Cp52 Rumos separados



Cp52 Rumos separados


Assim que dobraram mais uma vez e começaram a descer soltou as costas da veste dela, mas manteve a espada em meia guarda.


-Você não tem medo que eu fuja? Ou ataque você?


-Não é sua intenção...-disse conjurando fogo para iluminar o caminho.- Você se ofereceu contra a vontade da outra.


-Minha mãe...- ela parou.


Harry apenas fez um sinal com a espada para que ela prosseguisse...


-Como vocês podem... falar e parecer com pessoas?


-O poder da lança... por muito tempo... um de nós assumia essa forma naquele salão, e recebia presentes dos antigos que nos reverenciavam... hoje isso acabou...


-A lança não pode ter tanto poder assim...- ponderou.


-Achei que você soubesse... era sua não era?


-De minha outra vida... se quiser ser exata... ande.


-Não tem medo que eu lhe guie para o lugar errado?


-Não... eu sei para onde estou indo.


-Como sabe que nada foi mudado?


-Porque vocês não poderiam tocar na lança.


-Mas na chave?


-E você tem idéia do que é a chave?


Ela endireitou-se e continuou mais rápido.


-Você nem tem idéia de como é a chave... e tem idéia de onde está indo?


-Foi minha avó que recebeu a lança... quando era jovem...


-E então tudo que você conhece são histórias.


-Eu tenho cento e catorze anos... sou jovem... mas com certeza.- ela se virou.- Sou mais velha que você!


Harry riu.


-Com certeza... agora por gentileza... ANDE! Não é minha natureza espetar pessoas... mas um: Você não é uma pessoa e dois: Não ando em paz com minha natureza ultimamente.


-Você é grosseiro... acho que tive uma impressão errada de você.


-Impressões erradas podem resumir minha vida.


Num subterrâneo isolado a figura pequena parou diante de uma pouco maior...


-O que você quer?- perguntou a doce voz.


-Quero o que você tão docemente tem feito de melhor...- sorriu a mulher.


A garota de cabelos loiros a olhou e num sorriso torto perguntou:


-Você pretende mesmo fazer o que acho que pretende?


-Ele entrará no ministério... será algo suficientemente grande para faze-lo voltar.- disse o homem que até então estava invisível nas sombras...


-No entanto eles tem que chegar... até onde aquela que nunca descansa está...


-Sim...- disse a mulher.


-E o que você quer que eu faça... eu sou só um objeto daquele... que nunca deveria ter retornado.


-Não... você é como nós... mais livre de propósitos do que imagina...- disse a cópia de Lílian Evans Potter.


-Você tem algo que nós precisamos...- disse a cópia de Tiago Potter.


-E isso seria... isso?- A cópia de Ana Abbott puxou uma corrente de seu peito.


-Eu disse que ela ainda usava.- Sorriu Lílian.


-Certos laços não podem ser cortados.- confirmou Tiago.


Carlinhos Weasley e Helga Van Hellsing ainda olhavam as estrelas no recanto do lago quando um grupo de corujas chegou passando por cima de suas cabeças.


-Que diabos está havendo?- perguntou o rapaz.


Ambos se puseram de pé... ao entrar na sala, agora um tanto quanto vazia já que o dono da casa estava em viagem a três dias, viram a movimentação, sua mãe o olhou séria.


-Eu ia chamar vocês dois...


-O que houve senhora Weasley?- perguntou Helga.


-O ministério foi novamente invadido... estamos partindo daqui...


-Como?- Carlinhos perguntou.


-Essa casa é protegida... mas no ministério haviam chaves de portal para cá... se descobrirem... bem, vamos para Hogwarts.- disse Thonks descendo a escada.- Helga... vocês vão também... seu pai e avô já concordaram e suas irmãs já estão indo arrumar suas coisas... vamos partir em dois minutos.


-Mãe...- Carlinhos segurou o braço de Molly.- E o pai?


-Não sabemos ainda... nem dele, nem de seu irmão... e...


-Não é hora para conversas.- cortou Thonks que já ia tropeçando em uma das malas...- Ai... temos que ir.


-Precisamos avisar os que estão viajando.- disse Molly.


-Dumbledore já está providenciando isso.- disse Minerva aparatando na sala.- Porque ainda não estão prontos? Eu estou com a chave de Portal... os elfos já foram avisados.


Molly lançou um segundo olhar para a sala do lugar que prometia ser um belo lar... temendo que as trevas voltassem a alcança-los novamente.


Rony e Luna não deixaram de ver com alívio a turma que chegou pelo corredor... todos escoltados por homens dragão mais armados... tinham lanças e espadas e alguns sem arma alguma.


-Onde está o Harry?- Hermione lhe perguntou agoniadamente.


-Com a filha da dragonesa.- Luna apontou a mulher no trono, que tinha ainda as servas á volta.


Sirius revirou os olhos, Morgan apenas balançou a cabeça.


-Me diga apenas se ele está inteiro.


-Parecia quando estava ameaçando a dragonesa com aquela espada.


-Se ele pode porque eu não posso?- Draco sussurrou cruzando os braços.


No meio da escuridão, os passos lentos pareciam não ter fim... até que finalmente Harry divisou uma imensa parede de pedra... a jovem dragonesa parou e o olhou desconcertada.


-É um caminho sem saída.


-Não.- disse mais incrédulo que outra coisa.- Não pode ser.


Baixou a espada e chegou perto da parede de pedra, não podia estar errado, para pegar a lança era necessária uma chave, escondida no extremo oposto da lança... tinha que ser ali, no caminho escuro.


-O que vai fazer agora? Não sabia o caminho...


-Silencio.


Ela enfiou a mão na garganta e depois com um olhar furioso ensaiou uma fuga.


-Petrificus Tottalis. Sinto muito... mas preciso pensar...- e voltou a olhar a parede se aproximando, tocou-a.


Havia algo de mágico lá... podia sentir no fundo da sua alma, sentia que havia algo lá, talvez em uma camara secreta, embora duvidasse que pudesse abrí-la como a que havia em Hogwarts, chegou a sibilar um "abra" em lingua de cobra, mas sem efeito, a outra dragonesa havia dito algo sobre Itsumades.


Mas sabia pouco sobre eles... apenas que vira dois em companhia dos vampiros, que eles abriam e guardavam portas... que Baphomet era o maior deles.


Que eles abriam portas... mas o que isso queria dizer? Como ia fazer isso... pensou ainda pasando a mão no relevo da parede.


-Só se eu começasse a atravessar paredes.- disse irritado chutando a mesma... parou e resistiu a tentação de enfiar a própria cabeça oca na parede.- Eu sou burro...


Fechou de leve os olhos... tinha que se concentrar em ir até o outro lado... era só se guiar pela magia emanada... era só deixar parte de si para trás... dar um passo a frente.


Abriu os olhos em um lugar a muito conhecido, ao mesmo tempo sabendo que estava no lugar errado, o som de uma brisa fria lhe cobriu o corpo... novamente se viu refletido no espelho prateado... novamente com as marcas e novamente com a veste esfarrapada presa á cintura...


-Você escolhe momentos tão bons para me atrapalhar Lilith...


-Eu tenho notícias para você meu mago...- disse ela preguiçosamente sentada diante de um espelho dágua que só era percebido na escuridão porque ela o tocava.


-Que notícias? Tenho um prazo maior?


-Ah... não... seu tempo diminui a cada minuto que passa... você tem quatro dias... e se apresse o caminho das trevas... é conhecido por ser muito longo.


-Então porque inferno você está aqui... me atrasando?


-O ministério da magia em seu país foi tomado por ele.


-Voldmort?


-Sim... ele tomou o ministério e pretende dominar a Essenctia Exaltata... sabe o que é isso?


-Sei.- disse cruzando os braços.- Algo que lhe interessa muito não?


-A Magia pura e indomável do fogo de Baphomet... roubada por mim... sim, aquele que a possuir e dominar... a essência da magia... o poder divino... será um Deus na terra.


Sentiu algo em si se preocupar gravemente.


-Da última vez que Voldmort se deparou com a essência fugiu.


-Sim porque Hangorn a dominou. Hangorn a estava usando para destruir sua força... ele se obrigou a fugir, mas agora... agora ele descobriu uma forma de dominar a essência... cuidado... com ela, ele se tornará imortal totalmente... um imortal.- ela estendeu a mão.- e um mortal.- ela estendeu a outra.- Não é preciso ser inteligente para saber quem fará parte da turba que Baphomet comanda ao submundo.- ela baixou a segunda mão e lhe sorriu.- Meu mago... se apresse, mas não mude seu rumo...


-Você me dá essa notícia e espera que eu não retorne?


-Exatamente... você não deve desviar seu caminho... e deve atrair Voldmort para cá... evitar que ele domine a essência...


-Não sou seu empregado Lilith... se quer que ele lhe faça uma visita vá lá e o convide... Ah, esqueci... você está presa nesse túmulo...


-Não seja cínico, meu querido... você achou que se livrou de mim... mas não se livrou.


-Eu já conheço muito bem seus argumentos.- disse seriamente.


-Exatamente por isso... você vai tomar o caminho até o castelo de Storavan... lembra dele agora?


Não precisou de novo incentivo... havia algo mais fresco em sua memória...


-Meu castelo.- colocou a mão na cabeça.- Não... de Magnus...


-Não confunda suas vidas passadas meu querido...- disse ela de pé a sua frente.- Quando começar a confundi-las e começar a ver suas relações... será o fim.


Ela lhe sorriu, e por um segundo sentiu... sentiu o próprio Salazar como sentiu na sala das almas... frio, poderoso... mas era si mesmo... pelo menos uma parte de si mesmo.


-Não tente me manipular de novo Lilith... ou vai colher um túmulo ainda mais definitivo e uma morte total.- sorriu.- Não sou mais o menino assustado que correu aos seus braços... muito menos o que você tentou tanto... colocar a seu lado... não sou subornável... nem temo suas chantagens...


-Você é um tolo.- disse ela, agora com olhos furiosos e presas á mostra.- Um desgraçado... um traidor...


-Eu fiz o que você queria que eu fizesse... você queria que os maiores bruxos viessem até você...- disse virando as costas.- Mas como poderíamos saber... que eles derrotariam você?


-Desgraçado! Você me traiu!


-Você me traiu primeiro... mandou... ah... sim eu fiquei sabendo... quem afinal dedurou meu paradeiro... a meus inimigos... acima de tudo... temos contas a acertar... não é minha querida?


Ela o olhou com um sorriso torto.


-Como desejar Mago... eu disse... seu destino é tão certo... quanto meu descanso foi eterno hum? Mortal...


-Como dizem Lilith.. a roda da fortuna gira... indubitavelmente vai encontrar o ponto antes do infinito... lembra?


-Que seja antes do fim do prazo... ou ela morre... de novo.


-Que seja.- disse passando pelo espelho de prata.- Que seja.


Inspirou longamente naquele lugar sem luz... onde apenas um ar frio vinha de cima, voltando a conjurar fogo sobre a mão olhou em torno. Estava num lugar circular todo escavado em pedra... sua cabeça parecia oca... estranhamente dolorida, havia uma fúria contida e uma vontade histérica de rir e já começava a ter dúvidas do que era sua própria vontade, ou eco de algo que não estava mais vivo... lembrar que fizera muito gosto pela companhia da vampira, não o deixou mais á vontade.


A sua frente havia um elevado de pedra, no centro um objeto circular... algo que parecia de pedra... era cinza e quando aproximou a mão, ele brilhou, brilhou como se fosse incandescente... como se estivesse quente... vermelho... foi aproximando a mão, não parecia quente... até que a tocou, não era leve... era...


-Como eu consigo carregar você? Se estou do outro lado?- Franziu a sobrancelha.


Parecia uma bola de vidro com algo como metal líquido dentro... vermelho o suficiente para iluminar o local... agora olhando em torno e olhando a própria mão...


-Acho que aparatei aqui dentro... ah que droga... minha cabeça...


Em seguida sentiu algo como um zumbido e a sua frente uma pequena luz apareceu dela surgiu uma voz.


-Harry... onde você está?


-Dum... pro... diretor?


-Sim Harry.- disse a voz de Dumbledore.- Tenho que ser rápido pois esse feitiço é difícil de realizar...


-Eu já sei... o ministério foi invadido...


-Você já sabe? Então deve saber...


-Eu não posso voltar agora... estamos na China... no meio de um grupo de dragões... mas eu tenho que ir até... um lugar antes...


-Harry você sabe o que tem no ministério que ainda possa ser do interesse de Voldmort?


-Sei... A Essenctia...


-A prioridade agora é que vocês retornem...


-Não... pelo menos eu não posso, não agora...


-Harry é importante que você esteja em Hogwarts... que você volte para cá!


-Não... não posso... tenho que ir até o castelo de Storavan, me perdoe.


Com um gesto desfez a bolinha de luz... e voltou a olhar a parede.


-Que droga... pra que lado eu saio?- olhou a esfera em sua mão.- Bem que você podia abrir essa sala para mim...


A porta se abre.


-Maravilha de controle remoto...- sorriu encontrando a jovem dragonesa ainda paralisada.-Viu isso?- ergueu a esfera diante dela.- Vamos. Finite incantatem.


Ela o olhou, parecia aboalhada.


-Como... como você entrou?


-Não temos tempo...- "nem eu sei exatamente como..."


Sirius e Lupin haviam conjurado um grupo de cadeiras, afinal para quê esperar em pé? Morgan ainda fazia reparos em sua roupa com a varinha, "malditos tecidos delicados", "Não quer aproveitar e consertar as costas da minha camisa?" Draco chegou a perguntar esperançoso.


-Pois não... quer que eu verifique as meias também?- disse ela com uma cara muito feia.


-Não seja grossa... foi você que me enfiou naquela terra nojenta... olha meu estado...- Draco puxou a frente da camisa completamente suja de limo e terra.


-Você é um bruxo... conhece o feitiço "limpar?"


-Conheço... e conheço o "Silencio" também.


-Que bom...- disse Sirius apontando a varinha para o loiro.- Assim quando eu usar em você...


-Querem calar a boca?- Hermione gemeu irritadamente.


Antes que Sirius e Draco retrucassem algo indignadamente um som de passos vindos do corredor escuro fez com que ela lhes fizesse um outro gesto de espera, do corredor irrompeu a jovem dragonesa que andou rápida até o trono, em seguida saiu Harry, esfera na mão, espada apoiada no ombro.


-Odeio quando ele faz tudo parecer tão fácil.- disse Rony.


-Vocês estão bem? Todos?- perguntou se aproximando... contando visualmente cada um deles.


-Bom é o que parece a primeira vista não é?- perguntou Sirius.


Não respondeu, naquele momento trocou um olhar com Hermione, mas não pode falar com ela, a voz da dragonesa mais velha se elevou.


-Minha filha está de volta... os seus estão inteiros...- ela estreitou os olhos.- Nosso acordo acaba aqui.


-Você disse que poderíamos pegar a lança.


-Um dos seus feriu um dos nossos... gravemente.


-Isso era inevitável... fomos atacados.- retrucou Sirius.


-Tínhamos um acordo independente disso.- Harry retrucou a olhando.-Não creio que deseja rompê-lo.- disse baixando lentamente a espada.


A dragonesa mais jovem apertou as mãos da outra entre as suas.


-Vá buscar o que tanto deseja... mas vá só!


-Não.- disse enfático.


-Eu vou com você.- Sirius se ofereceu.


-Rony vai comigo.- Harry disse.- É necessário.- disse em tom de desculpa para o padrinho.


-É um caminho sagrado... O lugar secreto... não toque em nada.- disse ela.- Pagará com a vida se retirar mais que a lança.


-Não queremos nada além dela.- disse sério.- Rony...


-Estou indo.- disse e sorriu para Luna.- Já volto.


Ela apenas concordou com a cabeça.


-Espero que saiba para onde vamos...- Rony disse baixo


-Eu fui e voltei antes não é?


-Espero que a sorte continue assim...


Ao vê-los andando, Hermione voltou a sentar-se... Luna sentou-se ao lado dela.


-Eles vão ficar bem.


-Eu sei que vão... sei que vão.- disse enfiando os cotovelos nos joelhos... mão enterrada no rosto.- Eu sei...


O corredor logo se estendeu, grande, largo, e acima de tudo, com belos entalhes e uma e outra tocha em base de ferro... cada vez mais trabalhado, mais rebuscado.


-Eu... eu queria.- começou Rony.- Foi legal o que você fez lá trás... com a espada e tudo mais...


-Você teria feito o mesmo, certo?


-É... hã... Harry... bom...


-Não esquenta...


-É... ótimo... aquela coroa ia ficar linda na Luna...


-Não toca Rony...


-Eu não disse que ia tocar...


Haviam nichos e mais nichos onde rebrilhava todo tipo de pedra e tesouro, bem como objetos evidentemente mágicos... a magia enchia o lugar como garoa em manhã de outono... parecia que tudo brilhava ainda mais...


-Porquê diabos Salazar foi enfiar a lança no meio de um ninho de dragões?


-Talvez porque ele não queria que a pegassem?


-Porquê diabos ele pegou as armas afinal?


-Birra...- disse sem dizer a verdade total.-Na verdade, você sabe muito bem o motivo.


-Quem em sã conciência iria reviver a desgraçada...


-Lembrou dela não?


Rony parou pensativo e ergueu a varinha.


-E lembro muito bem de quem nos guiou até ela.


-Ah... Rony.. não deixa o Griffindor te dominar...


O ruivo ainda o olhava, como se estivesse na sala das almas...


-O que está havendo com a gente?


-Eles não estão em paz...- disse sério olhando o caminho, agora com as paredes cobertas de tapeçarias, jóias caíam penduradas, pesadas das bases onde tochas se mantinham com luzes mágicas.-As coisas que ficaram pendentes... foram... criando algo como ondas que foram influenciando todas as nossas vidas... até aqui... por isso você tem que pegar a lança...


-Você não vai poder tocá-la não é?


-Não... acho que não, se a própria Excalibur, me rejeitou... não creio que sua lança vá me aceitar... além do mais... não as quero, mas acho que vocês vão precisar delas... vamos.


-Porque acha que vamos precisar delas?- perguntou Rony andando mais rápido.


-Porque acho que... as coisas vão andar mais rápido agora...- disse ainda andando.


-Acha que a guerra... está para acabar?


-Já não seria sem tempo não é?


Olhou o amigo, Rony balançou a cabeça e sorriu, meteu um tapa em seu ombro.


-Vamos pegar logo minha Longinius.


-Ah... é- Harry riu.- Foi esse o nome que você deu...


-Você usou o nome Excalibur... lembra?


-Viu... uma questão de bom gosto...


-Você... não acha que estamos ficando doidos... acha?


-Doidos? Sempre fomos doidos Rony... porque se preocupar com isso agora?


-Sei lá.- o ruivo deu de ombros.- Eu estava mais acostumado quando você era o doido.


-Ah... isso foi esclarecedor Rony!


-O pior é as lembranças... tem coisas... que eu não gostaria de me lembrar...


-Se concentre nas boas lembranças...


-As boas... ah... bom as boas... não é boa idéia...


-Ah sim... as namoradas de senhor Godric... então Rony... porquê tá vermelho?


-Esquece!- disse o ruivo.- Foi só uma lembrança...


-Foi uma boa... pelo jeito... hein?


-Me esquece Harry!


-Eu não posso me divertir?


-Você não quer que eu comece a perguntar de você... quer?


-Esquece...- disse parando em frente a uma outra parede, essa toda cheia de entalhes.


Eram dragões esculpidos que pareciam logo querer saltar da parede, pareciam estar voando, ou se atacando...


-Onde isso entra?- perguntou olhando a esfera.


-Harry?


-Hum...


-Ah... você tem lembranças do Salazar e da Rowena?


Olhou o amigo-da-onça... não ia se concentrar nisso... não ia...


-Isso foi golpe baixo!- exclamou indignado.


-Você também ficou vermelho!!!!


-Isso foi... Sonserino Rony!


-Convivência..- sorriu o ruivo.- Tá vendo esse bicho aqui?


-Não mude de assunto seu verme traiçoeiro!


-Eu acho que essa coisa na sua mão encaixa aqui.


-Onde?


-Aqui sua anta!- disse o ruivo puxando a esfera de sua mão e enfiando entre as garras de um Dragão.


A figura agarrou a esfera como se fosse viva, fazendo Rony se afastar num pulo... em seguida os dragões pareceram deslizar pela parede mostrando um espaço liso onde claramente havia uma porta.


-Vamos abrir?- perguntou Rony olhando os dragões que pareciam vivos os olhando.


-Acho que essa é a idéia...- respondeu empurrando a porta.- m****! É pesado!


-Eu ajudo... ô caramba!- Rony empurrou também.


-Não digam que precisa ser um dragão para empurrar isso!- Harry disse irritadamente.


-Pare de fazer corpo mole Harry!


-Não estou fazendo!


Lentamente Harry e Rony foram abrindo a porta que arranhou o chão como se fosse maior que o espaço a ela intenso brilho quente os recepcionou no recinto que parecia feito inteiro de ouro.


-Uau.- Rony disse olhando.


Havia uma enorme estátua de um homem dragão, ele tinha as mãos estendidas para a frente e nelas pousada um grande lança... negra, com franjas vermelhas e ponta dourada, Rony se aproximou dela.


-É a velha Longinius... e na verdade... parece novinha.


-É... parece...


Rony estendeu a mão para ela... e no momento que a tocou, sentiu como se fosse parte de si mesmo, ergueu-a, rodou-a em torno do corpo e apontou-a para Harry.


-Sabia, que se eu quiser... posso usá-la no lugar da varinha?-disse com um sorriso convencido.


-Nem tente... Não tente! Não podemos estragar nada lembra?


-m****... eu queria experimentar isso...- disse olhando-a.


-Vamos embora... antes que você se empolgue e resolva enfrentar os dragões por farra.


-Ah... estraga prazeres!- disse rindo.


-Ande!-disse espentanado as costas do amigo com a espada.


-Não me provoque... a minha arma é mágica...


-Metido... você é um metido Rony!


-Você disse que a lança era sua.- foi a primeira frase que os recepcionou na volta.


Rony que apoiava a lança atrás do pescoço apoiando os braços na madeira negra olhou para Harry, que olhou a dragoneza e deu de ombros.


-Eu menti.


-Como se atreve...- ela estreitou os olhos.


-Amor! Ron!- Luna pulou e abraçou Rony.


-Essa é a arma?- perguntou Morgan.


-Isso.- disse Rony a pondo em frente ao corpo.- Essa é Longinius.


-Nosso acordo encerra aqui.- disse a dragonesa.


-Sim...- disse calmamente.- E agora você vai permitir nossa saída de seu território.


Ela sorriu.


-Não se atreva a enfrentá-los.- disse Lupin com a calma característica.- Se um de nós armado já feriu um de vocês... dois seriam mais do que imagina poder deter.


Ela o olhou gravemente.


-Eu sei muito bem do poder daquela lança.- disse ela.- Ela matou um dragão demônio que devorava nossos filhos... sei o que ela pode fazer... não lhes barraremos o caminho... mas se observarem bem... a noite já caiu... e os Byakos negros estão a espreita... se desejarem existe um lugar onde podem ir...


Isso era mais do poderiam aceitar sem desconfiar.


-Porquê tal oferta agora?- Sirius perguntou alto.


-O real motivo é que minha avó deu-nos ordens específicas sobre quando a lança deixasse nosso lar... - disse Alíade.- que os estranhos que a levarão embora fossem ao templo de Kannon a leste daqui... lá estarão aqueles prontos a ajudá-los em sua missão.


-Acredita nisso?- perguntou Rony a Harry.


-Não temos muito a perder na verdade.- disse dando de ombros.


Não demoraram para se ver diante de um enorme templo chinês, desceram da carruagem gigantesca, "Me lembra a carruagem de Beuxbatons" dissera era puxada por dois dragões, quando desceram haviam cinco homens diante da entrada que era um estranho arco de pedra diante de uma longa escada para o templo.


-Esses dragões não podiam ter deixado a gente direto lá em cima?- Draco perguntou sério


-Eles já nos deram uma carona Snape.- disse Sirius.- Já é mais do que suficiente.


-Vocês são os que vieram das terras dos dragões.- disse um dos homens.


-Sim... somos nós que pegamos a arma encerrada no território deles.-respondeu Harry em chinês.


-Nossa ordem os espera por muitos séculos... entrem... são nossos convidados.


Cansados como estavam, ninguém reclamou de descobrir que não se precisava subir as escadas... que davam para um templo dedicado aos habitantes comuns(trouxas) e sim só passar pelo lado da escadaria de pedra e atravessá-la como faziam na estação para pegar o expresso para Hogwarts...


pela parede de pedra escura e limosa deram em um jardim de relva baixa em frente a um espelho dágua, um conjunto de casas de madeira orientais davam para esse jardim.


-O mago que levou a arma para os dragões abriu esse lugar para descanso de nossa ordem, nos alertando que um dia alguém seria trazido pelos dragões e ficaria aqui.


Harry olhou com calma, era um lugar reconfortante...


-Podemos ficar aqui?- perguntou Morgan.


-Creio que sim.- disse calmamente.


Um homem mais velho, com aspecto mais próximo de um monge os recepcionou e prometeu-lhes uma boa refeição, no outro dia poderiam usar o portal do antigo templo para irem a onde quisessem, Lupin logo se lembrara de que antigos portais de pedra eram usados por bruxos na história arcaica... não demoraram para instalar-se aos pares em quartos confortáveis.


Luna e Gina dividiram o primeiro quarto, Morgan e Hermione o segundo, e não deixara de concluir desanimado que lhe faltara um abraço ou coisa equivalente por parte de Hermione...


Sirius e Lupin estavam juntos assim como Neville e Marco, Rony e Draco também acabaram ocupando um quarto juntos e no último acabou sozinho... na verdade ficara sozinho porque todos tiveram a maior pressa em entrar num quarto e se trocar, mas ele não, ficara olhando o lago por um bom tempo antes de entrar.


Logo teria que dar a notícia sobre o ministério e sua conclusão de encontrar os outros artefatos o mais rápido possível... ficou olhando sua mochila alguns minutos antes de se trocar... e ficou outros tantos bons minutos olhando pela janela o bambuzal que se estendia iluminado pela lua.


O vento fazia sons calmantes por entre as folhas alongadas... escutou um toque leve na porta de madeira... um segundo toque e a porta deslizou para o lado... deixando-a entrar.


-Achamos que você tinha dormido...- disse Hermione.-o jantar está pronto...


Não se virou, ficou em silêncio. Escutou-a fechar a porta.


-Eu fiquei assustada... quando vocês caíram... e depois... não houve chance de nos falarmos... Harry... olha pra mim...


Virou-se e a olhou.


-Você está bonita...- disse calmamente.


Hermione deu um sorriso tímido, ajeitando o longo casaco de inverno, apesar de não estar tão frio.


-Você está preocupado com algo...- ela se aproximou.- O que foi?


Suspirou e esticou a mão tocando de leve o rosto dela.


-Tem coisas acontecendo lá, tem coisas...- disse e a viu dar um passo para trás e olhar para o lado.


-Aconteceu algo no nosso...


-Voldmort invadiu o ministério Mione... mas não conte para os outros... não ainda.


-Mas eles precisam saber Harry... eles tem que saber... agora.- disse ela se virando para a porta.


-Isso... vá e faça o que lhe dá na cabeça, senhorita eu-sei-de-tudo... vá.- disse se virando para a janela.- Senti falta de você... e fiquei preocupado também... adorei ter podido falar com você... mesmo que por uns segundos.- disse e virando gato pulou pela janela e se enfiou no bambuzal.


Hermione parou no meio do caminho, olhando para a janela... baixou a cabeça e puxou o objeto do bolso.. tinha ido lá para isso... dar o anel... pedir seu namorado de volta... e voltara a achar coisas para perdê-lo... porquê não conseguia? porque diabos parecia que algo queria separá-los?


-Amor... -disse indo para janela...olhando o anel em sua mão.


O felino foi passando por entre os caules longos de bambu ainda fervendo de raiva por não ter um mero segundo de paz normal como qualquer um... em sua cabeça zuniam diferentes problemas juntos com a insatisfação de não conseguir ficar cinco minutos em paz com Hermione, sem ter que discutir o rumo do mundo. Se amaldiçoando por não conseguir fingir não estar preocupado... sentou-se em uma pedra. Deixando o vento frio arrepiar o pêlo... flexionando as garras contra a pedra... daria tudo para poder jogar sua frustração contra alguém... poder delegar suas obrigações a outros... talvez devêssemos nos dividir para procurar as outras duas armas... três dias... só tenho três...


Algo parecia funesto no ar... olhava a lua crescente com preocupação, em dois dias... Lupin teria que estar em algum lugar onde a Lua não o influenciasse ou de volta... som na relva o fizeram estender o olhar para a casa. A coruja planara até ali e Hermione apareceu de pé em seu lugar.


-Você tem todo o direito de estar magoado comigo... eu entendo... somos os dois cabeçudos demais... por isso a gente se machuca...- ela disse olhando o felino na pedra e sentando na relva fria.-Eu ás vezes acho mesmo que sei tudo... desculpe...- ela o olhou.- É deprimente falar com você assim Harry...


Continuou a encara-la com uma torpe satisfação... embora sabia que não ia sustentar o jogo... não sabia se fazer de difícil desejando tanto escutar coisas boas...


-Certo... se prefere ficar aí passando frio... ou se pretende se afogar no lago atrás de um peixe... problema seu!


Que droga que além de cabeça dura... era sem paciência... esticou as patas vendo-a levantar... que beleza... Lea estava já próxima da casa quando pulou da pedra... mas antes que pudesse voltar a sua forma e chama-la o mundo sumiu...


Trocado por um mundo de agonia.

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