Um encontro muito especial



Aí vai um capítulo grande, com uma mistura de ação com romance!
Boa leitura!

Harry aparatou dentro de uma sala de estar empoeirada, cheirando a mofo e com uns poucos móveis que estavam cobertos com lençóis amarelados. O aposento estava totalmente abandonado, as janelas foram tapadas com tábuas e havia algumas molduras nas paredes com fotos desbotadas de pessoas que Harry não fazia a menor idéia de quem seriam. Apesar de Harry nunca Ter estado naquele lugar, ele sentiu uma sensação de familiaridade, uma espécie de deja vu.
Ainda tentando se localizar, Harry foi arrastado pelos dois comensais por uma escada, mas, quando estava no terceiro degrau, viu lá em cima, o vulto de alguém que lhe causava tanto ódio quanto Bellatriz.
Rabicho disse aos comensais com sua voz habitualmente insegura:
- Podem deixar agora Potter comigo, o Lorde ordenou que eu cuidasse do garoto quando ele chegasse aqui.
Um dos comensais ameaçou protestar, porém, logo o homenzinho gordo acrescentou:
- E tem mais, vocês já estão liberados por hoje. Daqui a pouco os outros chegarão e poderão cuidar de vigiar a casa. São as ordens do mestre.
Os homens pareceram desistir de discutir com Rabicho a partir do momento em que este lhes avisara que poderiam ir embora. Eles apenas conduziram Harry escada acima, e, após entregarem a varinha e a capa da invisibilidade a Rabicho, deram meia volta e desapareceram.
Harry olhou zangado para o homem à sua frente, mas, por um momento, nenhum dos dois falou nada. Rabicho apenas fez um sinal com a cabeça para Harry indicando que ele deveria seguir pelo corredor escuro que se estendia a frente.
No entanto, enquanto caminhavam pelo corredor, Rabicho indo atrás de Harry com a varinha erguida, o homem que traiu os pais de Harry abriu a boca pela primeira vez:
- O Lorde manda avisar Potter, que espera que você tenha uma boa hospedagem na casa dele enquanto estiver vivo, o que vai ser um tempo muito curto...
A voz de Pedro saía tremida e Harry sabia que era porque ele não passava de um fraco, um covarde. Na verdade, sentiu pena de Rabicho no dia em que Sírius e Lupin iam matá-lo, e aquela não fora a única vez que aquele homem despertara pena em Harry. O garoto vira ele cortar sua própria mão para que seu mestre pudesse retornar, e o desprezo com que este o tratou, mesmo tendo feito tal sacrifício.
Até chegarem no quarto em que Harry ficaria, no final do corredor, Rabicho ficou fazendo ameaças que poderiam ser assustadoras se fossem proferidas por outra pessoa. Harry nem ouvia o que ele dizia, estava preocupado com Rony e Hermione, ele não suportava a idéia de que os amigos poderiam estar mortos naquele momento.
Ao chegarem na porta do quarto, Rabicho empurrou Harry bruscamente para dentro, fazendo com que o garoto caísse de cara no chão, se sujando todo de poeira. Mas, logo depois de fechar a porta, Rabicho se jogou no chão ao lado de Harry e, agarrando as vestes do menino, ele começou a sussurrar:
- escute rápido moleque, porque não temos muito tempo. A porta de entrada da casa está sendo vigiada e a dos fundos também, portanto, a única maneira de você sair daqui é pelo porão, que tem uma saída nos fundos do quintal, desça pelas mesmas escadas que subiu e atravesse a sala, depois, vire a direita e encontrará a porta - e acrescentou, entregando a Harry sua varinha e sua capa – use sua capa e eles vão demorar pra notar que você fugiu, talvez nem notem se você for cuidadoso, então vá, desapareça Potter!
Porém, Harry não fez movimento nenhum, ele estava chocado demais com o comportamento de Rabicho. Seria uma armadilha daquele rato?
- Harry - ele parecia cada vez mais assustado – o que está esperando? Você tem que ir agora, daqui a pouco os outros chegarão, e o Lorde está pra chegar!
Harry mandou a cautela às favas e se levantou, colocando a capa do seu pai e segurando firmemente a varinha, pronto pra atacar caso fosse preciso, mas, antes de sair do quarto, ele se virou e perguntou para Rabicho:
- Porque está fazendo isso? Você vai pagar caro por essa traição Pettigrew! Vai pagar com sua própria vida!
- Eu só quero seu perdão Harry, e o de seus pais...
E através da pouca luz que entrava pelas frestas da janela, Harry viu Rabicho se contorcer no chão, emitindo guinchos de dor, como se estivesse chorando, e Harry chegou a conclusão de que aquele homem já estava morto há muito tempo.
No entanto, quando Harry estava começando a descer as escadas, seu coração se comprimiu de forma estranha e ele se lembrou de Gina. Rabicho devia saber onde a menina estava, já que ela fora seqüestrada por Voldemort!
Harry não se surpreendeu ao ver que Pettigrew ainda se encontrava jogado no mesmo lugar, ele era tão covarde que não tinha coragem nem de fugir...
- Rabicho, eu preciso que você me diga onde está a Gina.
O homem nem moveu a cabeça, parecia estar em estado de choque. Harry agarrou-o pelas vestes e começou a chacoalhá-lo.
- Me diga Rabicho, onde está a Gina? Se você não me disser, eu não vou embora e te entrego pra Voldemort, vai ser ainda pior pra você!
A menção daquele nome fez Rabicho sair do seu estado paralisado e este se voltou para Harry, com os olhos arregalados:
- Ela foi tirada do quarto há algumas horas, está trancada na despensa, lá embaixo, mais não vai dar tempo Harry, nós todos vamos morrer! – ele estava gritando agora.
Harry soltou as vestes de Rabicho e saiu correndo, rezando para que os comensais demorassem para escutar os berros dele lá em cima.
Gina tinha acabado de acordar quando ouviu alguém lançar um alorromorra na porta da despensa escura e fedorenta em que a garota tinha sido jogada. Primeiro, ela achou que estava sonhando, pois, não havia ninguém parado na porta aberta. Depois, ela ouviu alguém entrar, seus cabelos esvoaçaram levemente com o movimento de Harry levantando a capa da invisibilidade e se revelando a ela. Aí Gina teve certeza que estava sonhando, porque era impossível que Harry estivesse ali. Mas ele se aproximou dela sorrindo e tocou em seu rosto, antes de dizer, bem baixinho:
- Sou eu, meu amor, você está bem? Eles te machucaram?
Então Gina se jogou nos braços de Harry e lhe deu um beijo agressivo e desesperado, agarrando seus cabelos negros e rebeldes e deixando-os ainda mais despenteados.
Harry nem a afastou, queria ficar daquele jeito para sempre com Gina. Mas então ouviu passos que subiam os mesmos degraus pelos quais ele descera há pouco. E mais do que nunca naquele dia, Harry sentiu medo.
Então, num rápido movimento, ele fechou a porta, trancou-a com um feitiço e fez Gina se deitar no chão, mas, a menina já tinha entendido tudo, e fechou os olhos, fingindo que estava dormindo enquanto Harry voltava a se cobrir com a capa da invisibilidade e se sentava num canto mais escuro no momento em que a porta da despensa era escancarada com violência. Harry viu os vultos de dois comensais, olhando para dentro desconfiados. O garoto se preparou para lutar, porém, ao perceber que Gina estava dormindo em sono profundo, os homens deram meia volta e já estavam fechando a porta novamente quando um deles disse:
- Vá indo na frente Goyle, eu já vou.
Após dizer isso, o comensal entrou na despensa, fechando a porta atrás de si e se aproximando de Gina com os olhos vidrados.
- Ora, ora senhorita Weasley, sabe que você fica uma gracinha quando está dormindo?
Harry reconheceu na hora aquela voz, vira aquele homem ser torturado por Voldemort quando este retornara há dois anos.
O comensal chamado Avery começou a acariciar lentamente os cabelos de Gina, que não fez movimento algum.
Não deu tempo nem do comensal se inclinar para tocar os lábios de Gina, pois, Harry ergueu a capa de invisibilidade e fez o homem voar longe. Gina se levantou na hora, assustada.
- Então é isso que esses canalhas andam fazendo com você Gina?
- Harry, é claro que não, nenhum deles encostou a mão em mim até agora! Eu não sei o que deu nesse cara tá?
- É, mais eu sei! Você está correndo perigo aqui Gina, temos que ir agora.
Harry pegou a mão da garota e foi levando-a em direção a saída, mas, Gina parou no meio do caminho.
- Harry, não podemos ir. Daqui a pouco Voldemort vai chegar com dois objetos que, não sei porque, têm muita importância pra ele, por isso não podemos ir sem levar esses objetos com a gente!
Harry também parou ao ouvir as palavras de Gina.
- E que objetos são esses Gina?
- Um retrato Harry, que eu não me lembro muito bem de quem seja, e também uma bailarina, aquelas de enfeite que as mulheres colocam em estantes sabe... e tem mais Harry, eu disse a Voldemort onde essas coisas estavam, fui eu quem as tirou da Câmara Secreta Harry! – Gina sussurrava, mas, parecia muito nervosa - eu não sei porque nunca me lembrei disso, mas, estava tudo aqui, em algum lugar da minha mente! O que está acontecendo meu amor?
- Harry sentia o coração disparar. Ele se lembrava que aqueles dois objetos faziam parte da lista que ele vira na agenda da sua mãe, então aquilo só podiam ser as duas horcruxes que o professor Dumbledore não conhecia!
Gina olhava o garoto com interesse, suas mãos estavam apoiadas nos quadris e Harry a achou linda naquele momento. Ele sorriu para ela antes de dizer:
- Escuta Gina, é uma história muito comprida pra eu contar agora, mas, você tem razão quando diz que não podemos deixar essas coisas pra trás. Eu só não sei como poderíamos pegar esse retrato e essa tal bailarina e sairmos daqui sem ser vistos! E pra onde iríamos caso os comensais nos perseguissem? Nem sabemos se estamos no meio do nada...
- Não Harry, não estamos no meio do nada, eu olhei pela janela hoje a tarde e consegui ver alguns telhados, estamos em alguma cidade, isso é certo. Mais Voldemort não se esconderia em qualquer lugar, deve ser alguma cidade escondida, talvez um povoado ou...
No entanto Harry não prestava mais atenção na menina, porque de repente ele tinha percebido onde estavam. Não foi impressão dele achar que já estivera naquele lugar antes, ele já tinha ido lá, pelo menos em sonho.
- Gina, você é um gênio meu amor – e acrescentou vendo a cara de incompreensão da garota – eu já sonhei com esta casa Gina, é a mansão dos Riddle, os avós de Voldemort! Nós estamos no povoado de Little Hangleton!
Harry se lembrava nitidamente do sonho que tivera quando estava indo pro seu quarto ano em Hogwarts. Voldemort matara um velho naquela casa, ele morava nos fundos.
Harry estava perdido em devaneios quando Gina tocou o seu braço e fez sinal para que ficasse quieto, haviam vozes altas e nervosas do lado de fora:
- Escutem aqui bando de inúteis, acabamos de receber um recado do mestre avisando que ele chegará em poucos minutos, e quando ele souber que Potter conseguiu escapar de novo eu não quero nem imaginar como seremos castigados, portanto, vasculhem a porcaria da casa de cima a baixo e não descansem enquanto não encontrarem aquele moleque! Ninguém pode aparatar aqui sem autorização e não há como pular os muros ou escapar pelo portão então Potter ainda deve estar aqui dentro! O que estão esperando seus imbecis?????? Mexam-se!
Gina apertava com força o braço de Harry, mas este só pensava numa maneira de sair dali com as horcruxes. Ao ver que as vozes se silenciaram do lado de fora, ele se aproximou mais de Gina e disse:
- Eu sei como um pode distrair os comensais enquanto o outro pega as horcruxes...
- Pega o quê? – Gina ainda não sabia da história das horcruxes.
- O retrato Gina! E a bailarina também, mas tem um problema, teríamos que nos separar, e só tem uma capa de invisibilidade. O que vamos fazer?
Gina se soltou de Harry e começou a andar pelo pequeno espaço da despensa, até que seus olhos encontraram o comensal estuporado no chão, tinham até se esquecido dele.
Então a garota tivera uma idéia. Quem disse que eles precisavam de duas capas?

Ufa! Acabou, e posso garantir que o próximo capítulo vai ser mais leve, e mais engraçado tmb!
Aguardem!
Bjos!

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.