O teste e o jogo de quadribol

O teste e o jogo de quadribol



Andril estava nervoso. O teste de quadribol ia ser em menos de meia hora, mas ele não achava seu livro de poções, e como teria prova no dia seguinte ele não arredaria o pé dali até achar. O dormitório dos alunos da grifinória do segundo ano era muito bagunçado. Ele revirou cada pontinha do quarto e sabia que só ia achar quando desistisse de procurar. Revirou todo seu malão, mas nada. Foi no seu bidê e nada. Alguém devia ter pegado emprestado sem pedir, isso era um fato.

Era sua primeira missão como futuro capitão do time. Ele teria que escolher os melhores batedores, e um substituto para o artilheiro. Aquilo seria complicado. Quase todos da casa Grifinória tinham se escrito. E para completar Sabrina estava braba com ele. Mas o pedido dela era absurdo. Ajudar o primo dela? Como ele ia fazer isso pra ela?
Os dois ficaram mais três vezes, sempre perto do lago. Mas se tratavam como amigos, e isso machucava um pouco Deivid, pois cada vez mais ele se convencia da paixão que sentia por ela. Mas o que fazer?
Eram tantas dúvidas. Sabrina era além de especial, e meiga, também diferente, agitada, e impulsiva. Cheia de defeitos e cheia de virtudes. E ele? O que ele tinha a oferecer pra ela? Nada. Uma vida numa casa distante de tudo? Ela queria lhe apresentar a mãe, ao tio, a tia, ao primo, a avó, ao avô... E ele só tinha uma tia para apresentar a ela. Será que a única coisa que ele podia fazer por ela era essa? Escolher um candidato entre vários, só porque ela tinha pedido?
Sentou no banco da arquibancada, com o apito na mão. Muitos candidatos já esperavam ansiosos. Sabrina estava do outro lado do campo com a cara emburrada. Deivid sorriu para ela, mas em troca ganhou um olhar fuzilador. Aquilo era frustrante. Tentou não pensar na raiva que começava a sentir. Se ela queria que fosse facilitado o teste para seu querido primo, que devia ser algo a mais dela, ele ia tornar o teste dele o mais difícil.
Rapidamente se levantou, soou o apito. Viu gente correndo para chegar ao campo a tempo, meninas e meninos de todas as idades. Aquele que tivesse o sobrenome de Sabrina ia se ver com ele. Começou a procurar na lista oficial do time o nome dela. Sabrina Weasley Potter. Engraçado, pensou, ele tinha sonhado com o sobrenome dela uma semana antes. Ele já sabia que era esse seu sobrenome, então devia ter sido um aviso de que ele ficaria com ela.
Deixou de pensar naquilo e começou a procurar o sobrenome Weasley na lista dos candidatos. E lá estava.
“Andril Granger Weasley.”
Ele ia chamar ele em quinto lugar. Mas resolveu fazer a chamada pra ver se ele estava presente. Constatou que não. Era bom que ele se apressasse. O teste ia começar, e Deivid queria ver suas habilidades no ar. Ia ser ótimo se ele não viesse. Assim Sabrina não teria do que reclamar.


Seu livro estava em baixo do travesseiro em que ele dormia. Ufa! Agora ele teria que correr. Saiu em disparada até a porta do dormitório, depois da sala comunal da Grifinória. Quase caiu no piso ao dobrar uma curva no segundo andar do castelo, o tombo teria sido tão feio que ele teria ido parar na ala hospitalar. Foi por pouco! Ao chegar ao térreo, ele foi abruptamente parado por um homem de longos cabelos loiros.
O homem tinha pegado ele pela manga da camiseta azul clara que Andril usava. A primeira reação do garoto foi gritar, mas os olhos azuis do homem o fuzilavam, era um aviso para que ele ficasse bem quieto.
Foi carregado até ao segundo andar do castelo. O homem o empurrou para dentro de uma sala escura e o trancou lá. Sem nem dizer uma palavra se quer. Depois disso Andril entrou em pânico, procurou sua varinha, mas constatou que com a pressa tinha esquecido no dormitório. Começou a pedir socorro, depois do que pareceu dez minutos, ouviu Pirraça cantarolando.
-A menina Potter tá apaixonadaaaa.. Lalalalalala... Pelo artilheiro de seu time...
-PIRRAÇAAAAAAAAAAA!!! Socorro!
-Quem falou?
-Eu, o Andril, primo da menina Potter, me trancaram aqui, se eu não sair agora perco o teste de quadribol...
-O weasley é nosso rei... hahahaha... seu pai não jogava nadaaaaaa...
-Para de cantar e me tira daqui!
Nessa hora Andril ouviu passos, e alguém conversando com Pirraça, em seguida a porta foi aberta. Era Sabrina, com a cara retorcida de ódio.
-ONDE VOCÊ PENSA QUE ESTAVA? BRINCANDO DE ESCONDER? VOCÊ TEM UM TESTE AGORA! – berrou ela.
-Mas é que...
-Nada de mas. Vai fazer seu teste! ANDA!
Andril não pensou duas vezes, saiu correndo. Em sua cabeça só tinha uma coisa: ele tinha que passar nesse teste.


Ele bufou de raiva. Eram muitas pessoas para pouco jogo. Os que tinham algum talento se mostravam tímidos ao enfrentar os mais velhos do time, e os demais... Ah... Os demais eram péssimos em tudo. Em tática, em talento, em experiência. O mau humor de Deivid só aumentou, ainda mais depois que Sabrina saiu de campo, sem nem dar explicação, demonstrando sua falta de interesse com o time. E ainda por cima tinha começado a nevar.
Deivid tirou os óculos escuros que usava para disfarçar sua irritação. Fez ele desaparecer. Frustrado com a sua própria falta de decisão, sabendo que teria que escolher os menos piores, ficou olhando o vazio por cinco minutos.
Foi quando ele viu um garoto de cabelos vermelhos, sardas no rosto, olhos tão verdes quanto os seus, Deivid sabia que aqueles olhos eram muito parecidos com os seus.
O garoto estava em fase de crescimento. Era notável, mas parecia ter uma energia incrível para correr com sua vassoura na mão. E não era qualquer vassoura, era uma Potence Millenium, o último lançamento do mercado de vassouras do mundo inteiro bruxo.
-Nossa! Desculpa o atraso cara, mas é que me trancaram...
-Sem papo! Qual é seu nome?
-Andril Gran...
-Granger Weasley... – completou Deivid com raiva, imaginando que só podia ser ele, o querido primo da Sabrina, e por falar nela, ele acabava de vista-la sentando-se outra vez na arquibancada. – Espero que você não esteja aqui para brincadeiras, já passaram por mim muitos sem noção que acham que sabem jogar. Mostre-me o que você realmente sabe.
-Ok!
Os dois tinham a mesma altura. Mas pelas contas de Deivid, o garoto era mais novo, uns dois anos pelo menos. Seu rosto pouco definido, e infantil, também dizia isso. Andril era familiar de algum modo, mas ele nunca tinha o visto antes. Deivid tinha certeza disso.
Weasley começou de uma maneira inusitada, antes mesmo de Deivid largar os balaços ele já estava no ar. Mostrava confiança, e um certo ar de arrogância, semelhante ao da prima. Três metros acima da cabeça de Deivid, Andril fazia performances incríveis aos olhos de quem o visse. Um dos balaços passou de raspão por seu braço direito, e em menos de um segundo o mesmo balaço se encontrava na mão esquerda dele se debatendo, ele poderia dar um ótimo apanhador. Deivid ficou boquiaberto olhando os demais passes do garoto.
Andril subiu mais seis metros e com os balaços na sua cola, mostrou firmeza na hora de batê-los com o taco. Os balaços voaram para quinze metros de distância com o impacto da batida. Aquilo sim era saber rebater. Mas não foi bem isso que chamou atenção dele.
Andril teve que jogar com o time como a segunda etapa de seu teste. Nessa hora foi colocado sobre prova, inclusive por Sabrina, que não facilitou nem um pouco, como Deivid achava que ela ia fazer. E foi nessa hora que ele mostrou o que seria no time.
Como todos notaram nele, o cara tinha talento para ser qualquer um do time. Apanhador, goleiro, batedor, mas foi como artilheiro que ele deu um show de goles.
Foi o próprio Deivid que passou a bola para ele, com um balaço se chocando com seu braço, e dois artilheiros na sua frente, Andril rodopiou com sua vassoura, até conseguir agarrar o balaço com o braço esquerdo, e ultrapassar por cima os artilheiros, tudo isso com a Goles na mão direita. Deivid não soube dizer de onde ele tirou forças para arremessar a Goles até o aro e marcar ponto.
Após todos descerem, Deivid se sentou na arquibancada, ouvindo vivas dos seus companheiros de time. A neve começou a aumentar. Ele deu graças que Andril era o último que faltava fazer o teste. Queria tomar um banho quente, e descansar.
-E ai? Ele tá no time ou não? – perguntou Sabrina risonha.
Deivid olhou para o cabelo vermelho escuro dela, brilhante e sedoso, os acariciou, a puxando pelo braço.
-O que foi? – perguntou ela surpresa.
-Ele está sim no time, mas não faz mais isso comigo tá?
-Fazer o quê?
-Me pressionar. Eu não podia colocar ele no time se ele fosse ruim. Ele foi o melhor de todos que fizeram o teste. Eu to precisando de um banho quente. Mas posso esperar. É bom ficar perto de você. Eu te adoro.
Ele a beijou. O perfume dela de jasmim era muito bom.
-Posso te fazer uma pergunta? – aproveitou ele enquanto os demais iam mostrar o vestiário para o novato do time.
-Duas – respondeu ela olhando para o primo que já se misturava com o restante do time, e voltando a olhar nos olhos de Deivid.
-Você quer ser minha namorada? Eu não tenho muito a oferecer, mas posso entender se você disser que não.
-Como assim? Eu te...
-O que você ia dizer? – perguntou Andril quase pulando de alegria pela espontaneidade dela.
-Eu ia dizer que... te amo – falou ela quase sussurrando as duas últimas palavras.
-Eu também te amo. Adoro ficar com você desse jeito – ele pegou na mão dela. – Você me faz tão bem. Mas você não respondeu se...
-É claro que sim – disse ela sorrindo. – E eu não me importo com classe, dinheiro, fama, pelo contrário, quero distância dessas coisas.
Deivid era diferente nesse caso, queria ser um famoso astro de quadribol, ter fama, dinheiro, mas ele queria acreditar que os opostos se atraíam, por isso ficaria com ela.
Os dois saíram de mãos dadas para se juntar com o restante do time no vestiário da Grifinória para dar boas vindas para Andril Weasley, sobrinho do famoso Harry Potter.


Harry não se conformava com o fato de Deivid não ter uma árvore genealógica. Foi um problema convencer McGonagall a liberar a ficha de Deivid, e quando finalmente conseguira, não havia nada de interessante para olhar. Ele tinha apenas uma única tia, mas seu nome não estava no registro de entrada de Deivid. Minerva tinha lhe dito que procurasse o registro atual dele, se quisesse informações mais sólidas, caso não encontrasse no velho registro.
Foi o que ele fez. Estava na sala dos professores, na parte do arquivo de alunos, em Hogwarts. Não sabia exatamente o porque, mas deduzia que era por instinto. O garoto lhe chamou muito a atenção, e agora era o namorado da sua filha. Sabrina contara pelo correio coruja. Gina até chorara de emoção, dizendo que sua filha estava crescendo rápido demais. Estranho, Harry concordava com a esposa.
Gina tinha vindo com Harry, para conhecer Deivid, seu genro, pessoalmente. Com folga do serviço de auror, os dois aparataram em Hogsmeade, e caminharam até a entrada do castelo, onde foram recebidos por Hagrid, que ainda trabalhava lá. Harry achou que ele estava com os cabelos cada vez mais brancos. Seu grande amigo estava envelhecendo. Aquilo era um pesar. Mas era assim que eram a vida e seus ciclos. Pelo menos ele tinha sua mulher, e apesar de não terem tido filhos, ele tinha a companhia de seu irmão Grope e tratava Harry como se fosse seu filho.
-Olá Harry! Fico muito feliz em vê-lo na sua antiga escola. Veio ver seus filhos?
-Sim. Nossa pequena Sabrina está namorando, e Gina quer conhecer o rapaz. Sabe como é mãe. Desconfiada, e preocupada. Não é pra menos, ela é tão nova.
-É. Mas o amor não tem idade Harry, não é mesmo Gina?
-Sim Hagrid. Eu mesma comecei a gostar de Harry antes de entrar em Hogwarts, eu era três anos mais nova que minha filha hoje.
-Viu? É simples. E agora estão aí, casados, de mãos dadas e felizes, com um casal de gêmeos, que estão dando o que falar nessa escola.
-Pior é que nós sabemos – disse Harry aborrecido.
-O que eles podem fazer se são bons no quadribol, em Harry? – perguntou Gina brincalhona.
-E agora o Andril também entrou no time. Se os filhos de Fred e Jorge entrarem ano que vem, as pessoas vão começar a comentar sobre os Potter e também os Weasley. Já pensaram? – comentou Hagrid com um sorriso.
-Nem me lembra disso Hagrid – disse Harry, aparentemente preocupado. – O Mateus e o Lucas jogam quadribol super bem. Se acontecer de eles entrarem no time, o falatório vai ser geral. As pessoas vão reclamar demais. Ainda bem que há alguns craques nos demais times das outras casas, se não seria fácil demais ganhar.
-Não, tem sim. Tem o menino Charlie Krum, ele está estudando aqui no segundo ano, na casa da Corvinal. Sendo filho de quem é também tá dando o que falar.
-Eu soube que o Vítor Krum tá morando em Londres, e seus filhos estudando aqui. E a menina dele? Não mostrou dotes para o quadribol?
-Harry, você nem imagina, ela dá um show como apanhadora da Corvinal, enquanto seu irmão dá como artilheiro. Ela entrou só agora, substituindo o apanhador que já completou Hogwarts. Teve um jogo da Corvinal contra Sonserina final de novembro agora que passou, Corvinal venceu de 180 a 20 pontos.
-Nossa!
-Harry. Vamos?
-Sim, querida. Bem tenho que ir Hagrid. Preciso investigar uma coisa.
-Algum caso novo como auror?
-Quase – disse Harry rindo. – É que quero ver com quem minha filha anda se relacionando. Preocupação de pai.
Os três riram. Enquanto Harry e Gina atravessavam o pátio, Hagrid trancava novamente o portão, pronto para dar sua aula sobre hipogrifos, que havia se tornado um sucesso entre os alunos.
Agora Harry estava preste a pegar a ficha atualizada de Deivid. E ele teria uma enorme surpresa.




-To dizendo que um homem de cabelos loiros compridos, me agarrou pelo braço e me jogou lá dentro.
-Isso não tem cabimento Andril!
Dizia Sabrina irritada.
-Você quase perde o teste.
-Mas eu o fiz, passei e agora estou no time. Não?
-Sim.
-Então? Agora eu quero saber quem tentou me impedir. E você vai me ajudar.
-Você devia falar isso para o tio Rony.
-Meu pai vai querer que tio Harry investigue. Já não basta o que aconteceu com meu irmão? Não quero preocupá-los à toa.
Sabrina ficou espantada.
-Quem te disse do seu irmão? O que você sabe sobre isso?
-Encontrei algumas fotos de bebê quando procurava uma caneta mágica da minha mãe nas suas coisas. Eu não sou burro não. Fiz algumas pesquisas e descobri que meus pais tiveram uma criança antes de mim, que foi dada como morta após ter desaparecido do berço em que dormia.
-Você descobriu tudo isso sozinho?
-Sim, e descobri uma série de coisas, de acontecimentos. Liguei muitos fatos ocorridos em diversas épocas. E sei que meu irmão está vivo, em alguma parte desse mundo.
O baque foi grande pra Sabrina.
-Como?
-Você deve saber que eu tenho uma tia desaparecida?
-Sim.
-Gabrielle é o seu nome, o mesmo nome da filha de tia Fleur, que agora tá com sete anos de idade.
-Sim.
-Tia Gabrielle era dada como morta, pois acharam um corpo que seria o dela, depois descobriram que não, era só o corpo de uma faxineira do hotel onde a mantinham presa.
-Como você sabe de tudo isso?
-Eu fiz muitas pesquisas, cansativas, mas recompensadoras. Os fatos estão ligados. Preste atenção.
-Tá.
-Gabrielle era vista freqüentemente por seu pai, e uma vez foi vista por sua mãe. Também um bruxo do deserto alegou ter visto a garota da foto, que estava desaparecida. Isso há uns quinze anos atrás, mais ou menos, meu irmão tinha três meses na época. Sabe o que aconteceu no deserto nessa época?
-Não.
-Uma guerra contra dementadores, que foram derrotados pelo meu pai e pelo seu.
-Nunca soube disso – falou Sabrina em tom ferido. Por que seu pai não contara a ela?
-Nossos avós também participaram dessa guerra. A avó Molly cozinhava no acampamento.
Sabrina achou que pelo menos fome eles não passavam, e riu do que pensou.
-Continua – disse ao primo.
-O fato é que, Gabrielle volta e meia aparecia para alguém, e não como um fantasma, mas aparatando de algum lugar. Sempre de lugares diferentes para despistar, é claro. Ela devia estar fugindo, ou fingindo uma fuga.
-E?
-E que quando ela foi vista pela última vez, e nunca mais apareceu em canto algum do planeta, foi no mesmo dia que meu irmão sumiu.
-Você quer dizer que os dois se encontram vivos, juntos, até hoje?
-Exatamente!
-Como? E por que nunca ninguém os achou?
-Porque tem alguém querendo escondê-los dos Potter e dos Weasley. Alguém que deve odiar muito os Weasley, para manter as escondidas dois familiares muito próximos.
-Mas e a possibilidade de ser Gabrielle a seqüestradora?
-Como, se foi ela quem matou o cara que saiu morto do jardim da Toca, no dia do casamento dos seus pais?
-Quê?
-Ela impediu que o cara que carregava veneno, matasse o bebê. O mesmo veneno que o homem carregava, estava na mamadeira cheia de leite de meu irmão. Foi por causa desse detalhe que fecharam o caso. Concluíram que o bebê havia morrido envenenado, sendo que a mamadeira estava cheia. E também que não havia corpo nenhum para provar.
-Nossa! Eu não sabia de nada disso.
-Há muitos jornais locais da época que divulgaram. Uma tal de Rita Skeeter fez muitas matérias sobre o casamento de seus pais. Mas quase ninguém sabe, pois essas matérias são de jornais bruxos locais, que quase ninguém lê. Ela estava no casamento. Um dia falei com minha mãe sobre essa repórter, pra ver se conseguia alguma informação, e adivinha?
-Fala logo.
-Ela se transformava ilegalmente em animago, acho que numa mosca, algo assim. E deve ter sido desse jeito que ela invadiu o casamento de Harry Potter, que foi extremamente proibido a entrada de qualquer repórter. Como você bem sabe, seu pai odeia fama.
-É. Lembrei de uma briga que eu vi, uma discussão dele com minha mãe. Era sobre como a fama dele poderia ajudar a encontrar Deivid e quem sabe Gabrielle. Mas ele gritou com minha mãe, dizendo que não usaria fama alguma, que ia procurar sozinho. Isso faz mais de quatro anos. Eu era pequena, foi assim que soube de Deivid.
-Engraçado...
-O que engraçado?
-O nome de seu namorado é Deivid.
-Isso é só uma coincidência.
-Eu sei prima. Mas é engraçado. Com quem ele mora?
-Ele me disse que mora com a família.
-Qual é o sobrenome dele? – perguntou Andril por perguntar, só para saber.
-Não lembro como se pronuncia. Mas por falar nele, tenho que ir ver se minha mãe já chegou, ela precisa conhecer ele. Tchau primo, e vê se vai assistir ao jogo de quadribol, sábado agora. Corvinal contra Grifinória. Vai dar o que falar. Dê graças que não precisa jogar.
Andril viu a prima sair da sala comunal da Grifinória toda sorridente. Ele se lembrou vagamente de Deivid, o futuro capitão do time. Tinha seu tamanho, cabelos castanhos ondulados, ele mal olhara pra ele. Estava tão preocupado em fazer o teste, e depois em comemorar sua entrada no time, e ainda no homem que o trancara, que mal olhou nos olhos de Deivid. Mas achava que eram verdes, assim como os seus. Precisava vê-lo de novo, alguma coisa chamava muita atenção nele. Aquela maneira irritada como ele o tratou, sem nem deixar Andril se apresentar direito. Parecia seu pai quando brabo.
Ajeitando o livro de poções na mesa de frente para a lareira, foi lê-lo uma última vez antes da prova, que seria no primeiro período da tarde, dentro de uma hora.

Gina estava ansiosa na sala comunal da Grifinória.
-Filha você demorou.
-Oi mãe. Eu vou buscar o Deivid, já volto. Ele deve estar no campo, jogando quadribol.
-Está bem. – Gina deixou a filha Sabrina sair da sala comunal da grifinória, onde tivera dado seu primeiro beijo em Harry. A lembrança daquele dia veio seguida de uma lágrima de saudade. Não que não estivesse tudo perfeito, mas naquela época as coisas, mesmo com Voldemort a solta, pareciam melhores, mais leves. Hoje eram mais tensas e inflexíveis.
Olhou em volta, aquele ambiente que outrora pertencera a ela e seus irmãos, e agora pertencia aos seus filhos e apenas um sobrinho, em breve mais dois. Era obvio que os filhos de seus irmãos Fred e Jorge entrariam na Grifinória, eles eram idênticos aos pais, no jeito e na personalidade. Ficava pensando, se o outro filho de Rony, seu sobrinho desaparecido, entraria na Grifinória também.
Já devia estar morto. Hermione não costumava falar nada sobre o assunto. O choque tinha sido grande demais. Gina queria confortar a amiga com palavras bonitas, mas nunca sabia o que dizer em relação ao acontecido. Justamente no dia de seu casamento com Harry. Eles costumavam comemorar o aniversário de casamento somente entre eles dois, pois aquilo poderia afetar, de alguma maneira, Rony e Hermione.
Sua filha entrou novamente na sala, dessa vez de mãos dadas e com o rosto ruborizado. Sua menina estava virando uma mulher apaixonada. Foi a última coisa que ela pensou, antes de ver o garoto.
Ele usava calças jeans, familiares com as que Harry usava na sua idade. Com camiseta branca. Tinha um corpo atlético, não era a toa que era o melhor artilheiro da sua idade. Saíra até numa nota no Profeta diário, que seu talento como artilheiro era de impressionar, mas não tinha foto no jornal, era apenas um comentário de alguém que assistira a um jogo. Suas mãos que agarravam nervosas as mãos de Sabrina, eram delicadas, com apenas alguns calos, possivelmente feitos pelos tantos jogos e treinos de quadribol.
No rosto, nenhuma marca, nenhum sinal, a não ser algumas sardas quase que transparentes. Os olhos verdes, parecidos com os de alguém, que naquele momento não veio na cabeça de Gina. Os cabelos ondulados, castanhos, caídos na testa, bagunçados pelo vento. A pele branca tão quanto de sua filha. Os olhos dele mostravam decisão firme ao lhe estender a mão direita que era a que não estava segurando a mão de Sabrina.
-Me chamo Deivid. Prazer em conhecê-la.
Ela abriu um sorriso de aprovação. O garoto era simpático e Gina sentiu que ele era perfeito para sua filha, confiável e gentil. Eles conversaram sobre quadribol, a escola, os planos para o futuro que ele tinha. Ele pensava em se tornar professor de esportes. Ganhar a vida com aquilo, não parecia sonhar alto em ser jogador de futebol. Aquele detalhe era digno nele. Tinha a cabeça no chão e o coração no céu. Nos seus olhos brilhantes notava-se a intensa admiração por Sabrina. Gina orgulhou-se de sua filha ter arrumado tamanho partido.
Foi quando ela tocou na família dele, que toda aquela confiança se esvaiu. Ele cambaleou com as palavras. Com um olhar mais displicente, disse que morava com os tios, que seus pais haviam morrido num acidente. Sabrina fez cara de surpresa, pelo visto ele não contara aquilo pra ela. Gina achou que os dois precisavam conversar a sós. Resolveu deixá-los. Harry, depois viria para convidar ele para jantar na casa deles depois do jogo de sábado.
-Tchau Deivid. Foi um prazer te conhecer. Gina se comporte. Sábado irei ver o jogo. Tchau filha.


-Por quê você nunca me disse que seus pais haviam morrido?
-Isso não tem importância, tem?
-Claro que sim. Nós somos namorados, você podia ter me contado, podíamos ter falado sobre o assunto.
-Mas eu não gosto de falar sobre isso.
-Mas é que...
-Não gosto! Não quero falar sobre isso.
-Eu só queria te ajudar.
-Você me ajuda se me deixar sozinho um pouco.
-Se você quer assim...
Sabrina saiu indignada, subindo as escadas do dormitório feminino. Magoada, ele sabia. Mas Deivid não sabia o que dizer. O que ele ia falar? Sua tia nunca dissera nada. Era melhor para os dois não tocarem mais no assunto. Se já causara uma briga, poderia causar mais, e tudo que não queria era brigar com Sabrina. Pediria desculpas assim que se sentisse um pouco melhor. Sua cabeça doía muito. Ele precisava de um pouco de paz, deu graças que não tinha niguém na sala comunal.


Aquilo era impossível! Era muita coincidência! Harry tentou se acalmar. Claro que uma lembrança do passado podia causar um certo impacto, fazer com que as aparências enganassem. Aquele caso nada tinha haver com o de agora. Sobrenomes distintos. Mas nomes iguais... sussurrou uma voz na cabeça de Harry. Será que é mesmo coincidência? Tirou uma cópia do registro atualizado de Deivid. Dobrou e guardou no bolso de suas vestes. Era uma pena não ter nenhuma foto da única parente viva de Deivid.
Segundo o registro, os pais haviam morrido num acidente de carro, e ele morava com a tia desde pequeno, não dizia exatamente a idade. Crescera sabendo tudo sobre o mundo da magia. Voara pela primeira vez aos seis anos de idade, e caíra um belo tombo, acabou indo parar no St. Mungus, e lá foram concertados os dois ossos quebrados. Apesar do susto, Deivid continuou com o quadribol, com simples treinos em casa, que hoje faziam dele o melhor artilheiro da sua idade no mundo bruxo.
Harry não soube explicar porquê, mas sentiu orgulho do garoto. Olhando uma foto dele quando criança, percebeu que seus dentes da frente eram um tanto grande, familiares para Harry. Mas Deivid concertara os dentes assim que completara dez anos. Agora as notas de Deivid eram razoáveis, passara raspando em algumas matérias como poções e feitiços. Lembrava muito o boletim de Rony quando tinha sua idade.
Não passava de um registro normal, até Harry descobrir que o nome da tia de Deivid era justamente Gabrielle. Ela estava morta, ele repetia isso a si mesmo há muitos anos. Era assim até para todos os bruxos do Conselho de Aurores (CA). Até sua certidão de óbito tinha sido feita.
Harry verificou o sobrenome mais uma vez. Nenhuma semelhança com Delacour, nem de longe. Nada que tivesse vínculo com esse sobrenome. Mas se houvesse uma foto, seria muito mais fácil tirar a dúvida. No registro não continha nem a idade. Eram poucos dados, para as muitas perguntas.
Harry saiu da sala com o papel no bolso. Ia procurar a mulher na casa da Grifinória, para irem para casa juntos. Faria o convite oficial ao Deivid para jantar na sua casa depois do jogo de quadribol de sábado. Agora que sabia que ele não tinha pais, sentiu-se penalizado. Ele sabia exatamente o que era aquele tipo de solidão. Um garoto naquela idade precisava muito dos pais para dar apoio. Harry agora poderia ver-se no garoto. Os dois tinham uma história semelhante de perda muito cedo. Realmente Sabrina escolhera o garoto certo até onde ele podia enxergar. Harry esperava que continuasse assim.


-Então você janta conosco depois do jogo?
-Claro.
-Bem... Uma última pergunta antes de eu ir embora... Sua tia se chama Gabrielle, não?
-Sim.
-Como ela é?
-Bem...
-Pai!
-Ah... Filha? Você estava ai? Que cara de choro é essa?
Sabrina aparentemente havia esquecido que chorara. Tentou disfarçar.
-É emoção. Mamãe falou coisas bonitas quando veio aqui.
-Hum...
-Não é Deivid?
Deivid particularmente não estava entendendo nada. O pai de Sabrina veio com aquela pergunta estranha sobre sua tia, e ela estava fingindo que chorava de emoção. Ele recebeu um beliscão dela e voltou à realidade.
-Sim, sim. Coisas bonitas...
Deivid se segurou para não rir do que tinha falado.
-Gina deve estar me esperando impaciente, melhor eu ir. Nos vemos no jogo de sábado.
Deivid e Sabrina com sorrisos se despediram de Harry. Mas foi o pai de Sabrina sair, pra ela perder a alegria.
-Não fica assim... Por favor... – pediu Deivid, tentando fazer carinho no rosto dela.
-O que você e meu pai estavam falando?
-Ele me convidou para jantar na sua casa, depois do jogo.
-Hum...
-Não fica assim...
-Assim como?
-Com essa cara de braba. Você está assim por minha causa. Desculpa...
-Não... Você tinha razão. Se você não queria tocar no assunto, eu não devia ter pressionado. Eu que tenho que pedir desculpas.
-Vamos esquecer isso, então?
Sabrina se jogou nos braços de Deivid, e começou a chorar no seu peito, com a surpresa, ele começou a acariciar seus cabelos.
-O que houve?
-Eu estou sentindo algo ruim. Mas eu não sei o que é...
Aos soluços, Sabrina estava com os olhos cheios d’água, temerosos.
-Aconteça o que acontecer, eu vou estar aqui. Está bem?
Aquilo pareceu confortá-la. Os dois se sentaram, um do lado do outro, num sofá da sala comunal da grifinória. Logo começaram a conversar sobre o jogo de quadribol de sábado.

Estava acontecendo uma verdadeira nevasca. O campo de quadribol estava coberto de neve, mas já estava preparado para o jogo. Tudo enfeitado de acordo com cada uma das casas rivais no jogo. De um lado o leão da Grifinória, de outro a ave rapina da Corvinal. Os times se encontravam no vestiário. O narrador, Brian Fin, já esquentava a platéia com seus comentários.
-Gente animação!!! Afinal são herdeiros contra herdeiros!!! Potter versus Krum... Hum... Isso vai dar o que falar. Serão os futuros campeões de quadribol do mundo? Temos até repórteres do Profeta Diário aqui! Vieram tirar fotos para uma matéria especial, sobre quadribol, na sessão de esportes de segunda. Não percam!!!
Enquanto isso Deivid escutava com os demais do time, as últimas dicas do capitão Francisco.
-Escutem bem todos. Esse não é o último jogo, embora pareça por causa da grande pressão que estão fazendo ultimamente.
Tiago riu, todos olharam para ele.
-Qual é? – perguntou ele. – Não perceberam? Ultimamente? Só? Estão na nossa cola desde que Corvinal ganhou a Sonserina! – disse ele indignado. – Somos nós contra eles! Dois Potter – Tiago levantou a mão direita e contou dois dedos – e dois Krum – ele levantou a outra mão e contou mais dois dedos, caindo na gargalhada.
-Tá e daí? Qual é a graça? – perguntou Sabrina que estava a um milésimo de segundo de explodir.
-Calma os ânimos Sabrina! – Deivid percebendo que ela se levantava para bater no irmão, a puxou pela cintura.
-Me solta! Eu vou ensinar ele a parar de se gabar! ME SOLTA! – Sabrina pulava entre os braços de Deivid, que a segurava com esforço.
-MEU MERLIM! Por favor! Minha apanhadora... Se acalme! – pedia Francisco.
Sabrina escutando o capitão, se recompôs.
-Obrigado. Agora voltando ao que eu estava dizendo – começou Francisco, enquanto Sabrina sentava ao lado de Deivid, mais calma. – Eu entendo que o nervosismo esteja pegando todo mundo, cada um de um jeito, mas lembrem-se... Não é o último jogo. Ganhando vamos jogar contra Sonserina. Perdendo vamos jogar contra Lufa- Lufa de novo, e ganhando da Lufa- Lufa, jogamos contra quem vencer na partida Sonserina x Corvinal. As chances de chegar a final são grandes. Não há motivo para nervosismos a esta altura do campeonato.
-E se a Lufa-Lufa mostrar melhor jogo? Isso não é impossível. Eles jogaram muito bem na última partida. – Falou Paulo.
-Paulo, nós bem sabemos que Lufa-Lufa é um time muito fraco.
-E sem contar que nós não vamos perder para a Corvinal! Não é mesmo pessoal? – perguntou Carla.
Todos deram vivas, até Sabrina, que mantinha a cara emburrada até então. Deivid achava que era por causa da pressão que todos estavam fazendo, dizendo que ela como apanhadora e filha de Harry Potter, teria que enfrentar a filha do melhor apanhador dos últimos tempos. E todos queriam que a filha do cara que matou Voldemort, ganhasse o jogo.
Já na torre da grifinória, com os uniformes, e com as vassouras nas mãos, todos formaram uma fila, Deivid ficava atrás do capitão, era o segundo da fila. A nevasca era um problema, mas ele esperava poder ver o campo com a maior exatidão possível. Sabrina ia sofrer mais, o pomo era minúsculo demais para ser visto com aquela nevasca toda. Mentalmente desejou boa sorte a amada. Antes que o apito soasse para eles se posicionarem no campo, ele beijou a mão dela. Quando o apito soasse novamente seria para dar largada a partida.

-Estamos atrasados. – Gina corria até a arquibancada procurando um lugar para sentar, Harry vinha no seu percalço. Logo atrás, Hermione vinha abraçada em Rony, estava se sentindo um pouco mal, estava com tontura, sentindo alguma coisa ruim.
-Você está bem Mione? – perguntou Rony para a esposa, parando no início da arquibancada. Harry parou também, Gina não notou a agitação e subiu a arquibancada, fazendo com que Harry a chamasse.
-O que houve Harry? O jogo já vai começar, estão todos no céu já. Eu quero ver meus filhos jogando. Estamos atrasados... – Nessa hora ela viu a amiga com a mão na testa. – O que houve Mione?
-Ela tá ficando pálida, é melhor levar ela para ala hospitalar – disse Harry, verificando a pulsação da amiga.
-Mione, pelo amor de Merlim, fala alguma coisa! – pediu Rony já se desesperando.
-Calma pessoal, deve ser o frio – começou Gina. – Incêndio! – uma pequena chama saiu da ponta da varinha de Gina.
-Obrigado – disse Hermione com sua voz fraca. – Acho que eu preciso sentar, só isso.
Gina apagou a chama da varinha com outro feitiço.
-Então vamos! Tem lugares ali. O jogo vai começar! – disse ela.
Logo todos se sentaram. Rony abraçava bem forte a esposa. Tentou ver os jogadores, mas só conseguia ver pontinhos no céu, a nevasca não ajudava muito. Viu a sobrinha, a identificou por causa dos cabelos vermelhos escuros, que estavam soltos. Do lado de Sabrina, bem perto dela, estava um garoto um tanto alto, atlético, devia ser o namorado da sobrinha, de quem Gina, sua irmã, não parava de falar. Dizia que ele era um genro perfeito. Rony pegou na mão da esposa e beijou, as mãos de Mione estavam frias. Aquilo não era normal. Logo ele começou a ter sensações ruins também. Alguma coisa estava errada.

O apito soou. A goles estava na mão da Corvinal, Deivid driblou dois dos artilheiros, e conseguiu pegar a goles no ar. Enquanto isso, Sabrina se desesperava. A partida estava dependendo muito dela. O pomo tinha sido largado, e desaparecera na escuridão da nevasca, ela analisava sua rival atentamente. A garota era pequena, mas ágil. Estava dando várias voltas no campo todo, numa velocidade incrível, Sabrina tentava sua tática de sempre, voar abaixo de todos, geralmente o pomo voava baixo. Ela resolveu mudar, subiu muitos metros, o mais alto que pode, numa velocidade incrível, e lá estava o pomo, bem a sua esquerda, à direita da pequena menina Krum. E agora? Fingir que vira o pomo em outra direção? Aquilo seria perda de tempo, e o pomo desapareceria de novo. Mas se ela fosse em linha reta, sua rival poderia chegar antes. Era melhor que ela fosse na sua cola, para que não chegasse perto do pomo.
Sabrina deu um puxão na sua vassoura, e parou de repente, despertando assim a atenção da menina Krum, que começava a subir alguns metros. Era uma ótima oportunidade para resgatar o pomo.

Deivid esperava que a partida tivesse fim logo, por algum motivo não estava se sentindo bem. Com a goles na mão, após driblar dois artilheiros, se dirigiu a extremidade oposta do campo numa velocidade impossível de ser alcançada, mas ele não calculou o balaço que vinha em sua direção. Não era para ele estar na sua direção, ele acabar de ver um de seus batedores jogá-lo para longe. Estaria ele imaginando coisas? Fugindo do balaço que quase o acerta na perna, ele marca dez pontos para a Grifinória. Houve os vivas da platéia, e o coro gritando “O Deivid é nosso! Haha, huhu, o Deivid é nosso! Nosso!” E escuta Brin Fin falando.
-Incríveeeeeeeeel! Em menos de dois minutos de jogo, Deivid já marcou dez pontos para a Grifinória! Isso que é artilheiro! E a Grifinória está na frente!
Deixando de prestar atenção no que o narrador falava, ele deu impulso para frente, pegando a goles que Paulo lhe passava, e novamente outro balaço. O que era aquilo? Os dois balaços estavam atrás dele. Ele não sabia para onde ir, resolveu mergulhar. Os balaços mergulharam também. Antes que alguém pudesse fazer alguma coisa, pois foi tudo muito rápido, ele jogou a goles de volta para Paulo, e foi atingindo pelos dois balaços. Um acertou ele no estômago, e o outro na cabeça, a última coisa que ele viu antes de fechar os olhos foi Sabrina voando em sua direção.

A platéia toda se levantou e gritou. As meninas apaixonadas pelo artilheiro gritavam de pavor. Até a arquibancada da Corvinal levantou para ver melhor, e faziam cara de espantados, ninguém entendera o que acontecera.
-PARA COM O JOGO! – gritou a professora Marta de quadribol, ela era bem nova, mas tinha uma voz bem grossa e tinha aumentado ela para ser ouvida em meio a tantos gritos.
Todos no céu já estavam parados, em função da gritaria. Sabrina tinha visto tudo, exatamente como tinha acontecido. Agora já estava do lado de Deivid, verificando seu pulso. Ele ainda estava vivo. Graças a Deusa!
A enfermeira veio. Analisou ele.
-Tudo bem, ele está bem, vou levá-lo para ala hospitalar. Está tudo bem, foram escoriações leves, um ferimento na cabeça e outro no braço. Eu só preciso ver se ele não está com hemorragia interna por causa da batida no estômago. –Nessa hora Deivid abriu os olhos. – Ele está consciente. Como se sente rapaz?
-Está tudo doendo. Minha cabeça... – deivid colocou a mão na cabeça.
-Não mexa! – Ralhou a enfermeira com ele. Conjurando uma maca, com ajuda de Pauloe Tiago, transportou ele para a maca.
-Como viram – ia dizendo Marta – está tudo bem, ele vai se recuperar. O jogo vai continuar!
-Mas estamos desfalcados! – disse Sabrina indignada, queria ir para ala hospitalar junto de Deivid.
-Arrumem outro artilheiro. Dez minutos para conseguirem outro artilheiro, se não vão jogar assim mesmo.
Enquanto Marta saia, Sabrina a xingava de tudo que é nome, sem que ela ouvisse. O time dela se reuniu. O capitão falou.
-Eu não sei o que fazer, não temos substitutos...
-Como não? – perguntou Tiago.
-Quem? – perguntou Paulo.
-É óbvio. O meu primo.
-Claro! O Andril! – disse Sabrina animada – Ele pode usar a vassoura do Deivid, ele não vai se importar. Vou agora mesmo chamá-lo.
-Vai rápido então! – pediu Francisco.
Sabrina correu até a arquibancada, viu sua família sentada na ponta esquerda, estavam todos com cara de preocupados, mas ela tinha que ir na direção contrária onde estavam os alunos de segundo ano, lá estava Andril. Ela o chamou.
-O que houve? Está tudo bem com Deivid? Os balaços foram enfeitiçados por quem?
-Eles não foram enfeitiçados. Deivid está bem sim. Precisamos de você.
-QUÊ?
-Você vai jogar no lugar do Deivid.
-Está maluca?
-Não. Pelo o que eu sei, você já faz parte do time, sua obrigação é jogar, se não você está fora! – disse Sabrina, nervosa.
-Não mesmo. Eu sei as regras, eu não treinei para esse jogo, eu não preciso jogar, se eu não quiser.
-E todos vão te virar a cara! – Sabrina resolveu se acalmar. – Tudo bem, mas pensa melhor. É pelo time! Vamos lá! Você joga tão bem. Além do mais, você viu os nossos treinos.
Andril pareceu se penalizar da cara que sua prima fez.
-Está bem! Eu jogo. Mas não garanto nada. Fui pego de surpresa.
-Contando que jogue, não importa. Vamos.
Eles atravessaram o campo até chegarem no restante do time, Corvinal parecia impaciente já.
-Ele está aqui! – disse Sabrina.
-Pega e coloca o uniforme por cima mesmo – Francisco jogou o uniforme para Andril.
Emburrado, e preocupado, ele colocou rapidamente. O Uniforme era do tamanho dele.
-Vamos lá! – ordenou o capitão.
Andril, meio desajeitado pegou a vassoura de Deivid. Não era a melhor, mas era muito boa também. Pelo o que ele sabia, Deivid ganhara aquela vassoura de presente de um time local de Quadribol.
Todos, inclusive ele sobrevoaram o campo.
E o apito soou novamente.


-Nosso filho está jogando! – disse Rony, feliz.
Hermione estava preocupada.
-Você não viu o que os balaços fizeram antes com aquele garoto? É o nosso único filho que está lá em cima agora! Eu não vou agüentar duas vezes...
-Calma Mione... Está tudo bem, é só um jogo. Andril vai sair ileso, você vai ver. O menino é bom, eu sempre disse a Harry, e ele sempre concordou. Você sabe disso, não Mione?
-Sim, ele é bom mesmo. – disse Hermione, sorrindo, era verdade, o filho era bom no quadribol. E pelo jeito já estava mostrando jogo lá em cima. De repente o coração dela ficou mais aliviado.

Andril pegara a goles, que Paulo lhe passara, um balaço veio em sua direção, ele deu uma pirueta no ar, e todos abriram a boca, espantados com a criatividade e coragem da performance. Ele se dirigiu ao aro do oponente e...
-Ponto para a Grifinória! Esse novato é bom! Mas espera aí. Acabo de receber a ficha dele. É um Weasley! Essa família deixou história no nosso quadribol. Não é a toa que esse menino joga bem! Vinte pontos para Grifinória que continua a se manter na frente. É isso ai Andril Weasley! Cadê a reação da Corvinal? Vamos lá!
Aquele comentário para a Corvinal pareceu despertar Charlie Krum, muito parecido com pai, porém ainda muito pequeno. Apesar do tamanho, ele voava muito rápido, tanto que agora estava na cola de Andril. Os dois disputavam a goles, para poder marcar ponto. Paulo arremessou, e Andril deu um salto da vassoura e pegou a goles, voltando a voar rapidamente.

Enquanto isso, Sabrina voava alto, viu de relance que seu primo estava se saindo bem. A nevasca parecia ter aumentado. Se ela não pegasse o pomo logo, seria impossível pegá-lo depois. Ela procurava o pomo quando ouviu o narrador gritar.
-Pontooooooooooooo para a Corvinal! Charlie Krum mandou bem. Pegou a goles no ar, quando o Weasley arremessava para o aro. Isso que é jogo! Ele atravessou todo o campo numa velocidade incrível e marcou. Vinte a dez para a Grifinória.
-Droga! – Sabrina falou para si mesma. – Preciso achar o pomo de uma vez. Tenho que ganhar esse jogo por Deivid e por mim.
Ela deu várias voltas no campo, a uma altura considerável, mas não viu nada, nem sinal do pomo. E mais uma vez o narrador grita.
-Uauuuuuuuu! O que é isso? Andril escapa ileso de levar um balaço, e sai com a goles na mão para marcar ponto, mas Charlie vinha na sua cola, e dá uma de goleiro da Corvinal, resgatando a bola no ar. Sensasional! Agora ele está voando muito rápido, nenhum dos artilheiros da Grifinória o alcança. Agora é contigo Tiago Potter!
Houve-se uma explosão de vivas. Sabrina não consegue distinguir de quem.
-E o menino Potter pega a goles no ar, fazendo uma pirueta... Os herdeiros começam a se enfrentar!
Sabrina de repente percebeu que sua rival catava na outra extremidade do campo, alguma coisa. Era o pomo! Ele estava muito perto de sua rival. Sabrina estava em desvantagem. Se agarrando com força na vassoura, voou o mais rápido que já voara na vida.
-Mas o que é isso? Um vulto está atravessando o campo. Nunca vi uma vassoura voar tão rápido, mas quem é? Com essa nevasca não dá pra ver. Ah sim... A menina Potter. A linda Sabrina Potter, de lindos cabelos vermelhos escuros... Tão linda... Ai! Desculpa... Voltando ao jogo... Ela está agora do lado da apanhadora Isabell Krum... Quem quiser autógrafo, Vítor Krum se encontra na torre da Corvinal... Ai! Tá! Tá!O Jogo... Minha Deusa! Aquela coisa, tamanho de formiga é o pomo?
A platéia grita em fervos.
-Sim. Sim é o pomo. As duas estão se debatendo, quem vai pegar? Nossa! Olha o mergulho da Isabell, e olha a desenvoltura da linda Sabrina... Tá... Quero dizer, da apanhadora Sabrina. O Pomo está sobrevoando a cabeça de Andril, acho melhor ele sair dali. E vejam só! As garotas estão grudadas em Andril, que está com a goles na mão. Cuidado o balaço gente! Uiiiiii... Foi por pouco que Isabell não é acertada por um balaço errante. O pomo agora parece sobrevoar metros a mais. Enquanto isso, Andril, está muito perto do aro, ele vai marcar... Mas lá vem Charlie. Mas ele engana Charlie e... Pontooooooooooooo! Para a grifinória. Ele fez Charlie pensar que ia na direção esquerda, e nem o goleiro conseguiu superar a cambalhota no ar que Andril fez. E trinta a dez para a Grifinória.
Sabrina parou de prestar atenção no narrador, e verificou onde estava o pomo, se ela o pegasse agora, tudo estaria terminado, e ela ia poder ver como estava Deivid.
O pomo voava alto. Estava visível também para Isabell. Mas Sabrina deu impulso e voou. Pouco se importava com a nevasca a empurrando para baixo. Levantou a mão para pegar o minúsculo pomo, e...
-Ela pegouuuuuuuuuuuuuu! Sabrina pegou o pomo!!!! 180 a dez. Grifinóriaaaaaaaaaaa venceuuuuuuuuuu!
Uma explosão de vivas, de coro, invadiu o estádio. Sabrina com o pomo na mão só queria fazer uma coisa. Ir para a ala hospitalar. Ver como Deivid estava.

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