Cp53 Storavan



Cp53 Storavan


Hermione se levantara irritada, Harry tinha esse dom por vezes...e se ele quisesse bancar o herói do mundo sozinho que se danasse! Suspirou indo para a casa de madeira... talvez conseguissem se falar se ele se acalmasse... um miado fraco lhe chamou a atenção, virou-se e se assustou com o que viu.


Meio arqueado e torto o gato negro se arrastava em sua direção em seguida pode perceber que os pêlos das costas estava como que úmidos... correu para ele... ao se aproximar percebeu.


Harry estava ferido... as costas estavam úmidas de sangue... o animal, Harry ... ele... ferido.


-Harry... o que houve?


O que houve? O que houve é que o mundo decidira não lhe dar os cinco minutos de folga... o que houve é que dessa vez a agonia de outro era a sua novamente, dessa vez estava vendo algo que sabia, deveria ter sido impedido... em outro lugar... era um esforço imenso se concentrar em Hermione, que o chamava... vendo o homem jovem...preso entre vampiros e tendo as costas dilaceradas por ordem de Voldmort.


Inferno... não queria ver... não queria saber... tinha que responde-la. Tinha que voltar!


Quando ia puxar o gato para si, suas mãos encontraram o rosto de Harry... estendido na grama... roupa colada nas costas, pelo sangue... os olhos como que grudados nos seus.


-Ele está morrendo...-foi tudo que Harry conseguiu balbuciar...


-Harry... amor... o que houve... me fala... amor...


-Só... fica aqui...- Harry disse antes de baixar a cabeça com um gemido de dor... agarrando a perna da calça dela com força.


Hermione apenas o abraçou, tentando não olhar o ferimento, incapaz de clamar por ajuda, apenas acariciando os cabelos negros e o vendo murmurar... fechou os olhos implorando que aquele suplício terminasse.


Voldmort observava a resistência daquele que guardava o escudo... uma nova arma em seu poder... o jovem monge ainda orava para seus deuses... falava sobre demônios e abominações... os trouxas eram tão simplórios em seus conceitos de mal... a magia certa arrancaria a arma do corpo dele como arrancara Excalibur daquela vadia que a guardava... seu olhar bateu na figura do outro em seu caminho.


-Não se dê ao trabalho Tom... eu não estou aqui...


-Não mesmo? Não parece estar só passeando aqui...- apontou a sua cabeça branca.


-Imagino que essa dor e sofrimento todo lhe alegrem... porquê não o matar de uma vez?-disse se aproximando do homem agonizante que o olhava apavorado.


-Não teria a mesma graça... nem chamaria sua atenção.


-Quer dizer que a agonia dele... está sendo promovida para chamar minha atenção?- perguntou a frente do homem, agora de joelhos o olhando... os vampiros o haviam solto e encaravam Harry parecendo esperar uma ordem para atacá-lo também.


-Eu tenho livre acesso...- iniciou Voldmort.


-Ao ministério? Está atrás da Essenctia? O fogo de Baphomet? eu já sei disso... Tom Riddle...


-Você já sabia?- Voldmort sibilou se aproximando.- E não veio até aqui? Não retornou?


-O Prêmio vem para aquele que pegar as armas... e for primeiro a Storavan... atrás do túmulo dela.- disse estendendo as mãos para o homem... que agarrou-as implorando ajuda.


-Mas estamos num impasse... Potter... você tem a Excalibur, eu tenho Guehenna.


Os olhos do homem suplicavam... segurou o rosto dele.


-Me perdoe...- sussurrou olhando-o nos olhos.


-O QUE PENSA QUE ESTÁ FAZENDO POTTER!!!- Voldmort exclamou ao vê-lo abraçar o homem... que queimou.


O fogo consumiu-o... rápido... sem tempo para um única exclamação o fogo que fez ficar em seus braços apenas algo que parecia frio e metálico.


-Solte-o! Peguem-no! -Voldmort ergueu a varinha.- Anima Ali...


Mas a figura translúcida do outro sumia... e para horror do bruxo das trevas a leve aparência do escudo vermelho também... sumira com o rapaz.


-AMALDIÇOADO SEJA POTTER!!! EU VOU DESTRUIR VOCÊ... NEM QUE TENHA QUE IR AO MAIS BAIXO DOS INFERNOS PARA FAZÊ-LO!!!


Hermione apenas murmura palavras de consolo para o rapaz agonizando estendido na grama... num momento, súbito a ponto de fazê-la gritar, ele se sentara com olhos muito abertos e gritou...


Gritou abraçado a si mesmo e uma chama apareceu entre seus braços...


E em seguida houve um imenso silêncio... Harry estava de joelho na grama... em seus braços, seguro contra o corpo um objeto que parecia de um metal vermelho... Harry piscou os olhos ofegante... e deixou os braços caírem...


-Eu matei... - disse e olhou o escudo que escorregara e caira na grama.


-Amor... olha pra mim...- disse ela se aproximando.


-Eu o matei porque ele estava sofrendo... porque Voldmort ia pegar o escudo...- disse pesadamente.


-Harry...- ela o abraçou.- Harry amor... você ainda está sangrando...


-Será que isso tem perdão?- perguntou a abraçando.


-Harry... Harry... porquê?- perguntou quase ás lágrimas.


-Por você... só por você.- disse ele empurrando de leve o escudo para os joelhos dela.- O seu...


-Você não fez por mal...- ela disse.- Descance...- disse vendo-o relaxar em seus braços


-Temos pouco tempo... mi...


Os passos pesados os encontraram quando Harry já havia desmaiado... Hermione olhou o escudo vermelho com desgosto... o Gehenna sempre tivera cor de sangue... observou-o com desgosto enquanto levavam Harry para a casa.


Gina olhou o escudo avaliativamente, Rony também.


-Eu achava que o Gehenna era maior...- disse ele.


-Porque tem que evocá-lo meu irmão burro...- disse ela prendendo o escudo circular ao braço.- Gehenna...


Uma luz perolada estendeu-se do escudo... um escudo mágico.


-Viu.- disse Gina.


Draco bateu palmas...


-Que bonitinho Weasel's... vocês dois não tem coisa melhor para fazer? Ou coisa melhor para se preocupar?- apontou Hermione que falava com Morgan, Sirius e Lupin... os três balançando a cabeça gravemente.


-O ministério foi invadido.-disse Neville se aproximando de Gina que lhe passou o escudo prontamente.


E antes que a ruiva disse mais qualquer coisa, Lupin falou gravemente sentando nas almofadas da pequena sala.


-Isso complica tudo...


-Porquê aquele acéfalo não disse nada antes...- Morgan disse também sentando-se.


-Acho que é porque estávamos ocupados...- disse Rony.


Hermione tinha saído da sala... provavelmente a caminho do quarto de Harry, agora profundamente adormecido e exaurido.


-Mas agora temos que voltar...- disse Sirius.


-Mas falta a minha ânfora!- disse Gina que segurava o escudo de Hermione.


-Se Voldmort invadiu e dominou o ministério... falta muito pouco para ele tentar invadir Hogwarts... ele deve achar que está pronto... que não precisa e mais nada.- disse Lupin.


-E se estou certa... muita gente deve estar pedindo um asilo no castelo. Ou fugindo do país...- complementou Morgan.


-Amanhã é natal.- disse Luna olhando pela janela.


O silêncio caiu entre eles.


-Você nem tem idéia de como preocupa a gente.- disse Hermione sentada no chão ao lado da cama baixa, ou seria um colchão muito alto?


A respiração dele era leve... parecia quase inexistente... ela acariciou o rosto... pálido, ele ficava pálido sempre que se esforçava demais... segurou a mão dele, olhando cada dedo, olhando a marca, a cicatriz já era ilegível... apenas mostrava que algo o marcara ali... sentou-se no colchão e puxou a outra mão... segurou-a também... ambas um pouco frias


-Isso é bom...- Harry murmurou.


Ela o olhou, de olhos sonolentos e um sorriso fraco... sorriu para ele.


-Eu queria... que você fosse assim sempre... não só quando eu acho que estou morrendo...


Hermione suspirou e apoiou de leve a cabeça no peito dele.


-Porquê não me disse que estava se sentindo mal?


-Porque eu não estava antes... - disse enfiando os dedos nos cabelos fofos.


-Foi... Voldmort não é? E agora... ele ainda está no ministério? O que vamos fazer?


Harry suspirou contrariado.


-Precisamos mesmo falar disso agora?


-Não podemos ignorar o que está havendo...- ela o olhou.- Harry!


Harry se esforçou e sentou, ignorou-a tentando segurá-lo deitado.


-Não estou ignorando... como se eu pudesse, só achei que isso ia gerar uma discussão inútil... mas pelo jeito você já espalhou a notícia.


-Harry... eu tinha...


-O você "tinha" é seu maior defeito... saia do quarto Mione.


Ela o olhou ofendida...


-Eu só queria falar com você... mas...


-Você fala... Mione... mas não escuta...- disse com um suspiro cansado.- Eu tenho que morrer para você prestar um pouco de atenção em mim não é?


-NÃO! Não é isso!- ela disse se ajoelhando no chão e o encarando.


-Então porquê? Porquê contou a eles? Eles vão querer voltar e não podemos... não é hora... você nem escutou o motivo de eu não ter dito nada... nem escutou meus motivos... pra ter me chateado com você... você nunca me escuta...- disse estendo a mão... afastando o cabelo espesso dos olhos dela.


-Eu achei... me perdoa... eu só achei que tinha que falar...


Harry riu.


-Com certeza... agora por gentileza... Saia do quarto... não quero discutir com você... não quero... mesmo...


-Pois que seja Harry...- disse se levantando.-Sirius disse para eu avisar quando você acordasse.


-O que é preciso?- perguntou a jovem.


-Apenas o que você deseja... você sabe o caminho... querida.


-Apressem-se as duas... ou acham que o grande bruxo vai demorar para notar a ausência dela?


-Você sempre foi afobado querido... essa chave de portal está ligada a vila de Erbuth... onde ele começará a peregrinação... você será a guia certa... será uma noite especial...


-Ah... sim... será... um ano.- balbuciou ela.-Um ano que morri.


Ana Abbot tocou a chave de portal que Lílian segurava... enquanto isso Tiago vigiava... quando se virou, encontrou os enormes olhos verdes...


-Ela vai fazer certo não vai?- disse cruzando os braços.


-Vai...-sorriu a mulher.- Essa cópia é mais humana que a anterior...


-É isso que me preocupa.- ele respondeu sevirando.- Vamos... estamos fora de nosso posto a muito tempo para não ter que inventar uma boa desculpa.


-Como se você não fosse um arquivo de desculpas ambulante!- disse a mulher o seguindo.


-Seria necessário...- Sirius ponderou.- que você explicasse de novo... sabe seus motivos...


Harry, olhando pela janela, e se tivesse forças se mandaria pelo bambuzal de novo, evitava encarar a equipe dos três bruxos "mais velhos, mais experientes, portanto que mandam em tudo compreende?"


-Mesmo que voltássemos hoje, agora, nada indica que Voldmort parou de procurar... segundo, mesmo que ele tenha parado, e estando com mais armas que ele... isso ainda não seria suficiente para total guarda de Hogwarts... pergunte ao Rony, Neville, Luna e Draco... eles confirmarão... e só falta um...


-Tá e Morgan disse que sabe que essa ânfora está com uma jovem em Hi-Brasil... mas você disse que tem que seguir para onde mesmo?- perguntou Lupin.


-Um castelo... Storavan... acho que é...na Noruega ou coisa parecida...


-E?- Morgan perguntou batendo o pé...


-E acho que não tem que ser gênio pra se tocar que eu vou, que lá é a porta da peregrinação e estou de saco cheio de todo mundo agir como se eu tivesse cometido um crime!- disse irritado se virando.


-Bom.- disse Draco abrindo a porta e sem cerimônia alguma se sentando.- Não me olhem assim... até parece que nunca ouviram atrás da porta.


-Você não quer uma resposta quer?- Morgan rosnou.


-Até porque é uma resposta bem óbvia...- disse Rony entrando.- Agora fala o que ia falar Draco...


Draco apontou Luna, que se sentou ao lado dele puxando Rony, Neville e Gina estavam na porta, Harry tentou em vão ver Hermione, mas ela deveria estar com Marco.


-Precisamos das armas se quisermos enfrentar Voldmort...- disse Luna.- Os guardiões terão força total diante delas... e delas vem o poder da guarda de Hogwarts... Nela está o poder deixado pelos fundadores... preciso da ânfora a mim destinada.


-Ah, porque por um motivo estranho Hermione deu a Neville a Tal... go.. ge...


-Gehenna.- a maioria informou Sirius que irritadamente dispensou o comentário com um aceno de mão.


-Que seja... Isso não muda o fato de que corremos o risco de Voldmort ir para Hogwarts...


-Ele não vai... tenho certeza... vocês não enxergam? Ele quer que voltemos... é uma armadilha!- disse ainda irritado.


-Tem certa enorme lógica...- disse Morgan tamborilando os dedos no queixo...- E o que vamos fazer? Fora você ninguém mais tem o dom de estar em dois lugares ao mesmo tempo!


-Isso não se chama... dividir para conquistar? mas nesse caso creio que a gente mesmo se divide não?- Disse Draco.


-E isso seria... metade pra lá e metade para cá?- disse Sirius encarando o loiro.


-Não há necessidade de ir muita gente para Storavan...- começou.


-Não vai ser muito difícil Persephone entregar a ânfora...- disse Morgan...- se for mesmo como Gina e Hermione descreveram.


-Giny e Hermione terão que ir.- disse Neville.- Segundo o Que Giny lembra... bom, eu vou com elas.


-Eu tenho que ir também- disse Luna.


Rony lhe deu uma olhada rápida antes de dizer.


-Eu vou junto.


-Que maravilha... porquê não deixamos Harry ir sozinho para Noruega e vamos todos tirar férias na América do sul!- exclamou Sirius.


-Não é má idéia.- retorquiu para o padrinho.


Sirius o olhou como que surpreso, mas tudo que agradava Harry era isso, levar o mínimo de pessoas "ameaçáveis"consigo, e se houvesse qualquer possibilidade de dar de cara com Voldmort... que fosse onde menos tivesse que se preocupar com outras pessoas...


-Bom Potter vou com você.- Disse Draco e completou.- Sou seu tradutor oficial de Latim não?


-Com certeza eu vou... com Harry.- disse Sirius.


Morgan e Sirius olharam para Lupin.


-Não creio que vou me adaptar ao clima tropical... e acho que quatro para Noruega é melhor.


-Ah que maravilha... lá vou eu...- disse Morgan se levantando...- Isso vai ser divertido.


-É vai.- disse Sirius se levantando.


-Bom... se vamos partir amanhã... melhor todo mundo ir dormir...- completou Lupin fazendo sinal para irem todos para fora.


Harry os observou saindo, escutando Luna perguntar se lá onde iam poderia comprar presentes de Natal...


Natal... sim... já era véspera de Natal... fechou a porta pensativo.


E o quarto ficou vazio... Harry voltou a olhar a noite... sem perceber a coruja empoleirada logo acima de sua cabeça no telhado...


-Amanhã é natal...- disse baixo.


Havia um estranho sentimento de perda naquela frase... o que era? Um calor súbito chamou sua atenção.


-Hangorn?


A ave ficou ali ao seu lado olhando a escuridão... por muito tempo.


-Fale logo bicho teimoso!- olhou a ave de fogo.


-Não faça a peregrinação negra... não faça... Lilith o está esperando em seu túmulo.


-O que sua mestra fez?


Hangorn piou tristemente.


-Ela não é mais minha mestra! Você sabe disso agora... sabe de tudo... lembrou de tudo.


-O que eu lembrei.. não quero dizer em voz alta!- disse olhando a escuridão.


-Não é hora para arrependimento! Não está em suas mãos se arrepender por vidas passadas! Só aprender com suas memórias!


-Então você sabe... que não posso deixar de ir Hangorn... por todos.


-Ela quer vingança Mago...


-É a minha sina... todo maluco do mundo nasceu invocado com a minha pessoa...- disse apoiando o queixo nas mãos... não parecia mais ainda estava cansado e dolorido.


-Não se engane... Lilith é poderosa... mas o bruxo das Trevas... é mais perigoso...


Deu de ombros desanimado.


-Não faz diferença Hangorn...- disse fechando os olhos.- não faz nenhuma diferença... pra mim.


-Eles não são indefesos Mago... os seus...


-Não quero mais ninguém morrendo...- suspirou.


"Oh, desgraça... eu lembrei"- pensou abrindo os olhos.


-Ana morreu... faz um ano agora.- disse.


Hangorn arrepiou-se quando o som de asas veio do telhado.


-É só uma coruja.- disse a ave.


-Hermione...- suspirou e se deixou escorregar para o chão, ficando de costas para a janela.- Inferno de vida.- disse e se arrastou para a cama.


Deitou vestido.


-Boa Noite Harry.- disse Hangorn baixo.


Demorou um segundo entre o sol em seus olhos e real despertar... ou talvez já estivesse desperto, mas não queria lembrar disso... sentia algo de pesado no ar... algo de perda... na verdade a velha sensação da qual devia estar acostumado, quando sabia que ia enfrentar o que não queria.


“Mãe... não posso ficar na cama hoje?”


Nunca sequer tivera a oportunidade de falar a maldita frase... o que tava se enrolando... quis se chutar e levantou... amassado mesmo... se preparando para viajar... encontrou apenas Morgan e Sirius sentados na sala.


-Se eu estiver atrapalhando me avisem...


-Pelas unhas encravadas de Demóclenes Harry!- Morgan disse rindo.- Se amassou com quem essa noite?


-Uma vez na vida... não brinca com esse tipo de coisa em voz alta...- disse se apoiando na porta.


Sirius revirou os olhos, Morgan apenas balançou a cabeça.


-Me diga apenas se você dormiu alguma coisa... pela cara não...- disse Sirius.


-E vocês dois? Dormiram alguma coisa?- perguntou já saindo.


-Ele exagera quando está de mau humor...- disse Morgan dando de ombros.


O grupo todo estava pronto meia hora depois, apenas Marco e Draco se atrasaram, e por isso, tiveram que tomar um café da manhã mínimo, foram levados pelos mesmos homens escadaria acima até um enorme portal de pedra... dava para vê-lo brilhar uma magia antiga.


-Itsumades guardavam esses portões a muitos e muitos anos atrás.


“Bota muitos anos nisso” pensou ainda tentando achar um jeito de falar com Hermione... não ia deixar mais coisa pendente para sabe-se lá quando... mas ela não paravade falar com Gina, sem olhar para seu lado, estava ocupado traduzindo o que os homens falavam sobre o portal.


-É um caminho fácil... basta pensar no lugar... ou pensar em seguir quem sabe.


-Na verdade é muito fácil- disse Morgan.- Esses portais antigos eram muito úteis... quem vem comigo apenas pensa em me seguir ok?


-O mesmo pros quatro.- Harry disse de braços cruzados.- É só vir atrás de mim depois.


Sirius ainda lhe reservou um olhar desanimado... enquanto agradecia aos homens do templo Morgan já passava pelo portal apenas com o canto do olho observou Hermione e Luna passando, Rony logo atrás ainda lhe balançou a cabeça.


“INFERNO!!! SUA CABEÇUDA!!!”


-Podemos ir?- Lupin perguntou quando os monges começaram a descer a escadaria.


Harry se virou e olhou o outro atrás de Lupin contrariado.


-Ah, ta... vai… não to com paciência pra te empurrar pro Brasil!- disse olhando para Marco.- Mas apronte uma e te mando direto lá pro sexto círculo do Inferno!


Lupin olhou ás suas costas e respirou aliviado “por um segundo achou que outro estava lhe mandando os cachorros...”


-PODEMOS IR?- Sirius perguntou irritadamente.


-Certo é só me seguir...- falou ao andar reto em direção do Portal, tentando ignorar seu desejo de ir atrás de Hermione e enfiar juízo naquela juba... tentando se concentrar em Storavan.


-Bem vindos a Hi-Brasil escola de Magia!Escola irmã de Hogwarts!- Disse Morgan ao se ver diante da enorme construção de madeira que era o prédio central.


-Então esse é o lugar...- disse Hermione.


Havia algo de mágico lá... podia-se sentir com facilidade, Rony apontou


-O que são aqueles prédio menores lá?


-Lá são os aposentos particulares de dois grupos... essa escola também se divide em “casas” mas são chamados de “Grupos”-disse sorrindo e andando para o prédio principal.- Daquele outro lado dá pra ver os outros dois... Ah... lá está... já temos um comitê de recepção...


Um grupo de vestes esvoaçantes se aproximava deles.


O ar estava gelado e era óbvio pela paisagem que o castelo de Storavan era um lugar morto no meio de um ilha gelada.


-Esse é Storavan? Que tamanho deve ter?- perguntou Draco já pondo um de seus imensos casacos.


-Não... Storavan é o lago... creio que tem alguns quilômetros...- disse indo para o lugar abandonado.


-Esse lugar dá arrepios... – disse Sirius.


Não era mentira... o lugar inteiro parecia desolado e havia uma fina camada de gelo por tudo e o castelo, em parte em ruínas, ainda era grande e imponente o suficiente para se encaixar...


-UAU!- exclamou Marco.- Parece um filme de Terror!!! Legal!


-Calma com a empolgação!- disse Sirius segurando Marco pela jaqueta que ele ainda nem tinha terminado de fechar.- Não quero ter que amarrar você.


-Vamos logo... deve ter algum lugar inteiro...- disse Draco.


Andaram pelo chão pedregoso, olhando para floresta de abetos e pinheiros do lado do castelo, acima o céu era de um azul profundo e escuro. Do outro lado do castelo havia algo que parecia uma pequena capela...


-Lugarzinho deprimente.- disse Sirius passando pela primeira parede de pedras o teto havia desabado e pouco restava dos candelabros caídos ao chão com a madeira podre.-Lembra o Largo...


-Tem muito material para transfigurar.- disse Lupin.


-Vamos logo... acho que há uma entrada para o porão por aqui...- Harry apontou uma entrada lateral, já que a imponente escadaria de pedra para no meio rumo ao nada do céu azul chumbo.


Entraram no lugar e encontraram o que parecia ser uma antiga cozinha... havia algo semelhante a uma lareira... e um enorme espaço vago onde uma mesa semi-queimada se apoiava precariamente em três pernas bambas.


-Não imaginei que íamos parar nesse lugar abandonado!- disse Draco jogando sua leve mochila sobre a mesa e vendo-a despencar.- Que desgraça Potter! Potter?!


Harry já havia passado por outro arco lateral... o caminho ali era mais escuro, conjurou uma chama leve... era um corredor longo, estreito e lúgubre...


-Harry... o que você está fazendo?


-Estou olhando Sirius... acho que... se quiser venha... mas acho tem algo que tenho que ver aqui.


Desceram uma escada curva que parecia dar, e realmente dava, acesso a um calabouço...


-Bom vê-lo de volta senhor...


Ambos se viraram e deram de cara com uma mulher translúcida, um fantasma.


-Como?


-É bom vê-lo de volta senhor...- disse a mulher flutuando até emparelhar-se com Harry.- Muitos foram embora... mas eu não... Eu Solana fiquei esperando seu retorno.


-Quem é ela Harry?- disse Sirius com um estranho sorriso de deboxe.- Pena que está morta...


Harry revirou os olhos... claro que reconhecia a figura que uma vez tivera longos cabelos negros e profundos olhos castanhos... a primeira esposa de Salazar... Solana Slytherin.


-Solana... onde está a entrada do laboratório?


-Ainda perdido?- ela sorriu bondosamente.- sempre que vinha á noite aqui se perdia...- ela disse sonhadoramente.- Venha... meu senhor... me siga...


O fantasma se pôs a flutuar e ambos tiveram que apressar o passo, Sirius ao seu lado olhava inquisidoramente, até que se chateou.


-A primeira esposa de Salazar...- disse baixinho.


-Quê?- perguntou Sirius.


-Esse é o castelo dos Slytherins... que foi destruído por ordens dos seus inimigos, agora pelo que sei, nenhuma família posterior viveu aqui...


-Eu os expulsei todos... eu e as sombras.- disse o fantasma... -Nunca mais ninguém ousou entrar em nossas terras... meu senhor... que falta fizeste teu retorno... os outros foram se apagando... deixando de desejar vê-lo novamente... mas eu vi e posso descançar em paz...- disse ela apontando uma porta de madeira muito velha.- Tudo que restou do nosso tesouro, a magia que iludia a parede se desfez a uns dois séculos, mas ninguém mais veio aqui desde a maldita noite... adeus... meu querido...


E se desfez no ar.


-Você faz muito pontos com fantasmas... veja pelo lado bom... se você se ferrar sempre tem uma...


-Ora cala a boca Sirius!- disse irritado.- Me ajuda com essa porta!


-Que tal usar um ALOMORRA!


A porta se manteve no lugar...


-Não é meio óbvio que ela é mais do enfeitiçada?


-Ah... certo... deixa eu tentar... Morranast!


A porta rangeu mas não abriu.


-Que droga...- Sirius enrugou a testa...- esse feitiço é forte!


-Percebi...


-Faça melhor.- Sirius retorquiu.


-Vou pensar.- disse e esticou a mão para a porta.- Deve haver um meio de...


Ao tocar na porta ela se abriu.


-Não... fale... nada!- Sirius disse entrando.


Harry apenas manteve um sorriso convencido no rosto.


O aposento era menor do que esperavam e tinha um estranho odor de incenso e pó... no meio da escuridão encontrou algo que parecia uma tocha... Sirius tocou fogo em duas delas nas paredes.


-Isso é uma câmara escura.- disse Sirius tocando algo que parecia uma cobertura de barraca negra sobre uma fornalha de tijolos.- É um aparelho antigo de alquimia.


-Slytherin era alquimista...- disse olhando as enormes prateleiras, pilhas de pergaminhos e livros.


Impossível não pensar em Hermione... ela ia querer ver aquilo.


-Nossa! Será que é verdadeiro?- Sirius se aproximou de um estranho animal empalhado.- Nunca tinha visto um faro-sutil de perto.


Harry olhou a serpente de três cabeças sem interesse.- estava empalhada acima da lareira... cada cabeça apontando para uma parede, viu Sirius acender a lareira também.


-Sirius e se estiver entupida?


O outro deu de ombros olhando a enorme tela acima da lareira.


-Poxa... olha isso... ele é parecido com você... quer dizer... com seu pai... quer dizer... você entendeu... é ele não?


A imensa pintura era de um grupo de pessoas de cabelos muito negros, peles muito brancas e de olhos amendoados, quase puxados... a frente havia um jovem... cabelos negros arrepiados e compridos... ao seu lado a mulher.


-São eles... os Slytherins...- disse e se aproximou da pequena inscrição abaixo da tela.


Não pode ver o que havia escrito porque as palavras já estavam um pouco apagadas no metal oxidado.


-Olha isso que estranho...- disse Sirius


-O quê?- disse se virando.


Sirius apontava um baixo relevo acima da bancada principal...


-O que é isso?


-Or nest il fleur, homme, femme, beauté, que la mort à sa fin le chasse. – disse a voz arrastada da porta.


-Creio que isso não é Latin.- murmurou Lupin.


-É francês...- Draco disse chegando mais perto.- Um ditado lúgubre, típico de epitáfios... “ Não há flor, homem, mulher, beleza, que a morte não abata por fim.”


-Muito instrutivo...- Harry se virou ainda olhando devagar alguns dos livros.


-O que estamos procurando?- Lupin perguntou para Sirius.


-Não faço a menor idéia...- Sirius respondeu olhando para Harry.


-Algo que me dê um rumo inicial para a peregrinação negra... muitas memórias estão perdidas sobre a peregrinação...


Marco entrou um pouco branco e os olhou.


-Tem alguém esquisito aqui...


-Não é um fantasma Marco?- Sirius perguntou.


-Não é não...- disse ele se aproximando deles.


Mas não demorou muito para ouvirem algo arrastando pelo corredor.


-Varinhas?- disse Lupin.


Uma luminosidade insinuou-se aumentando... todos de varinhas apontadas, a cara estranha se insinuou... Draco deu um passo para trás, ela , era uma mulher... era estranha.


-Acho que achamos uma candidata a esposa para o velho Moody...- Sirius disse baixinho.


Era uma bruxa, porque era da ponta da varinha dela que vinha a luz...ela vestia um estranho e pesado manto de pele castanha, ela não tinha o nariz e um dos olhos era ligeiramente maior que o outro... no entanto não era repulsiva, tinha as faces muito coradas.


-O que desejam invadindo esse lugar abandonado?


Lupin abaixou a varinha levemente e se adiantou um pouco:


-Estavamos de viagem...


-Isso não lhes dá o direito de invadir essas terras...- disse ela.- E abaixem essas varinhas porque eu sei muito bem usar a minha!


Sirius aumentou o sorriso.


-Estamos a procura de alguns apontamentos da família Slytherin... senhora?


-Moa... ladrões então? É isso?


-Isso é um insulto dos grandes!- Draco bufou.


Moa riu.


-Se fossem ladrões não seriam tão descuidados.- ela disse mostrando suas mochilas que levitaram até o lado dela.- Só roupas... eu verifiquei.


-Não somos ladrões... mas é uma longa história... disse Harry baixando a varinha.- Moa não é? Moa... poderíamos sair daqui para um lugar mais agradável onde pudéssemos nos sentar e conversar?


-Por que não?- disse ela dando de ombros.- Acho que será mais divertido que ver as renas pastando... me acompanhem, e não tentem nada... estou de olho.


-De costas?- Sirius sorriu.- Moody ia ficar encantado.


-Porque não paralisamos ela?- Draco perguntou.


-Por causa deles.- Harry apontou para atrás do grupo.


Três Mastins espectrais estavam sobre a bancada de Salazar os encarando com os fantasmagóricos olhos vermelhos... Marco deu uns passos para trás agarrando o braço de Draco que o olhou e puxou o braço:


-Eu lá tenho cara de apoio moral?- rosnou olhando os cães de lado.


-Simpáticos.- disse Sirius os empurrando para fora.


-Não se preocupem... esses cães amaldiçoados não atacarão sem ordem...- disse Moa.


-Amaldiçoados?- perguntou Lupin.


-O velho Walon... amaldiçoou os animais que avançaram em sua esposa no então ataque a família... na queda deste castelo, esses animais agora protegem a casa a milênios, fielmente.


-Walon?- perguntou Sirius.


-O patriarca da família Slytherin... pai de Salazar.- Harry murmurou.


Moa se virou e o encarou.


-Como você... sabe disso?




 




 


Salazar.- é um nome espanhol... Sá=Sal que significaria semente, geração e Azar velha/velho , seria geração ou semente antiga, indicando uma família de linhagem... Salazar é mais comum como sobrenome.


Solana.- é espanhol também... significa: luz solar, ou iluminada pelo sol...


Walon- vem do chinês Wang (rei) Long (dragão)


A mãe de Salazar era espanhola também... dei a ela o nome Eldora (dourada) mas acho que nem vai ser comentado sobre ela coitada....


Slytherin poderia vir do Chinês – Syth=Sinte (serpente) Yéri (folha ou verde) Serpente verde... Porquê será que o símbolo da sonserina é uma cobra? (suposição minha...)


Nesse caso há sangue latino na família Slytherin... (LATINo...)

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