Baby, I love you
N/A: Isso não é muito comum, mas aos que costumam ouvir a música, dessa vez, um pedido: apenas ouçam a música quando terminarem de ler o capítulo, ok? Ou vai estragar. Beijos e Feliz Natal atrasado.
Capítulo 15
Baby, I love you
Uma grande festa de famílias se seguiu ao jogo de Quadribol e mesmo Harry tendo ficado com os Weasley, ele conseguiu chegar perto de Gina apenas por alguns instantes. Os dois mal puderam trocar algumas palavras sobre o jogo e somente de passagem. Tendo sido a estrela do time vencedor, Gina acabou sendo muito solicitada pelas pessoas que assistiram à partida. Harry até mesmo vira duas meninas, que pelo tamanho deviam estar no primeiro ano de Hogwarts, lhe pedirem autógrafo. Assim, mesmo de longe, ele passou o resto da tarde muito satisfeito consigo mesmo, colocando os avisos de Hermione em um canto esquecido do cérebro. Seu bom humor era tanto que até tinha conseguido suportar um longo tempo conversando com Slughorn. O ex-professor parecia disposto a cobrar o favor que lhe fizera, desfilando para cima e para baixo com o “Herói”, como se fossem amigos inseparáveis. Harry, porém, tinha uma arma secreta. Se fez acompanhar por Luna o tempo todo, o que rendeu muitas risadas a ele e a Dino Thomas, que se juntou ao grupo para cumprimentar e depois não conseguiu se afastar apenas para ver a amiga embaraçar o pobre professor.
Mas o maior problema da tarde tinha sido driblar Fred, Jorge e a Sra. Weasley, a quem o sumiço de Rony e Hermione não passou despercebido. De fato, a situação complicou um pouco mais no fim da festa, pois os dois obviamente não estavam à vista de ninguém, embora Harry insistisse em vê-los volta e meia, apontando para a multidão indistinta. A estratégia até colou com a Sra. Weasley, mas deixou os gêmeos tremendamente desconfiados e se não fosse Angelina puxar Fred para um passeio e a nova garota de Jorge (a terceira em menos de dois meses), de quem Harry não decorou o nome, tê-lo distraído, as coisas teriam ficado realmente difíceis.
Se aproximava das oito da noite e, embora, o sol de verão ainda fosse visível, o povo começou finalmente a dispersar. Harry teve de recorrer a algum jogo de cintura para sumir das vistas dos Weasley e aparatar no Caldeirão Furado, onde pretendia passar a noite.
O pub havia sido comprado pelos pais de sua antiga colega da Lufa-lufa, Ana Abbot, que agora o administrava. Ao entrar no bar, Harry não pode deixar de notar a tremenda diferença que um toque feminino tinha feito pela decoração e, especialmente, a limpeza do bar. Na opinião de Harry isso tirava um pouco o charme do lugar, muito embora fosse risível a idéia de que Tom, o antigo e desdentado dono do Caldeirão Furado, fosse de algum modo charmoso. As mesas, antes de madeira ensebada, agora estavam lustrosas e escrupulosamente higiênicas. As cadeiras bambas haviam sumido, embora continuasse desemparceradas. Contudo, essa era uma escolha decorativa e não obra de um desleixo masculino tacanho. A gordura das paredes e a tisna do chão, que costumava roçar nos sapatos como areia, também não eram mais visíveis. Mas, pelo menos, os copos não davam mais medo. No geral, a atmosfera lembrava, agora, a do Três Vassouras, em Hogsmead.
– Oi Harry!
Ana estava atrás do balcão e o cumprimentou alegremente assim que o viu. O bar ainda estava quase vazio. Havia somente duas bruxas velhas, de vestidos floridos, que fofocavam sob uma janela aberta para o Beco Diagonal e um bruxo amarfanhado, com uma enorme capa de viagem, sentado perto da lareira, que parecia disposto a se afogar num “balde” de conhaque.
– Belo jogo! – Ela elogiou apertando-lhe a mão assim que ele alcançou o balcão.
– Valeu, Ana.
– Pena que não pude ficar para festa – ela comentou enquanto Harry sentava em um banco alto do bar. – Tive de vir tomar conta do pub.
– Mudou um bocado, desde a última vez em que vim aqui. Como vai o movimento?
– Bem. O velho Tom já estava um pouco cansado, então a maioria dos fregueses gostou das mudanças. Além disso, é excelente para os negócios não ter uma guerra lá fora. – Ela deu a Harry um sorriso agradecido e, num rompante, puxou uma garrafa de cerveja amanteigada debaixo do balcão, abriu e colocou na frente dele. – Tome. É por conta da casa.
– Ana, por favor, não fa...
– Não seja bobo, Harry! Eu posso ser legal com um ex-colega de escola, se eu quiser. E, para provar isso, eu vou beber com você. – Ela tirou outra garrafa, abriu e brindou na de Harry. Os dois beberam.
– Obrigado – disse Harry.
Ana fez uma careta de riso.
– Não agradeça, posso vender a sua garrafa vazia como souvenir para os turistas que vêem a Inglaterra apenas para tentar esbarrar no famoso Harry Potter. – Ela riu com gosto da expressão amuado dele. – Deveria se acostumar com isso. – Harry apenas resmungou e tomou outro gole da bebida, o que aparentemente levou Ana a mudar de assunto. – Então, é impressão minha ou é muito esquisito ver você aqui sozinho? Onde estão Rony e Hermione?
– Bem, quando seus dois melhores amigos são também namorados, você, às vezes, fica fora do programa, não é?
– Wow! Verdade! Essa tem sido a fofoca do mês por aqui. Não que alguém tenha se surpreendido, é claro.
– Fofoca do mês? – repetiu.
– Ora Harry, vocês três têm notoriedade o suficiente para freqüentar as fofocas – Ana ria. – Mas eu sempre achei que eles iam se acertar logo que o Rony terminou com a Lilá Brown.
– Eles iam – afirmou Harry calmamente. – Acho que a morte do pai da Mione emperrou um pouco as coisas.
– Ah. Eu me lembro disso. Foi bem triste. – O semblante da moça turvou e as bochechas sempre rosadas dela perderam um pouco da cor. Ela também havia perdido familiares na guerra. – Deve ter sido difícil para ela. Logo o pai...
Os dois ficaram em silêncio por algum tempo, cada um visitando seus próprios mortos. Porém, Ana acabou por colocar novamente um sorriso simpático no rosto e voltou à tagarelice alegre de comerciante.
– Falando em Lilá Brown, eu achei que ela já tinha superado o seu amigo, sabe?
– Ela não superou?
– Se você acha um porre de Whisky de Fogo e os baldes de lágrimas que tive de derramar lá fora quando ela soube do noivado de superar... As irmãs Patil e eu passamos horas secando o bar.
– Sério?
– Aham. Mas, sabe, Bridget Mansfield não me pareceu muito melhor quando esteve aqui na semana passada.
Harry engasgou com a cerveja de tal forma que Ana teve de se inclinar sobre o balcão e bater nas costas dele. Quando finalmente conseguiu voltar a falar, Harry meramente balbuciou.
– Mas nós nem namoramos.
– Eu sei. Todo mundo sabe – Ana revirou os olhos, mas Harry não entendeu se foi porque aquilo era notório ou porque ela, no fundo, o julgava um insensível. – Mas não foi o que se passou na cabeça dela. Quero dizer, vocês tiveram um “encontro”, não é?
– Não aconteceu nada! – saltou Harry imediatamente na defensiva e no segundo seguinte se arrependeu. Seu rosto começou a arder e mil coisas passaram na sua cabeça de que a garota poderia ter falado ou inventado. E quanto mais ele pensava, mais tinha consciência de que parecia estar se comportando como uma donzela ultrajada, o que, definitivamente, não era uma impressão boa de se causar. – Eu... Olha Ana, eu não sei o que ela disse, mas...
– Disse que você foi um perfeito cavalheiro. Na verdade, cavalheiro demais na opinião dela – completou com uma risadinha e se escorou sobre os dois braços, no balcão. – Mas ficou realmente chateada por você tê-la dispensado.
– Eu... sinto muito... – murmurou.
– Bem, e onde ela está? Não devia estar aqui com você?
– Quem? – Harry olhou por cima dos ombros. – Bridget?
– Não! A garota por causa da qual você dispensou Bridget. Ela disse para todo mundo que você não quis ficar com ela porque gostava de outra.
Harry não podia imaginar que as garotas desprezadas fossem contar justo a verdade. Achou que ela certamente inventaria alguma coisa que o fizesse parecer um ogro sem coração. Demorou um tempinho para perceber no tom de Ana que a simples idéia de “trocar” uma garota por outra já soava terrível o bastante e que, ao dizer isso, Bridget fazia dele o vilão da história. Ele não chegou a responder ao comentário da ex-colega antes dela prosseguir.
– Esqueça! Bridget Mansfield não é o pior dos seus problemas.
– Não?
– Rita Skeeter cismou, desde a Festa da Confederação Internacional dos Bruxos, que vai descobrir quem é a “Eleita do Eleito”. Ela tentou entrevistar a Cho Chang que, para o desgosto dela, assumiu toda a culpa pelo fim do relacionamento de vocês. – Harry abriu a boca, surpreso. – Bridget deu a ela o serviço completo, mas acho que Skeeter também não gostou do que ouviu. Deve ter havido algum elogio que ela não pode falsear. De qualquer forma, se ela não conseguir logo uma matéria sobre a sua vida amorosa, provavelmente, fará um artigo dizendo que você é gay.
Harry quase engasgou de novo.
– Ah, por favor! Será que não existe um jeito de parar essa mulher?
– Se existe, eu não conheço – comentou Ana tamborilando os dedos no balcão, enquanto os olhos faiscavam, furiosos. – Ela escreveu que a mudança na administração do Caldeirão teve progressos visíveis na limpeza, mas que esta, infelizmente, não se estendeu à cozinha.
Harry lançou uns três xingamentos seguidos à repórter que deporiam seriamente contra a fama de cavalheiro espalhada por Bridget. Mas Ana não se importou e até somou mais alguns. Depois de vários minutos chamando Rita Skeeter por todos os palavrões e nomes depreciativos que os dois conheciam, eles acabaram rindo.
– Pensei que ia perguntar o que aconteceu quando a Skeeter procurou a Gina Weasley – falou Ana entre um gole e outro de cerveja e, desta vez, Harry voltou a engasgar de um jeito ruidoso, sem conseguir respirar por alguns segundos torturantes. Ana voltou a lhe dar uns tapas nas costas, claramente divertida.
– Ela procurou... por Gina? – perguntou Harry com a voz rouca.
– É. Mas até onde sei, Gina azarou ela. Ah, não! Não saiu nos jornais. Ela não publicaria uma tal humilhação. Mas é bom a Gina se cuidar porque a Skeeter vai querer se vingar dela. – Harry concordou e voltou à atenção para a sua garrafa como desculpa para escapar do olhar atento que Ana lhe lançava. Desistiu depois de alguns segundos.
– O que foi?
– Rita Skeeter nunca foi uma boa repórter quando se trata de descobrir a verdade, não é? Se ela quisesse mesmo saber quem é a garota bastaria observar o seu rosto quando a gente fala o nome da Gina Weasley.
Um sorriso de lado curvou os lábios do rapaz.
– É, bastava ter perguntado, não é?
– Seu segredo está seguro comigo, não se preocupe – ela garantiu.
– Não estou preocupado.
– Só não entendo por que vocês não estão juntos. Até onde lembro, Gina Weasley sempre foi louca por você.
– As coisas nem sempre são tão simples, Ana.
Por um instante, Harry achou que ela fosse retrucar como teria feito Hermione, ou mesmo Gina, mas depois, ela se limitou apenas a um profundo suspiro, quase desalentado.
– É. Você deve ter razão.
Harry estranhou. Não estava acostumado a ter mulheres concordando com ele. Em geral, elas discutiam muito, mesmo a Sra. Weasley, que costumava a ser a mais sutil, ou Luna que o desarmava com argumentos sem sentido. Harry tinha a impressão que garotas nunca concordavam com nada, assim, de primeira, e isso era algum tipo de ordem superior à qual elas seguiam. Obviamente, quando elas concordavam, era caso de se desconfiar, pois elas sempre iriam querer alguma coisa em troca. Foi algo no jeito com que Ana olhou rapidamente para a porta do pub e mordeu o lábio que fez Harry manter a atenção nela. Era óbvio que ela queria algo. De repente, isso parecia bem claro. Ainda assim, ele esperou, olhando-a até que a garota resolvesse falar.
– Harry – a moça voltou a se inclinar sobre o balcão – se eu guardar o seu segredo, você guarda o meu?
– Você acabou de me chamar de óbvio, então não chego a ter um segredo, não é? – acusou e a menina juntou as sobrancelhas, constrangida.
– Harry, por favor, eu só posso perguntar para você. Perguntaria para a Hermione Granger porque sei que ela não se importaria, mas ela não está aqui. Talvez a Gina soubesse, mas... Além disso, qualquer um dos outros correria para contar, então, só tem você...
– Que outros?
– Garotos – ela respondeu dolorosamente. – Por favor? – implorou.
– Ok. Não direi coisa alguma do que quer que você me fale, ok?
Ana soltou o ar parecendo realmente aliviada.
– Você tem encontrado muito o... Neville?
Harry confirmou, um pouco admirado, mas sem entender exatamente o que isso tinha a ver.
– Bem, ele... ele tinha uma queda pela a sua amiga Hermione, não é?
– É, mas...
– Você acha que agora que ela está noiva, ele perdeu completamente as esperanças?
– Ana, o Neville pode ser um cara na dele, mas não é um idiota. Só um idiota teria esperanças sobre a Mione, mais ainda ela estando noiva do Rony. Ela dispensou o Victor Krum e você sabe tanto quanto eu porque o Rony rompeu com a Lilá Brown.
A garota baixou os olhos e ficou admirando o tampo do balcão.
– É. Tem razão. E agora tem um monte de garotas correndo atrás dele.
– Do Rony?
– Do Neville, Harry.
– Ah... é?
– Bem, ele é um herói, não é? Nossas colegas da escola acham que ele ficou o máximo desde o último ano. E também tem as mais novinhas. – Harry arqueou a sobrancelha pedindo explicação. – Ele tem ido à Hogwarts para fazer estágio com a Prof.ª Sprout e as meninas que estudam lá... Ah Harry você não imagina como essas meninas mais novas são atiradas. Se ele não tiver cuidado é capaz de ser atacado – completou irritada, fazendo Harry sorrir.
– Por que não fala isso para Neville?
– Sobre as meninas?
– Sobre você gostar dele.
Ana abriu a boca, mas logo fechou e negou desalentada.
– Acho que não tenho coragem. – Ela deu um longo suspiro. – Ele é tão maravilhoso. Tão doce. E agora tem deixado a barba por fazer e eu... pare de rir!
– Hei, não me culpe. A culpa é sua de escolher um garoto como confidente.
Harry aparou um guardanapo que ela jogou contra ele, mas não puderam continuar a conversa porque naquele momento a porta do pub abriu dando passagem a um enorme e ruidoso grupo de pessoas. Muitos começaram a gritar o nome de Harry assim que o reconheceram. Era um grupo grande de ex-colegas de Hogwarts, a maior parte deles ex-integrantes da AD ou do mesmo ano de escola de Harry. Eram eles: Dino Thomas, Simas Finnigan, Ernesto Mcmillan, as gêmeas Patil, Lilá Brown, Miguel Corner, Cho Chang, Terencio Boot, Susane Bones, Luna Lovegood, mais dois rapazes e uma garota que Harry não conhecia e, claro, Neville. Harry olhou rapidamente para Ana que congelara no lugar e tinha o rosto púrpura enquanto encarava a multidão que invadia o bar.
– Harry! – berraram seus três colegas de dormitório da Grifinória e foram até ele lhe apertando a mão e dando tapinhas nas suas costas.
– Beleza de jogo! – Falou Simas.
– O que está fazendo aqui? – perguntou Neville.
– Onde estão Rony e Hermione? – quis saber Dino vasculhando a sala por cima da cabeça dos outros.
– Namorando – disse Harry com simplicidade. – E eu além de escanteado, tive uma invasão de fadas mordentes que me expulsou de casa.
Se alguém notou falhas na desculpa, como por exemplo, por que ele tinha vindo dormir no pub ao invés de ter ido para a Toca, ninguém falou nada. Mas Harry não achou que alguém houvesse notado, pois todos pareciam um pouco felizes demais e ele tinha certeza de que uma bebida mais forte que cerveja amanteigada tinha rolado durante o jogo. Numa enorme algazarra, os colegas juntaram um grande grupo de mesas no bar e não apenas arrastaram Harry para o meio deles, como também a jovem proprietária do Caldeirão Furado. Parecendo conhecer muito bem a organização do pub, Simas, Dino e Ernesto entraram atrás do balcão e retornaram com uma enorme quantidade de garrafas de cerveja amanteigada, hidromel e whisky de fogo; e distribuíram de acordo com os pedidos do grupo. Neville se apressou em se aproximar e dizer para Ana que anotaria tudo para que eles pagassem ao final. A garota ficou um pouco corada e concordou feliz, mas Harry não tinha certeza de que ela entendera qualquer coisa que o amigo tivesse dito.
Quase sem que o desejo se expressasse na sua mente, Harry se viu ajudando a organizar as cadeiras e com habilidade fez com que Neville sentasse exatamente ao lado de Ana. A garota percebeu a manobra e lhe lançou um olhar agradecido e aterrorizado. Depois disso, Harry se deixou levar pela ruidosa alegria dos ex-colegas e pelas generosas quantidades de bebida que o grupo de jovens passou a consumir.
– Espero que tenha quartos suficientes por aqui, Ana – comentou Neville responsavelmente, mas rindo enquanto Dino fazia o seu copo transbordar. – Acho que ninguém vai sair daqui em condições de aparatar.
– Então vamos torcer para que a Ana beba o bastante para se enganar na distribuição das camas – provocou Simas, enchendo também o copo da colega e olhando para as meninas que sentavam agrupadas num dos lados da mesa.
– Vai sonhando, Finnigan – rebateu Padma com o apoio das outras.
Luna deu uma gargalhada exagerada e o grupo em peso passou a troçar de Simas que sentou amuado. Quando cansaram das piadinhas, passaram ao assunto que renderiam mais tempo na mesa: a partida de quadribol da tarde. O jogo foi comentado lance a lance e houve grande entusiasmo por parte dos meninos com a atuação de Gina. Talvez apenas Harry e Cho tenham achado os comentários um pouco exagerados, mas por razões bem diferentes. Como Gwenog Jones fora reconhecida, as especulações do que ela tinha proposto para Gina Weasley e como ela viera parar no meio do público da partida também animaram as conversas. Harry se fez de bobo todas as vezes em que lhe perguntaram. Quando o assunto do jogo da tarde esgotou, uma nova rodada de bebidas fez com que cada um contasse histórias de suas vidas após a escola e, como não podia deixar de ser, logo estavam falando de Hogwarts e dos tempos do colégio.
Harry não poderia dizer a hora em que finalmente o grupo começou a dispersar. Mas lembrava bem de Parvati Patil tentar descobrir quem era a tal garota por causa da qual ele parara de sair Bridget Mansfield. Diferente de Ana Abbot, ela parecia mais interessada na fofoca do que em alertá-lo sobre Rita Skeeter. Também lembrava que Lilá Brown fizera tudo para parecer exageradamente feliz, talvez com a esperança de que ele fosse contar para Rony. E que Cho viera conversar com ele, mas o diálogo pareceu muito emperrado e Harry não tinha muita vontade de lhe dar atenção e perder as piadas que os outros garotos estavam contando. Quando o cansaço do dia cheio lhe pareceu insuportável. Harry aproveitou que muitos dos ex-colegas estavam indo embora e se recolheu ao quarto que havia alugado para passar a noite.
A primeira coisa que ele se deu conta no dia seguinte foi de que não poderia ainda voltar para casa. Sua impressão é que quanto mais demorasse, mais tempo daria a Rony e Mione e menos chance teria de surpreender algo embaraçoso. Logo, teria de arranjar o que fazer enquanto matava o tempo.
Quando desceu para o pub já havia passado e muito da hora do café da manhã. O salão estava vazio e apenas um atendente, que arrumava os copos atrás do balcão, saudou Harry. Ele informou que a Srta. Abbot ainda não havia chegado e perguntou se Harry iria almoçar ali, o que o rapaz dispensou. Ele até considerou dar uma volta pelo Beco Diagonal, mas desistiu pela possibilidade de encontrar com Fred e Jorge.
– Escute – disse ao atendente, um garoto gordinho e bochechas salientes, possivelmente parente de Ana Abbot – posso deixar minhas coisas no quarto?
– O senhor vai passar mais uma noite aqui, Sr. Potter? – O menino de repente pareceu nervoso, como se só com a proximidade tivesse reconhecido Harry que, instintivamente, baixou o cabelo sobre a testa.
– Não. Vou dar uma volta por aí. Apenas não gostaria de ficar carregando a mochila.
– Sem problema – sorriu o garoto, muito prestimoso. – O seu quarto fica à disposição por quanto tempo o senhor quiser.
– Certo. Obrigado. Me diga uma coisa...?
– Tony. Tony Abbot. Sou primo da Ana.
Harry apertou-lhe a mão e o garoto arregalou os olhos, impressionado, mas Harry fingiu não perceber.
– Existe algum lugar em que eu possa trocar galeões por dinheiro trouxa, Tony? Hoje é domingo e o Gringotes...
– Eu posso trocar para o senhor. A Ana guarda dinheiro trouxa para emergências dos hóspedes.
Fora um impulso, mas Harry resolveu segui-lo assim que o teve. Iria gastar o tempo, antes de voltar para casa, andando pela Londres dos trouxas. Não fazia isso há anos. Seria, sob muitos aspectos, como explorar um território totalmente novo e isso o animou.
Tão logo saiu do Caldeirão Furado foi engolfado pelo cheiro de asfalto quente, poeira e fumaça de carros. Como era domingo, nem a rua nem as calçadas estavam muito cheias. Mas também estava longe de estarem vazias. As pessoas, em sua maioria, andavam em grupos alegres que ou estavam indo ou vindo de algum parque. Um casal passou por ele correndo com minúsculos fones de ouvido saindo das roupas de ginástica, seguidos por um cachorro que quase o atropelou. Para todos os lados que olhava, Harry via escrito no rosto das pessoas a disposição de aproveitarem o que poderia ser um dos últimos domingos quentes e ensolarados do verão. Agosto estava quase no fim e um vento outonal já costumava a aparecer nos fins de tarde.
Harry andou a esmo por horas. Parou em vitrines, entrou em livrarias, almoçou alguma coisa que lhe pareceu cara demais para o gosto que tinha, andou mais um pouco, e viu mais vitrines. Seria mentira dizer que nada lhe atraíra no passeio, apenas, as coisas perdiam rapidamente a graça.
A tarde já ia para além da metade quando ele resolveu entrar em um parque e jogar-se sobre a grama aparada e ficar olhando o céu por entre as folhas das copas das árvores. Poderia fechar os olhos e ficar em paz ali por séculos. Não agüentou cinco minutos. Sentou e ficou olhando as pessoas que estavam no parque. Casais em grande parte, ou então famílias, algumas bem jovens. Olhou mais adiante e o padrão se repetia: casais e famílias. Um grupo de amigos em torno de um violão chamou-lhe a atenção. Tinham mais ou menos a idade dele, e pareciam intimamente acomodados uns aos outros. Harry contou dois casais de namorados e um óbvio casal de garotas. O rapaz que tocava o violão não tirava os olhos de uma menina sentada um pouco mais adiante.
“Você também tem amigos”, lhe disse a voz dentro da sua cabeça. “Ficou muito tempo com eles ontem, não ficou?” “É.” Concordou sem vontade. Não tinha percebido, mas todo o tempo em que estivera com os outros, agora, na memória, parecia ter sido mais visto do que vivido, como se ele estivesse vendo o mundo por uma vitrine de loja. Os vidros, escrupulosamente limpos, davam a impressão a ele e aos outros de que Harry estava na paisagem, se integrava a ela, mas ele não estava. Estava longe dali. Um canto obscuro de sua mente trabalhando o tempo todo. Buscando, procurando, temendo que tudo desmoronasse.
Por muito tempo, Harry tinha vivido na solidão que acreditava ser própria de alguém marcado por um destino ruim. Por vezes, ele deixava que Rony e Hermione o alcançassem. Fora os únicos a quem ele deixara chegar tão perto. Poderia ter permitido isso a Gina, mas seria temerário. Gina o compreendia de uma forma diferente que os amigos. Ela não respeitaria a vitrine, não aceitaria que ele a olhasse pelo vidro, não admitiria desculpas para que ele não sentisse. E ele nem mesmo podia acusá-la de não entendê-lo. Gina o entendia melhor do que ninguém.
Harry voltou a desabar na grama e deixou o sol ficar brincando pelos espaços entre as folhas sobre os seus olhos fechados. Queria achar alguém a quem pudesse perguntar por que as coisas pareciam ser sempre mais difíceis com ele. Por que não se resolviam de uma vez por todas?
– TOM! – berrou uma voz feminina e Harry se ergueu do chão como um raio e quase sacou a varinha ao procurar por quem a voz chamava.
Um menino de cabelos castanhos passou correndo a sua frente com uma bola debaixo do braço em direção à mulher que o chamava. Ele o acompanhou com os olhos, os pensamentos aparecendo devagar na sua mente, como se tivessem de ser expressos bem lentamente.
Talvez, Voldemort não precisasse voltar fisicamente. Ele nunca havia partido realmente. Ao menos, não da mente de Harry. Fosse o que fosse a ameaça que ele lhe lançara no último momento – real ou apenas uma tortura final – Harry o mantivera presente, dentro de si, por todo o último ano. Todas as horcruxes haviam sido eliminadas, mas o que mantinha Voldemort ali era o medo, o pavor, o pânico que Harry tinha de que ele voltasse. O bruxo ainda atraía a maior parte dos pensamentos de Harry, como se a guerra continuasse. Eterna. Unicamente dentro dele. Era claro para todos que o perigo imediato se fora, mas Harry continuava prisioneiro daquela luta. Prisioneiro de um destino que, mesmo já cumprido, ainda lhe pesava como se ele tivesse para sempre de carregar aquele fardo.
“É interessante observar até onde sua patética obsessão de sentir pena de si mesmo pode levá-lo.”
As palavras foram ditas tão claramente dentro da sua cabeça, que Harry não conteve o impulso de olhar para trás para ver se havia alguém ali. Mas, é claro. Ele estava sozinho. E argumentar consigo mesmo era algo que ele andava fazendo com irritante freqüência.
“Faço o que tem de ser feito.”
“Repita isso até se convencer.”
“Que diabos você quer?”
“Gina, seu idiota. Ou você acha que passou essa tarde miserável e chata porque não havia sol, alegria ou coisas interessantes o suficiente a sua volta?”
“Estou fazendo o que é melhor para ela.”
“Está fazendo ela infeliz, isso sim!”
“Melhor infeliz e viva.”
O outro lado da sua mente silenciou, mas Harry podia ouvi-la rosnar, furiosa, se sentindo injustiçada, cheia de vontade de mandar toda a correção e princípios às favas. O pior é que tudo parecia apenas ter ficado mais difícil. E ele sabia que seria assim. Por isso não tinha tentado voltar a namorar Gina quando a guerra acabou. Agora, a sensação de que sem ela lhe faltava um pedaço só tinha aumentado e não havia nada que ele pudesse fazer a respeito. Então, passava a maior parte do tempo discutindo consigo mesmo. Dizendo a si mesmo que estava procurando pela pista que Voldemort lhe deixara e que quando a conseguisse, poderia finalmente ficar com a garota, sem medo ou cuidados.
“Ou achará outra pista de outra coisa que o levará a outro lugar.” Recomeçou aquele irritante monstrinho interno. “Você não conseguiria acabar com todo o mal do mundo, mesmo que pudesse!”
Harry ergueu-se de um salto da grama e bateu as mãos no jeans para limpá-lo, jogando para si mesmo o argumento que considerava infalível e se pondo a caminhar para fora do parque.
“Se meu pai tivesse podido escolher, também escolheria manter minha mãe viva a ficar com ela.”
O raciocínio era maior que isso, pois incluía ele próprio não ter nascido e não ter de se preocupar em quem era o bruxo das trevas da vez. A não-existência era, às vezes, muito atraente. Não tinha dado dois passos além da árvore, sob a qual sentara, e a voz que argumentava pareceu não sair dele, mas de um ponto as suas costas. Era uma voz masculina, conhecida, muito parecida com a dele.
“Não trará sua mãe de volta ficando sozinho e fazendo de você mesmo uma pessoa infeliz.”
Harry se voltou para trás e o que viu o deixou absolutamente alerta e apavorado. O coração parecia que ia saltar pela boca. Não chegou a um segundo. Talvez tenha sido apenas uma fração, antes da imagem do homem de cabelos revoltos e óculos sumir, sem lhe dar qualquer certeza do que ele realmente tinha visto. Voltou até a árvore e circulou-a duas vezes. Não havia nada. Ainda assim, a imagem se gravara em sua retina. Harry jamais saberia se vira mesmo ou se fora apenas o reflexo do enorme desejo que ele tinha de que alguém aparecesse e lhe dissesse o que fazer. Desde que ele e Gina tinham recomeçado, tudo o que ele queria era uma orientação sobre qual a forma correta de agir. Como não havia, Harry simplesmente tentava imitar o que sabia do seu pai, apenas eliminando os erros que ele cometera e que haviam resultado na própria morte e na da mulher que ele amava.
Não era que ele culpasse Tiago. Não mesmo. Seu pai era um herói e tinha enfrentado Voldemort com as mãos nuas para proteger a Lílian e ele. Afinal, qualquer um podia confiar demais em um amigo e ser traído. Na verdade, Harry esperava que, caso seu pai pudesse estar com ele, aprovasse totalmente a sua escolha, pois ele tinha escolhido não deixar a história se repetir. Não deixar que nada acontecesse à Gina, como havia acontecido com a sua mãe.
“E ainda assim, Harry: ela não vai voltar.”
– Apareça! – Harry ordenou em voz alta. E várias pessoas do parque, voltaram as cabeças para ele e o olharam como se ele fosse doido. O que na verdade parecia, pois não havia ninguém com quem Harry pudesse falar. A voz do seu pai, no entanto, voltara para dentro da sua cabeça.
“Você não pode salvá-la.”
– Posso salvar Gina – murmurou sem se importar com os olhares dos trouxas a sua volta.
“Do quê, exatamente?”
Como se estivesse praticando oclumência, Harry fechou a mente e decidiu que estava já há tempo demais sozinho. Assim, menos de vinte minutos depois, após ter aparatado no Caldeirão Furado e pegado as suas coisas, Harry desaparatava em frente a sua casa no Largo Grimmauld. Encontraria Rony e Mione e os três se dedicariam a algo ativo como seguir a pista de Voldemort. Isso não deixaria a sua mente ficar vagando por argumentos seus ou projetados na figura de seu pai morto.
Assim que entrou em casa, seguiu pelo corredor em direção à cozinha sem sequer olhar para os andares de cima. Não queria pensar que Rony e Hermione poderiam estar lá ou no que poderiam estar fazendo. Assim, achou que o melhor era ir até o porão e fazer algum barulho que lhes chamasse a atenção. Talvez ele pudesse chamar o Monstro e ouvi-lo contar alguma coisa, sobre qualquer coisa que fosse. Não importava. Apenas não queria ficar sozinho.
Harry empurrou a porta e percebeu no mesmo instante que todo o seu cuidado para chegar tarde fora praticamente em vão. Rony estava em uma cadeira e Hermione no colo dele. Nenhum dos dois parecia ter noção de que o resto do planeta continuava a girar.
Entre voltar a ser um sem teto cheio de caraminholas na cabeça e interromper o que parecia ser um beijo de dar inveja aos filmes trouxas que passam apenas de madrugada, Harry parou na porta e pigarreou o mais alto que pode.
– HARRY! – Hermione saltou do colo do namorado ficando imediatamente em pé e arrumando nervosamente o cabelo. Estava afogueada e parecia transpirar alegria. – Você chegou!
– É – ele entrou na cozinha – eu teria de voltar para casa um dia, mas posso...
– Sumir de novo – sugeriu Rony, que parecia extraordinariamente calmo e relaxado.
– Não! – ralhou Mione e depois se voltou para Harry, curiosa. – Onde foi que você se meteu?
– Dei umas voltas... er, tudo bem, hã, por aqui?
– T-tudo – ela respondeu rápido demais, Rony se limitou a sorrir largo. Harry poderia dar um soco nele.
– Beleza – foi o que conseguiu dizer. – Então, eu vou para o meu quarto e...
– A Gina está lá em cima esperando você desde cedo – avisou Hermione.
– No meu quarto?
– Não, cabeção – retrucou Rony – na sala de estar do primeiro andar. Mas eu não ficaria animadinho se fosse você. Ela está querendo seu fígado cozido no vinho tinto.
Harry consultou Hermione que ergueu os ombros, naquele gesto típico de “eu te disse”.
– Certo.
Resignado, ele jogou a mochila em um canto e se virou para subir até o primeiro andar. Rony e Hermione não disseram palavra alguma para lhe dar força ou ao menos fingir que estavam do lado dele. De repente, era como se o mundo inteiro, os vivos e os mortos, achasse que ele estava errado. Até as cabeças dos elfos que serviram à família Black e que ficavam empalhadas na parede olharam-no subir as escadas acusadoramente. Antes de entrar na sala Harry respirou fundo. Detestava brigar com Gina.
Contudo, não foi nem um olhar furioso nem palavras azedas que ele encontrou. Gina, ao que parecia tinha cansado de esperar e estava acomodada no maior sofá da sala, o que ficava de costas para a janela, profundamente adormecida. Harry achou que preferia que ela o tivesse recebido com quatro pedras na mão. Ao menos assim, ele teria podido se defender.
Nem sentiu o que fazia para se aproximar, embora tivesse massageado o rosto como forma de segurar todos os impulsos que a visão dela lhe tinha causado. Harry nem poderia dizer o que era mais adorável, se a mão sob o rosto, os lábios entreabertos ou os pés descalços que escapavam, trançados, de sob a longa saia de verão que, ele tinha certeza, contra a luz devia ser quase transparente. Dobrou os joelhos e ficou próximo à altura do rosto dela. Deveria ser proibido por lei fabricarem garotas como Gina Weasley. Tinha que haver um lugar onde se pudesse reclamar que não era justo. Os olhos dele deslizaram pela menina. Não. Não era nem um pouco justo.
– O que está fazendo? – ela perguntou sonolenta, sem abrir os olhos.
Harry sorriu e não conseguiu responder com mais do que a total sinceridade.
– Achando você linda.
Gina abriu os olhos e o encarou séria, mas não brava.
– Assim não vale. Eu vim aqui brigar com você – o tom dela era calmo, quase manhoso.
– Eu sei – Harry falou baixo. Àquela distância, não precisava mais que um sussurro para que ela o ouvisse.
– Você demorou.
– Desculpe.
– Eu acabei dormindo.
– Eu vi...
Estavam tão perto que ele não faria nem um esforço para beijá-la se quisesse. E ele queria tanto que podia sentir o corpo tremer de vontade. Foi Gina quem quebrou o encanto, erguendo-se no sofá, colocando os pés no chão e sentando muito reta com as mãos bem juntas sobre o colo. Ela parecia estar determinada a falar e não olhar para ele. Harry não se moveu.
– Por que fez aquilo?
– Gina, eu...
– Não me trate por burra, Harry. Eu não sou. – Ela não alterou a voz. – Num dia você conversa com o Prof. Slughorn, no outro ele aparece “do nada” com ninguém menos que a capitã do Harpias de Holyhead para ver um jogo que pretendia ser apenas festivo.
– Eu sei que você não é burra, Gina. Eu não pretendia negar. Eu pedi para que o Slug levasse a tal Jones para ver o jogo.
– Por quê?
Harry se ergueu e a encarou.
– Porque eu queria que ela visse você jogar.
– Você está mesmo determinado a me afastar, não é? E, pior! – Agora ela finalmente parecia estar brava. – Você quer decidir a minha vida!
Gina tinha levantado e mesmo sendo mais baixa do que ele o encarava com tal ferocidade que parecia bem maior.
– Não. Você está enganada! Quero apenas te mostrar do que você está abrindo mão. Eu não sei o que a tal Jones propôs a você e certamente não tenho como obrigá-la a aceitar. Mas não posso deixar que você continue a se matar numa profissão que você apenas tolera. Não por minha causa.
– É uma decisão que não cabe a você, Harry Potter. Só a mim.
– Sua teimosia vai a ponto de abrir mão dos seus sonhos?
Gina cruzou os braços erguendo o queixo, desafiadora.
– Sou eu quem decide quais sonhos eu quero realizar.
– Você não é assim, Gina. Sempre brigou para ter tudo o que queria. Eu realmente não valho tanto esforço.
– É. Tem vezes que penso que não vale mesmo!
– Quer fazer o favor de escutar! Você realmente pode brilhar como jogadora de Quadribol. Você pode ser incrível! Por que quer continuar a fazer algo que a incomoda e deprime?
– Acha realmente que sabe como eu me sinto, não é?
– Sei como você se sente quando voa.
Ela titubeou por um instante antes de responder, agressiva.
– Como poderia saber?
– Sei porque eu amo e conheço você melhor do que qualquer um. – As palavras flutuaram entre eles. Harry nunca tinha dito antes que a amava e aquilo saíra tão tranqüilo, tão intenso. Gina piscou e sua respiração mudou. Acelerou. Harry deu um passo na direção dela antes de continuar a falar. – Quero dizer, tem muitas coisas que eu não conheço, mas eu entendo as importantes. Tem idéia do orgulho que eu sinto quando você sobe naquela vassoura e faz os outros comerem poeira ou leva um goleiro às lágrimas como fez ontem?
Gina apertou os lábios com firmeza. Ele não poderia dizer se ela estava impedindo a si mesma de sorrir ou de berrar de frustração.
– E ainda assim, você continua longe de mim.
– Hei! Foi você que terminou comigo, lembra?
– Lembro que você determinou que ficaria comigo apenas enquanto não houvesse indícios de um retorno de Voldemort. “Oh querida, acho que senti mais frio que o normal está manhã, devo ter passado por um dementador. Céus! Acho que Voldemort está voltando. Adeus!”
– Gina...
– Se me conhece, por que achou que eu aceitaria isso?
– Não é só você quem está sofrendo!
– Sério? E isso melhora em quê a nossa situação, Harry?
Ele jogou a cabeça para cima e encarou o teto, já que olhar para ela estava cada vez mais difícil. Depois de segundos intermináveis, ela voltou a falar, novamente com a voz controlada.
– A decisão é minha, não é?
– Toda sua – respondeu sabendo que tinha perdido.
– Certo – ela se virou buscando as sandálias baixas que usava para calçá-las. Quando as encontrou, curvou o corpo e passou a afivelá-las nos pés, escorando uma das mãos no encosto do sofá. – Eu o vejo no treino de Aurores amanhã.
– Você não vai nem considerar?
– Não é um problema seu.
Perdendo de vez as estribeiras, Harry deu dois passos na direção dela e a pegou pelos ombros obrigando-a a olhar para ele.
– É claro que é problema meu! – A voz saiu alta e mais raivosa do que ele pretendia a princípio, mas Harry não corrigiu. Ao inferno, ela tinha de ouvir a voz da razão. – Se você fica infeliz é problema meu, sim.
– Por quê? – Rebateu ela no mesmo tom. – Por que você me ama?
– É!
– Eu também te amo Harry e eu não vejo você aceitar que os seus problemas sejam meus também!
Harry ficou olhando dentro dos olhos dela, que, às vezes, pareciam ficar flamejantes como os cabelos quando ela ficava zangada. Não tinha o que dizer, o que responder. Os dedos que seguravam os ombros dela afrouxaram, mas não a largaram e, um senso de humor estranho, como se uma outra voz ditasse a fala em sua cabeça o fez rir bobamente.
– Será que a gente não consegue nem brigar sem ficar se declarando?
Os cantos dos lábios de Gina tremeram ligeiramente, mas ela se esforçou para não sorrir.
– Não vou me afastar das buscas pelo nome de poder, Harry.
– Certo – ele concordou, mas continuava perdido nos olhos dela e suas mãos desceram dos ombros para a cintura da garota. Ele também baixou novamente a voz, porque estava mais preocupado em respirar a proximidade dela. – Caso não tenha notado, Hermione não está estudando para ser Auror.
– Você não fica protegendo ela o tempo todo.
– Não. É o oficio do Rony. Luna e Neville também não estão planejando abraçar a carreira de caçadores de bruxos das Trevas.
– Fui eu quem os trouxe. Se dependesse de você...
– A maior parte do pessoal que fez parte da Ordem da Fênix não era Auror e lutou.
– Quer dizer que mesmo eu não sendo Auror você não vai me impedir de lutar?
– Nunca consegui impedir você de fazer coisa alguma, não é?
– Só de ficar ao seu lado. – Uma intensidade magnética emanava do rosto da garota, enquanto eles se estudavam. – E como é que nós ficamos então?
– Eu não sei. Eu realmente não sei Gina.
– Quem está sendo teimoso agora? Não podemos ficar desse jeito, Harry. Dói demais.
– Tem razão.
– O que está fazendo?
Harry a tinha empurrado gentilmente até as costas dela se encostarem contra a parede ao lado da janela.
– Esperando você calar a boca para te beijar.
Gina deu um sorriso de lado.
– Isso seria bem mais fácil se você não fosse tão turrão.
– É – Harry ergueu a mão direita e deslizou os dedos do alto do maxilar até o queixo dela. – Também seria mais fácil se você não ficasse me torturando o tempo todo como fez na última semana.
Os rostos iam se aproximando e Gina tinha um sorriso angelical.
– Eu não fiz nada.
– Tem gente queimando no inferno por bem menos Srta. Weasley – Harry quase sussurrou porque estavam com os lábios roçando um no outro.
– Que exagero – disse Gina com a respiração já cortando. – Apenas provoquei você... um pouquinho.
– Foi o que eu disse... queimando no inferno.
Como a Amortentia contara aos seus sentidos numa certa aula de Poções, anos atrás, havia três coisas das quais Harry realmente gostava. Voar. Pudim de caramelo. E beijar Gina Weasley.
Poderia fazer isso até o fim dos seus dias sem cansar, sem pensar. Foi por isso que ele a apertou firme contra o peito e beijou com todas as nuances ditadas pela saudade, pela contenção, pelo desejo longamente reprimido. E, com a decisão que caracterizava a garota, Gina se agarrou a ele, igualmente esquecida que eles continuavam num impasse, igualmente esquecida de que viera brigar feio com ele. Quando os dois se beijavam, as coisas complicadas não existiam porque simplesmente não havia nada que fosse mais certo.
– Ham... Ham
Harry deixou os lábios de Gina relutantemente antes de olhar para a porta. Contudo, ele não a soltou e ela tampouco. Rony olhava os dois de braços cruzados.
– Afinal, você dois estão juntos ou não?
– Isso não é realmente da sua conta Rony – disse Gina, ainda com os braços em torno do pescoço de Harry.
– É da minha conta, se é você que vai ficar falada.
Gina revirou os olhos e impediu que Harry continuasse o processo iniciado de se afastar.
– Falada?
– É. Falada. O que acha que vão dizer de você ficar se enroscando o tempo todo com um cara que nem é seu namorado?
Ela quase empurrou Harry e ele teve de segurá-la pela cintura para que ela não pulasse no pescoço do irmão.
– Primeiro lugar, com quem eu “me enrosco” não é da sua conta. Segundo, não estou o tempo todo com o Harry. E pode por a culpa nele e não em mim. E, terceiro, a única pessoa que pode falar alguma coisa é você, seu fofoqueiro, filho da...
Harry cobriu gentilmente a boca da namorada.
– Gina se acalme, você vai acordar a Sra. Black. – Ela continuou a desfiar uma grande quantidade de palavrões contra o irmão, mesmo com a boca abafada por Harry. – Rony – ele perguntou por cima dos xingamentos dela – você veio dizer alguma coisa?
– É. Eu vim. – Ele desviou os olhos da irmã, não parecia nem um pouco abalado com as imprecações dela. Na verdade, Rony parecia apenas ter falado aquelas coisas antes para provocá-la. – A Mione achou alguma coisa. Sobre os tais nomes de poder. Quer que vocês desçam.
Gina levou as duas mãos até a mão de Harry e a tirou da própria boca.
– Sério?
– É. – Rony torceu a cabeça para o lado, parecendo ser o único a reparar que Harry e Gina continuavam grudados e pareciam não ter a menor intenção de largar um do outro. – Vocês vão descer? Ou vão continuar aí?
– Vai ver se estou na esquina dando banho num hipogrifo, Ronald!
– Rony, por favor – pediu Harry.
– Qual o problema? Sou irmão dela. Fiz o que pude para vocês ficarem juntos, não fiz? Mas decididamente Harry, eu quero saber qual é a sua? Não acho legal, você terminar com ela e depois ficar agarrando-a sempre que tem vontade.
– Não é assim...
– Não é da sua conta!
– Não estou falando com você, Gina. O Harry é meu amigo e eu não esperaria que ele agisse assim com a minha irmã.
– Rony, você não entende...
– Não mesmo – garantiu o outro enquanto olhava para a mão com que Harry segurava firmemente a cintura de Gina contra o seu quadril e depois voltou a encarar o rosto do amigo.
Quase como um ato reflexo, Harry soltou Gina. Percebeu imediatamente que tinha feito a coisa errada com os dois. Gina o olhou magoada e Rony, não pareceu satisfeito. Pelo contrário, estava claramente decepcionado. Com aquela sensação de que não conseguia fazer nada direito, Harry rumou lentamente para porta, evitando olhar para qualquer um dos dois.
– Vamos lá ver o que a Mione achou – murmurou já quase na porta.
Teve a sensação de que nenhum dos dois o seguira e os seus passos rumaram solitários até quase a beirada da escada. Tudo o que ele escutava, era aquele cantinho desaforado da sua mente crescendo e repetindo sem parar: idiota, idiota, idiota! Harry ergueu a cabeça e lá estava ele de novo. Sua imaginação insistia em por seu pai na sua frente. E ele também estava decepcionado.
“Você está errado.”
– Você teria agido assim, se soubesse – Harry nem se deu conta de que dissera aquilo em voz alta.
“Eu sabia tanto quanto você, garoto. E ainda assim, prefiro meus poucos anos com a sua mãe, do que décadas sem ela. Mas ninguém pode impedi-lo de ser um mártir, se é o que você quer, não é?”
Aquilo caiu como um raio na cabeça de Harry. Ele piscou, mas a imagem do seu pai não estava mais lá. Não havia ninguém com ele. Uma sucessão de coisas começou a colar e descolar em sua cabeça num ritmo frenético. A verdade, é que ele queria tanto ser mártir quanto quis ser herói. Ou seja, a simples idéia lhe era odiosa. Harry nunca tinha querido nada daquilo.
– Rony! Harry! Gina! Vocês não vão descer?
– Estamos indo, Mione!
Ele berrou de volta e com passos largos voltou até a sala de estar. Gina tinha finalmente terminado de amarrar as sandálias e estava pegando a bolsa. Rony a observava com carinho, parecia estar decidindo se dava ou não um abraço na irmã. Harry caminhou até o meio da sala. Rony o olhou um pouco admirado, talvez não esperasse que ele mudasse tão rapidamente de atitude.
– É melhor você descer, cara – sua voz saiu firme, quase uma ordem.
Contudo, não foi o suficiente para que Gina o olhasse. Ela mantinha os lábios presos numa linha firme e estava obviamente furiosa por ele ter, mais uma vez, a beijado e fugido. Os braços cruzados e as pernas duramente postadas no chão indicavam que seu humor estava ainda pior do que quando ela o tinha confrontado por causa da capitã do Harpias de Holyhead.
– E vocês dois? – Rony indagou desconfiado.
– A gente já está indo – respondeu Harry.
Rony resmungou alguma coisa e raspou o pé no chão.
– Vocês vão resolver isso, ou vão voltar a se agarrar e depois brigar de novo?
– Tchau, Rony!
Harry estava um pouco à frente do amigo e não se virou para olhá-lo. Tinha certeza que Rony estava se debatendo entre sair dali e deixar os dois sozinhos. O amigo rezingou mais alguma coisa antes de seus pés começaram finalmente a se afastar.
– Não demorem – resmungou um pouco mais alto.
Harry e Gina esperaram até ouvir os passos de Rony sumirem escada a baixo. A garota que, até então, tinha mantido a bolsa firmemente agarrada contra o peito jogou-a com violência no sofá e voltou a cruzar os braços, deixando claro que, desta vez, ela não ia facilitar. Era óbvio que Harry a tinha decepcionado mais uma vez ao se afastar dela.
– Ele tem razão – ela comentou – estamos ficando previsíveis.
– Você está certa – Gina finalmente o encarou, sem perceber que ele tinha ignorado o seu comentário sobre Rony. – Está certa e eu estou errado.
– Do que está falando?
– De tudo. Você está certa. – Harry parou e pensou um pouco. – Menos sobre ser Auror e o Quadribol, mas vou convencê-la.
– Que diabos...?
– Uma vez... – Harry a interrompeu – você me disse que entendia porque era tão importante caçar Voldemort e liquidá-lo e porque eu queria (e tinha) de fazer parte disso. Você se lembra? – Gina assentiu, mas Harry ergueu a mão e pediu que ela o deixasse continuar. – Bem, foi o que eu fiz, não foi? E nós dois imaginávamos que quando tudo aquilo acabasse, se ambos tivéssemos sobrevivido, ao menos a gente tentaria ficar junto, não é? Afinal, você me disse, antes de eu partir, que ainda gostava de mim e eu nunca, em nenhum momento, deixei de gostar de você ou de sentir a sua falta, Gina.
– Harry...
– Por favor, me deixe falar tudo, ok?
Passando a mão pelos cabelos num gesto nervoso, Harry começou a andar pela sala. Devia ter ensaiado o que queria dizer antes de tentar dizer, mas planejar nunca fora exatamente o seu forte.
– Só que, no último segundo, quando eu soube que tinha vencido, quando ele soube que estava acabado... A última coisa que ele fez foi abrir a mente para mim. Não foi uma frase ou uma ameaça clara, foi apenas uma certeza. Como se ele tivesse ainda uma carta na manga. Mais alguma coisa que pudesse... sei lá, trazê-lo de volta.
– Os mortos estão mortos, Harry. Não há o que os faça voltar.
Ele deu um sorriso sarcástico.
– Nem todas as regras se aplicam à bruxos como Voldemort. – Harry sacudiu a cabeça – mas não é disso que eu quero falar. – O rapaz caminhou até ficar exatamente em frente a garota. – Eu... percebi duas coisas muito importantes hoje. Uma delas é que eu é que tenho mantido Voldemort vivo durante todo esse tempo.
Gina arqueou as sobrancelhas, sem entender.
– Eu continuo pensando nele, Gi. Quase o tempo todo. Tenho moldado a minha vida como se toda ela fosse regida por aquela ameaça. Não, eu não estou dizendo que agora resolvi achar que ela não é real, apenas... acho que descobri que não se trata mais de ser Harry Potter, o Eleito e tudo mais. Se trata somente de um trabalho: caçar bruxos das trevas. Uma coisa que eu escolhi fazer. Mas eu não sou isso.
Se aquelas palavras saíram dele parecendo libertá-lo de um grande peso, elas pareceram ainda mais importantes pela forma como os olhos de Gina brilharam e ela sorriu.
– Você não tem idéia de como eu fico feliz em ouvir isso?
– E não é tudo – ele deu um passo pequeno e ficou tão perto dela que podia sentir seu cheiro, seu calor, mas ele não se desviou de sua meta. – Minha segunda descoberta é que se têm alguns mortos que permanecem vivos porque a gente não para trazê-los de volta à nossa cabeça... Tem vidas que não tem nenhuma cor, nenhuma graça, se não são vividas como devem ser.
Agora Gina estava entendendo onde ele queria chegar, ou será que ela tinha mordiscado o lábio apenas para provocá-lo. Talvez, estivesse tentando não sorrir. Harry continuou.
– Eu poderia chegar aqui na sua frente e dizer que não consigo ficar longe de você por mais que eu tente. Mas isso, você já sabe. Poderia dizer sou louco por você, que te desejo, que te amo mais que qualquer coisa. Você também sabe disso. E sabe que a simples idéia de alguma coisa possa acontecer a você ou que eu possa te perder é a coisa mais insuportável que eu já senti.
Algo quente e frio ao mesmo tempo parecia tremer dentro dele subindo do peito para as bochechas e fazendo a sua voz vacilar. Talvez, porque ele nunca tivesse se exposto daquela maneira para ninguém e, por um instante, ele pensou que se sairia melhor se tivesse escrito tudo aquilo. Gina também tremia. De qualquer forma, não tinha como parar agora.
– Você tem razão, Gina. Sempre teve. Conosco tem de ser tudo ou nada. Nenhum de nós merece qualquer coisa pela metade. Eu estou cansado de querer você e achar que a felicidade que eu sinto é algo roubado, algo que não me pertence. Algo que faz parte da vida de uma outra pessoa. Estou cansado de ser órfão. Cansado de fazer a minha vida girar em torno de coisas que eu não quero.
A sua boca estava seca. Provavelmente ele nunca tinha falado tanto e nem tinha dito coisas que brotavam dele sem nenhum esforço como aquelas. Respirou fundo e chegou mais perto dela. As roupas deles roçaram no único barulho que se poderia ouvir na sala. Gina tinha prendido a respiração e Harry tinha plena consciência do quanto ela tinha esperado para ouvir tudo aquilo.
– Se a minha vida tem que girar em torno de alguma coisa, eu prefiro, dentre todas, que seja você. Que seja em torno da gente, dos nossos sonhos, dos nossos planos, da família que podemos construir... O que foi? Eu falei algo errado?
– Não. Eu estava apenas me perguntando quando você vai calar a boca...
– E te beijar? – ele completou com o mesmo sorriso traquinas que brincava nos lábios dela.
Sabe quando um rio encontra o mar? Não do jeito real, mas daquele figurado que a gente cria na cabeça da gente. Um turbilhão de água se diluindo em algo maior, mais poderoso, infinito. Bem, têm beijos que são assim. Às vezes é o primeiro. Outras vezes acontece num momento esperado, especial. Alguns casais conseguem esse efeito sem esforço. Com eles, os beijos são quase sempre assim.
Quando Harry se afastou de Gina por um instante, apenas para sussurrar que a amava, recebeu de volta aquele sorriso que ela costumava lhe dar e que o fazia se sentir quente, poderoso, completo. Nem tentou resistir e voltou a beijá-la. Hermione, Rony e suas descobertas sobre o que quer que fosse, podiam esperar. Todo o resto podia esperar. Ele não.
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N/B Sônia: E como é que eu comento, estando maltada? Definitivamente derretida???? Capítulo todo emoção, Anam! Desde a cumplicidade “cooperativa com o namoro alheio” de Harry, Ron e Mione, passando pelo encantador início da história de Anna e Neville, a participação oportuníssima e emocionante de James Potter e finalmente... Harry e Gina. Você tem idéia do que esse capítulo fez com os corações H/G de seus leitores? Avalie por mim: uma beta derretida. Completa, absolutamente e feliz da vida, derretida. Aplausos, Anam! Muitos, sonoros e estrondosos aplausos!!!!! Obrigada pela leitura sensível, instigante e cheia de emoção com que nos presenteia a cada capítulo! Um beijo enorme no seu coração! Um ano Novo coberto de inspiração, recheado de amor e saúde e acompanhado de harmonia e conforto, para você, para o Guto e toda a sua família! – E para vocês, meus colegas admiradores da Sally e leitores desta fic – UM FELIZ 2.008, REPLETO DAS HISTÓRIAS DE SALLY OWENS!!!! – Até o próximo capítulo! =D
N/A: FELIZ NATAL!!!!!!!!!!!!!!!
Ok, está atrasado, mas é de coração. Espero que tenham gostado, pois eu gostei especialmente de escrever este capítulo. Calculo que, agora, a fic tenha mais uns dois capítulos além deste. Afinal, ainda temos um pequeno mistério a resolver e... torcer para que o Harry saiba lidar com ele.
O maior problema deste capítulo foi escolher a música. Fiquei com três na cabeça, tentando escolher qual a mais apropriada. Se for mais leve, vai ser esta, se for mais melancólico, aquela. Mas tinham de ser músicas legais.
Não sei se acertei, mas acabei decidindo por Baby, I love you, dos Ramones. Como sempre a letra está no orkut e a música no Multiply.
Aos que comentaram:
Luciana Martins – Não, Luciana, o Projeto 19 Anos não foi arquivado, estávamos apenas esperando as férias. Acho que alguma coisa deve sair agora entre janeiro e fevereiro, ao menos da minha parte. Obrigada pela confiança na “minha versão”, hehe. Beijos!
Alguém que a FeB apagou o nome – Esse foi bem H/G, espero que tenha gostado.
Daiana Braga Pereira – Idem a resposta acima, Dai. Beijos.
Amanda – Idem acima, Amanda, rsrs Beijos!
Paty Black – Que bom que gostou, Paty. Sim, o Rony é uma graça inseguro (se bem que acho que ele superou isso, rsrs). Tb adoro o Harry de capitão. Beijos amada!.
Clara – Precisa tanto que até o cérebro dele está se revoltando rsrs. Espero que tenha gostado. Beijo grande, querida.
Carol Lee – Valeu Carol. Beijos!
Mari Granger – Tb adoro a Mione, mas ela ás vezes é mandona demais, não é? Espero que tenha gostado deste. Bjs!
Priscila Louredo – Hahahahaha!! Você me mata, Pri. Tô com saudades amiga. Beijos!
Danielle C. Pereira – Tem razão, às vezes parece que eles inverteram os papéis, mas as brigas do Harry e da Gina são diferentes. Como ele disse: os dois não conseguem nem brigar sem se declarar. Espero que tenha gostado. Beijos!
Mirella Silveira – É sério, Mirella, mas não serei apenas eu. Vamos dividir temas e várias autoras que freqüentam o Fórum Lumus Maximum irão escrever. Nossa idéia são história curtas. Acho que ficarão boas. Gostou do Rony é? Aguarde o Harry, rsrs. Beijos!
Mimi Potter – Que bom que gostou. Um beijo!
Sônia Sag – Não deu para escrever muito da manhã seguinte, mas pode apostar que não foi na cozinha, hihi. Mas concorda comigo que é difícil brigar com o harry, não é? Te amo, Anam!
Lica Martins – Que bom, amiga. Foi um alívio saber que não foi incômodo para a Cacá. Quanto a enquadrar... humm... Será que ninguém leu quando eu disse que a razão não estava de um lado só? Hehe. Te amo!
Morgana Black – Mais uma! Hahaha A fila do Rony tá dobrando a esquina e a Mione não larga o osso hahaha. Beijos amada!
Patrícia Ribeiro – Confirmo de novo. Sim. É um projeto com as autoras do Lumus. Estamos apenas aguardando as férias. Pode deixar que a gente avisa, ok? Beijos e obrigada!
Naty L. Potter – Ahh acho que se quer inverter um pouco o que a Jô fez, não é? Mas de qualquer forma aí está. Espero que tenha gostado, Naty. Bjs.
Drika Granger – O nada demais vai da idade do leitor, Drika. Como sei que tenho alguns bem jovens, gosto de ser cuidadosa. Que bom que gostou e achou engraçada. Na minha cabeça, ela era, é bom saber que consegui passar para o papel. Fico feliz sobre o Retorno. Um beijo grande.
Bernardo Cardoso – Aguarde, Bê. Vai ser logo, hehe. O problema vai ser fugir da marcação do Rony hehe. Beijos!
Alessandra Amorim – Pois é Ale, tenho muita dificuldade de fugir do cânon. E tem muitas coisas na Just que podem ser coladas à RdM, embora não seja a minha “seqüência oficial”, rsrs. Que bom que você está gostando. Temos de achar uma horinha para conversar. Bjs!
Cici – Pode deixar. Beijos!
Gina W. Potter – Nem sempre... hehe. Espreo que tenha gostado, querida!
Tammie – Que bom, Tammie. Eu tb acho que a maior parte do riso dos livros vem deles. Adoro esse humor malvado. Espero que tenha curtido esse.
Escarlet Esthier Petry – Bem, vc já deve ter lido a atualização da Bel, não é? Acho que agora ela deve voltar com mais regularidade. Que bom que gostou do capítulo. Bjs.
Charlotte Ravenclaw – Hahahaha! Vc conhece a minha opinião. Eles existeem!!!! O pior não são os milhões, mas ela pode só escrever e eu não (humpf). Eu chego lá. Beijos amada!
MárciaM – Obrigada, querida! Beijo grande!
Sô – Eu não, tenho um Harry em casa, hihi. Mas eu levanto bandeira que eles existem!! Hehe. Espero que os meninos que lêem a fic não me desmintam. Bjs, Sô.
Natalia Reis – Obrigada. Bjs.
Rafaela Coelho Iunkelzon – Acho que ela sacou na hora, mas... hehe. Beijin.
Guta Weasley Potter – Obrigada, querida!! Sim, o Harry está amadurecendo e ficando melhor, se é possível, hehe. Beijos! (Tem razão quanto ao Rony).
Ana Carol – Demorar? Nãooo. Hehe. Gostou? Beijos!
Hellzita – Vai chegar a hora, Hellzita. Sim, naveguei na entrevista da tia Jô. Mas se você voltar lá no primeiro capítulo, vai perceber que a Gina já estava em dúvidas quanto à profissão. E o Harry está no papel de apaixonado dele, né? Bjs.
Bianca Evans – Obrigada e bem vinda Bianca. Fico feliz que tenha gostado. Beijo grande.
[*cris potter*] – Obrigada! Bj.
Mi Potter – Que bom que gostou. Bjs.
Aninha Granger Weasley – Obrigada. Beijão.
Luisa Lima – O macaco vermelho mais fofo do mundo inteiro hahahahahahaha!! Ainda estou rindo. Muito obrigada, amada. Estava sentindo a sua falta. Um beijão!
Pam Potter - Nossa, muito obrigada, Pam. Também gosto muito da My Girl, foi uma fic que me deu prazer escrever e me ajudou a superar aquele fim horrível do livro seis. Bem, vc deu sorte, comentou hoje e eu posto o capítulo novo agorinha. espero que goste. beijos!
Um maravilhoso 2008 para todos
Beijos estalados
Sally
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