O ritual da Libertação
Capítulo 11: O Ritual da Libertação
No dia seguinte, eles novamente se reuniram. Apenas o Sr Weasley, Tonks e Snape não compareceram, pois estavam cumprindo outros afazeres da Ordem. Foi Lupin que trouxe a poção.
- Só temos um pequeno problema. – falou Hermione. – É que esse ritual deve ser realizado no local onde o último dono do objeto o recebeu.
- Deve ser a casa dos Gaunt. – falou Harry. – Foi lá que Mérope passou a maior parte da vida.
Então, acompanhados por Lupin e Moody, Harry, Rony e Hermione aparataram. Fred, Jorge, Pandora e Gina não foram por insistência da Sra Weasley.
- Um grande grupo de bruxos aparatando num vilarejo de trouxas chamaria muita atenção. Principalmente Fred e Jorge, que sempre atrapalham. – argumentou a Sra Weasley. – E você ainda não é maior de idade, Gina.
- Isso não é justo. – falou a garota muito irritada.
- Pelo menos você não tem problemas com o sol. – falou Pandora com ar de tédio.
Ainda tonto por causa da aparatação, Harry avistou a casa dos Gaunt, um pouco afastada do vilarejo de Little Hangleton. A casa estava, se é que era possível, bem pior do que quando o bruxinho a viu na penseira. Parecia que desabaria a qualquer momento.
- E agora, Mione?- perguntou Rony quando estavam diante da casa.
- Agora o Harry mexe a poção enquanto eu leio o encantamento. – falou Hermione. – E você segura o medalhão para mim, Rony.
Os garotos obedeceram. Hermione pegou a varinha, apontou para a poção e entoou um encanto no que parecia ser um idioma antigo. A poção, que era azul, ficou cada vez mais clara, e quando estava quase branca saltou do caldeirão em espirais, assustando Harry. Depois o líquido voou como um raio direto para o medalhão.
- Rony!Solta! – falou Hermione.
Assim que o garoto a soltou, a Horcrux foi envolvida pela poção e com um estalo abriu. De dentro saíram pequenas nuvens de uma fumaça perolada, que Harry reconheceu como sendo as lembranças que vira no dia anterior. Logo depois, uma fumaça escura saiu em direção ao céu. Um grito de desespero invadiu seus ouvidos e parou.
- O que foi isso? – perguntou Rony assustado. – Vocês ouviram?
- Ouvimos sim. – respondeu Hermione.
- Era a parte da alma de Voldemort que estava aqui. – falou Harry, pegando o medalhão, que havia caído.
- Vamos embora. – falou Lupin se aproximando. Ele e Olho-tonto-Moody estavam afastados, vigiando para que nenhum trouxa curioso atrapalhasse.
- Dê-me o medalhão, garoto.- falou Moody. – Conheço alguém que irá guardá-lo muito bem.
Harry entendeu que o auror falava de Dumbledore e entregou o objeto. Quando voltou ao Largo Grimmauld, contou tudo para Gina e Pandora.
À noite, já em seu quarto, o bruxinho adormeceu, logo depois de ouvir os roncos de Rony na cama ao lado.
Harry sentia frio, mas não se importava. Estava pensativo. Olhou para as próprias mãos, viu que eram muito brancas e tinha dedos compridos.
- Mestre. – um bruxo encapuzado se aproximou. – Encontraram o garoto.
Harry se levantou. Saiu da sala onde estava e desceu escadas que levavam às masmorras. Lá, preso por correntes, havia um garoto loiro e olhos acinzentados, muito pálido e machucado.
- Sr Malfoy, acho que não me entendeu quando dei fim à miserável vida de seus pais e lhe disse que não gosto que desobedeçam minhas ordens. – falou Harry com aquela voz fria que não era sua.
O garoto a seus pés estava apavorado e nada disse.
- Crucio.
Foi a última coisa que Harry falou antes de acordar assustado. Os gritos de Draco ainda ecoavam em seus ouvidos.
Ainda desorientado, Harry levantou-se e saiu do quarto. Já fazia um bom tempo que não tinha sonhos como esse. O corredor estava escuro. “Assim vou tropeçar nas escadas e acabo acordando todo mundo.”– pensou.
- Lumus.
Desceu as escadas. O feixe de luz de sua varinha iluminou as cabeças dos elfos domésticos pendurados nas paredes. “Essas coisas ainda estão aí?” – pensou, desviando o olhar.
A sala parecia estar vazia. Harry sentou-se num sofá e respirou fundo. Tentava inutilmente esquecer os gritos de Draco, organizar as idéias e entender seu sonho. Mas ouviu um barulho vindo das escadas, e sem pensar duas vezes levantou e apontou a varinha para um rosto muito pálido. Por um momento pensou estar diante de um fantasma, mas logo reconheceu Pandora.
- Oi! – a amiga o cumprimentou sorrindo.
- Você não dorme ou sempre aparece assim só para me assustar?
- Um pouco dos dois. Mas vim aqui porque ouvi um barulho nas escadas e achei melhor dar uma olhada.
- Mas eu não fiz barulho.
- Você não, mas essa casa é velha e os degraus rangem quando alguém desce as escadas.
Harry olhou-a desconfiado e sentou-se outra vez.
- E você? Por que está acordado?
- Estou sem sono. – mentiu Harry.
- Sei. – falou Pandora incrédula. – O que aconteceu? Pesadelos?
- Está lendo minha mente?
- Não. Mas eu soube que às vezes você tem uns sonhos estranhos.
- Como soube disso?
- Harry, não fuja do assunto.
Ainda relutante, Harry contou seu sonho.
- E o que vai fazer? Vai ajudá-lo não? – perguntou Pandora.
- Antes eu não faria isso, mas acho que talvez o Malfoy possa nos ajudar.Vou tirá-lo de lá. – falou Harry.
- Ótimo! – falou Pandora. – Mas como planeja fazer isso se você nem sabe onde fica esse lugar?
- Você poderia me ajudar?
- Hum... acho que sim. – falou a garota pensativa. – Amanhã conte esse sonho aos outros e pensem num plano para sairmos daqui sem sermos vistos. O resto deixe comigo.
Harry insistiu para que a amiga lhe explicasse melhor seus planos, mas não adiantou. Pandora disse apenas que tinha uma idéia e precisava colocá-la em prática. Então, ainda desconfiado, o bruxinho voltou para seu quarto e logo adormeceu.
No dia seguinte contou tudo a Rony, Gina e Hermione, durante um animado café da manhã em que todos conversavam sem dar muita atenção à conversa dos jovens amigos sentados ao final da mesa. O motivo de tanta animação entre os membros da Ordem presentes na casa era que naquela manhã um grupo de comensais havia sido capturado por bruxos da Ordem no Beco Diagonal. Estavam todos tão entretidos em seus diálogos e suposições sobre o que os comensais planejavam fazer que mal perceberam que cinco corujas marrons entraram pela janela, todas trazendo cartas com o selo de Hogwarts. Logo a Sra Weasley pegou as cartas, entregou as de Harry e Hermione, e olhou em volta do aposento, procurando mais alguém.
- Vocês viram a Pandora? – perguntou.
- Não a vejo desde ontem. – falou Gina.
- Então ainda deve estar dormindo. – falou a Sra Weasley. – Hermione, entregue essa carta a Pandora assim que a vir, por favor.
- Harry, a Pandora não te disse aonde iria? – perguntou Hermione depois que a Sra Weasley se afastou para discutir com os outros um modo de levar os garotos em segurança ao Beco Diagonal.
- Não. – respondeu Harry. – Mas já descobri um modo de sairmos daqui sem que saibam para onde vamos.
- Indo para o Beco Diagonal? – perguntou Hermione. – Mas como? Eles não nos deixarão sozinhos por um minuto sequer. – disse se referindo a Sra Weasley e os membros da Ordem.
- Vamos aparatar. – falou Harry. – É o modo mais seguro de chegar a qualquer lugar. Enquanto eles aparatam em Londres, nós iremos para o lugar que vi no meu sonho.
- Harry, isso é muito perigoso. – falou Hermione. – Nós não sabemos onde fica esse lugar, e se for um truque de Voldemort?
- Tenho que concordar com a Mione, Harry. – falou Gina. – Não sabemos o que nos espera.
- Não estou dizendo que iremos desprevenidos. Vamos esperar para ouvir o que a Pandora tem a dizer.
Hermione ainda protestou um pouco mais contra sua idéia, mas Harry não lhe deu atenção, e começou a ler a carta que a Sra Weasley acabara de lhe entregar.Na carta, a nova diretora de Hogwarts, McGonagall, explicava que mesmo após o terrível ocorrido no ano letivo anterior, a morte de Dumbledore (já que para a comunidade bruxa ele estava morto) a escola reabriria e contava com a presença de todos os alunos. Às explicações seguiam a data e o horário que os alunos deveriam estar na plataforma 9 ½ da Estação Kings Cross para embarcarem no expresso Hogwarts, logo abaixo o material escolar de que Harry precisaria para aquele ano.
Ao final da manhã, como Harry previra, ficou acertado que no dia seguinte eles iriam para o Beco Diagonal, por meio da aparatação. O resto do dia transcorreu normalmente e sem mais novidades. À noite Pandora retornou.
- Onde você esteve o dia todo? – perguntou Hermione.
- Estive tentando descobrir onde fica o lugar que Harry viu em seu sonho e como entraremos e sairemos de lá sem sermos vistos. – explicou Pandora calmamente.
- E o que descobriu? – perguntou Harry.
A garota explicou que seus pais trabalham para a Ordem disfarçados de comensais, e que foi através deles que descobriu que o lugar que Harry viu em seu sonho era um antigo castelo abandonado que Voldemort usava para aprisionar e torturar seus inimigos.
- O Lorde das Trevas não passa muito tempo no castelo. – falou Pandora. – O único problema é que o lugar é guardado por dementadores e lobisomens.
- Então quer dizer que nos livramos de Voldemort, mas vamos encarar lobisomens e dementadores? – falou Gina.
- E vamos nos arriscar só para salvar o idiota do Malfoy? – falou Rony.
- É. – falou Pandora.
- Também acho perigoso. – falou Hermione. – Mas não podemos deixar o Malfoy lá. Ele pode nos ajudar, talvez saiba coisas importantes sobre os planos de Voldemort.
- E os sonhos do Harry sempre têm significado importante. – argumentou Pandora.
- Não precisam vir comigo se não quiserem. – falou Harry.
- Mas é claro que vamos! – falou Gina. – Já enfrentamos coisas mais difíceis antes.
- E sempre juntos. – completou Rony.
- Então, Pandora, qual é o seu plano? – perguntou Harry.
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