O aniversário de Harry



Capítulo 14
Gina teve que ficar mais dois dias no St. Mungus, embora já estivesse se sentindo ótima e queria sair dali a qualquer custo. Ela e Hermione se divertiam discutindo a roupa e o penteado que usariam no casamento de Gui, que se realizaria em poucos dias.
Quando Gina estava passando o seu terceiro dia no hospital, já sem as ataduras pelo corpo, e pronta para ir embora a qualquer momento, Harry se levantou da sua cama lá na Toca com a sensação que estava se esquecendo de alguma coisa. Olhou para o chão perto da sua cama e viu uma pequena pilha de presentes, então se lembrou do que estava esquecendo. Era o dia do seu aniversário de 17 anos.
Era esquisito passar seu aniversário pela primeira vez fora da Rua dos Alfeneiros, mas, Harry se sentia feliz por Ter ficado tão pouco tempo lá neste verão.
Agora ele era maior de idade e já podia realizar feitiços fora da escola, se bem que enquanto esteve na casa dos Riddles ele se viu obrigado a quebrar as regras mais uma vez, porém, como Hermione suspeitava, dessa vez o ministério não mandara nenhuma carta de advertência ao garoto. E Harry sabia o motivo. Dezenas de alunos menores de idade estavam fazendo feitiços fora da escola nos últimos dias, as vezes por ordem dos próprios pais, afinal, as pessoas estavam sendo atacadas em qualquer lugar, desde mercados até os quintais de suas casas. O ministério não tinha como indiciar todos os jovens que estavam infringindo as leis e não tinha nem tempo para isso, pois, toda semana era anunciado um novo ataque a trouxas, que algumas vezes eram mortos em massa. A situação estava péssima para todos, bruxos ou não.
Harry estava perdido nesses pensamentos quando Rony entrou no quarto, com uma cara de quem não tinha dormido bem e uma expressão de tristeza no rosto. Porém, logo que viu que o amigo acordara, Rony fez uma cara melhor e se dirigiu para a cama de Harry.
- Parabéns cara! – ele apertou a mão do amigo e lhe deu um soco leve nos ombros.
Harry agradeceu e se pôs a abrir seus presentes. O senhor e a senhora Weasley haviam lhe dado uma porção de doces que variavam desde sapos de chocolate até feijõezinhos de todos os sabores. Rony lhe deu um relógio muito interessante que, segundo o bilhete que ia junto, ficava vermelho quando a pessoa que o usasse estivesse em perigo. Harry gostou do presente e já ia dar um abraço de agradecimento em Rony quando viu que este estava encostado na janela do quarto, olhando para alguma coisa lá fora. Harry se levantou e foi ver o que Rony olhava.
A janela tinha vista para o pomar dos Weasleys e Harry viu Hermione, com os cabelos presos em um rabo de cavalo gracioso conversando com um rapaz alto, loiro e bem arrumado que Harry nunca tinha visto antes. Ela estava encostada numa árvore e o rapaz estava de frente para a garota, e parecia se divertir com o que ela lhe falava.
- Quem é esse? – quis saber Harry.
Rony respondeu sem tirar os olhos do par lá embaixo.
- O nome dele é Gustave. Ele é um primo chegado da Fleur que veio para assistir ao casamento. Está hospedado em um hotel, mas, quis vir conhecer o Gui hoje de manhã. Mais parece que gostou mais de conhecer Hermione, os dois não pararam de conversar desde que foram apresentados um ao outro.
Rony parou de falar por alguns segundos, e quando continuou, falou tudo de uma vez só, nem parou pra tomar fôlego.
- Ele trabalha no departamento de pesquisas sobre poções lá na França, ou alguma coisa assim... tem apenas 20 anos e, segundo Fleur tem um dos cargos mais altos do governo bruxo Francês. Ou seja, é uma daquelas pessoas que nasceram para brilhar. Acho que é por isso que ele e Mione se deram tão bem, os dois são muito inteligentes, precisa ouvir a conversa deles cara, eu não entendi nem a metade do que eles estavam falando. Sinceramente, eu acho que Hermione não poderia Ter achado alguém mais interessante para namorar e...
Harry imediatamente interrompeu a fala de Rony.
- E quem disse que Hermione quer namorar este cara Rony? Ela nem o conhece direito, está apenas conversando com ele Rony, SÓ conversando.
Rony ainda estava com os olhos pregados na janela quando disse:
- Harry, este cara é perfeito para Hermione, ele vai ser grande um dia, e ela também vai, porque tem potencial para ser o que quiser. Os dois nasceram um para o outro.
- O QUE? – Harry não acreditava no que estava ouvindo – Rony, deixa disso tá? Eu sei que você está completamente apaixonado por Hermione e isso faz tempo já, então para de bancar o idiota e vai falar com ela!
Rony dessa vez olhou para o amigo, não tinha motivos para mentir para Harry, então disse:
- Você está certo Harry, eu gosto dela. Gosto muito sabe, e é por isso que eu quero o melhor para Hermione, e esse melhor não sou eu, cara. Além disso, ela não gosta de mim, e como gostaria? Quem gostaria de alguém feio, pobre e burro como eu? Sinceramente Harry, qualquer um é melhor do que eu, e aquele cara lá embaixo é muito melhor, um milhão de vezes melhor. Por isso, eu pensei bem e decidi que não vou mais esperar por Hermione, ou lutar pelo amor dela. Eu quero que ela fique com alguém como o Gustave, ou mesmo como o Krum.
Harry não sabia o que dizer, estava chocado e ao mesmo tempo comovido com o comportamento de Rony, ele estava abrindo mão da garota que amava para vê-la feliz. No entanto, quem disse que ela não seria feliz ao lado de Rony?
Alguns segundos antes da senhora Weasley entrar no quarto e dar um abraço que fez os ossos de Harry estalarem, ele ainda ouviu Rony dizer, voltando a olhar para a janela:
- Eu só não quero que ela estrague a vida dela comigo.
Depois que a senhora Weasley mandou Harry descer para tomar café, pois eles iriam fazer o teste de aparatação naquele dia, o garoto percebeu que Rony se esgueirara para fora do quarto.
Com um suspiro profundo, Harry se afastou da janela enquanto, lá embaixo, Hermione e Gustave saíam da árvore e davam uma volta pelo pomar, sempre conversando animadamente.
Harry abriu os presentes que faltava. Hagrid havia lhe mandado um frasco com um líquido amarelo, que, servia par curar ferimentos leves, como pequenos cortes. Harry pensou, com um sorriso, que Hagrid devia fazer um uso constante daquela poção.
Hermione lhe dera um livro, como sempre. No entanto, não era um livro comum, era um livro organizado por ela mesma, onde a garota contava algumas aventuras e momentos que os três passaram juntos. Além de muitas anotações da menina, o livro também tinha várias fotos dos três, recortes de jornais falando bem e mal de Harry, principalmente a entrevista que ele concedera para a revista “O Pasquim” e uma foto de Gina em que ela estava montada na sua vassoura, com os longos cabelos esvoaçando e o uniforme de jogadora da Grifinória, atrás da foto tinha uma mensagem de amor da menina e também havia páginas no livro com depoimentos e homenagens a Harry, escritos por Rony, lupin, os gêmeos e até Hagrid. Harry se sentiu a pessoa mais feliz do mundo quando estava folheando o livro.
Lupin também tinha lhe mandado um presente, o primeiro que ele dava a Harry. Era um frasco de perfume, com um cheiro delicioso. Veio com um bilhete em que estava escrito:

Provavelmente isso é o tipo de coisa que seu pai ou seu padrinho lhe dariam, eles iriam querer você perfumado para as garotas...
Como, infelizmente, nenhum dos dois está aqui, resolvi entregar por eles!
Felicidades!
Lupin.

Harry riu, imaginando como seria se Sírius e seu pai estivessem vivos, com certeza eles iriam adorar Gina, ela era perfeita.
E por último, Harry abriu um pacote quadrado, que logo percebeu, era um estojo ricamente bordado com as iniciais H.P.
Dentro do estojo havia um punhal que fez os olhos de Harry se arregalarem de tão bonito que era. A lâmina brilhava intensamente e o cabo dourado também tinha as iniciais de Harry, só que em vermelho. Era simplesmente lindo.
Harry abriu a carta que tinha vindo junto e reconheceu imediatamente a caligrafia caprichada de Gina.

Meu amor,
Eu deveria rezar para que você nunca precisasse usar este punhal. No entanto, eu sei, no meu coração, que pessoas como você se tornam verdadeiros guerreiros quando se trata de lutar por aqueles que ama. Foi isso que você fez por mim quando matou aquela cobra, e é isso que você tem feito por Hermione, Rony e a nossa família durante esses anos.
Pois muito bem, que você use este punhal para fazer aquilo que só você pode fazer e depois que acabar tudo isso, Harry, saiba que estarei aqui, esperando o guerreiro por quem me apaixonei, mas, esperando principalmente o garoto de coração bom chamado Harry, aquele que me faz sorrir, e que, muitas vezes, é apenas um garoto.
Te amo muito querido! Feliz aniversário!
De sua Gina.
Harry leu e releu várias vezes aquela carta, até que a senhora Weasley foi obrigada a subir novamente para chamá-lo para o café. Se dependesse dela, ninguém mais diria que ele estava desnutrido.

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