A luta contra os lobisomens



Lupin encarava fixamente Greyback nos olhos, sem o menor medo. O pescoço do namorado de Tonks sangrava e ele estava mancando com a perna direita. Mesmo assim, Remo Lupin sabia que se não lutasse com todas as suas forças naquele momento, certamente seria destruído. Greyback tomou a iniciativa de atacar primeiro, pulando no pescoço ferido do outro, com um brilho assassino no olhar.
Lupin conseguiu se desviar a tempo, mas, logo veio novos ataques do seu inimigo. Fenrir não dava tempo nem para Lupin respirar, era uma mordida após a outra. Até que, enfim, Remo foi perdendo a agilidade e levou sua segunda mordida da noite, nas costas. A dor que ele sentiu foi o que o estimulou a revidar a mordida, que rasgou uma das orelhas de Fenrir.
E assim Lupin e Greyback iam travando sua batalha, recuando e atacando, um de cada vez, ambos já encharcados de sangue. Apesar do cansaço que os dois lobisomens sentiam, eles eram duros, selvagens, animais, e não abandonariam o ringue até que um deles estivesse morto.
Enquanto isso, há apenas alguns metros dali, cercados pelos dois lobisomens, Fred e Jorge se esforçavam para controlar o tremor nas pernas e mostrar a Gina que estava tudo bem. No entanto, a garota era a que estava mais calma entre os três e olhava ao redor, atenta para algo que pudesse tira –los daquela situação desesperadora.
Logo o primeiro lobisomem atacou, pulando exatamente em cima de Gina. Porém, Jorge foi mais rápido e se jogou em cima da irmã, para tentar protegê-la, e a fera acabou passando por cima dos dois. Fred também foi atirado no chão, mas, pelo outro lobisomem, que enterrou as unhas no peito do rapaz. Fred gritou, e Gina olhou assustada para o irmão, tentando sair debaixo do corpo de Jorge, que a prensava no chão com toda a força. Mas, antes que pudesse implorar para que Jorge a deixasse ajudar Fred, Gina sentiu que estava sendo prensada ainda mais. Então, a ruiva percebeu que aquilo estava acontecendo por causa do peso do lobisomem, que tinha acabado de subir em cima dela e do irmão, com os dentes arreganhados muito perto da garganta de Jorge, que olhava para ela desconsolado:
- Sinto muito minha irmã, mas, eu fiz o que pude...
Gina sorriu para Jorge, e, por alguns segundos, ela pensou que tinha chegado seu fim, e se viu pensando em Harry, naquele primeiro beijo dos dois, dado na frente de toda a casa da Grifinória.
Foi quando, de olhos fechados, a garota ouviu um ganido e sentiu que o lobisomem saía de cima dela e de Jorge. Na verdade, a criatura rolava, atingida por um feitiço violento de uma bruxa que surgira de trás de uma barraca. Gina se virou para o lado e viu que Fred também estava livre do animal que o atacara, apesar de ter a blusa em farrapos e de que escorria um rio de sangue do peito do ruivo.
- Vocês vão Ter que matar a mim primeiro antes de tocar nos meus filhos!
Os gêmeos se entreolharam surpresos ao ouvir aquela voz familiar. Quando se viraram para trás, eles viram a mãe parada com a varinha em posição de ataque olhando para os dois lobisomens que ela derrubara com um feitiço, mas, que já estavam de pé novamente, furiosos pela intromissão da mulher.
Gina se levantou rapidamente e só não correu na direção da mãe porque Jorge a segurou novamente. Fred tinha conseguido se levantar com esforço e se aproximou dos irmãos abraçados. Molly não desviava os olhos das duas feras, atenta a qualquer movimento de ataque. Sem olhar para os filhos, ela disse:
- Fred, Jorge, quero que vocês peguem a irmã de vocês e saiam daqui imediatamente!
- Mas mãe, a senhora não pode ficar aqui sozinha...
- Jorge Weasley, isso não é um pedido, é uma ordem, ajude seu irmão a andar e segure Gina pela mão. Não se preocupem comigo, eu vou ficar bem.
Gina então se acalmou, e disse docemente para os irmãos:
- Vamos fazer o que a mamãe está mandando, nós devemos isso a ela garotos. Jorge, me ajude a carregar o Fred.
Jorge caminhou na direção do irmão, junto com Gina. Porém, num ágil movimento que pegou a todos desprevenidos, a ruiva girou o corpo e tirou a varinha de dentro da blusa, apontando para um dos lobisomens que ameaçavam Molly.
- Incendio!!!!!!!!! – gritou a garota.
O corpo do animal atingido foi tomado pelo fogo, e ele uivou, agoniado com a dor, e correu veloz para a floresta, uma bola de fogo rasgando a penumbra da alvorada.
Quando o outro lobisomem se virou e começou a correr na direção de Gina, a garota já estava preparada para lançar o mesmo feitiço, mas, não teve tempo, porque no meio do caminho o animal foi atingido por uma luz verde, e Gina e seus irmãos ouviram a voz da mãe gritando: “AVADA KEDAVRA!!!!!!!!” para, logo em seguida, os ruivos assistirem ao lobisomem cair com estrondo no chão, levantando poeira.
Molly Wesley correu ofegante em direção aos filhos e depois de quase sufocá–los com seus abraços, pegou Gina pelos ombros e começou a chacoalhar a menina, com a voz embargada pelo choro.
- Você não devia Ter feito aquilo sua doida! Podia Ter morrido sabia???
Mas, Gina já não se deixava intimidar por mais nada e apenas abraçou a mãe, com um grande alívio no coração.
- E a senhora achou mesmo que poderia lutar sozinha contra dois lobisomens? Quem é a doida aqui hein?
Os primeiros raios de sol iam surgindo timidamente enquanto as duas ruivas discutiam agarradas uma na outra, e Fred e Jorge apenas balançavam as cabeças e resmungavam que as mulheres eram todas malucas.

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