Uma encruzilhada para Harry



É isso aí Ju!!!!!!! Obrigada pela força garota! É que realmente desanima bastante postar quando ninguém deixa um comentário! Mais o seu já voltou a me empolgar!
Bjos!!!! E valeu!!
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Harry olhava desesperado de Rony para a taça e vice-versa, suando frio. Pela sua cabeça, imagens rodavam como num filme. Ele via Rony lhe oferecendo sanduíches no expresso de Hogwarts, logo que se conheceram, no expresso de Hogwarts. E também via Rony sendo atingido pela rainha no jogo de xadrez que ajudou Harry a salvar a pedra filosofal. Como ele sentira medo de que Rony tivesse morrido naquele momento. E agora Harry sentia um medo mil vezes maior, porque o maior inimigo de Rony naquele instante era justamente seu melhor amigo.
Hermione chorava mais alto agora, seu corpo era sacudido por soluços violentos e a garota se recusava a sair da frente de Rony, embora ela sentisse que Harry não teria coragem suficiente para levantar a varinha contra o ruivo.
Harry começou a sentir dificuldades para respirar, ele via o rosto desesperada de Rony quando os dois entraram num ninho de aranhas gigantes no segundo ano deles.
Olhou mais uma vez para o amigo, Rony nunca estivera tão pálido. Nem quando vomitou lesmas para defender Hermione, nem quando teve a perna quebrada por Sirius Black. Nem mesmo na ocasião em que quase foi enforcado por dezenas de cérebros no departamento de magia. Harry não pôde evitar dar um sorriso quando se lembrou da última parte. Sorriso que foi interpretado erroneamente por Hermione.
- Você está rindo Harry? RINDO DO QUÊ, POSSO SABER? – ela fez uma pausa para recuperar o folêgo e continuou – eu não posso acreditar...NÃO POSSO! O MUNDO INTEIRO DEPENDE DA MORTE DO SEU MELHOR AMIGO PARA SER SALVO E VOCÊ RI???????
Harry ficou completamente desconcertado com aquelas palavras e se apressou a responder:
- Mione, eu não estava rindo da situação, eu...eu só estava me lembrando de coisas que aconteceram com a gente, dos cérebros que atacaram o Rony no ministério sabe. Você não pôde ver isso porque já estava inconsciente, mas, se tivesse visto, acharia também muito engraçado...
Hermione então se acalmou, e ficou parada, ainda soluçando, olhando para Harry, mas, pensando longe. De repente, ela também esboçou um sorriso, que deixou Harry intrigado.
- lembra do quanto ele ficou com ciúmes do Krum no nosso quarto ano? – disse ela timidamente.
Harry também sorriu.
- É, o Vitor Krum era um verdadeiro herói para o Rony, e ele ficou super empolgado quando descobriu que Krum passaria o ano em Hogwarts. Só que eu acho que depois do baile ele começou a mudar de opinião Mione...
Hermione soltou o começo de uma risada, antes de olhar para Rony, que, embora ainda estivesse assustadoramente pálido tinha ganhado uma cor vermelha nas faces por causa daquela conversa. A garota sorriu para o namorado, que tentou retribuir o sorriso, fracamente.
- Você já gostava de mim naquela época meu bem? – Hermione perguntou baixinho.
Rony apertou a mão da menina em sinal de aprovação, e ela sorriu, com as lágrimas novamente correndo pelo rosto.
Hermione encostou sua testa na testa do namorado, lhe acariciando os cabelos suavemente.
- O que vamos fazer meu querido? O que podemos fazer a essas alturas?
Harry assistia aquela cena com o coração cada vez mais apertado, e sem querer, começou a pensar em Gina, em como ela estaria naquele momento. De alguma forma Harry sentia que a garota estava correndo algum tipo de perigo, mas, o que seria?
Harry pensava no que Gina diria se soubesse que ele matou o irmão mais próximo dela, aquele com quem Gina cresceu. Com certeza a garota não perdoaria o namorado, talvez o odiasse, e nunca mais quisesse ver Harry na sua frente. Na verdade, ninguém mais da família Weasley iria querer ver Harry novamente, ele seria odiado por todos. E mereceria ser odiado, era o que dizia seu coração. No entanto, ninguém odiaria Harry mais do que ele mesmo. O garoto sabia que nunca se perdoaria por aquilo.
Enquanto aconteciam todas essas coisas, enquanto Harry sentia uma enorme vontade de chorar, e Hermione desejasse ardentemente que eles estivessem em Hogwarts naquele momento, na poltrona preferia dos três, Rony começava a pensar na sua mãe, e involuntariamente uma imagem se passou pela cabeça do ruivo. A imagem de Molly na cozinha espaçosa e cheia de tranqueiras da Toca, batendo uma massa de bolinhos com uma mão enquanto enfeitiçava com a outra mão a esponja para lavar sozinha a louça. A mulher se virou e viu um Rony magricela de oito anos de idade olhando com cobiça para a tigela na mão dela.
- O que foi Roniquinho? Deixa eu ver se adivinho, você quer raspar a tigela certo?
Rony viu a si mesmo confirmando com a cabeça. E quando Molly depositou a massa de bolinhos na assadeira e deu a tigela para o filho raspar, acrescentando um beijo nos cabelos ruivos do menino, Rony pôde sentir naquele momento o gosto daquela massa, como se estivesse lá realmente.
O rosto de Hermione estava tão próximo do dele, que Rony podia sentir o calor das lágrimas da garota. O ruivo tentava pedir para Harry acabar logo com aquela angústia, tentava dizer ao amigo que iria embora sem raiva, que o perdoava. Porém nenhum som saía da boca de Rony, e ele sabia que Harry já tinha visto tudo aquilo nos seus olhos, mas, mesmo assim, Harry não saía do lugar. Ainda estava sentado no chão, com os braços jogados do lado do corpo, os ombros caídos, perdido em lembranças.
O dia já começava a clarear lá fora, mas, para Harry, tudo era escuridão. Ele tinha a impressão de que aquela aurora anunciava o fim de sua vida, o fim de sua amizade com aquelas duas pessoas na sua frente, o fim de Rony.
O silêncio da caverna, que só era interrompido pela nova crise de soluços de Hermione, foi quebrado por uma gargalhada gélida que fez Harry se levantar num pulo, e Hermione se agarrar ainda mais ao pescoço de Rony.
- Ora, ora, quem está aqui! Potter!
Harry virou a cabeça para todos os lados, até que viu, parado tranqüilamente em uma das fendas na parede da caverna, Lord Voldemort, com a varinha acesa iluminando seu rosto branco e cavernoso.

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