Um natal em branco
CAPÍTULO 15: Um Natal em branco
Sabrina segurava a mão de Deivid, que estava deitado em uma das tantas camas, da ala hospitalar. A enfermeira, que não aparentava mais de 25 anos, sobrinha da falecida Madame Pomfrey, disse a ela que não se preocupasse. Deivid dormia profundamente por causa do sedativo. As visitas estavam proibidas, mas ela podia ficar, contanto que não acordasse o paciente. O cérebro dele estava um pouco confuso, nem mesmo o feitiço que ela usara adiantara.
-Mas... O que ele tem? – perguntou Sabrina apreensiva. – Um pouco confuso? O que você quer dizer com isso?
-Acho que ele não lembra muito bem de algumas coisas. Mas creio que seja passageiro. Não se preocupe. Eu já volto, vou comunicar a diretora o estado dele.
Sabrina viu a enfermeira saindo pela porta, de relance viu seus pais. Decidiu ir até lá para dizer que fossem embora. Deivid não ia poder ir no jantar. Ao sair, deu de cara com o restante do time, que queria comemorar a vitória com Deivid.
-Pessoal... Psiu! Ele não pode... Está dormindo. Deixem para comemorar com ele outra hora.
-Como assim? Foram só alguns arranhões, não? – perguntou Andril, que estava abraçado no pai e na mãe, os três sorriam. Sabrina sabia que seus tios estavam orgulhosos do filho.
-Sim primo. Não houve nenhuma hemorragia interna. Quebrou uma costela, que a enfermeira imediatamente concertou. Mas ela não conseguiu executar algum feitiço, parece que não deu certo.
-Que feitiço? – quis saber Hermione.
-Nada de mais tia. É o que eu acho.
-Posso entrar e vê-lo?
-Acho melhor não tia, a enfermeira não queria me deixar ficar. Se ela pega você, eu vou ser proibida de ficar com ele. – Sabrina virou-se para os pais, Harry estava dando cascudos em Tiago, os dois riam muito. Gina parecia mais interessada em saber o estado de Deivid. – Mãe, pai... Não vou ir no jantar. Sinto muito. Eu sei que era especial para mim e para Deivid, mas quero ficar.
-Tudo bem filha. Fica para uma próxima. Vai passar o Natal conosco? – perguntou Gina carinhosamente.
-Se Deivid melhorar, vou sim.
-Mande uma coruja então para nos comunicar. Harry?
-Sim querida?
-Vamos?
-Mas já? Quero comemorar com meu filho. O melhor goleiro da atualidade.
Harry deu outro cascudo em Tiago.
-É emocionante ver pai e filho brincando, mas Harry... Mione está cansada, e eu também. Queremos ir. Não é Mione?
-É sim. Rony...
-Ah... Isso é complô! – Indignou-se Rony. – Quero comemorar com meu filho.
Rony abraçou bem forte Andril.
-Ok. Gina? O que você acha de irmos nós duas na frente? Daqui a pouco eles vão pra casa.
-Ótima idéia. Filha eu vou indo, qualquer coisa você sabe que pode contar comigo. Tchau filho, se comporte e não fique se gabando, pois eu te conheço. Não quero que digam que meu filho se acha o rei da cocada preta.
Muitos que estavam ali deram risada. Tiago que ria até então, fechou a cara.
-Eu bem que tento dizer isso pra ele todos os dias mãe, mas ele nunca me escuta. Daí eu ganho o ódio de pessoas que eu nem conheço, porque ele sai falando essas coisas – disse Sabrina indignada.
-Bem. Harry, conversa com o seu campeão ai, que eu vou me indo. Estou cansada mesmo. Vamos Mione.
-Tchau pra todo mundo. – se despediu Hermione já mais corada. –E Sabrina... Melhoras ao seu namorado... Quero conhecê-lo quando ele ficar bom.
-Pode deixar.
Assim, Gina e Hermione saíram caminhando. Iriam aparatar fora de Hogwarts, porque muito já se sabia que lá era impossível aparatar.
Após a saída das duas, a enfermeira chegou, e devido a grande insistência dos demais do time, permitiu que todos entrassem, porém não deviam se exaltar. O paciente logo, logo, acordaria, e precisava se familiarizar com o acontecido, pois como tinha dito antes, ele estava um pouco confuso.
-E nós podemos entrar? – perguntou Harry, indicando Rony.
-Claro, podem e devem, para controlar essas crianças.
Harry foi na frente. Rony sentiu um puxão do filho Andril, que o agarrou pelo braço.
-Vamos pai...
Todos rodearam a cama de Deivid. Rony foi levado por Andril até os pés da cama. Ele olhou para o garoto que dormia. Um belo rapaz. Familiar. Rony fitou os cabelos ondulados, como se lembrasse de alguém que tivesse aqueles mesmos cabelos. O garoto começou a abrir os olhos.
-Oi Deivid. Eu estava preocupada. – Falou Sabrina carinhosamente.
-Quem é você?
Todos que estavam ali, até mesmo Harry, abriram a boca em surpresa, uns fecharam rapidamente, outros demoraram a acreditar. Mas sua sobrinha parecia a mais chocada.
-Como assim? – perguntou atordoada. – Eu sou... – nessa ora a enfermeira veio com alguma coisa líquida, pediu silêncio a Sabrina, e fez com que Deivid tomasse.
-Isso querido, beba tudo, amanhã você vai se sentir melhor.
-Mas o que eu estou fazendo aqui?
-Nada de mais, foi uma pancada, só isso. Durma.
Deivid tentou resistir.
-Quem são essas pessoas? Eu não quero ficar aqui.
-Calma querido...
A enfermeira o segurou pelos braços e o encostou novamente no travesseiro. Em questão de segundos ele ficou sonolento, e logo dormiu. Sabrina estava abraçada no pai, e deixou cair uma lágrima.
-Não chore querida. Amanhã ele vai ficar bem. Deixa eu ter uma palavra com a enfermeira.
Harry saiu, acompanhado de Rony que também queria saber o que o garoto tinha. Seria instinto? Ele não sabia dizer o motivo, mas estava preocupado com o namorado de Sabrina. Talvez fosse porque não suportou ver a sobrinha triste.
-O que exatamente ele tem? Diga a verdade. – pediu Harry para a enfermeira.
-Confuncios.
-O que é isso? – perguntou Rony.
-Devido a pancadas muito fortes, pessoas que já estavam com algum problema antes, acabam perdendo a memória.
-Toda?
-Sim toda.
-Por quanto tempo?
-Alguns casos meses, outros dias.
-E não existe nenhum feitiço contra isso? – perguntou Harry, não acreditando.
-Não, infelizmente ninguém conseguiu inventar um ainda. Tanto que pelo o que eu sei, vocês dois tiraram a memória de um, que se encontra até hoje desmemoriado.
Harry e Rony se entreolharam lembrando do episódio um tanto antigo.
-Não tivemos culpa, minha varinha estava quebrada na época, e ele ia jogar o feitiço em mim. Foi ele que se desmemoriou – disse Rony, meio que rindo, meio que indignado.
Harry riu.
-Você devia ter recém nascido na época... – disse Harry, se controlando pra não rir.
-Minha falecida tia que me contou.
-Bem. Mas voltando ao caso de Deivid... O que você deu para ele tomar?
-É uma poção, que faz a pessoa ter boa memória. Nesse caso, ela só serve para amenizar o caso.
-E quando você acha que volta a memória dele?
-Ele é novo, creio que em um mês.
-Mas você disse que em alguns casos dias...
-Sim, mas quando a batida é leve.
-O balaço foi tão forte assim?
-Foi, afetou pouquíssimo, mas afetou. Mas o cérebro vai trabalhar normalmente, e logo ele lembrará das coisas. Aos poucos.
-Chamaram a tia dele? Ela não veio ao jogo?
-Pelo o que a diretora me disse, ela não pode sair de casa.
-Por quê?
-Deve ser porque é velha, e nas condições que está o tempo.
-Mas ela não é bruxa? – quis saber Rony, que até então só escutava a conversa.
-É sim.
-Então? Ela pode vir com pó de flú.
-Estamos em Hogwarts.
-E a lareira da diretora?
-Está interditada.
-As coisas andam estranhas por aqui. – Comentou Rony. – Mas você sabe pelo menos por que está interditada?
-Reforma na sala.
-Ah bom...
-Temos que ir – disse Harry, por fim.
-É, a Mione não estava se sentindo bem, acho melhor não deixá-la sozinha.
Os dois se despediram da enfermeira, e se juntaram ao resto do time que já estava do lado de fora da ala hospitalar. Sabrina estava triste, e sendo abraçada por Carla.
-Filha eu conversei com a enfermeira. Seja forte. Logo ele ficará bem. Por enquanto ele não lembrará de nada. Mas em breve a memória vai retornando aos poucos.
-Então ele perdeu mesmo a memória?
-Sim. Mas não há com que se preocupar. Eu vou ir. Qualquer coisa é só me chamar. Mande uma coruja.
Assim, Rony e Harry saíram caminhando até as saída, acompanhados dos seus respectivos filhos, Andril e Tiago. Rony sentiu-se como se estivesse esquecendo alguma coisa. Minutos depois achou bobagem. Ele e Harry se despediram dos filhos e depois no portão, de Hagrid. Em seguida, fora de Hogwarts, aparataram.
Andril estava sentado perto da lareira. Lia um livro sobre feitiços modernos. Estava muito interessado em um feitiço novo que produzia clones de pessoas, assim como de animais. Era um feitiço complexo, e só pessoas que realmente tivessem domínio sobre seu patrono podiam, então, executá-lo. A imagem do tio lhe veio à cabeça. Será que ele, tio Harry, se negaria a fazer algo assim?
Era bem provável que sim. O clone durava apenas vinte e quatro horas. De alguns animais como os pássaros, duravam três dias. E ainda era preciso um fio de cabelo da pessoa. No caso do animal, um pêlo, uma pena, um pedaço de unha. As palavras do feitiço eram complicadíssimas de se pronunciar. Harry jamais toparia em fazer o feitiço, até porque a clonagem ultimamente estava sendo muito vinculada com a Magia Negra. Os aurores andavam prendendo muitos bruxos por produzirem clones sem autorização. Era preciso cadastrar a varinha, e pegar um código para a execução do feitiço. Muitos desrespeitavam isso, fazendo clones com deformidades, e animais mutantes. Esses bruxos presos, se quer tinham assistido uma única aula sobre o feitiço da clonagem.
Andril lia tranqüilamente na sala comunal da Grifinória, somente ele estava ali. Faltavam dois dias para o Natal, e todos, exceto ele, a prima, e Tiago não foram. Nesse momento Tiago estava na biblioteca procurando algo sobre poções, uma matéria que ele pouco gostava e precisava estudar. Já Sabrina estava na ala hospitalar cuidando de Deivid. Andril achou bom ir fazer uma visita ao parceiro de time. Precisava falar sobre os balaços enfeitiçados com Sabrina. Ele tinha certeza que era o homem de cabelos loiros que estava por trás daquilo tudo.
-Você acha que vou acreditar nessa história?
-Havia muitas pessoas assistindo o jogo. Ele devia estar no meio da multidão.
-E como ele entraria aqui?
-Ele entrou uma vez sem ser notado, imagina se não ia conseguir de novo?
-Precisamos de uma prova concreta de que ele esteve aqui, só você o viu.
-É eu sei. Talvez eu fale com seu pai.
-Pra que?
-Pra ver se ele pode me ajudar. Talvez tenha como saber se os balaços foram enfeitiçados.
-Acho que não.
-Eu também acho pouco provável. Mas e ai, como ele está?
Deivid dormia. Passara uma semana ele ainda não lembrava de nada.
-Continua sem memória nenhuma. Eu fico aqui fazendo companhia pra ele. Ele fica quieto, não fala. Dei um livro pra ele ler sobre quadribol. Ele consegue ler como se nada tivesse acontecido. Eu não entendo por que ele não lembra de ninguém.
Nesse momento Deivid abriu os olhos. Acomodou-se na cama, enquanto Sabrina olhava admirada.
-O que houve? Por que a escola está tão silenciosa? – perguntou ele olhando pra Sabrina, ela era muito bonita, mas ele não sabia o que ela era dele. Estava sempre ali. O garoto que nunca vira antes, não que lembrasse, era muito parecido com ele. Devia ser seu irmão. Devia ter vindo visitá-lo. Parecia que faltava pouco para o Natal, foi o que Sabrina lhe falara.
-Lembra que te falei que o Natal estava chegando? Amanhã é véspera de Natal. Todos os outros alunos foram para suas casas.
-Eu acho que me lembro de você... – disse Deivid, indicando com a cabeça Andril, depois de alguns minutos de silêncio. Era uma lembrança vaga demais, mas era algo pensou Deivid.
-Que bom. – disse Sabrina feliz. – Mas por que será que ele lembrou de você? – perguntou ela falando baixinho para somente Andril ouvir.
-Não sei. Talvez porque me conhece a pouco tempo. Então eu sou uma lembrança mais recente, e ele esteja se lembrando das recentes primeiro.
Deivid que tentava ouvir a conversa quis saber mais sobre o garoto que estava ali.
-Você é algum parente meu?
-Não, eu sou só o novo artilheiro do seu time, não sei se te falaram, mas você vai ser nosso capitão ano letivo que vem.
-Hum... E isso é bom?
Andril não resistiu e deu risada.
-Claro que é bom! Todo mundo sonha em ser capitão do time, ou fazer parte dele.
-Eu sou popular?
-Vejo que alguns termos você não esqueceu – disse Andril brincando com Deivid. – É curioso que você fale em popularidade. Mas respondendo sua pergunta, depois que você se acidentou em campo, sua popularidade que já era alta, só aumentou.
Deivid não entendeu muito bem o porquê, mas se sentiu bem.
-Sabrina?
-O que Andril?
-Você – ele falou baixinho – contou que era namorada dele?
-Não – respondeu Sabrina pesarosa.
-Por quê?
-A enfermeira disse que não se podem forçar as lembranças. Caso ele pergunte pode responder. A pergunta em si é sinal de que há um indicio de lembrança. Mas do contrário não se pode falar nada, pois ele pode ficar mais perturbado.
-O que vocês tanto conversam. É algo que não posso saber?
-Nada não Deivid – respondeu Andril. – Estamos comentando do irmão dela, o Tiago.
-Eu sei, um garoto que veio aqui ontem, não é?
-Sim.
-Vocês dois são namorados? – perguntou Deivid na ingenuidade, mas ao perceber a reação que provocara em Sabrina, se sentiu mal. Ela enchera os olhos d’água.
-Não – respondeu Andril. – Somos primos. E eu sou mais novo que ela. Sabrina gosta de caras mais velhos.
-Eu vou deixar vocês conversando. Preciso mandar uma carta para mamãe com o presente dela – disse Sabrina de repente, lembrando-se do presente que comprara, uma linda corrente com um pingente azul.
-Está bem. Fico aqui. Pode ir.
Quando Sabrina saiu. Deivid quis saber.
-O que ela é... de... – ele não tinha coragem de perguntar, pois já imaginava a resposta. – De mim?
Andril sorriu. Ele podia responder. Mas ia fazer mistério.
-O que você acha que ela é?
-Não sei... Eu não consigo lembrar dela.
-Mas sua opinião sobre ela é?
-Bonita... Gentil... Legal...
-Você está se apaixonando por ela?
Deivid foi pego de surpresa. Ele não quis responder. Ficou quieto. Eles falaram de outros assuntos, como quadribol e não tocaram mais naquele tema. Deivid foi liberado pela enfermeira no dia seguinte, na véspera de Natal. Teve a ceia habitual de todos os anos, e logo todos foram dormir. Andril dormiu no dormitório de Deivid, estava ansioso por seus presentes no dia seguinte.
-Feliz Natal! – gritou Andril, puxando Deivid pela manga. – Nossos presentes estão lá em baixo. Sua tia lhe mandou um também. E tem um cartão dela. Vamos lá ver!
Deivid desceu do dormitório de pijama, viu Sabrina que usava um vestido em tom lilás e estava sentada comendo sapos de chocolate.
-Feliz Natal! – disse ela muito alegre a ele.
-Feliz Natal para você também – disse ele meio ruborizado.
-Ganhamos muitos presentes. Também têm sapos de chocolate para você. Foram dados pelo meu pai.
Deivid não entendeu.
-Ele me conhece?
Sabrina tinha esquecido.
-Desculpa! É sim... Vocês se conhecem.
-De onde?
Ela ficou muda. Como ia dizer que ele quis conhecer o genro?
-De onde? – repetiu a pergunta.
-Ele veio me ver, e daí eu te apresentei ele.
-Qual é o nome dele? Talvez eu lembre de algo.
-Harry Potter.
Deivid sorriu.
-O que houve? – quis saber Sabrina.
-Ele matou Voldemort. Eu estudei isso em história da magia no meu primeiro ano aqui. Eu lembro desse nome. Sempre quis ter uma fama como a dele.
Sabrina achou aquilo arrogante e mesquinho.
Andril gritou.
-Droga!
-O que foi?
-Outro blusão da vovó.
-Dessa vez Deivid ganhou um – disse Sabrina rindo.
-Ela também me conhece?
-Não. Mas quando alguém entra pra família... – Sabrina paralisou, falara demais.
Os dois se encararam. Deivid não lembrava, e no entanto sabia. As dúvidas acabavam de ser confirmadas. Ele resolveu abrir o jogo.
-Eu sei... Nós somos namorados. Não é?
-Sim... – a voz de Sabrina saiu como um sussurro.
-Ou pelo menos éramos antes de eu perder a memória... – disse ele cabisbaixo.
-Acho melhor você ir ver o presente de sua tia. Ela mandou um cartão. Deve estar preocupada...
-Você a conhece?
-Não.
-Mas se nós somos namorados, por que nunca lhe apresentei?
-Namoramos há pouco tempo.
-Hum... E você faz alguma idéia por que ela não veio me visitar?
-Parece que não pode. Leia o cartão – Sabrina lhe entregou o cartão. Ele leu em voz alta.
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“Querido Deivid, fiquei sabendo do acontecido, estou preocupada, mas não posso sair de casa. Peguei uma doença contagiosa, que nenhum bruxo consegue curar. Vou esperar a doença passar. Até lá quero que se cuide. Me disseram que se eu contasse uma história de sua infância, você se lembraria mais fácil das coisas. Lembra daquela vez que eu disse que você tinha habilidades para o quadribol, e no mesmo dia você se machucou? Pensei que ia perder a única coisa que amava. Não quis mais deixar você jogar, mas você não desistiu, e hoje é o melhor artilheiro de sua idade. Sou muito orgulhosa de você. Feliz Natal!
P.S./: O presente é humilde, mas de coração. Te amo.
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-Sua tia deve ser muito legal com você. Teve alguma recordação?
-Sei quem é minha tia. Mas não lembro muito bem de sua fisionomia. Quer dizer então que eu não tenho pais?
-Você quase não fala sobre isso comigo. Mas sim, pelo pouco que sei.
-Então você não pode me dizer o que aconteceu?
Deivid se sentou, parecia chocado.
-Não fica assim... – Sabrina encostou na mão dele. – Tudo vai ficar bem. Tome, abra!
Era o presente da tia. Uma caixa retangular. Ele abriu, dentro da caixa tinha um porta retrato e um bilhete.
“Sei que está namorando. Quero conhecer a nova felizarda. Coloque uma foto de você e dela aqui. Beijos.”
Sabrina ficou vermelha.
Deivid sorriu. Apesar de nenhuma lembrança lhe vir à cabeça, era gostosa a sensação que ele tinha perto dela. De paz, de liberdade, de alegria e principalmente conforto.
-Do que está rindo?
-Nada Sabrina. Quer dizer... Estou rindo do meu bom gosto. Apesar de não lembrar... Eu escolhi bem minha nova namorada. Eu tive muitas por acaso?
-Apenas outras duas.
-Hum... Menos mal. Pensei que tinha má fama.
-Não. Você é diferente e...
-E... ?
-E, além do mais, é sincero.
-Obrigado – disse Deivid meio sem jeito. – Que Natal meio em branco esse. Não acha?
Os dois caíram na gargalhada, Andril no momento se empanturrava de sapos de chocolate.
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