Uma suspeita
Ficar longe dos filhos era uma angústia que Harry lamentava muito. Ele não sabia que sentiria tantas saudades, e que não se acostumaria, nem mesmo depois de mais de dois anos. Mas ele precisava ver os filhos por um outro motivo também. Saíra no profeta diário que os filhos do famoso Harry Potter estavam dando o que falar em Hogwarts. Ele estava ali para aconselhar os filhos que era melhor ficar em oculto. Toda aquela fama que eles estavam adquirindo, principalmente em relação ao quadribol, não era saudável para os dois.
-Até que enfim vocês vieram. Como vai minha filha?
Ele abraçou Sabrina. Tinha que admitir que sua filha estava cada vez mais moça. Logo estaria cheia de pretendentes.
-Estou bem pai. Eu quero te apresentar um amigo. Entra Deivid.
Deivid entrou na sala dos professores, um pouco apreensivo.
-Esse aqui é meu pai, Harry Potter.
-É um... Um prazer conhecê-lo.
-O prazer é meu Deivid. – Harry apertou a mão do garoto, achou engraçado o nervosismo de Deivid. Ele analisou o garoto. Ele era alto, devia ter uns quinze anos. Tinha cabelos castanhos, com leve tom de ruivo, ondulados. Seus olhos eram verdes, muito familiares. Aliás o garoto tinha uma aparência muito familiar com algum amigo de Harry na adolescência.
-Pai, ele é o melhor artilheiro de quadribol aqui da escola, é da nossa casa, sem ele não teríamos ganhado nem a metade dos jogos que já ganhamos.
-Sério Tiago? Meus parabéns então, Deivid.
-Que isso! Sem sua filha o time da Grifinória não seria nada, ela é uma ótima apanhadora. E o Tiago também é um ótimo goleiro. Os dois são ótimos.
-Estou vendo que o time está bem reforçado – falou Harry em tom descontraído. – Acho que agora estou lembrado do último jogo. Lembrei de você Deivid! Vi algumas manobras suas com a vassoura e achei impressionante. Vou convidar Rony para assistir ao próximo jogo. Ele era nosso goleiro na nossa época de escola. Vai adorar ver o sobrinho no lugar dele, assim como eu adoro ver minha filha no meu lugar.
-Meu tio é muito legal e engraçado. – Começou a falar Sabrina para Deivid. – A mulher dele, a tia Hermione é muito inteligente, sabe coisas que nem os professores daqui sabem. Vou convidá-los para o próximo jogo, quero que você os conheça. Eles tinham um filho com seu nome...
Sabrina emudeceu. Harry a olhou com ternura. Sua filha estava com vontade de chorar por um primo que nem chegara a conhecer.
-O filho do meu cunhado faleceu quando bebê, Sabrina não o conheceu, mas acho que ela não gosta de falar disso. – Explicou Harry para o Deivid que fazia cara de quem não entendera nada. - Querida, está tudo bem?
-Sim pai. Eu só não queria ter tocado nesse assunto, imagina se Andril estivesse aqui?
-É mesmo, você e sua boca... – Comentou Tiago.
Deivid não estava entendendo nada.
-Bem... Vamos mudar de assunto... Sabrina e Tiago eu vim aqui para falar sobre essa popularidade que vocês andam conquistando aqui na escola. Quero que vocês dêem um basta nisso.
-Mas pai o que podemos fazer se somos os seus filhos? – perguntou Sabrina.
-Eu sei, mas não alimentem histórias. Eu leio o Profeta diário, e sei o que anda acontecendo. Tudo bem que vocês são bons no quadribol, mas tentem serem bons nos estudos e quietos na sala, e nos corredores, dessa escola. Ok?
-Tudo bem papai – responderam os dois irmãos ao mesmo tempo.
-Não quero nem pensar no que essa escola pode virar no próximo ano letivo com a estrada dos filhos de Fred e Jorge.
Harry fez uma cara de preocupado. Mas teve que rir ao lembrar que ele também já tinha aprontado muito. Mas eram outras circunstâncias, ele precisava fazer, seus filhos estavam em outra situação: faziam por que queriam, por prazer.
-Então estão avisados. Nada de gemilidades Weasley nas salas, e nem corredores. Não é porque são meus filhos que os professores desta escola vão acobertar seus delitos.
-Está bem pai.
-E você Tiago, o que diz?
-Juro solenemente fazer nada de bom?
-Essa não é a resposta correta.
-Eu vou tentar não fazer mais nenhuma pirraça.
-Melhorou um pouco. Eu voltarei para assistir o próximo jogo então. Tchau.
Harry deu um beijo no rosto da filha e do filho, e apertou a mão de Deivid, olhando nos olhos daquele garoto, ele teve a impressão de já os ter visto antes.
Saiu sem dizer mais nada.
Mais tarde em casa, Harry se pegou pensando no garoto que conhecera. Ele não sabia ao certo se era ciúme da filha, ou se era outra coisa que o incomodava em relação a Deivid. O garoto era alto e forte, e os olhos de sua pequena Sabrina brilhavam na presença dele. Como pai, tal que era de Sabrina, Harry não pode deixar de perceber que sua filha estava apaixonada pelo rapaz. Se aquilo era bom para ela ou não, Harry não poderia responder. Agora restava a ele tentar descobrir mais sobre Deivid.
Sabrina estava sentada na cama do seu dormitório, pensando em Deivid. Ela negava há muito tempo o que sentia por ele. Mas de alguns meses pra cá, em sua mente, só existia ele. Quando ela o conheceu achou que ele era arrogante demais. Deivid não falava com ela. E aquilo sempre fora ruim, pois afinal de contas eles eram do mesmo time. Ela até pensou que seria passageiro, mas o gelo durou quase três anos. Até que ela resolveu indagar ele sobre isso. E enfim conseguira a resposta. Mas como ela ia adivinhar que ele a tratava daquele jeito por ela ser filha de quem era?
Foi bom seu pai ter vindo na semana passada, e melhor ainda de Deivid ter o conhecido. Ao conhecer seu pai, ele ficara mais calmo e agora conversava sempre com Sabrina, e sobre diversos assuntos, sem o medo da popularidade que atribuíam nela. O beijo que os dois quase tinham dado antes do Tiago interromper, não foi comentado nem por ele e nem por ela durante toda aquela semana. Sabrina achava que era melhor assim.
Resolveu procurar seu primo Andril, que ela quase não conseguia ver, devido à diferença de horários. Ele estava no seu segundo ano da escola, e adorava ficar na biblioteca, puxara a tia Mione. Sabrina riu. Mas era bom que ele fosse como sua mãe, inteligente. Ele não gostava de quadribol, e aquilo de certa forma deixava o tio Rony um pouco chateado. Sabrina ia tentar convencê-lo de fazer o teste de quadribol para ele entrar como batedor no ano letivo seguinte. Ia usar como pretexto os filhos dos tios Fred e Jorge, que com certeza tinham herdado o dom dos pais, de batedores. Ia dizer para Andril que, se ele não fizesse o teste ia ser passado para trás pelos primos mais novos. Isso ia deixar ele irritado e com certeza ele ia fazer o teste.
Agora que Sabrina era amiga do futuro capitão do time, ia pedir para ele animar Andril na hora do teste, e para lhe dar uma chance, mesmo que ele não fosse o melhor. Ela sabia que Andril tinha um potencial no quadribol, já jogara, com o primo, diversas vezes. Mas ele era cabeça dura, e não aceitava quando estava errado, e desistia facilmente de continuar a partida. Depois saia dizendo pra todo mundo da família que quadribol era detestável, que não era pra ele.
Sabrina saiu da casa da Grifinória, e desceu as escadas do castelo, sabia que o primo estava na biblioteca e ia chamar ele para conversar em outro lugar. Quando chegou na biblioteca viu seu primo Andril sentado.
Ele era a cara do tio Rony. Cabelos lisos e ruivos, muitas sardas no rosto, e olhos muito verdes. Fisicamente não herdara quase nada da mãe, a não ser o nariz que era menor do que o do tio Rony. Sabrina ficou imaginando que se o outro filho da tia Mione e do tio Rony fosse vivo, seria igualmente ruivo e com as orelhas tão vermelhas quando ficava nervoso. Andril era magro e estava cada dia mais alto.
-Oi Andril!
-Ah... Oi prima! – disse ele sorrindo, Sabrina lembrou-se daquele sorriso de outro lugar, mas não deu bola.
-Eu vim conversar com você. Podemos ir para outro lugar?
-Mas eu estou lendo um livro, sobre feitiços, muito bom, de uma escritora ótima.
-Deixa o livro pra depois, vem comigo primo.
Andril a olhou com um olhar de indignação, mas acabou aceitando sair dali. Ele sabia que ela ficaria o incomodando até ele sair.
Quando eles estavam no pátio do castelo, Andril quis saber o que ela queria.
-Fala o que você quer?
-É o seguinte. Daqui três meses vai ter um teste de quadribol...
-E daí?
-Deixa eu terminar? Como e daí? A questão é que vão ter três vagas, e eu quero te convidar pra fazer o teste, eu acredito que você tem chances.
-Eu?
-Sim. Você, Andril. Eu vou te apresentar para o capitão assim que possível. Quero que você comece a treinar para o teste.
-Mas quem disse que eu vou fazer este teste?
-Você sabia que Mateus e Lucas, nossos primos mais novos, iram entrar ano que vem na escola, e se eles quiserem fazer o teste, eles vão poder. Daí você vai ser passado para trás por eles.
Sabrina ficou esperando a reação dele. Andril parecia inexpressivo, como se aquilo não importasse, mas de repente sua face mudou. Foi como se ele lembrasse de alguma coisa.
-Está bem eu vou fazer este teste. Mas espera ai... O teste vai ser no inverno? Daqui três meses estará caindo neve, será o natal. Você acha que sou maluco?
-Talvez o teste seja adiado para a primavera. Mas o importante é que você tente. Você não vai deixar o Mateus e o Lucas te passarem, vai?
-Claro que não! São mais novos que eu, dessa vez eu vou ser melhor que eles.
-É assim que se fala. Eu tenho que ir agora... Nos vemos outro dia! Tchau.
Ela saiu com a impressão de que Andril seria parte do time no ano letivo seguinte. O teste ia ser em três meses, pois eles poderiam precisar de substituto. Mas Andril não precisava saber disso. Agora o importante era ele passar no teste.
Ele acordou no meio da noite, sua camiseta de dormir muito suada. Tivera um sonho muito estranho. Estava mais para um pesadelo. Mas dessa vez ele não gritara como das outras vezes, pois todos seus colegas no dormitório dormiam tranqüilamente. Ele sonhara com pais que nunca conhecera, nem por foto, e com um irmão.
O sonho começara em Hogwarts, mas terminara numa casa de dois pisos com um sótão. Uma casa alegre, com uma cozinha muito barulhenta. O sonho começou com ele beijando Sabrina, de repente ele ouve um grito, é sua mãe. Uma mulher muito bonita, com cabelos iguais aos seus, castanhos ondulados. Ela olha para ele com tristeza, de repente ele não está mais em Hogwarts com Sabrina, e sim na casa de dois pisos com seus pais. Seu pai é alto, tem cabelos ruivos, ele sorri para Deivid que começa correr sem motivo nenhum, quando é parado por um garoto ruivo, que seria seu irmão, mas ele não consegue visualizar seu rosto muito bem. De repente ele está voando com sua vassoura pelo pátio daquela casa, com o garoto atrás dele. Novamente ele está na cozinha barulhenta, mas dessa vez aparece um rosto muito horrível. Um homem muito branco, com os olhos fundos, cabelos loiros, que o olha com cara de desdém. E pronuncia uma única palavra, antes do sonho acabar.
-Weasley...
É nessa hora que Deivid acorda apavorado. Parece até que o homem está ali, o comendo com os olhos. Ele volta a deitar, ainda perturbado pelo sonho cheio de reviravoltas. Tenta dormir. Vira para um lado, depois para outro. Fica assim durante vinte minutos. Até que finalmente consegue pegar no sono outra vez.
Acordou, quando o sol já estava alto no céu.
-Droga! A aula de transfigurações!
Ele correu o máximo que podia, a professora se pudesse mataria ele pelo simples atraso. O pior é que ele sabia que estava mal em transfigurações, que precisava de nota, e não que lhe tirassem pontos. Vestiu sua roupa correndo, escovou os dentes, e saiu em disparada pela sala comunal da Grifinória. Ao chegar na sala de aula a encontrou cheia, todos seus colegas conversavam um monte, entrou quieto e agradeceu por ninguém notar sua presença. Quando aula acabou, Paulo foi falar com ele.
-Onde você tinha se metido?
-Eu acordei atrasado.
-Eu te passo a matéria depois. Mas e ai? Preparado para o jogo de quadribol?
-Que dia nós estamos? – Deivid estava totalmente avoado.
-Estamos perto do Natal. Será que você está tão esquecido assim?
-Não. Não. Mas que bom. Vou poder ver minha tia Gabrielle. To com saudades dela.
-Você nunca fala da sua tia. Como ela é?
-Imagina uma veela, e deixa ela um pouco humana.
-Nossa! Sua tia é tão bonita assim?
-É. Mas ela é muito triste. Eu acho que ela esconde algo de mim. Mas eu não sei o que é. E eu prefiro não perguntar.
-Por quê?
-Porque acho que vou magoá-la ainda mais.
-Mas se trata de você também, não é? Quero dizer, você nem nunca viu uma foto de seus pais. Será que ela é mesmo sua tia?
Deivid ficou por um momento reflexivo. Mas desconsiderou a idéia.
-Não Paulo. Eu sinto que não é isso. É outra coisa. Talvez tenha realmente haver com meus pais, e por falar neles, eu...
-Oi!
Era Sabrina, toda sorridente. Deivid não pode deixar de reparar na corrente dela de prata, com uma estrela de cinco pontas toda trabalhada. Ela tinha uma qualidade de vida melhor do que a dele, aquilo o deixava preocupado. Como gostar de uma garota como ela?
-Tudo bem com vocês?
-Comigo sim – respondeu Paulo.
Deivid continuava pensativo. Sabrina insistiu com a pergunta.
-Tudo bem com você Deivid?
-Ah... Sim. Claro. E com você?
-Eu to bem – disse ela se aproximando, meio que inconscientemente dele.
-Acho que eu esqueci meu livro na sala, vou deixar vocês sozinhos. Com licença.
Paulo saiu se rindo. Deivid ia cobrar aquela escapatória fingida só para deixar Sabrina e ele sozinhos.
Ou não.
Ele não tinha mais aula. Ela também não. Resolveram sair para o pátio da escola, para aproveitar a tarde um pouco ensolarada, com a neve macia sobre os pés.
-É incrível como o tempo passa rápido, não? – perguntou Deivid.
Sabrina o encarou surpresa. Ela pensava em como Deivid era bonito. Muitas de suas amigas queriam ele como namorado. Mas pelo pouco que ela o conhecia diria que ele era um daqueles caras difíceis demais de se conquistar. Tinha um olhar vazio e frio, às vezes se tornava um brincalhão, e divertia quem tivesse na volta. Mas Sabrina nunca tivera um momento de aproximação como aquele ao lado dele. E ele queria falar sobre o tempo que tinha passado rápido. Sabrina concordava só em parte com aquilo.
-É talvez sim – respondeu depois do que pareceu uma eternidade para Deivid.
-Você é meio difícil de se lidar, hein?
-Eu? – se indignou Sabrina. - Mas Deivid, eu respondi sua pergunta.
-Mas nem ligou para o que eu disse.
-Para o que você acha que eu estou ligando nesse momento? Se for capaz, responda!
Aquilo de início pareceu um erro, mas enquanto Sabrina furiosa dava meia volta em direção ao chafariz com a água toda congelada, seu braço foi subitamente agarrado e seu corpo jogado em cima do corpo de Deivid. Ele a pegou pelos dois pulsos, foi impossível não encará-lo, os olhos dele fitavam sem piedade o olhar arregalado dela. Eles estavam próximos demais.
-Para o que você está ligando? – perguntou ele confuso.
-Não adianta me tratar desse jeito. Você tem medo de mim, de eu ser quem sou, de eu ter o que tenho. Eu sei suas fraquezas em relação a mim. E o que eu quero é que você pare de ligar para isso. É nisso que eu estou pensando.
-Você é amadurecida demais para a sua idade – disse ele a soltando, Sabrina massageou seus pulsos. Onde ele aprendera a ser daquele jeito?
Quando ela resolveu ir embora, ele a puxou com delicadeza pela mão.
-Desculpa, você me deixa confuso... Eu não posso evitar mais. – Ele pegou Sabrina pela cintura, se aproximou de sua face o suficiente para os olhares se fitarem na mesma sintonia, os olhares de ambos eram de confiança um no outro. Eles sorriram juntos. Deivid pegou na mão esquerda de Sabrina, entrelaçando os dedos nos dos dela. E com a outra mão acariciou os cabelos da garota pela qual ele tinha certeza, estava perdidamente apaixonado. Encostou os lábios dele nos dela, e no momento seguinte já estavam se beijando.
Deivid pulou feito um louco ao chegar no dormitório dos garotos. Deitou na cama, com um sorriso enorme.
-O que houve cara? – perguntou Paulo.
-Eu a beijei.
-Quem?
-A Sabrina.
-E toda essa felicidade é por causa de um beijo?
-Não sei o que vai acontecer agora. Vai depender dela.
-Mas você está se preocupando... Acho que temos alguém apaixonado aqui.
-É parece que sim.
-Você está brincando?
-Acho que não.
-Ela é filha de...
-Harry Potter, eu sei... – disse Deivid perdendo um pouco o ânimo. – Mas você tinha que ver, ela disse para mim que eu devia parar de ligar para isso.
-Mas cara... Como você não vai ligar? Ela deve ter um bando de pretendentes. Não é bom para você sair brigando por ai. E o time como ficaria?
-Calma Paulo. Eu nem sei o que vai rolar ainda. E a prioridade é o time.
Deivid resolveu deixar um pouco de lado todos aqueles pensamentos sobre o time de quadribol, sobre a popularidade de Sabrina. Ele queria pensar somente nos acontecimentos recentes, que ainda estavam frescos em sua memória.
Sabrina ficou maravilhada. Estava com os dedos sobre sua boca, lembrando do beijo doce, quente e confortante de Deivid. Seus olhos brilhavam, em quanto ela se dirigia a caminho da biblioteca. Estava tão distraída que nem viu Pirraça jogar uma bexiga d’água bem perto de sua cabeça, acertando uma estátua a sua direita.
-Menina Potter está boba! Menina Potter tá apaixonada! – Pirraça saiu gritando por todo o corredor, Sabrina quis xingá-lo, mas ele já havia partido. Entrando na biblioteca ela achou seu alvo.
-E ai primo? Muito ocupado?
-Não, só estava lendo uma reportagem antiga sobre o tio Harry, do profeta diário, olha aqui...
-O que tem meu pai?
Ela pegou a reportagem e seus olhos correram por uma foto de seu pai adolescente, parecia o seu irmão Tiago, mas porém um pouco mais velho.
-Aqui diz que ele declara que Voldemort está vivo...
-Voldemort foi um cara muito poderoso. Queria que titio falasse mais dele. Meu pai pouco fala, e minha mãe não dá muitos detalhes precisos.
-Se pra mim que sou filha, ele não fala, imagina pra você... Bem, mas eu vim falar sobre o teste de quadribol. Tá na hora de você se agilizar, ele é semana que vem.
-QUÊ? Você está louca? Pirou de vez Sabrina? Semana que vem a previsão é de nevasca.
-Azares, você vai fazer. Espero que tenha praticado.
-Pratiquei algumas vezes, mas jamais pensei que ia ser feito em meio a uma nevasca.
-Bobagem.
-Bobagem? Bobagem pra você. – retrucou Andril, indignado com Sabrina.
-Então até semana que vem primo, já que eu não vou vir tão cedo nessa biblioteca de novo.
Sabrina saiu deixando seu primo boquiaberto, sabendo que ele daria o melhor de si, com nevasca, ou sem nevasca.
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