No escurinho do cinema




Harry e Gina foram caminhando de mãos dadas pela rua, rindo, felizes de tudo que ocorrera até ali.
Quando chegaram novamente na estação de Londres, já eram três e meia da tarde, e Harry segurou Gina.
- Gi, obrigado por esse dia maravilhoso –disse ele sorrindo, ao mesmo tempo em que estava emocionado. Ela percebendo que ele havia baixado a cabeça segurou em seu ombro e disse.
- Hei, eu não fiz nada, era apenas o que tinha que acontecer, mas eu realmente estou feliz de poder compartilhar tudo isso com você Harry, poder compartilhar suas tristezas e alegrias – e com um gesto maternal, Gina beijou a testa do menino, e encontrou muita dificuldade para conseguir alcançar, mesmo levantando-se nas pontas dos pés.
Harry sorriu e lhe acariciou os cabelos vermelhos.
- Bruxinha, você quer tomar um sorvete, e assistir um filme comigo?
- Um filme? Naquele negócio dos trouxas...Ciema?
- Sim naquele negócio dos trouxas “CINEMA” – disse sorrindo para ela – vamos, tem um shopping aqui perto, podemos ver quais filmes estão em cartas, mas não podemos demorar Gina, senão seu pai me mata.
Os dois foram até o shopping, e Gina estava magicamente encantada com tudo que conseguia acompanhar com os olhos “parece uma criancinha linda de quatro anos” pensou Harry, que ao mesmo tempo em que admirava ela, explicava como funcionava os shoppings, as lojas, os elevadores, escadas rolantes, e o que eram aqueles diversos objetos, nas lojas de eletro eletrônicos.
- HARRY...O que é aquilo - Gina apontava para um aparelho pequeno e bonito, cheio de teclas e um viso.
- Há, aquilo é um celular...
- Para que serve?
- É um meio de comunicação dos trouxas, que nem o telefone, só que esse é móvel, funciona em qualquer lugar, e você pode usar também em qualquer lugar.
- Ele é muito lindo, que legal, papai vai morrer de inveja quando eu contar onde estava.
Harry e Gina foram até o andar do cinema, e tanto para Gina como também para Harry, era fantástico estar ali, pois Harry também nunca havia ido ao cinema, seus tios nunca lhe deram essa chance, mas agora que já era dono do seu próprio nariz, ele se presenteara a si mesmo. Agora o garoto estava com uma dúvida cruel, qual filme escolher, ele não fazia idéia do que estava em cartaz, mas pode identificar pelos pôsteres que se encontravam ali. Havia um, com dois caras fortes, portados de armas, e Harry percebeu logo que era um tema de ação que o filme abordava, pensou em Gina, e se dirigiu ao outro pôster, tinha diversos animais em desenho em uma floresta tropical, Harry achou que Gina ia adorar, mas achou melhor talvez em outra ocasião, então parou em frente a dois, um ele identificou ser um romance, com uma atriz trouxa bastante conhecida, “romance”, ele leu no final do pôster, e havia outro que se intitulava ser aventura, porém o pôster anunciava, romance, aventura e coragem, e tinha um homem, com aparência de príncipe encantado, uma jovem carismática, entre outros personagens. Então em dúvida em qual escolher, despejou esse peso nos ombros de Gina.
- Bem Gina, achei esses dois os mais apropriados para a gente assistir, mas você escolhe tudo bem? – Harry falou sorrindo, era tão estranho se encontrar numa situação como essa, estar ali com Gina, em um cinema, no dia do seu aniversário, mas ele não podia se queixar estava muito feliz com tudo isso, porém menos com o fato de não poder considerar aquela ruivinha ao seu lado sua namorada, pensou.
- Ai Harry eu não sei... – e vendo a cara de ordem do garoto, ela começou a falar baixinho – ummm... Deixa-me ver, “Amor de perdição”, “Heróis até a morte”, ta vamos ver este aqui e apontou para a segunda opção que leu –Harry perguntou se ela estava escolhendo aquele por causa dele, ela negou, e então foram para a imensa sala escura com uma enorme bacia de pipoca e refrigerantes nas mãos.
Eles sentaram-se nas últimas carteiras, e ficaram falando aos sussurros, enquanto a sala ia se enchendo, Gina dava risadinhas, mas Harry percebeu que ela estava nervosa com o que estava prestes a aparecer naquela tela gigantesca, começaram então a conversar e comer pipoca, até que a tela emitiu um barulho razoavelmente alto, para que Gina desse um estremeço e se segurasse na cadeira, Harry segurou em sua mão e anunciou que o filme ia começar depois dos trailers. Após ter explicado baixinho o que eram os trailers para a garota, e ter começado á assistir o filme, passou cerca de meia hora, e Harry sem pensar nem se constranger “deixando isso para depois” fez com que seu braço deslizasse por trás de Gina, que compreendendo o gesto apoiou sua cabeça no peito do jovem. Porém isso realmente não o constrangeu tanto, quanto à cena que insistia em permanecer ativa, lhe causando um certo mal estar...Havia um casal ao lado de Harry entrelaçados em um beijo quente e meio que “barulhento demais” para o gosto dele, pensou. Mesmo que não se sentisse na obrigação de beijar Gina, ele teve que lamentar, pois a garota notara o que ocorria no lado dele, e também ficou sem graça com toda aquela situação. Gina então notando cada vez mais toda aquela cena constrangedora, chamou a atenção de Harry para o filme, o que ele agradeceu mentalmente.
Gina... Percebeu Harry, estava adorando o filme, ela riu em algumas cenas, se assustou – o que fez ela agarrar as vestes de Harry em alguns momentos – e...Estava chorando baixinho, com o quase final do filme, ele estava encantado - como uma pessoa podia ser tão apaixonante assim – e fora tudo isso, ele não estava mais suportando segurar á todo aquele aroma de flores, que era a marca de Gina, o cheiro da ruivinha, estava impregnando nele, e deixando–o levemente entorpecido, sem mais nem menos, Harry abaixou a cabeça devagar beijando sua bochecha, o que fez Gina olhar para ele, e segurando com a outra mão na cintura da garota, Harry a beijou suavemente, como se aquilo fosse á salvação de toda a ânsia que sentia em acariciá-la, os dois ficaram naquele beijo por longos momentos, até que sem poder controlar a falta do fôlego, se encararam na escuridão amena, e sorriram um para o outro, voltaram à atenção para o filme, que para surpresa deles já estava na cena final.

Quando abraçados, sorrindo e mais felizes do que nunca, estavam de volta ao andar das lojas, Harry parou em frente à loja que Gina vira o celular, e entrou com tudo dizendo:
- Gina, não podemos demorar, pois já é seis e quinze, seu pai te falou que ia lhe buscar a que horas mesmo?
- Ás sete horas, mas porque você entrou aqui?
- Vamos tenho que te dar um presente...
- Presente? Mas quem ta fazendo aniversário aqui é você!
- Não importa, eu quero te dá um presente, pois eu te adoro.
- Mas Harry não precisa é sério – Gina estava muito sem graça, até que chegou um vendedor e perguntou simpático para eles.
- Pois não o que posso ajudar?
- Eu gostaria de ver um daqueles celulares que estão na vitrine. – disse Harry decidido.
- Claro venham comigo.
O vendedor depositou em sua mesa os diversos modelos de aparelhos, inclusive o que Gina estava admirando.
- Agora você escolhe Gina.
- Harry, mas...
- Mas nada, você vai escolher, e olha que não temos muito tempo!
Gina ficou tão vermelha, ela queria matar Harry, por ser tão insistente, porém também estava um pouco emocionada, com todo o afeto dele.
- Harry, ta eu escolho, mas me diz como vou usar isso, se não conheço ninguém que tenha.
O vendedor olhou meio que curioso e chocado, pois celulares era algo completamente normal das pessoas possuírem, e Harry notando a cara indagadora dele, se precipitou e disse.
- Bem você tem razão, então eu compro um e você outro, assim você pode manter contato comigo, e eu também poderei ligar para minha madrinha.
Harry escolheu um modelo muito bonito sugerido por Gina, e ela o mesmo que havia visto na vitrine, os dois seguiram para a pracinha que tinha no shopping, carregando um soverte na mão. Sentaram nos banquinhos que havia, e Gina aconchegou-se mais uma vez no ombro de Harry, e os dois permaneceram ali tomando o restante do sorvete. Harry já havia ensinado tudo que sabia sobre o celular para ela, pois o restante eles teriam que ler no manual - ele ficou impressionado, Gina aprendia as coisas com muita facilidade, enganaria qualquer trouxa, pensou ele. Gina parou um momento, e lhe lançou um olhar penetrante no garoto.
- O que foi Gina?
- Harry, eu não te dei nada de aniversário, mas eu gostaria de te dar algo, que acho que você vai gostar, pois pode se lembrar de mim.
- Gina não começa, eu já falei, que você foi o meu melhor presente de aniversário hoje...
Ela então colocou o dedo em sua boca, silenciando-o, e começou a desarmar uma corrente de ouro com um medalhão que havia em seu pescoço, e entregou para ele.
- Essa corrente pertenceu á praticamente todas as mulheres da família Weasley, passando de geração por geração, é meio que protetora, pois não há muitas mulheres em nossa família, minha mãe recebeu de minha falecida avó Beta, e me entregou á alguns anos, após o episódio na câmara, então Harry, eu gostaria que você ficasse com ela, não somente para que se lembre de mim, mas que essa corrente lhe proteja de todo o mal, que insiste em cercar você – Ela falou essa última frase com lágrimas nos olhos.
- Gi...Eu não sei o que falar... – Harry admirava a corrente de ouro, com um medalhão magnífico, que ele tinha certeza que realmente pertenceu á várias gerações – eu não posso aceitar.
- Harry, aceite, já que você não quer aceitar meu apoio como namorada em sua vida, apenas aceite essa lembrança, é humilde, mas eu gostaria que aceitasse...
- Gina ela é linda, assim como você – e acariciou o rosto da garota – mas é sua, pertence á sua família.
- Eu não quero mais discutir senhor Potter – Gina tirou a corrente das mãos de Harry, e colocou em seu pescoço – e vamos, pois meu pai já deve estar na estação.
Os dois se levantaram e seguiram para a estação de Londres.

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