Reunião com Dumbledore
Capítulo 17: Reunião com Dumbledore.
- Harry, você demorou. – falou Pandora.
- Vocês também vieram falar com... – falou Harry hesitando em pronunciar o nome de Dumbledore na frente de Malfoy.
- Isso mesmo. – respondeu Pandora, depois se virou para a gárgula e falou: - Sapo de chocolate.
Mal a garota pronunciou a senha e a gárgula já pulava para o lado admitindo que os três passassem. Eles subiram e antes mesmo que batessem, a porta se abriu.
- Podem entrar. – falou Dumbledore, que estava sentado em sua cadeira de diretor.
- Boa noite, professor. – cumprimentou-o Pandora.
- Boa noite, Pandora. – respondeu Dumbledore. – Olá, Harry, senhor Malfoy. Sentem-se.
Harry acomodou-se na cadeira em frente à mesa do professor. Draco, porém, estremeceu e se manteve parado na porta, parecendo assustado.
- Tudo bem, Draco. Não precisa ter medo. – falou Pandora gentilmente, como se explicasse a uma criança amedrontada quem não havia perigo algum.
Isso pareceu surtir efeito, pois o garoto olhou-a irritado e disse:
- Quem disse que estou com medo?! E não me toque sua... – só não continuou pois viu que Dumbledore os observava.
- Pirralho mal educado! – resmungou Pandora e sentou-se ao lado de Harry.
- Prefere ficar em pé, Draco? – perguntou Dumbledore educadamente. – Então devo alertá-lo de que essa reunião vai demorar um pouco.
O garoto engoliu em seco e sentou-se na cadeira restante, ao lado de Pandora.
- Bom agora que estão todos aqui. – continuou Dumbledore. – Quero primeiro dizer a você, Draco, que fico feliz que tenha reconsiderado a oferta que lhe fiz ano passado. – Malfoy apenas balançou a cabeça evitando olhá-lo diretamente. – Esta noite chamei-o aqui, porque, assim como a Pandora, você poderá nos ajudar a descobrir algumas coisas sobre Lord Voldemort.
Draco estremeceu ao ouvir aquele nome, mas Harry não soube discernir se de medo ou de raiva, o mais provável que fosse pelos dois motivos.
- E, Harry, como eu já havia lhe dito por carta, hoje recomeçamos nossas aulas. – recomeçou Dumbledore. – Hoje começaremos por possíveis lembranças do Draco, do curto período em que foi comensal, que podem nos ajudar a descobrir o paradeiro de alguma Horcrux.
- Certo. – falou Harry e, lembrando-se das perguntas que queria fazer, recomeçou. – Mas, senhor, sobre...
- Não se preocupe, Harry. – respondeu Dumbledore brandamente. – Ao término dessa aula poderá fazer qualquer pergunta. – e se virando para Pandora, continuou: – Srta Avincus, se estiver pronta...
- Draco, sei que você não foi muito com a minha cara, mas faça um esforço e tente colaborar agora, certo? – falou Pandora ficando de frente para Malfoy.
- Certo. – respondeu o garoto a contragosto.
- Ótimo. – falou Pandora. – Agora quero que respire fundo e tente relaxar.
- O que você vai fazer? – perguntou Draco receoso.
- Só quero ver algumas de suas lembranças. – respondeu a garota. – Agora faça o que eu disse!
Malfoy engoliu em seco novamente e obedeceu.
- Fique calmo. – continuou Pandora. – Segure minha mão e olhe nos meus olhos. Harry, você segura a outra.
Então os olhos dela ficaram cor de prata, por um momento pareceu que Draco ia levantar, mas entrou numa espécie de transe. De repente a sala de Dumbledore desapareceu e Harry começou a ver várias imagens confusas passando rápido em sua frente, até que entraram em foco e pôde vê-las com clareza.
Primeiro Draco era ameaçado por Voldemort. Depois Snape e Draco discutiam... Outra imagem surgiu, era a noite em que Draco tentou matar Dumbledore...Já a imagem seguinte não foi nada agradável, pois mostrava Voldemort lançando o “Avada Kedavra” em Lúcio e Narcisa Malfoy na frente de Draco. Mas de repente Harry ouviu a voz de Pandora dizendo: “Não, Draco. Não é isso que quero ver. Tente se lembrar do que aconteceu antes de você retornar a Hogwarts ano passado”. E novamente as imagens passavam rápido por seus olhos, porém quando entraram em foco mostravam o interior de uma casa de aparência medieval, com móveis escuros e pinturas retratando homens e mulheres de semblante carregado.
Harry queria ver mais, queria saber a quem pertencia aquela casa, mas a imagem sumiu e quando abriu os olhos viu que estava novamente na sala de Dumbledore.
- O que houve? – perguntou Harry.
- Não sei. – respondeu Pandora. – Parece que a lembrança só vai até aí. – e estalou os dedos próximos ao ouvido de Malfoy, fazendo-o despertar.
- Descobriram algo importante? – perguntou Dumbledore.
- Acho que sim. – falou Pandora. – Mas eu poderia usar sua penseira professor?
O ex-diretor assentiu, depois com um aceno da varinha fez a porta do armário abrir e com outro movimento a penseira voou até a mesa. Então Pandora inclinou a cabeça, com a varinha tirou um fio prateado da têmpora e o soltou dentro da bacia de pedra. A substância girou, meio líquida, meio gasosa, depois mostrou a mesma imagem vista por Harry.
- Que lugar é este? – perguntou Pandora.
- É a minha casa. – respondeu Malfoy. – O que teria de tão importante para vocês lá?
- Aparentemente nada. – respondeu Pandora.
- Não sei. – falou Harry pensativo. – Tenho a impressão de que deixamos passar alguma coisa. Senhor, será que poderíamos olhar mais de perto?
- Se estiver com alguma intuição é bom seguí-la. – respondeu Dumbledore.
- Vou com você, Harry. – falou pandora. – E você, Draco, vai junto para mostrar o caminho.
- Vamos aonde? – perguntou Malfoy.
- Pode ir à frente, Harry. – falou Pandora ignorando a pergunta do outro.
Sem dizer mais nada Harry encostou o rosto na superfície da penseira, sentiu seus pés saírem do chão e caiu de pé dentro da estranha sala. Pandora e Draco juntaram-se a ele logo depois.
- Estamos mesmo na minha casa ou dentro daquela bacia de pedra? – perguntou Draco.
- Nem um nem outro. – respondeu Pandora. – Estamos dentro da sua lembrança.
- Mas que parte da sua casa é esta? – perguntou Harry.
- É só uma sala com os retratos da família. – respondeu Draco.
- Quem é essa? – perguntou Pandora apontando para o retrato de uma mulher de cabelos pretos, e muito bonita.
- É a tia Bella. – respondeu Draco com um ar de amargura na voz.
- Lestrange? – perguntou Pandora.
- Ela mesma. – confirmou Draco. – Aquela traidora deixou que o Lorde das Trevas matasse meus pais.
- Foi ela que matou Sirius. – falou Harry sentindo uma vontade imensa de destruir aquele quadro, mas respirou fundo e concentrou-se no que estava procurando. Apesar de não saber exatamente o que procurava, mas tinha certeza de que ajudaria a encontrar mais uma Horcrux.
Pandora pareceu se dar conta de que nem mesmo Malfoy gostava de Bellatrix, afastou-se do quadro e foi analisar outro.
- Ei!Vocês dois!Encontrei algo promissor. – retornou a falar a garota, assustando Harry que observava atentamente um quadro com a árvore genealógica dos Malfoy. – Draco, por acaso seus pais gostavam de quadros de natureza morta?
- O que é isso? – perguntou Malfoy.
- É a arte de retratar objetos. – explicou Pandora. – Entre os bruxos, quadros de natureza morta são pinturas que não se movem.
A garota apontava para um quadro que mostrava uma mesa, encima dela havia uma cesta de frutas, uma garrafa e alguns cálices de prata. Porém um dos cálices, o mais próximo à borda, se diferenciava dos outros por ser mais largo, mais alto e dourado. Observando-o atentamente perceberam que era na verdade uma taça e parecia ter sido pintada por último. Talvez bem depois do quadro estar pronto e muito mal pintada, pois aparentava flutuar ao invés de estar encima da mesa como os outros objetos.
- Essa é a taça de Hufflepuff. – concluiu Harry animando-se. – Draco, esse quadro ainda está na sua casa?
- Não. – respondeu Malfoy. – Mamãe mandou levar embora junto com outros objetos antes que o Ministério visse fuçar. Mas o que tem de importante nesse quadro velho?
- Depois agente explica. – respondeu Harry não sabendo se realmente deveria contar a Malfoy sobre as Horcruxes. – Você sabe para onde esse quadro foi levado?
- Não. Só sei que um comensal o levou. – respondeu Draco.
- Pelo menos já temos a primeira pista. – falou Pandora.
E não tendo mais o que fazer ali, eles voltaram à sala de Dumbledore.
- Vejo que descobriram algo. – falou o professor.
- Ao que parece a taça de Hufflepuff foi colocada dentro de um quadro que foi levado da casa dos Malfoy antes da inspeção do Ministério. – falou Harry.
- Uma idéia interessante. – falou Dumbledore. – Bom, conseguirei mais informações e no nosso próximo encontro discutiremos mais este assunto.
- Professor, o senhor disse que eu poderia fazer algumas perguntas... – começou Harry.
- Claro. – falou Dumbledore. – Pode perguntar, Harry.
- É sobre o professor Yakov. – falou Harry. – Por que contratá-lo se sabiam que ele é um espião?
- Vejo que a srta. Avincus já lhe deu sua opinião sobre Vladimir Yakov. – falou Dumbledore. – Sim, harry, eu e a professora McGonagal já sabíamos que ele se ofereceu para professor com a intenção de obter informações para Lord Voldemort. A razão de o aceitarmos é que não poderíamos contrariar o Ministério sem ter provas das nossas suspeitas.
- Mas o Ministério não sabe que Yakov é um vampiro? – perguntou Harry.
- Ele é um vampiro? – perguntou Draco assustado. – Como é que o Ministério indica um vampiro para professor?
- A riqueza de uma pessoa muitas vezes consegue impedir que os outros a vejam como ela realmente é. – respondeu Dumbledore. – E Vladimir Yakov é um bruxo muito rico e por isso tem bastante influência no Ministério.
- Mas, professor. – falou Pandora. – Yakov disse que é um ex-auror. Como ele convenceu o Ministério disso?
- É porque Yakov foi mesmo um auror. – respondeu Dumbledore. – Talvez você não saiba disso porque foi antes dele se tornar vampiro.
- Então faz muito tempo, não é? – falou Harry.
- Pra mais de cem anos. – falou Pandora. – E o desgraçado nem me contou. – falou mais para se mesmo que para os outros, depois se despediu e saiu.
- Harry, se não tiver mais perguntas... – falou Dumbledore.
- Boa noite, professor. – despediu-se Harry. Draco o acompanhou.
Os dois garotos caminharam juntos, porém silenciosos. Harry estava perdido em pensamentos, deduções sobre como encontrar a taça de Hufflepuff.Também se perguntava o que Pandora fora fazer para sair tão apressada da sala de Dumbledore. “Será que ele foi tomar satisfações com o Yakov? Claro que isso seria uma atitude insensata, mas quem disse que a Pandora regula bem da cabeça?”.
- Ei! Tá indo pra onde? – falou Draco despertando Harry de seus pensamentos.
- Como? – perguntou Harry agora percebendo que estava quase descendo as escadas para o 1º andar.
- Seu salão comunal não é lá em cima? – perguntou Draco.
- Claro que é. – falou Harry balançando a cabeça. – Certo, até amanhã.
- Olha, Potter, só porque estou ajudando não quer dizer que somos amigos. – falou Draco sério.
- Pois eu digo o mesmo, Malfoy. – respondeu Harry e subiu as escadas em direção ao 7º andar.
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