Verão Movimentado...
Nenhuma mensagem com remetente “H.G.” chegou. Edwiges retornou, dois dias depois, muito irritada. Recolheu-se em sua gaiola, sem ao menos olhar para seu dono. Observando o fato,Harry passou a se perguntar do porquê sua coruja andar tão temperamental. Relatou o ocorrido a Remo e Sirius. Remo sugeriu levar a coruja a um curandeiro, supondo que o animal estivesse doente. Já Sirius disse para não se preocupar e que talvez isso fosse um indício de que a coruja estivesse ficando velha. Harry não acreditava que Edwiges estivesse doente e nem velha. Entregava todas as mensagens que ele pedia tranquilamente, com exceção as destinadas a Mione. “Acho que ela resolveu se esquecer de nós...” pensou decepcionado. Depois desse dia, Harry resolveu não tocar mais no assunto Hermione.As pessoas mais chegadas perceberam a mudança,mas não deram muita importância para o assunto.
O mês de junho estava chegando ao fim. O calor marcava forte presença nos primeiros dias de verão. O Lago Grimaldi se preparava para receber Ronald Weasley. Lupin obrigou todos a ajudarem na arrumação da casa:
- Vamos pessoal!Precisamos deixar essa casa bem arrumada, pois receberemos visita. Não quero que Molly pense que somos um bando de relaxados. - disse Lupin preocupado.
- Meu caro Aluado não importa o que façamos, ela já pensa isso de nós. Não se lembra do escândalo que ela fez quando Harry veio morar aqui? E mais, essa casa é minha! Pare de dar ordens!
- Muito engraçado, Almofadinhas. Se não fosse por mim, isso viraria um chiqueiro. Melhor dizendo,um canil.- disse Lupin num tom sério.
- Nossa! Meu superestimado amigo Remo, desde quando deixou de ser lobisomem para virar um elfo doméstico?- gozou Sirius.
Lupin lançou um olhar ameaçador e Harry tentou diminuir as tensões.
- Sirius, deixa o Remo em paz.
- Harry, ele está todo nervosinho por querer tentar agradar o “Furacão Ruivo”. Todos os pêlos dele sabem o quão difícil ela é. Depois da morte do filho, a mulher enlouqueceu.
- Não seja insensível, Sirius. Ela só está querendo proteger as pessoas que ama. E eu me comprometi a cuidar do filho dela durante sua estadia aqui. - disse Lupin.
- Cuidar daquele garoto?Remo, ele é maior do que eu!-disse Sirius incrédulo.
- Isso não é motivo para discussão, Sirius. Eu prometi e está prometido! Vamos terminar logo com essa arrumação!
A limpeza da casa não durou mais do que meia hora. Mesmo com o uso de magia, Sirius não parou de resmungar um só minuto.
- Almofadinhas, pare com isso. - disse Lupin ficando aborrecido.
- Não dá para evitar, Aluado. A “Dona Ruivona” mexe com os meus nervos. - disse com os dentes trincados e completou - Você vai ver só,assim que ela entrar por aquela lareira,eu vou dizer muitas verdades na cara dela.
- Vai dizer muitas verdades na cara de quem?- disse Molly Weasley surgindo da lareira, seguida de Rony e Gina, atrás de Sirius.
Um silêncio incômodo tomou conta do Lago Grimaldi. Lupin abaixou a cabeça e a balançava de maneira negativa.Harry,Rony e Gina ficaram apreensivos,somente na expectativa do que estava por vir. A lembrança da última discussão dos dois ainda estava muito presente. Foram longas horas de debates,gritos,choradeira... Algo, realmente lamentável. De lá pra cá, a relação entre os dois havia se tornado cordial, mas um simples motivo poderia pôr tudo a perder. Por isso, todos esperavam a reação de Sirius que estava calado e com os olhos fechados, ainda de costas para a Sra. Weasley.
- De quem o Sr. Black estava falando?- insistiu Molly.
Os demais prenderam a respiração. Porém a reação de Sirius foi muito surpreendente:
- Ah! Besteiras, Molly. - disse se virando com um sorriso cínico no rosto.- Estava apenas comentando com meu amigo Remo sobre uma mulher irritante que mora aqui na vizinhança.Mas não irei amolá-la com problemas pequenos.Vejo que a senhora está tão bem,tão...ruiva!-e abriu um largo sorriso.
- U-hum – e não dando muita atenção ao que Sirius disse, dirigiu-se a Harry e Lupin. – Como vai Harry, meu querido. Vejo que Remo está cuidando bem de você.- e apertou a bochecha do rapaz.
- È... Eu estou muito bem, Sra. Weasley. - disse Harry meio desconcertado.
- Bom... Muito bom. - e virando-se para Lupin disse- Como vai você,Remo? Sabendo que você está morando aqui e vendo como o Harry está tão bem, apesar de estar um pouco magro, fico tranqüila em relação ao meu filho.
- Pois a senhora pode ficar tranqüila, Molly. Seu filho será muito bem tratado.
- Sua garantia é a minha certeza.
Sirius assistiu a tudo enojado e Rony estava vermelho de vergonha.
- Você aceita um chá? Vamos até a cozinha e assim poderemos conversar melhor.
- Claro. É muita gentileza sua,Remo.
Ambos saíram deixando os demais na sala.
- Bom, depois deste teatro... - disse Sirius chamando a atenção do outros aqui - Acho que poderemos voltar as nossas vidinhas normais.
- Nossa, eu realmente pensei que teríamos outra briga entre o senhor e minha mãe. - disse Rony.
- Não. Não seria prudente. Não daria oportunidade para que as férias de vocês fossem estragadas. - olhou Rony de cima a baixo e disse - Bom, vejo que você ainda é um menino que precisa de cuidados! Precisou de comitiva para uma simples viagem de lareira...
Rony ficou mais vermelho e Gina não conseguiu segurar o riso.
- Eu queria ter vindo sozinho, mas mamãe insistiu em vir junto e a Gina só veio para bisbilhotar! - ao ouvir as reclamações do irmão, Gina fez cara feia.
Antes de Gina pensar em reagir, Sirius interferiu.
- Bom, vamos garoto. Tenho que mostrar o seu quarto - disse para o menino ruivo e provocou – E a sua irmã não veio para bisbilhotar, ela veio para namorar. -finalizou com um sorriso maroto.
A afirmação de Sirius deixou tanto Harry quanto Gina um pouco corados.
Depois de várias recomendações dadas ao filho, a Sra. Weasley despediu-se de Harry e Remo. Apenas acenou para um controlado Sirius e foi embora, levando uma relutante Gina. Os quatro restantes apenas se encararam por um curto período. O silêncio foi interrompido por Lupin.
- Bom, Ronald seja muito bem vindo e espero que fique à vontade.
- Muito obrigado, Sr. Lupin.
- Pode me chamar de Remo. - Rony assentiu com a cabeça.
- E você pode me chamar de Sr. Black- disse Sirius- E agora que sua mãe foi embora, o nosso verão espetacular vai começar. Esqueça todas as recomendações que ela te deu. Nós vamos nos divertir!
- Cara, eu nem acredito que estou aqui. Quando Fred e Jorge souberam que eu viria pra cá, morreram de inveja. - Rony estava com brilho nos olhos.
- Sim senhor invejado, prepare-se para as melhores férias da sua vida, das nossas vidas!É o primeiro verão que passo com meu afilhado e decidi torná-lo inesquecível.
- Cuidado para não exagerar, Sirius. - avisou Lupin.
- Você me conhece, Aluado. Fique tranqüilo. - e disse para os rapazes- Então, estão preparados?
- Sim. - respondeu Harry.
- Sim, Sr. Black - foi a vez de Rony responder bem afoito.
- Garoto, aquele negócio de senhor era lorota. Não consigo acreditar que você caiu nessa! - disse Sirius em tom de zombaria, arrancando risos de Harry.
O mês de julho entrou com força total. Os dias no Lago Grimaldi estavam cada vez mais divertidos. Todo dia tinha alguma coisa diferente para fazer: jogar quadribol, futebol, nadar, ir ao cinema... Os rapazes estavam se divertindo muito. Sirius estava muito empolgado e Lupin também, só que mais controlado que o amigo. Pelo menos uma vez por semana, Gina aparecia para visitar o namorado e passar para Rony recados dados pela mãe. Ultimamente, um fato estava preocupando muito a ruiva: desde a semana anterior, seu irmão e seu namorado se recusaram a falar sobre Hermione. Ela passou a acreditar que a fase rancorosa de Rony estava afetando Harry.Então resolveu comunicar o ocorrido a Dumbledore.O velho bruxo,imediatamente, respondeu a mensagem garantindo que tomaria providências.
x – x – x
Nos arredores de Oxford, em uma casa simples, encontrava-se uma senhora impaciente. Ela andava de um lado para o outro, muito ansiosa a espera de uma visita. Ouviram-se três batidas na porta.
- Alvo, por favor, entre. - disse a senhora assim que abriu a porta.
- Boa tarde, minha cara Minerva. Fico feliz por ter me recebido em sua casa.
- Não foi incômodo algum. Só achei meio estranho.Poderíamos ter nos encontrado em qualquer outro lugar. Por que aqui, Alvo?
- Minerva, eu tenho um assunto delicado a tratar com você. É sobre a Srta. Granger.
- Alvo, este assunto não está em minhas mãos.
- Pode até ser. Mas preciso que você faça um esforço. Vamos, Minerva. Eu sei que pode.
- Bom, eu vou tentar. E por que tamanha urgência?
- A Srta. Weasley me mandou uma mensagem na qual estava se dizendo muito preocupada com o comportamento do Sr. Weasley e do Sr. Potter. Eles estão muito arredios em relação a Srta. Granger e sua falta de notícias.
- Eu acredito que ela esteja bem. Mas se ela não se corresponde mais com os amigos... – pensou um pouco, sua expressão mudou algumas vezes e completou - Prometo que vou verificar o que está acontecendo. É que os trabalhos envolvidos com a reabertura de Hogwarts estão tomando todo o meu tempo. Todos os dias, tenho reuniões no Ministério da Magia. E como está a reconstrução do castelo?
- Indo bem, está quase pronto. Pedi que o reconstruísse exatamente igual ao que era antes. Enquanto isso, estou hospedado na denominada Casa dos Gritos. Mas não vejo a hora de voltar para os meus aposentos - concluiu saudoso.
x – x – x
Uma bela fogueira era alimentada, a noite estava estrelada e havia muita conversa. Era uma bela noite de verão. Harry estava sentado, pensativo, nem se moveu quando Rony ficou com a língua “agarrada” num pedaço de marshmelon.
- Harry, está se sentindo mal? - Lupin perguntou.
- Não, estou apenas um pouco cansado. - disse suspirando.
- Eu disse para o Sirius não ficar exagerando.
- Está tudo bem, Remo. Adorei termos ido até o Marrocos para andar de camelo...
- Bom, acho que está na hora de nos recolhermos. – olhou para Sirius que estava rindo sozinho e disse - Acho que amanhã teremos uma folga.
- É verdade. Sirius já bebeu demais. - disse Harry se levantando e se dirigindo até o padrinho.
- Sirius, está na hora de dormir.
- Meu afilhado!Como eu te amo! - disse com a voz enrolada e abraçou o rapaz, quase o levando ao chão.
- Vamos Sirius! – disse Lupin - Deixa que eu o leve, Harry.
- Aluado!Eu já disse que você é o meu melhor amigo?- e se abraçou ao amigo.
- Sim, mas agora você tem que descansar.
- NÃO!- disse Sirius num salto e completou – Não posso porque eu SOU O REI DO MUNDO!Como naquele filme Titânio que nós vimos.
- É Titanic. – consertou Harry.
- ISSO! EU SOU O REI DO MUNDO! – e caiu no chão adormecido.
- Agora só se for o rei do mundo dos sonhos. – concluiu Lupin
x – x – x
Dias depois, um pouco longe dali, uma bela jovem andava distraída pelas ruas. Era uma tarde clara,de sol forte,bem convidativa para um passeio.As pessoas andavam felizes nas ruas:muitas crianças,jovens e turistas com suas máquinas fotográficas que registravam cada passo que davam.Andou e andou sem se dar conta para onde estava indo. Até que parou e avistou um marco da cidade: o Portal de Brandeburgo. Pensou no seu significado que de divisor, passou a representar a união. Essa união que a fez pensar em sua vida. Ficou parada por vários minutos, pensando na vida, quando um rapaz a abordou:
-Moça, mandaram entregar isso pra você. - disse o rapaz entregando um envelope para a jovem.
- Quem é você?Quem me mandou entregar isso? – perguntou desconfiada.
- Eu não sou importante. Estou apenas prestando um favor a uma senhora.
- Mas que senhora?
O rapaz sumiu, deixando a jovem sem resposta. O envelope foi para o seu bolso e a caminhada foi retomada. Ao chegar num parque próximo, sentou-se num banco e decidiu examinar o envelope. Não tinha nada escrito.Ficou receio,mas a curiosidade foi maior. Dentro do envelope encontrou dois pergaminhos. Escolheu um e deixou o outro em seu colo. Ao abri-lo, leu a seguinte mensagem:
“Não se esqueça das pessoas que te amam!”
Achou estranho aquele tipo de mensagem, ficou se perguntando quem poderia ter mandado ou se era alguma brincadeira. Enquanto isso, o outro pergaminho escorregou pela sua perna. Ao sentir tocá-lo em seus pés, pegou o papel e abriu sem muito caso. Leu a mensagem e ficou emocionada. As últimas palavras eram:
“... Não demore.
H.P.”
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