mais? Que aí teremos descartado nosso amor?
Gina sem conseguir se controlar começou a chorar.
- Você sabe que te adoro desde a primeira vez que te vi. No expresso de Hogwarts. Passei todos os anos só gostando de você... Mione sempre me ajudou, falando para me distrair e ser eu mesma... para você me notar. Já te disse isso. – a garota baixou os olhos – Mas Harry, se o que nós tivemos no ano passado para você já passou e não significa mais nada, não precisa me enrolar... É só dizer que não quer nada comigo.
- Nunca! – Harry a olhava boquiaberto – Eu amo você, Gina. Se eu não gostasse de você acha que me preocuparia tanto com você assim? Eu quero ficar ao seu lado, mas não posso.
- Já te disse, Harry! O amanhã pode não existir! Você está desperdiçando nossos sentimentos!
Sem falar mais nada, Harry, que há muito tentava se controlar cedeu. Pegou a garota e a colocou em seus braços. Ficou um tempo olhando naqueles lindos olhos castanhos e disse:
- Você está certa. Vamos lutar juntos, não conseguirei mais te segurar mesmo – ele beijou seu pescoço – Eu amo você e Voldemort não vai tira-la de mim!
E então a beijou apaixonadamente com tantas saudades, com tanto medo de perde-la, com tanto amor que nem percebeu a hora passar.
***
Harry acordou com o grito de um Rony furioso:
- Onde você levou Gina ontem, hein? Só não fui atrás porque Mione me impediu!
- Ei, calma aí, Rony – Harry disse ainda sonolento – Não é nada do que você está pensando!
- Como não? Vocês somem por mais de duas horas e quer que eu pense o que? Quando todos já foram dormir, eu e Mione ainda estávamos na sala comunal e vocês ainda não tinham chegado! – ele retrucou furioso.
- Pelo jeito você nem sentiu minha falta, seu mentiroso! Acho que imagino o jeito que Hermione te impediu. – ele gargalhou enquanto Rony ficava da cor de seus cabelos.
- Sério, Rony... Só tivemos uma conversa, chegamos num acordo e... hum...
- E...? – insistiu o garoto.
- Decidimos voltar. – Harry corou – Mas não que isso seja do interesse de todos.
E então Harry contou toda a conversa para Rony, contara tudo nos mínimos detalhes. Não sabia que nesse momento Gina Weasley estava fazendo o mesmo com Hermione Granger.
- Bom dia garotos! – Hermione sorria radiante (já estavam na sala comunal) – Já estou sabendo da novidade!
Gina sorriu radiante.
- O que vamos fazer hoje? – perguntou Rony e vendo a expressão de Hermione continuou: Ah, não Mione! Não estou afim de estudar em pleno domingo!
- Nem pensei nisso, seu bobo! – ela sorriu – Achei que podíamos ver a penseira... – ela olhou para Harry – O que você acha?
- É uma boa idéia – Harry respondeu.
- Até parece que ela controla nosso horário – Rony sussurrou para Harry, o que não passou despercebido por Hermione.
Gina prevendo que estava para acontecer mais uma discussão boba entre o casal disse:
- O que estamos esperando? Vamos então!
Eles passaram pelos corredores vazios até chegar à antiga sala de Dumbledore. Parecia que todos os alunos naquele domingo tinham decidido descansar ou ficar á toa observando a Lula Gigante no lago.
Quando chegaram enfrente a gárgula Harry disse a senha e eles subiram à escada.
- Com licença, professora – Hermione disse e Minerva ergueu os olhos de um pergaminho.
- Bom dia, aconteceu alguma coisa? – Minerva perguntou assustada.
- Não – respondeu Harry – Só gostaríamos de dar uma olhada na penseira... como sugeriu o professor Dumbledore.
- Ótimo – Minerva disse ao mesmo tempo em que se levantava – Fiquem a vontade, está naquele armário. Eu estava mesmo precisando fazer uma visita à Papoula.
Quando a diretora e professora de Transfiguração saiu eles se dirigiram á um armário. Harry pegou a penseira e notou que do lado dela tinha vários frascos de lembranças, igual ao que ele vira nas aulas com Dumbledore.
- Qual deles? – Rony perguntou confuso.
- Quem sabe se lermos as etiquetas sabemos por onde começar? – sugeriu Gina levantando uma sobrancelha.
Não precisaram de muito esforço. O frasco que estava mais visível trazia uma etiqueta que dizia: “A missão de Snape”.
Harry frizou as sobrancelhas e disse:
- Como assim?
- Vamos ver primeiro depois nós tiramos nossas conclusões, Harry – Hermione disse sabiamente.
Sentindo o olhar de todos sobre si, Harry pegou o frasquinho da lembrança e despejou na penseira. De repente tudo começou a girar e eles entraram sentindo a sensação de estar caindo no vazio.
Eles estavam na sala de Dumbledore. A única diferença com a atual é que Fawkes, a fênix, descansava tranquilamente em seu poleiro. Dumbledore estava sentado em sua poltrona de frente com um Snape que mantinha uma expressão nervosa e ao mesmo tempo decidida.
- Presumo que você já saiba porque lhe chamei aqui, Severo? – Dumbledore perguntou calmamente.
- Sim, não precisa ser um bom legilimente para isso, Alvo – Snape respondeu carrancudo.
- E nem que se você utilizasse legilimência conseguiria saber – Dumbledore sorriu – Modéstia á parte, sou um bom oclumente.
- Não é hora para brincadeiras, Dumbledore – Snape disse – Já sei do que você quer falar e presumo que o senhor também saiba a minha resposta.
- É claro que sei sua resposta. Já discutimos tanto sobre isso. Mas você já também sabe que não aceitarei tão fácil a sua recusa – Dumbledore ainda matinha uma expressão calma.
- É a sua vida que está em jogo, Alvo! Você precisa continuar vivo! Potter não sabe fazer nada sem você! – Severo Snape quase gritara.
- Você não está preocupado com Harry, Severo – agora o diretor ficou sério – Você só não quer matar o único homem que lhe deu mais uma chance, o único que acreditou em você.
Snape bufou.
- É, é isso também!
- A Ordem vai saber, mesmo que não tão breve, da sua inocência. Já te contei meus planos.
- Pouco me interessa o que a Ordem irá pensar! – retrucou o ex- professor de poções.
- Será necessário que sim, ou minha morte terá sido em vão.
- Alvo, não quero perder minha paciência como na semana passada na Floresta Proibida.
- Então fique calmo. Severo, por favor...
- Não, Alvo!
- Pense comigo. A vida de um aluno corre risco. Draco Malfoy não vai conseguir completar a tarefa. A família dele corre perigo. Você corre perigo, já que fez o voto com Narcisa. Voldemort vai confiar mais em você se me matar, e será um espião ótimo para a Ordem – Dumbledore disse.
- É. Vejo mesmo que não tenho opção, não é? – Snape perguntou.
- Não. Não tem. – Dumbledore disse e sorriu.
- Ótimo! – falou Snape se levantando.
- Já sabe as instruções: terá que me matar na noite em que Draco trouxer os Comensais para a escola. Aliás, como estão os planos dele?
- Não sei! Ele não me diz nada! – Snape dizia ainda impaciente.
- Tudo bem. Confio em você, Severo. Tudo vai dar certo.
Snape olhou uma última vez para Alvo Dumbledore e se retirou.
Harry juntamente com seus amigos estava de volta á atual sala de Dumbledore. Todos tinha uma expressão assustadíssima e não encontravam palavras para dizer.
- Agora entendi meu sonho! – Harry disse levando as mãos á boca.
- Que sonho? – perguntou Hermione.
E então Harry contou para eles o sonho que tivera, da discussão de Snape e Dumbledore na orla da Floresta Proibida.
- Agora me lembrei que Hagrid deixou ‘escapar’ que ouvira uma discussão entre eles! – Hermione concluiu pasma.
- Snape é inocente... – Rony dizia – Caramba, não dá pra acreditar!
- Como não senhor Wasley? – a voz de Dumbledore no retrato os surpreendeu – Minha lembrança não é o suficiente?
- Desculpe, professor! Eu não quis dizer isso – Rony respondeu envergonhado, mas o quadro já voltara á um sono profundo.
- Eu me lembro que no dia da morte de Dumbledore, ele pareceu suplicar á Snape: “Severo... por favor...”, com o mesmo tom de voz que ele disse na lembrança! – Harry disse aos amigos.
- Provavelmente ele se comunicou com o Prof. Snape através de legilimência! Estava pedindo para que o matasse. Não é o tipo de Dumbledore suplicar pela vida...
- Sim, srta. Granger. Pois a morte é apenas a aventura seguinte – o retrato os surpreendeu novamente, mas já tinha adormecido.
- Precisamos encontrar, Snape! – Gina disse – Ele será crucial para essa batalha. Com certeza sabe sobre as Horcruxes.
- Eu tive uma idéia! – Hermione disse – Snape ainda pode entrar no Largo Grimmauld, não pode? No natal damos um jeito de ficarmos só nós lá e chamamos ele!
- Sim, mas eu acho que devemos mostrar essa lembrança para a Ordem, aliás para os mesmos que confiei sobre as Horcruxes. Assim todos nós podemos receber Snape e decidir o que fazermos. – Harry disse no que todos assentiram.
- Estive pensando... – Gina disse, mas foi interrompida por Rony:
- Engraçado, quem sempre faz isso é a Mione!
- Deixe ela falar, Rony! – Hermione retrucou.
- Nós já sabíamos que Draco tinha a missão de matar Dumbledore, porque Harry ouviu a conversa entre eles na Torre, certo? – Gina continuou e todos assentiram.
- Mas que história é essa do Voto com Narcisa? – Harry perguntou entendendo onde Gina queria chegar.
- Lembra que eu te falei, Harry? Que os gêmeos quase fizeram eu fazer um voto desses quando era pequeno? E que papai brigou com eles? Quem faz um voto desse, se não cumprir o que foi prometido, morre! – Rony disse.
- Sim, - concluiu Hermione – Snape provavelmente fez um voto inquebrável com Narcisa Malfoy. Um voto que jurava proteger o Malfoy.
- Por isso Snape também corria risco – Gina disse pensativa – Se ele não matasse Dumbledore ele iria morrer por quebrar o voto, e Draco morrer por Você-Sabe-Quem.
- Extremamente bondoso o Prof. Dumbledore – Mione disse com os olhos marejados.
Rony a abraçou.
- Bem que esse ‘assassinato’ me intrigava! – disse Gina – Dumbledore não parecia o tipo de pessoa que se enganaria confiando em alguém!
- É ele sempre disse que confiava em Severo Snape. Harry me disse isso. – Hermione disse ainda nos braços do namorado.
- E porque você nunca me disse nada sobre esse assassinato te intrigar, Gina? – perguntou Harry.
- Porque você provavelmente iria ter uma explosão de raiva – a garota respondeu prontamente – Estava louco para se vingar de Snape! Se eu dissesse uma coisa dessa você iria me estuporar!
- Ei! Eu não faria isso! – Harry disse sorrindo sem graça.
Gina abraçou o namorado e beijou lhe os lábios.
- Vai saber né! – ela disse e sorriu.
- Da para vocês pararem com esse mela-mela que está me irritando? – perguntou Rony fingindo.
- Credo, Rony! Até parece que você não é assim comigo! – disse Hermione no que todos riram, exceto Rony que ficara da cor dos cabelos (novidade).
***
Nos intervalos das aulas dos dias seguintes, eles só comentavam sobre o que viram na penseira e também o assunto que, provavelmente, Tonks iria discutir na próxima reunião. Também já estavam ansiosos para a aula de Duelo da Ordem na Sala Precisa na sexta-feira seguinte.
Quando não falavam sobre isso, discutiam os assassinatos, desaparecimentos e fenômenos estranhos que o Profeta Diário anunciava.
- Estou preocupada – disse Hermione numa dessas conversas – Está tudo muito quieto, sabe. Para nós.
- Como assim, Mione? – perguntou Rony – O ataque dos comensais em Hogsmead não foi o suficiente para você?
- Não quis dizer isso, Rony! Só acho que está tudo muito quieto. É isso que me preocupa. Tenho medo deles atacarem de repente e nós não estarmos preparados!
- Não estamos cem por cento preparados, é verdade – disse Gina – Mas, estamos trabalhando para isso, Mione!
- Espero que sim, Gina!
- Verdade – concordou Harry – Na próxima reunião com Tonks acho melhor adiantarmos sobre a lembrança...
- A inocência de Snape não é uma coisa que se deve dizer numa biblioteca, Harry! Acho melhor marcarmos uma reunião com a Ordem. Claro, com os mesmos que estavam lá no dia que você revelou sobre as Horcruxes. O assunto de Snape é delicado. Acho melhor mostrarmos a lembrança para eles. – disse Hermione.
- Mas, será que Minerva vai deixar levar a penseira ao Largo Grimmauld? – perguntou Rony.
- Tem que deixar! – disse Gina – Dumbledore liberou o uso dela, não é?
- A Gina está certa, Rony – Hermione disse – Na reunião com Tonks vamos falar só sobre as Horcruxes mesmo... Veremos se ela descobriu alguma coisa.
Até quarta-feira, a maior expectativa de Gina, Harry, Rony e Hermione era a reunião que teriam com Tonks. Estavam muito curiosos sobre qualquer novidade que a auror poderia ter. Essa curiosidade foi saciada assim que chegaram na biblioteca (dessa vez Gina foi) e conversaram com Tonks.
- E aí, galera? Beleza? – Ninfadora Tonks que agora estava loira de olhos azuis sorria radiante.
- Tonks, você está linda! – disseram as meninas.
- Obrigada, decidi mudar um pouco o visual! – Tonks sorriu – Mas, não é isso o que interessa no momento. Tenho novidades! Sabemos onde está a próxima Horcrux!
N/A: achei muito melosa a cena de Harry e Gina, mas nao consegui evitar!
huahuHEU..gentee comentemm plz neeh.. Tem gnt q entra sempre aki e nunk comentaa.. bom, mas aí está mais um capítuloo..dsculpem qualker erroo..
Beijoo
Monique.
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