Explicações

Capítulo 6: Explicações

Harry entrou no quarto e sentou-se na cama. Estava confuso. Por que pudera ver tudo aquilo? Como Pandora podia ter um poder tão raro que nem mesmo Mione conhecia? Por que Pandora queria que ele tomasse conhecimento daquela lembrança? Por que aquela garota lhes escondia tantas coisas? Por que o Sr e a Sra Weasley confiam tanto nela? Por que aquela lembrança o deixava tão assustado, se ele já a havia escutado quando fora atacado por dementadores a 4 anos? Harry tinha muitas perguntas e nenhuma resposta, mas estava cansado demais para pensar em todas elas. Quase não dormira antes de ir a Godric’s Hollow, então resolveu que era melhor dormir, pois quando acordasse teria que contar tudo a Rony, Hermione e Gina, à essa teria que contar também ou ela não o deixaria em paz.
À tarde Rony o acordou.
- Harry, levanta!
Hermione e Gina entraram no quarto, a primeira perdida em pensamentos, e a segunda olhando para Harry, muito irritada.
- Certo, agora conta tudo! – falou Gina – Onde vocês foram? Por que levaram a Pandora e não a mim? E o que aconteceu para voltarem com aquelas caras que com certeza não eram de sono?
Harry respirou fundo, não queria envolver Gina naquilo tudo, mas ela não descansaria enquanto não o forçasse a contar a verdade. Então resolveu contar tudo, quando chegou ao momento em que ele e Pandora viram a lembrança na parede:
- Eu vi tudo, Voldemort matou meu pai, depois entrou naquele mesmo quarto onde estávamos e matou minha mãe. Mas quando tentou me matar uma luz verde se espalhou pelo quarto, então Voldemort gritou e quando a luz se apagou ele havia desaparecido.
- Mas disso já sabíamos. – falou Hermione – Voldemort tentou te matar, Harry, mas não conseguiu porque sua mãe o protegeu, o amor dela o salvou.
- É verdade. – falou Harry pensativo – Foi o que Dumbledore me falou.
- Então porque a Pandora achou que você precisava saber disso? – perguntou Hermione.
- Vai ver ele achava que Harry ainda não sabia. – falou Rony.
- Não seja burro, Rony. – falou Gina – Se ela mesma diz que faz parte da Ordem, então já sabia.
- Não sei, Gina. – falou Hermione.
- Você está concordando com o Rony? – a outra perguntou, incrédula.
- Não é isso. – ela respondeu, fazendo Rony ficar um pouco desanimado – Estou falando da Pandora, não sabemos se ela faz parte da Ordem mesmo, já que só temos a palavra dela e nada mais.
- Mas meus pais confiam nela. – falou Rony.
- Dumbledore também confiava em Snape. – falou Harry.
- É isso que estou dizendo. – confirmou Hermione – A garota aparece do nada, e as únicas coisas que sabemos sobre a vida dela é o que ela mesma nos contou. Essa Pandora nos esconde muita coisa.
- Ah Mione, você só está com raiva por causa do que ela te falou. – disse Rony.
- O que foi que ela disse? – perguntou Gina.
- Que só porque a Mione não leu sobre uma coisa não quer dizer que ela não exista. – respondeu Rony. Harry e Gina abafaram risos. – E eu concordo com ela. – completou.
- Não tem nada... – começou Hermione, mas parou, pois ouviu risadas vindas da porta.
Pandora estava encostada à parede. Tinham esquecido de fechar a porta, e a garota ouvira tudo.
- Obrigada por me defender, Rony. – falou Pandora, parando de rir e olhando para Harry e Hermione. – Vocês não deveriam falar mal dos outros pelas costas.
Harry se encolheu um pouco, mas Hermione continuou a encará-la e falou:
- Então você precisa nos explicar algumas coisas.
Pandora manteve o olhar firme por alguns segundos até que respondeu:
- Pois pergunte.
- Ótimo. – Hermione não esperava que a outra concordasse. – Comece dizendo: por que eu nunca ouvi falar sobre esse seu poder de ver lembranças em objetos?
- Isso eu já lhe respondi. Fui um pouco grossa, é claro, me desculpe. Mas é verdade, não é em qualquer livro que encontrará algo sobre esse meu poder.
- Então nos explique como funciona. – falou Harry.
- Certo. – Pandora pensou um pouco e continuou. – Primeiro vocês precisam entender que tudo que acontece tem seu motivo e importância. Alguns acontecimentos, principalmente aqueles em que há magia envolvida, ficam presos como lembranças nos lugares onde ocorreram.
-E para vê-las é preciso uma... “sensibilidade especial”... eu diria. A única coisa que preciso fazer é me concentrar no que quero ver. Aliás, posso fazer o mesmo com pessoas, mas nesse caso preciso que essa pessoa também esteja pensando na lembrança.
- Mas por que eu também pude ver aquela lembrança? – perguntou Harry.
- Isso eu não sei. – respondeu Pandora – Mas até que foi bom, porque me poupou de ter que te contar tudo.
- Mas o que vocês viram nós já sabíamos. – falou Hermione.
- Certo, Mione, vocês sabiam, mas não davam a esse fato a importância necessária. Estão tão preocupados em achar as Horcruxes que esqueceram que Harry tem nele o poder necessário para enfrentar Voldemort: o amor. – falou Pandora.
- Mas ainda que Harry vença Voldemort, se não destruir as Horcruxes antes isso de nada adiantaria não é? – argumentou Hermione.
- Eu não estou dizendo para esquecerem as Horcruxes, mas que não pensem somente em destruí-la. Quero que você, Harry, também se lembre que enfrentará Voldemort mais cedo ou mais tarde, e que deve estar preparado para isso, pois mesmo não sendo mais imortal ele ainda é perigoso. – explicou Pandora.
Os outros se mantiveram calados por um tempo, e perceberam que aquilo fazia sentido.
- Mais alguma pergunta? – Pandora tornou a falar.
- Sim. – dessa vez quem falou foi Rony. – Por que meus pais confiaram mais em você que em nós?
- Eu já disse... – ela começou.
- Você faz parte da Ordem há mais tempo. – interrompeu Hermione – Mas como? Se você tem a mesma idade que nós?
- Mione, não é você que gosta de saber de tudo? – falou Pandora sorrindo. – Então descubra sozinha o meu segredo. – e saiu sem dizer mais nada.
Nos dias que se seguiram, ninguém mais viu Pandora. Hermione também não passava muito tempo com os amigos, estava sempre escondida por trás de algum livro.
- Cara! Ela levou a sério o que a Pandora falou. – comentava Rony, sempre que via Hermione distraída lendo livros e mais livros. – Tô começando a ficar com inveja de vocês dois. – falava olhando triste para Harry e Gina, que agora estavam sempre juntos.

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