uma nova armadilha de Vold.
Harry caminhava cada vez mais rápido, com Hermione logo atrás, seguida por Rony. Fawkes parecia ter desaparecido, mas, os três sabiam que ela estava por perto.
Foi quando, no meio da escuridão, Harry viu um brilho, vários metros adiante. E o coração do garoto entrou em disparada, pois, aquilo só podia ser o brilho da última horcrux que restara.
Correndo da mesma maneira que fez quando encontrou a cachoeira, Harry nem parou pra esperar os amigos ofegantes que tentavam acompanhá –lo. E então ele viu, com um misto de alívio e emoção, que no meio de um círculo de luz, sobre um pedestal de pedra, se encontrava a taça que eles estavam procurando desde quando saíram da casa dos Weasleys. A taça de Hufflepuff.
Rony chegou alguns segundos depois, arrastando Hermione pela mão, e olhava estupefato para a taça quando Harry começava a se aproximar para tentar tocar o objeto. O garoto quase deu um pulo com o grito que Hermione deu:
- O que você pensa que está fazendo Harry? Não ouse tocar nisso!
- Mais Mione, como ele vai destruir a taça se não tocar nela?
- Rony, escute o que estou dizendo pelo menos uma vez na vida! Vocês não acham muito suspeito que Voldemort não tenha colocado nenhum obstáculo para proteger a horcrux? É óbvio que algo terrível vai acontecer a qualquer um que tente passar a mão por essa luz.
Rony e Harry se entreolharam, Hermione andava bem histérica nas últimas horas, mas, as palavras dela tinham um certo fundamento. Harry se lembrou de tudo que ele e o professor Dumbledore tiveram que passar para conseguir pegar o falso medalhão na caverna e então o garoto também passou a estranhar a facilidade que encontraram até aquele momento.
- Mione, eu também estou achando tudo isso muito suspeito, mas, se eu não arriscar, nunca vamos sair daqui não é mesmo?
E dizendo isso, Harry apanhou sua varinha, e cautelosamente, aproximou a varinha daquela estranha luz que circulava a horcrux. Nos primeiros segundos não aconteceu nada, mas, quando Rony já ia comemorar o êxito de Harry, este soltou um berro assustador e caiu no chão, gritando com a mão na cicatriz.
Hermione se inclinou sobre o amigo e começou a chamá –lo várias vezes, mas, Harry parecia não ouvi –la, ele só gritava. Hermione olhou assustada para Rony:
- Eu não sei qual foi o tipo de feitiço que Voldemort pôs para proteger essa taça, mas, com certeza, Harry não vai conseguir tocá –la sem morrer de dor antes.
Rony se virou e encarou a taça, enquanto Hermione tentava acalmar o amigo no chão, que diminuía a altura dos gritos agora.
A horcrux emanava um brilho, uma luz, que parecia atrair Rony para cada vez mais perto do objeto. Ele não pensou em mais nada quando esticou o braço para tocar a taça. Hermione percebeu tarde demais o que o namorado estava fazendo e quando se levantou para impedir Rony, ele já tinha não só tocado a taça, mas, também a tirara do pedestal e agora mostrava o objeto para Hermione, bem seguro entre suas duas mãos.
Harry já tinha se recuperado da explosão de dor que invadira seu corpo no momento em que tentou pegar a horcrux, e agora estava apenas deitado no chão, desnorteado e ofegante. Logo ouviu a voz zangada e em pânico de Hermione:
- O que você fez Rony? Por que fez isso meu bem?
Mais Rony ignorou completamente a preocupação da namorada e se aproximou de Harry, que se sentou para ver melhor a taça.
- Puxa cara, eu nem sei como te agradecer, se não fosse você Rony, eu nunca conseguiria arrancar essa taça de lá. Você não imagina a dor que eu senti quando encostei a varinha nela, parecia que me rasgavam por dentro...
Rony pôs a mão no ombro de Harry e sorriu para o amigo:
- Está tudo bem agora cara, você só precisa destruí – la.
Harry então tirou a mochila das costas e apanhou a espada de Griffindor que tinha levado consigo na viagem.
Hermione ainda se mantinha distante dos garotos e olhava desconfiada para a taça nas mãos de Rony. Harry deu um suspiro fundo, antes de dizer:
- Rony, deixe a taça aí no chão e por favor, se afaste um pouco porque eu não quero que você ou Hermione se machuque.
O ruivo colocou a horcrux no chão, mas, se recusou a deixar Harry sozinho e já ia começar a retrucar o pedido do amigo quando sua voz tremeu por alguns instantes e Rony caiu na terra, pálido como um fantasma. Hermione voou na direção do namorado e constatou que ele tinha febre. Rony estava consciente, mas, parecia não ter forças para falar, pois, cada vez que abria a boca, o garoto fazia um esforço enorme para falar e nenhum som saía. Harry se assustou com a mudança brusca do comportamento de Rony:
- O que está acontecendo Mione? O que ele tem??????
Hermione apenas balançava a cabeça, com as lágrimas já escorrendo pelo rosto sujo.
- Eu não sei Harry, ele parece estar querendo falar alguma coisa, mas, não consegue, acho que a taça deve Ter algum tipo de feitiço que enfraquece a pessoa, sei lá...
Rony fazia gestos confusos com a mão, tentava dizer coisas que saíam enroladas, balbuciadas. Sua febre aumentava cada vez mais e o desespero de Hermione também. Ela gritou para Harry:
- Temos que tirá –lo deste lugar!!!!! Vamos embora daqui Harry!
Então Harry ajudou a garota a arrastar Rony para longe da taça, para que ele pudesse destruí –la, no entanto, quando os dois conseguiram mover um pouco o corpo pesado de Rony pelo chão, eles viram algo estranho.
De dentro do corpo do ruivo, saía um fio de luz que se ligava diretamente à taça mais adiante. Por mais que Harry ou Hermione arrastassem o garoto para longe da horcrux, o fio iluminado parecia se estender e não rompia a ligação de maneira nenhuma.
Harry começou a se assustar mais ainda, nunca tinha visto ou ouvido falar de nada como aquilo, e nem mesmo Hermione sabia o que estava acontecendo ali, mas, ela logo foi encaixando as peças e como sempre, sua mente ágil conseguiu montar o quebra -cabeça. Ela olhou para o namorado se retorcendo num canto, fazendo um esforço enorme para se sentar, e depois olhou para a taça, mais distante deles, brilhando fantasmagórica. Até que por fim, mirou a linha brilhante que fazia uma intersecção entre a horcrux e Rony, e, finalmente, se sentou no chão, desesperada, com a cabeça apoiada nas mãos, e murmurando “não, não pode ser...” repetidas vezes.
- O que foi Hermione? Me diga o que está havendo! – Harry começava a se exasperar com aquela situação. Ele se ajoelhou na frente da amiga e fez a garota olhar nos olhos dele. Então Hermione saiu do seu estado delirante e explicou a Harry tudo que ela tinha entendido.
- Harry, lembra que a gente tinha estranhado Voldemort não colocar nenhuma proteção na horcrux? – ela não esperou o amigo responder e continou – acontece que ele colocou sim um feitiço de proteção. Um feitiço que te atinge pela dor e faz com que você seja a única pessoa daqui que não consiga tocar na taça. Apenas eu ou Rony poderíamos pegar o objeto – ela deu um soluço alto neste instante – e a partir do momento em que eu ou o Rony tocássemos o objeto, Harry, ele se ligaria instantaneamente a nós!
Harry ainda estava confuso, então esperou Hermione se recuperar de uma crise de soluços para ela continuar:
- Você não vê esse fio ligando Rony à taça Harry? Isso só pode significar que a vida de Rony está ligada a alma de Voldemort guardada na horcrux. Esta foi a peça que ele pregou na gente! Olha só como o rony ficou fraco e abatido de um momento para o outro, é porque a taça está se alimentando da alma dele...
A voz de Hermione foi diminuindo cada vez mais, até que sumiu completamente e ela voltou a esconder a cabeça no meio da cabeleira densa.
Foi a vez de Harry se jogar desanimado na terra, porque enfim, ele tinha entendido o que teria que fazer. Quando levantou a cabeça para falar novamente com Hermione, a garota já tinha saído do seu lado e estava agarrada como uma enguia no pescoço de Rony, que finalmente conseguira se sentar. Harry olhou para os amigos com um olhar que transmitia toda a tristeza e arrependimento por Ter colocado os dois naquela situação, e pela primeira vez desde que descobrira ser um bruxo, Harry amaldiçoou o dia em que conheceu Rony no expresso de Hogwarts e também o dia em que ele e o amigo salvaram Hermione do trasgo montanhês que invadiu o banheiro em que ela estava.
A cabeça do garoto girava, ele tentava encontrar uma outra solução, mas, parecia que não havia outra coisa a se fazer, porque se a alma de Voldemort estava ligada intrinsecamente à vida de Rony, a única maneira de se destruir a horcrux era matando Rony.
Comentários (0)
Não há comentários. Seja o primeiro!