A carta
Capítulo 9: A carta
Harry quase não dormiu durante o resto da noite.
No dia seguinte, contou tudo a Rony, Gina e Hermione.
- Esse é o livro? – perguntou Hermione.
- É sim. Mas não tem nada escrito.Ficamos um tempão tentando fazer as letras aparecerem, mas não aconteceu nada. – falou Harry.
- Tem certeza de que tentaram tudo? – perguntou Rony.
- Tenho. – respondeu Harry, já cansado de tanto falar – Tentamos feitiços, tinta... tentei até a senha para o mapa do maroto e nada.
- Tentaram ir ao quarto que viram na lembrança? – perguntou Gina.
- Não. Porque não temos a mínima idéia de que quarto seja. – falou Pandora com a voz pastosa, sentando-se ao lado de Hermione. - Que cara é essa? – comentou Gina.
- Passei a noite inteira tentando descobrir qual era o quarto da lembrança. – falou Pandora bocejando. – Não descobri nada.
- Alguma idéia, Mione? – perguntou Harry.
- Estava pensando. – respondeu Hermione. – É obvio que o livro só pode ser lido no quarto onde o feitiço foi lançado, mas não pode ser qualquer quarto. Seria fácil demais.
- Foi o que pensei. – falou Pandora. – Mas todos os quartos da casa estão ocupados, não é?
- Isso é que fica difícil de dizer. – falou Hermione. – Como você mesma disse, essa casa é enorme. Deve haver vários cômodos sem uso. E afinal, como podem ter certeza de que a lembrança se passava num quarto?
- Eu sei que era num quarto. Não sei explicar como, mas tenho certeza. – falou Harry.
- Ei!Acho que estão esquecendo uma coisa. – falou Gina. – Ainda tem um quarto sem uso.
Todos olharam para ela.
- Aquele em que Sirius deixava o Bicuço. – continuou – Ninguém quis ficar lá porque ainda está cheio de penas e restos de ratos.
Então foram para o quarto indicado por Gina. O aposento não parecia muito diferente desde a última vez que Harry esteve nele. O chão é que estava um pouco mais sujo. Pandora abriu o livro, mas nada aconteceu, continuou em branco.
- E agora? – perguntou Gina.
- Pandora, tente ver a mesma lembrança agora. – falou Hermione.
A garota obedeceu.Seus olhos mudaram de cor e ficou com o olhar vidrado por alguns segundos, até que piscou e voltou ao normal.
- Dessa vez pude ouvir exatamente o que ele disse. – falou Pandora animada. – Harry, segure o livro aqui.
Harry ficou em pé, segurando o livro aberto de frente para Pandora, que pegou a varinha e com um leve aceno fez um corte na própria mão.
- O que foi selado com sangue, será aberto com sangue. – disse com a mão no livro.
Depois fechou o próprio corte e esperou.O livro absorveu o sangue e apareceram alguns símbolos dourados.No meio de uma das páginas,uma seqüência de símbolos brilhava.
- É rúnico. – falou Hermione. Mas o que disse depois ninguém entendeu, pois foi numa língua que não conheciam.
O mesmo fio dourado que Harry vira na noite anterior reapareceu, mas desta vez surgiu o livro e se espalhou pelo quarto.Logo depois o medalhão de Slytherin surgiu do meio do livro. Todos olhavam para a Horcrux, parecendo hipnotizados.
- Harry, pega logo o medalhão. – falou Pandora, assustando-o.
- Hã?... Ah! Sim. – respondeu ele, pegando a Horcrux.
- Agora temos que descobrir como destruir essa Horcrux. – falou Hermione. – Vou pesquisar. – e saiu em direção ao quarto, levando o livro azul. Rony a seguiu.
Pandora foi dormir, pois passara a noite em claro tentando descobrir como encontrar o medalhão.
Harry foi para o seu quarto. Não tivera tempo de ler o envelope que Pandora lhe entregou na noite anterior.Aproveitou o momento para lê-lo.
- Quem mandou a carta? – perguntou Gina.
- A pessoa não assinou. – respondeu Harry lendo a carta. – Mas...
- Mas?
- Conheço essa letra! – Harry tinha um sorriso no rosto. – Mas como?
A carta dizia:
Harry,
Desculpe-me por não ter lhe contado nada antes, mas foi preciso.
Quero que volte a Hogwarts esse ano. Você ainda tem muito o que
aprender. E não se preocupe com nossos sete segredos, falaremos
sobre eles em breve.
Se tiver alguma dúvida fale com a senhorita Avincus, ela lhe explicará tudo.
- O que foi? – perguntou Gina.
- Tenho que falar com a Pandora.
- Mas...
Harry saiu, deixando uma Gina muito irritada falando sozinha. Quando chegou ao quarto de Pandora, ele quase derrubou a porta.
- Harry! – falou Pandora sorrindo. – Quanta delicadeza!O que houve?
- Por que não me contou? – perguntou Harry irritado.
Pandora olhou-o intrigada por um instante, até que falou:
- Ah! Vejo que leu a carta. Mas pensei que ficaria feliz.
- Ficarei feliz quando disser por que não me contou.
- Eu não contei porque só fiquei sabendo ontem, e de qualquer maneira você ia ler a carta. Por que está tão irritado comigo?
- Desculpe. – falou Harry mais calmo. – Bom, aqui diz que você me explicará tudo. – e mostrou a carta.
- Entra.
Harry entrou, sentou-se na cama e ficou observando Pandora fechar a porta e depois se sentar ao seu lado. Encararam-se por um tempo.
“Por que me sinto estranho quando estou perto dela?” – pensou Harry.
- Harry! – ela falou em seu ouvido.
- Hã?
A garota riu e falou:
- Tenho que parar com isso antes que você pense que está apaixonado por mim.
- Como disse?
- Olhe nos meus olhos.
Mesmo sem entender Harry obedeceu. Os olhos de Pandora brilharam, depois ela estalou os dedos em seu ouvido. Harry sentiu como se acordasse de um sonho confuso.
- Como se sente?
- Confuso.
- Ótimo!
- Hã?... Certo, já desisti de tentar te entender.
- Então diga por onde começo a te explicar a carta.
- Primeiro me explique como Dumbledore pode estar vivo.
- Bom, você lembra de como ele supostamente morreu?
- Lembro. Snape atingiu-o com o “Avada Kedavra” e Dumbledore foi jogado para fora da torre.
- É aí que está o primeiro erro. Por acaso já viu alguém que é atingido pela maldição da morte ser jogado?
- É verdade, a pessoa simplesmente cai morta com os olhos abertos numa expressão de pânico.
- Exatamente! E se não me engano você mesmo disse que Dumbledore morreu de olhos fechados. Aí está o segundo erro.
- Não acredito que não percebi isso!
- É claro que não percebeu, aliás, ninguém teria percebido. Qualquer um teria se assustado ao ver a maldição da morte ser lançada em alguém que está fraco e indefeso, como era o caso de Dumbledore.
- Então Snape é inocente?
- Sim. Por que essa cara?
- É que não confio nele.
- Snape não gosta de você e nem você dele, mas isso não significa que ele não esteja do nosso lado.
Harry olhou feio para a amiga, mas não quis discutir. Então mudou de assunto.
-Só não entendo por que Dumbledore fingiu a própria morte.
- Isso não é obvio? Ele queria que Voldemort, acreditando que ele está morto, não se preocupasse com mais nada e começasse a agir descaradamente.
- Mas por que ele não me falou nada?
- Dumbledore tinha medo que Voldemort lesse sua mente e descobrisse a verdade, já que você era um péssimo oclumente.
- Mas ainda sou um péssimo oclumente. Por que me contar agora?
- Isso ele não disse.
Ficaram em silêncio por um momento, Harry perdido em pensamentos e Pandora apenas a observá-lo.
- Você vai voltar a Hogwarts esse ano? – perguntou Pandora.
- Se Dumbledore disse que tenho que voltar, então voltarei. – respondeu Harry decidido.
- Mais alguma dúvida? – perguntou Pandora bocejando.
- Hum...
- Diz que não. Eu imploro.
Harry riu.
- Certo.
- Ótimo! Agora vá contar tudo aos outros.
- Posso?
- Dumbledore disse que o senhor Weasley e a senhorita Granger se provaram dignos de confiança. – falou Pandora. – Agora... – deu um longo bocejo – estou com muito sono, Harry, se me der licença... – e indicou a porta.
- Ah! Desculpe. – falou Harry saindo.
Gina o esperava no corredor, muito irritada.
- O que vocês faziam lá dentro?
- Não é nada do que você está pensando. – falou Harry. – Vem comigo. Quando acharmos Rony e Hermione eu conto tudo.
E foram ao quarto de Hermione. Lá,Rony estava quase dormindo em cima dos livros, enquanto Hermione traduzia o livro azul.
- Harry! – falou Rony se animando.
- Leiam isso. – falou Harry entregando a carta a Hermione. – Tenho uma coisa pra contar a vocês.
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