A volta das aulas com Dumbledo
No dia seguinte, durante o café da manhã, chagou o correio coruja. Os alunos olhavam para cima ansiosos por notícias de casa. Harry, porém, não se importava, pois a única pessoa com quem se correspondia quando estava em Hogwarts era Sirius, mas seu padrinho havia morrido dois anos atrás. E seus tios? Seus tios provavelmente estavam muito felizes por se livrarem dele, felizes por não precisarem mais ter notícias do mundo mágico.Nesse instante seus pensamentos foram interrompidos por Gina.
- Harry, olha! – falava a garota.
Harry olhou para cima e viu que Edwiges acabara de entrar no Salão Principal. A coruja voou suavemente até que pousou graciosa no ombro de seu dono e lhe estendeu a pata, presa a ela havia um rolo de pergaminho. Harry hesitou em pegá-lo, antes olhou para a mesa dos professores e viu que Vladimir Yakov o observava atentamente.
- É melhor guardar para ler depois, Harry. – falou Hermione.
- Tem razão. – concordou Harry pegando o pergaminho e guardando-o no bolso. Logo depois Edwiges voou de volta ao corujal.
- Não acredito que nos livramos do Snape para agüentar esse cara. – falou Rony enquanto desciam as escadas em direção à sala de poções, nas masmorras.
- Pelo menos o Snape não ficava nos espionando.- comentou Hermione.
- Espero que esse Yakov não seja implicante como o Snape. – falou Harry.
- Duvido. – falou Hermione. – O mais provável é que ele queira se aproximar de você, Harry.
- Como assim? – perguntou Rony.
- É que diferente do Snape, que tinha aversão pelo Harry, o Yakov foi mandado para espioná-lo e descobrir os segredos da Ordem. – explicou Hermione. – E já que ele percebeu que tirar informações à força não dá certo o jeito é tomar outra atitude, ou seja, se fazer de amigo, tentar ganhar a confiança do Harry.
- Ótima dedução, Hermione. – falou Pandora surpreendendo-os, pois estavam tão compenetrados em sua conversa que não perceberam que já tinham chegado bem próximo à sala. – Mas acho que vocês deveriam tomar mais cuidado com os lugares onde conversam, se tivessem andado mais um pouco o pessoal lá na frente da sala teria escutado tudo.
- É verdade. – falou Hermione. Esqueci de usar o abafiato.
- O que é isso? – perguntou Pandora.
- Abafiato é um feitiço que faz com que as pessoas que estão a nossa volta não consigam ouvir o que falamos. – explicou Hermione com aquele ar de inteligência ao falar de algo que o outro não conhece.
Pandora abriu a boca para retrucar, mas foi interrompida por um aluno da Corvinal.
- Ei! Vocês vão entrar ou não? – perguntou o garoto
- Continuamos nosso assunto depois. – falou Harry.
Logo ao entrarem o professor Slughorn cumprimentou Harry:
- Olá, Harry. Como foi seu verão?
- Hum... diferente. – respondeu Harry.
- Srta. Avincus. – falou Slughorn virando-se para Pandora com um olhar interessado.
- Olá, professor. – cumprimentou-o Pandora com um sorriso um tanto falso.
Os quatro amigos acomodaram-se numa das últimas mesas da sala. E observando o resto da sala, Harry percebeu que havia apenas dois alunos da Sonserina, Malfoy e Zabini, sentados numa mesa à esquerda; quatro da corvinal, à direita, com exceção de Pandora que estava ao seu lado e Ernesto Macmillan, da Lufa-Lufa que se sentou ao lado dele.
- Como vai, Harry? – cumprimentou-o Ernesto. – Rony e Hermione, como vão?
- Bem. – responderam os três em uníssono.
- Mas você eu não conheço. – falou Ernesto olhando para Pandora. – Não me lembro de você da AD e muito menos da turma do ano passado. E por que não está com os outros alunos da Corvinal?
Pandora apenas sorriu para Ernesto, por um rápido momento seus olhos mudaram de cor e fixaram-se nos dele, depois piscou, seus olhos voltaram ao normal e respondeu:
- Acho que você não tinha reparado em mim antes.
- É... deve ser. – falou Ernesto vagamente.
- Como você fez isso? – sussurrou Harry para Pandora.
- Coisa de vampira. – respondeu Pandora baixinho.
- Você já me hipnotizou assim?
- Claro que não! A Gina me matava de novo.
- Ah, fiquem quietos! – falou Hermione. – Vocês conversam demais.
A aula de poções transcorreu normalmente e assim como os outros professores, Slughorn passou muitos deveres. E por isso Harry só teve tempo de ler a carta de Dumbledore depois do jantar.
Naquele momento Harry, Gina, Rony e Hermione encontravam-se numa mesa próxima a lareira. O Salão Comunal estava cheio de alunos, alguns faziam seus deveres do dia e outros, os mais jovens, apenas conversavam. Segundo Pandora essa seria a melhor hora para lerem a carta sem que Yakov tentasse espreitar a mente de Harry, pois o barulho e a grande quantidade de pensamentos no salão confundiriam o vampiro.
- O que diz aí, Harry? – perguntou Gina.
- Apenas que daqui a duas semanas recomeçarão as aulas extras. – respondeu Harry.
- “Até lá – lia Rony as últimas linhas da carta. – seja cauteloso com o professor Yakov e fique perto da srta. Avincus”.
O dia seguinte não tardou em chegar e após o almoço Harry e seus amigos se dirigiram à sala de Defesa Contra as Artes das Trevas, no corredor uma fila já se formava.
- Como serão as aulas com esse novo professor? – falava um aluno a Corvinal próximo a Harry. – Vocês ouviram quando McGonagal disse que ele foi indicado pelo Ministério?
- Era nisso que eu estava pensando. – respondeu uma garota. – Será que ele é como aquela Umbridige? Sinto arrepios só de lembrar daquele sorrisinho dela ao mandar alguém para a detenção.
Não demorou muito e o professor Yakov abriu a porta da sala convidando os alunos a entrar. E mais uma vez a decoração da sala havia mudado, as janelas haviam sido fechadas e cobertas por cortinas negras, o local era iluminado por archotes presos às paredes de pedra lisa. Era como se estivessem na sala de poções alguns andares abaixo, nas masmorras.
Harry, Rony e Hermione sentaram-se nas primeiras bancas, afinal tentar se esconder do professor seria uma demonstração de medo e como já diz o ditado “Mantenha seus amigos perto e os inimigos mais perto ainda”.
- Boa tarde. – começou a falar o professor quando todos já estavam sentados. – Meu nome é Vladimir Yakov e serei seu novo professor de Defesa Contra as Artes das trevas. Como foi dito... – Mas de repente se interrompeu e olhou para a porta.
Confusos, os alunos fizeram o mesmo e surpreenderam Pandora tentando entrar sem chamar atenção, mas ao perceber que era observada parou e encarou Yakov.
- Está atrasada, srta. Avincus. – falou o professor.
- Desculpe-me, professor. – respondeu Pandora. – É que tive alguns problemas de percurso.
- Como esta é minha primeira aula com essa turma vou relevar, mas espero que seus problemas de percurso não se tornem rotineiros. – falou o professor sério.
Pandora apenas sorriu e sentou-se ao lado de Harry, que lhe perguntou:
- Problemas de percurso?
- Esqueci onde era a sala e acabei me perdendo. – respondeu Pandora com enfado.
- Como eu ia dizendo. – retornou Yakov ao seu discurso. – Como foi dito pela professora McGonagal, eu fui recomendado pelo Ministério da Magia. Mas peço que não me associem a figura de Dolores Umbridige que lhes foi imposta como professora pelo Ministério dois anos atrás. Pois, diferentemente dela pretendo prepará-los para prestarem os NIEM’s e para o que terão de enfrentar no mundo lá fora.
- E o que o Ministério pretende indicando um de seus mais ricos colaboradores financeiros, aliás, um dos poucos que ainda não foram mandados para Azkaban, para professor em Hogwarts? – perguntou Pandora incisivamente, fazendo com que todos olhassem-na assustados.
- Ela não podia ser menos discreta? – sussurrou Hermione ironicamente.
Yakov observou Pandora por alguns instantes parecendo analisar se deveria ou não responder, até que falou:
- Pelo que sei, srta. Avincus, devido ao incidente do ano passado os conselheiros de Hogwarts decidiram que o único modo de a escola reabrir seria se o Ministério se responsabilizasse pela segurança dos alunos. E o melhor modo encontrado para fazer isso foi indicando um competente ex-auror para o cargo de professor de Defesa que, modéstia à parte, sou eu.
Bom se não houver mais perguntas vamos começar a aula. Primeiro vou fazer umas perguntas e pedir que me mostrem tudo que aprenderam até agora.
- Ex-auror? – perguntou Harry para Pandora. – Você não nos falou nada sobre isso.
- É porque isso é uma mentira deslavada. – respondeu Pandora irritada. – Mas vou descobrir a verdade logo. – completou decidida.
Como previra Hermione, durante todo o resto da aula Yakov fez de tudo para ganhar a simpatia de Harry. Sempre lhe fazendo perguntas e elogiando-o por seus contra-feitiços bem sucedidos e até lhe pediu que demonstrasse como produzir um patrono. O garoto, porém, se manteve impassível, não dando margem para maiores conversas com o professor. Na verdade se sentiu bem aliviado por sair daquela sala, pois não gostava de ser o centro das atenções.
Nos dias que se seguiram Harry sentia que tinha cada vez menos liberdade, já que Yakov estava sempre por perto tentando puxar conversa ou só observando-o de longe. O que também o incomodava era o tempo que custava a passar, pois estava ansioso para reencontrar Dumbledore e poder perguntar-lhe por que aceitou que Vladimir Yakov fosse professor em Hogwarts e para saber mais sobre Voldemort e as Horcruxes. Até que duas longas semanas se passaram.
- Então esperamos você chegar para nos contar tudo. – falou Rony antes que Harry atravessasse o buraco do retrato.
Harry apenas balançou a cabeça e saiu em direção à sala de Dumbledore, ao parar de frente à gárgula de pedra encontrou com Pandora e Draco Malfoy.
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