Conversas e... um convite.



Depois de uma noite bem animada com música, dança, boa comida e muitos beijos trocados com certa ruiva, Harry se dirigiu a sua atual residência: a mansão dos Black, ex-sede da Ordem da Fênix, junto com Sirius e Lupin. Na hora de ir, uma cena muito divertida acontecia devido a Tonks insistir em levar seu namorado Remo até em casa. Sirius apenas ficou quieto,mas quem o conhecia poderia jurar que ele não deixaria passar barato. Foram de carro, pode até parecer esquisito, mas Tonks foi contagiada pelo amor do Sr. Weasley por artefatos trouxas.
A viagem, em si, foi muito estranha. Tonks definitivamente precisava de aulas de direção. Era muito difícil manter a metamorfoga concentrada no caminho. Ora ela olhava para Lupin e fazia carinhos nele, tirando as mãos do volante, ora ela acenava para outros motoristas. Certa vez,ela se virou para discutir com Sirius que resmungava por sentir falta da sua moto. Só não bateram porque Lupin segurou o volante. Harry precisou de muito autocontrole para não rir. Após várias emoções, finalmente chegaram ao Lago Grimaldi.
- Chegamos! – disse Tonks muito animada.
- Finalmente! – disse Sirius bem alto e saindo do carro rapidamente – Vocês me obrigaram a entrar nesse trambolho com uma doida no comando... Ninfadora, se eu quisesse morrer, não teria voltado do véu.
- Você não tem o direito de falar assim comigo, Sirius! E NÃO ME CHAME DE NINFADORA! SABE MUITO BEM QUE EU NÃO GOSTO DESSE NOME!
- Eu chamo você de NINFADORA porque NINFADORA É O SEU NOME! NÃO TENHO CULPA SE OS SEUS PAIS ESTAVAM TÃO ALUCINADOS NA HORA DE ESCOLHER UM SIMPLES NOME!
- JÁ ESTOU PERDENDO A PACIÊNCIA COM VOCÊ. AGORA VOCÊ VAI ENGOLIR CADA PALAVRA DITA! - Nessa hora, Tonks ficou tão nervosa que puxou sua varinha.
- Calma, não é pra tanto - disse Lupin se pondo na frente da namorada - Querida, você sabe que Almofadinhas adora implicar...
- Isso mesmo, Tonks - confirmou Harry, pela primeira vez entrando na discussão – Ele pode parecer enjoado, mas ele te adora! – concluiu olhando significativamente para o padrinho esperando confirmação.
Com os olhares, tanto do seu melhor amigo quanto do seu afilhado, Sirius se deu por vencido:
- É verdade! Eu te adoro priminha! – disse com certo exagero na voz.
- Viu?Agora vamos entrar? – Harry se dirigia para a entrada da casa, mas Sirius não havia se movido um só centímetro. Percebendo isso, Harry chamou o padrinho:
- Sirius, anda você não está vendo que o Remo quer se despedir da Tonks?
- E o que eu tenho haver com isso? – respondeu se fazendo de desentendido. Harry achou aquilo o cúmulo. Retornou e empurrou Sirius para dentro da casa.

Harry acordou tarde na manhã seguinte. Apesar de se sentir leve e relaxado, tinha uma certeza na cabeça: localizar Hermione Granger. Sentou-se na cama e pegou um pedaço de pergaminho dobrado no móvel ao lado da cama. Estava escrito:
“Volto logo,
H.G.”
- Só que até agora você não voltou... – suspirou Harry e se vestiu. Seu estômago estava ansioso a espera de comida.
Descendo as escadas, Harry pôde perceber que uma discussão estava sendo travada na cozinha. Sua chegada nem foi percebida.
- Sirius, que comida é essa? – questionou Lupin com cara de nojo.
- É o que posso oferecer! Não tenho culpa se o Sr. Don Juan Peludo ficou até tarde de namorico com a Cinderela de Cabelo Colorido! – retrucou Sirius parecendo ofendido.
- Não é pra tanto, Almofadinhas! – disse Lupin um pouco corado.
- Como não? Eu vi tudo!- e com voz afetada continuou – Ai, meu lobinho! Você não sabe o quanto eu sou louca por você! Venha me fazer uivar...AUUUUUUUU!!!
Os risos de Harry chamaram a atenção dos homens.
- Bom dia, meu afilhado. – cumprimentou Sirius.
- Bom dia, Sirius. - respondeu Harry.
- Bom dia, Harry. – disse Lupin – O Sirius acordou meio retardado hoje.
- Bom dia, Remo. Bem, acho que Sirius é retardado todos os dias!
- Hei! Olha o respeito! – protestou Sirius em meio às gargalhadas dos amigos.


Nos arredores de Longford, interior da Irlanda, uma bela casa de dois andares se destacava nos campos. No seu interior, o branco era predominante. A sala de estar possuía dois sofás pretos, uma mesa de centro,um piano de cauda no canto.Cortinas de filó,uma lareira e um espelho compunham o resto da sala. Em cima da lareira, um detalhe em particular: fotos de um casal e uma única foto de uma criança pequena.
Na pequena biblioteca da casa encontrava-se um homem lendo um livro trouxa sobre um personagem chamado Sherlock Holmes. A concentração do homem se esvaiu com o tocar insistente da campainha. Bufando de raiva, o homem se levantou e se dirigiu para a porta e ao abri-la, não encontrou ninguém.
- Mas que diabos está acontecendo? – questionou o homem – Quem será o infeliz responsável pela minha distração? – O homem fechou a porta. Ao virar-se, deu de cara com outro homem muito sorridente.
- Como vai Severo?
- Alvo... – disse Snape com frieza – Só podia ser... Você não acha que está muito velho para esse tipo de brincadeiras? Ou você aparata diretamente na sala, ou aperta a campainha e espera do lado de fora. Não os dois!
- Já está irritado? Só vim ver como você está?- disse Alvo com um terno sorriso.
- Você já viu ontem!- Snape estava de muito mau humor.
- Sim, tens razão. Mas não pudemos conversar direito. Havia muitas moças querendo sua atenção...
- Todas idiotas!
- Não fale assim, meu filho. Você ainda é jovem e depois de tudo que passou, tem direito de se divertir.
-... – Snape apenas encarava o velho.
- Bom, não vai convidar este pobre velho para se sentar?
- Ah! Claro, Alvo!Tenha a bondade... - respondeu ironicamente. “Esse velho é muito folgado! Entra sem pedir permissão e ainda espera convite.” pensou.
Os dois bruxos ficaram se encarando: Dumbledore, com um olhar doce e Snape, com um olhar cada vez mais negro. O silêncio é interrompido pelo bruxo mais velho:
- A festa estava muito bonita ontem, não acha?
-... - Snape o olha desconfiado – “Esse velho está tramando alguma coisa...” pensou.
- Severo, eu te fiz uma pergunta. - insistiu o velho bruxo.
- Alvo, você sabe, melhor do que ninguém, o quanto eu sou avesso a festividades.
- Sim, meu pupilo. Mas você não pode negar que a festa estava maravilhosa.Moças e rapazes bonitos e saudáveis. Boa comida e os doces estavam divinos!-disse com olhar sonhador e completou - Devo confessar que eu meio que surrupiei, assim dizendo, alguns doces...
- Alvo, você não veio até aqui para comentar da festa igual a uma velha fofoqueira!
- Tem razão! Vim para lhe trazer isto. - Alvo entrega a Snape um pacote de tamanho médio.
- O que é isso?- Ao abrir o pacote, constata - São cartas!
- Sim, são cartas de admiradoras suas. Desde que foi provado que você não era traidor, as pessoas queriam saber mais sobre sua vida. E quando o Semanário das Bruxas escreveu que você era solteiro, surgiram muitas bruxas interessadas em preencher uma vaga no seu coração - Alvo disse finalizando com um largo sorriso no rosto.
Snape parecia em estado de choque. Com os olhos arregalados, olhava de Alvo para as cartas sem emitir um único som.
- Severo?- arriscou.
Ao ouvir seu nome, Snape despertou e pensou um pouco, logo descarregou:
- Muito amável da sua parte se deslocar de um país a outro somente para me entregar simples cartas. Você não me engana,Alvo Dumbledore!Diga logo o que quer!
- Deixe de ser ranzinza, homem!
- Não venha fingindo inocência pra cima de mim, seu velho maluco! Eu te conheço praticamente há minha vida toda! – disse em voz baixa e ameaçadora.
- Você só vive na defensiva. Eu só vim aqui para conversar com meu amigo e tomar uma xícara de chá.Aliás,que sabor de chá pretende me oferecer?- disse com ar despretensioso.
- Chá de urtiga. - disse com rispidez.
- Severo! – repreendeu o velho - Não seja mau criado!
- Tudo bem. - suspirou rendido- Vou ver quais sabores tem na cozinha. – e rapidamente se dirigiu para o cômodo citado.
- Severo, eu quero com biscoitos!- avisou Alvo da sala.
Apenas um alto e aborrecido grunhido foi dado como resposta.


Após dar-se por satisfeito, Harry foi se encarregar de arrumar a cozinha. Era o combinado: se um fazia a comida e os outros lavariam a louça. Foi Lupin o responsável pelas omeletes e o suco de laranja, já que o “grude” do Sirius, ninguém se arriscou a comer. Nem mesmo o “autor” comeu e,espertamente,acabou usando sua “obra” como justificativa pra fugir da tarefa e deixar Harry sozinho com os afazeres.
O telefone tocou.
- Alô?- Sirius atendeu.
- Cadê o Harry? – sem precisar de identificação, Sirius chamou o afilhado. Rapidamente o rapaz atendeu.
- Oi, Rony.
- Como sabia que era eu?- indagou surpreso.
- Sirius disse que tinha um ruivo ao telefone.
- Ah... Bom!- disse meio confuso. - Gina me falou que vocês conversaram ontem sobre a Hermione e que você pensa em fazer alguma coisa. O que você está pensando fazer,cara?
- Pôxa! Eu ainda não sei. - disse Harry pesaroso- Eu já tentei de tudo!Eu sei que ela não está em casa, nem em nenhum outro endereço que eu conheça. Só Merlim sabe onde ela foi parar!
- Cara, eu andei pensando... Ela deve não querer mais nada com a gente. A guerra foi muito traumática e nós sabemos que a Mione não nasceu para lutas. E também tem o lance dos pais dela...
- É pode até ser... Mas não acredito nisso.Ela sabe que nós a amamos muito e tenho certeza que ela nos ama também. Então, porque querer ficar longe?-questionou Harry tristemente.
- Eu não sei. Ela pode estar passando por algum problema ou simplesmente deve ter sentido falta do mundo trouxa e decidiu passar um tempo entre eles.Mas assim que souber que Hogwarts será reaberta,ela volta rapidinho.Fanática por estudos como ela,tenho certeza que no dia 1º de agosto ela estará em King Cross cheia de novidades e ansiosa para conhecer os novos professores.
- Pode ser que você tenha razão. Vou mandar uma última mensagem. Se ficar sem resposta,quando ela voltar, iremos castigá-la!- disse em tom de brincadeira e mais aliviado.
- Apoiado! Teremos o verão inteiro para pensar no que fazer com a Mione. - Rony estava muito entusiasmado.
- Falando em verão, você já falou com sua mãe?
- Já, cara. Se não fosse pelo papai...Mas está tudo certo! Nem acredito que vou passar o verão com vocês...
- Pois pode acreditar...
- Certo! Finalzinho de junho, eu estarei aí!
- Estaremos esperando. Tchau.
- Tchau...
Ao desligar o telefone, Harry correu para seu quarto. Pegou um pergaminho e escreveu:
“Mione,
Estamos sentindo a sua falta. Não demore.
H.P.”
E pediu para uma relutante coruja entregar a mensagem. “Edwiges deve estar com algum problema” pensou ao ver sua coruja sumindo no céu.


Na sala da casa de campo, olhos atentos observavam todos os detalhes do cômodo.
- É uma linda casa, Severo. E muito confortável também! Gosta daqui?
- É bem silencioso. Não tem ninguém para me perturbar. Pelo menos até alguns minutos atrás...
- Sei... - Alvo serenamente bebeu um gole de seu chá erva-doce.
Observando a calma do velho bruxo, Snape começou a se irritar.
- Alvo, você já tem o chá e os biscoitos. Se não me disser o real motivo de ter vindo, vou te expulsar!- ameaçou.
-Calma. Sei muito bem que não teria coragem de maltratar um simples velho - Snape o olhou como se estivesse dando a certeza de que teria. – Bom, vou direto ao assunto. Quero que volte a lecionar em Hogwarts.
- Nem que minha vida dependesse disso!- disse com firmeza e levantando-se em seguida.
- Severo... – disse levantando-se também.
- NÃO!
- Vamos,eu sei que você sente falta de perseguir grifinórios, ignorar corvinais e aterrorizar lufa-lufas.
- Você está gagá, Alvo? Esqueceu que desde aquele seu último favorzinho pedido a mim, você prometeu que eu estaria livre para fazer o que eu quiser. E é de minha escolha não voltar .
- Você está certo!- pensou um pouco e jogou sua última cartada. - Mas se não deseja fazer isso por mim, faça pela Minerva.
- O que tem a McGonagall?
- Foi ela quem indicou este lugar para que você se escondesse. Não custa nada aceitar este convite com uma forma de agradecimento, Severo.
Snape pareceu considerar a justificativa de Dumbledore.
- E então, o que me diz? – insistiu o velho.
- Vou pensar, mas não prometo na-da. - fez questão de frisar.
- Fico satisfeito em saber que ao menos vai pensar. Bom,eu tenho que ir.Mas antes, Severo, poderia me dizer quem são as pessoas das fotografias?
- Não sei quem são. Quando eu cheguei,já estavam aí. – Snape observou Alvo analisar as fotografias e questionou - Por que o interesse? O senhor sabe quem são essas pessoas?
Alvo olhou para o casal, depois olhou para a criança. Seus olhos brilharam e um esboço de sorriso surgiu no rosto. Ao ouvir a pergunta de Snape, apenas respondeu:
- Não.


* Capítulos maiores são tão bons... Comentários também!

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