Cp21 I-Magus... a metamorfose
Cp21 I-Magus... a metamorfose
Amenidades, conseguiram manter a conversa sobre amenidades por algum tempo, até Luna olhar a porta e sorrir, haviam algumas garotas entrando, que acenaram para os Lufa-lufas, o barman, e Harry o olhava pelo canto do olho desde que entraram, fez uma cara de extrema irritação mas passou as bebidas que elas pediram. Elas vieram chilreando se sentar com eles, Hermione apertou sua mão contrariada, Luna sorriu e pegou no ombro dela.
-Aqui estamos! Agora podemos convida-la.
Hermione olhou as outras garotas que os olharam e sorriram, tinham uma idéia genial para amenizar o clima de medo, uma festa,queriam que Hermione como monitora chefe as ajudasse a ter autorização.
“Maravilha... uma festa... garotas tem uma profundidade quando querem...” pensou sarcasticamente.
“Tem mais sabedoria nisso do que você pensa.”
“Eu ainda não estou falando com você Hangorn!”
“Sei que foi um erro, mas não foi minha intenção...”
Deu um grande gole no seu copo para sentir o calor e fazer a ave calar, seu olhar foi mais uma vez atraído para o barman, então os olhares se cruzaram.
Era tão idiotamente óbvio, como era uma criatura distraída!
Aberforth...
O olhar do outro era duro e penetrante, apesar do certo ar amalucado, vagamente parecido com o de Luna, a face não tinha nada de alegre ou brincalhona como a do irmão, pelo contrário.
“Detesto ser comparado com ele, Potter.”
A pressão em sua mente era mínima.
“Aberforth então? “ devolveu a questão.
“Não que eu goste de apresentações... porque no geral elas são dispensáveis, se você não conhece o nome de uma pessoa, ela provavelmente não é importante.”
“Opinião radical, essa sua.- sorriu.- Mas porque eu tenho a impressão que estou aqui por sua causa?”
O outro sorriu, largou o pano imundo no qual limpava um copo, por um segundo Harry teve a impressão de ser o mesmo copo que ele limpava a dois anos atrás, e o olhou:
“Saia da mesa, diga que vai ao banheiro.”
“Porquê?”
“Os porquês são palavras inúteis... apenas faça, A senhorita Lovegood teve a bondade de traze-lo aqui para falar comigo, então creio que essa conversa é dispensável perto da que iremos ter lá dentro.”
“Não eu seja uma pessoa desconfiada, mas porquê eu deveria?”
“Você é um atrapalhado Potter, mas... tem algo que sua mãe gostaria que você encontrasse aqui.”
Harry olhou para seu copo, cortando o contato, sua mãe? Podia ser um jogo, uma armadilha? Sabia se defender bem, desceu a mão até a varinha, apesar de não estar de todo recuperado, poderia se defender? Precisaria?
-Com licença, vou ao banheiro.
-Harry, não é boa idéia.- gemeu Hermione lembrando da péssima higiene do lugar.
-Não se preocupe, minha vida, volto em um segundinho.
As garotas deram risadinhas, Hermione revirou os olhos.
-Os banheiros são ali do lado do balcão.- apontou Luna.
Harry agradeceu e se levantou. “Um dia Luna, temos que conversar...”
Andou olhando firme o bruxo do balcão, passou pela cortina de rolhas de cerveja amanteigada.
Parou no corredor, escutou o crack da aparatação, o bruxo apareceu a suas costas, não se virou.
-Não irão sentir sua falta?
-Não, meu elfo assume, uma boa ilusão cuida de tudo.-disse o bruxo.- Uma zona de penumbra e todos do bar vão perder a noção do tempo e colocarão a culpa na bebida.- disse dando de ombros e se virando para entrar.
-Então, o que quer comigo?- disse seguindo o bruxo.
-Digamos que certos eventos que aconteceram, estavam longe das conjecturas de meu irmão.-disse entrando numa sala rusticamente decorada.
-E?- perguntou parando no meio do aposento.
-Existe uma série de elementos que digamos, - o bruxo se apoiou em uma estante.- Meu irmão não leva em conta.
-Como?- tentou se manter impassível, o que ele queria afinal?
"Não abaixe a guarda... não há perigo... mas fique atento."
"Não me atrapalhe Hangorn."
-Como os poderes que agem independentemente dessa guerra, os poderes que agem ás sombras, as coisas ocultas que nem todos podemos classificar como boas ou más, esse é o erro de Dumbledore.- disse sério.- Acreditar no bem pelo bem, no mal pelo simples motivo do mal.
-Dumbledore não é tão ignorante.- disse olhando o outro nos olhos.- Ele acredita na bondade, que há coisas boas que devem ser preservadas!Mas ele sabe que há bem e mal em tudo!
-Ele ignora coisas que podem ser usadas, por que as acha "erradas", há poderes que meu irmão tem e não usa, por achar que não deve, Tom Ridlle não tem essa mania, ele usa todos os artifícios Potter, e você mais o que ninguém sabe disso.
-E o que eu, você e minha mãe tem com isso?
-Devia ter perguntado a certa bruxa.- ele sorriu.- Você devia ter perguntado a Morgan Graveheart.
-Morgan?- perguntou surpreso.
-Alice Longbotton e Beatriz Lovegood seriam boas fontes, apesar de uma estar morta.
-As mães de Luna e Neville?
-Houve uma época que esses quatro espíritos livres não tinham medo do mal, uma desistiu, outra aprendeu, outra pagou o preço e só uma dominou o poder.
-Pare de falar em enigmas Aberforth, eu não tenho paciência...- disse irritado.- Do que você está falando? O que está insinuando, que elas praticavam magia negra? Cuidado com que vai dizer!
Aberforth o encarou, a frieza e o poder dos olhos era impressionante, só perdia para o irmão, mas ele sorriu.
-Soube no momento que o vi.- disse e apontou-lhe o rosto.- Os olhos são espelhos da alma Potter, você pode ter o rosto de seu pai, um moleque arruaceiro, mas tem a alma de sua mãe, e ela, como as amigas, eram grandes bruxas, que não tinham medo, não tinham limites, e sim , dependendo do que você considerar magia negra, era o que as quatro fizeram de melhor.- ele levantou a mão quando Harry tentou protestar.- Mas magia negra, é magia Potter, o que faz essa diferença? O olhar dos outros? eu sei, paguei por isso.- riu amargo.- Ah, eu só estava atrás do saber, não do poder, essa é a diferença, saber e poder.
-Saber é poder.- disse se lembrando de Hermione.
-Mas poder de que e para quê?- ele disse num meio sorriso.- Me responda Potter, o seu poder de resgatar almas, e o saber de fazê-lo... isso torna o Hangorn um amuleto proibido, uma antiga magia negra.O que você fez com ele?
Olhou o outro por cima dos óculos quando levou a mão ao peito.
-Eu faço o que tem que ser feito.
-Não faz o que quer fazer? Isso pode fazer a diferença.
-Faço o que é certo.
-Certo para quem?
-Aonde você quer chegar?
-Quando você enfrentar Ridlle, vai ter coragem de matá-lo? Ah, Potter, não faça essa cara, a profecia foi feita aqui, no meu bar, eu a escutei inteira. E fiz o favor de jogar meia dúzia de bruxos pra fora quando o idiota do meu irmão percebeu o que aquela insana estava predizendo.
Como ele conseguia falar tão friamente de sua vida? O outro falava da profecia com tanta facilidade.
-Chega.- disse alto.- Você me chamou para me provocar ou me dizer algo importante?
-Quero saber, antes de lhe passar o poder.
-Saber o que? e me passar que poder?
-Você vai ter coragem de arrancar e destruir uma alma quando chegar a hora? É o que você tem que fazer Potter, arrancar e destruir a alma de Ridlle, ou ele retornará, você sabe muito bem que o véu entre o mundo dos mortos e o mundo dos vivos é muito tênue.
-Porque você acha que vou ter a chance de fazê-lo? A profecia não diz que eu vencerei.
-Não finja uma humildade que não tem.- o outro disse irritado.- eu vi o que você fez em Londres, fui até lá. O poder flui nessas veias, assim como fluía na sua mãe, ela era terrível garoto, não que muitos a vissem assim... terrível. Você destruiu algumas quadras num impulso, imagine esse poder focado, esse poder concentrado, domado.
-É isso que você está oferecendo? A que preço Aberforth?
-Não, não estou oferecendo esse poder, ele é seu, estou oferecendo o poder de dominá-lo, o Potere Dominatore, você o tem, mas não consegue ler, não é?
-Como sabe que ele está nas minhas mãos?
-Eu vejo.- sorriu.- Não, não sou vidente, não se preocupe, eu vejo coisas que acontecem ou aconteceram, eu vejo porque meu destino é prover, é abrir portas, eu sou o porteiro.
-Você sabe ler o livro?
-Não, ninguém poderia lê-lo assim, simplesmente, ele está muito bem protegido, atrai os seus, repele os que não são dignos, por isso vocês foram atraídos para ele, só alguns o leram, meu irmão não foi um deles, e eu sei ler ao contrário do que ele diz... Ridlle tentou e desistiu, não compreendeu, mas sua mãe... ela dominou esse poder, ela leu.
-ISSO EU SEI! MAS COMO ELA LEU?!- disse alto irritado. - Eu sei que ela leu o livro, mas como ela fez isso, ela também não sabia ler...
-Já disse seu tolo, não é uma questão de linguagem, e sim de magia.
Se olharam por um instante.
-Você pode me dizer como ler o livro... para quê? A que preço?
-Você é obcecado por punição.- Aberforth se virou andando devagar.- Você realmente crê que só se atinge coisas por sofrimento? Você não acredita no prazer da vida?
-Não.-disse sério lembrando do que passara com Hangorn.
-Tenho pena de você garoto.- disse o bruxo sumindo por um corredor.- Você foi forçado a andar nas sombras da vida. Abra os olhos, há sol pra iluminar as coisas... não existe uma lua negra pra sempre.
-Lua negra? O que sabe sobre a Lua negra?- disse indo em direção ao corredor.
"Não entre..."
-A lua negra é o período onde as trevas agem, o período onde criaturas como você abrem as portas.
-Criaturas como eu?
-Você devia ter perguntado que portas.- disse o outro distante.
-Você está me confundindo!-disse irritado no limiar do corredor.
Harry virou as costas e voltou a sala, tentado a sair, correr e não voltar, entendera pouco ou o outro estava brincando com sua paciência? Achara mesmo que Morgan estudara as artes negras, mas sua mãe? E a mãe de Neville?Mas explicaria como ela se defendera melhor da loucura... e a mãe da Luna... sentiu no ar, se virou com a mão erguida.
-O que está fazendo?
A azaração se chocou com a barreira vermelha erguida por sua vontade, mas o outro apenas baixou a varinha e sorriu.
-Achei que estava distraído...Porquê não usou a varinha?
-Não senti intenção de ferir, não achei necessário.
-Você é um Mago.-Riu.- Isso faz sentido.
-Que sentido?- perguntou baixando a mão, cansado.
-Use isso.- disse estendendo um marca páginas de tecido grosso e vermelho.- A chave do livro. Ponha dentro dele e deixe embaixo de seu travesseiro, o Potere só pode ser lido no mundo dos sonhos.
-Não posso ler normalmente... tenho que dormir em cima dele?- perguntou surpreso.
-É.
-Isso não faz sentido.- coçou a cabeça.
-Mas cuidado,- o outro ignorou sua afirmação.-O mundo dos sonhos é instável, pode haver interferências, e logo você não terá a proteção dos quatro, eles já pressentem seus mestres.
-O que você sabe sobre isso?
-Quase nada, só que em breve você os verá como servos, não como espíritos livres.
-Você não me disse muita coisa... sobre minha mãe e...
-Mas já fiz minha parte garoto, boa sorte com o livro.- Aberforth cortou a conversa.- Melhor voltar ou chamará muita atenção.
-Quanto a Luna...
-Fale com ela, ela dirá o acha que deve.
-Certo, obrigado então.- disse se virando.
-Não agradeça, é minha obrigação. Talvez conversemos de novo.
Se virou.
-Ou talvez não.- disse o bruxo antes de desaparatar.
Harry seguiu em frente enfiando o marca páginas no bolso interno da veste e saindo pela cortina de rolhas, para o ambiente normal do bar, o bruxo estava no seu lugar, limpando o imundo copo com o nojento trapo.
Não teve paciência para comentar a idéia do baile de dias das bruxas, enfiou mais um gole de uísque garganta abaixo observando que o amigo estava adormecendo sob o olhar preocupado de Luna... teria que falar com ela, Hermione segurou seu braço.
-Você está bem? Voltou com uma cara.
-Estou um pouco cansado.- sorriu.- Ou será que bebi demais?
Hermione fez uma careta.
-Vamos? Ou teremos que carregar o Rony.
-Não vão me carregar não! – protestou o ruivo abrindo os olhos avermelhados de modo contrariado.- Vamos Luna.
A loira o segurou quando ele cambaleou e balançou a cabeça rindo.
-Eu não vou te carregar, Ron!
Saíram para o sol fraco de início de inverno, Hogsmeade parecia nostálgica, quase triste, e bem vazia.
-Nossa!- exclamou Hermione olhando no relógio.- Temos que correr ou vamos nos encrencar! O tempo voou lá dentro! Acho que eu cochilei! Mas...
Apenas abraçou a garota e sorriu, apressaram o passo, chegaram ao castelo sob o olhar feio de Filch que os olhou ameaçadoramente antes de fechar a enorme porta do castelo.
-Em cima da hora vocês.- ele disse.
-Mas na hora, Filch. Bem na hora.-disse Rony sorrindo.
Foi só quando desabou no sofá é que percebeu o quanto estava cansado, tinha acabado de sair de um susto e já estava andando por aí. Devia ter m na cabeça, pensou quando sentiu os ferimentos queimarem, o peso morno de Hermione também só ajudava a ficar com sono, o tempo estava esfriando... saudade de dormir abraçado com ela... pensamento errado... errado, muito errado.
Tinha acordado. Malditos hormônios!!!
Não seria mil vezes mais fácil pensar se ela não estivesse tão pertinho?
NÃO!!! QUEM QUER PENSAR?!!!! TEM COISAS MELHORES NA VIDA!!!!
-Aham... ham... humhum. COF COF!!!!
Foi Hermione que sentou bufando.
-Que foi Rony?!- ela perguntou irritada.
-Mione.- o ruivo sorriu maldoso.- Não é você a nossa monitora chefe... que deve zelar pela moral e bons costumes...
Harry que olhava a namorada fuzilar o amigo com os olhos enquanto tentava ajeitar as vestes meteu a mão na testa.
-Como fomos esquecer minha vida? Ser um candelabro é chato, tadinho do nosso Roniquinho...
O ruivo o olhou atravessado.
-Sabe Harry, fica chato mesmo ver os dois melhores amigos se “comendo” na minha frente.- disse num tom irônico.
Poderia ter rido como ela estava fazendo, mas não, parou pensando, estavam indo meio longe mesmo... riu, como era burro!
“Eu não vivo dando indiretas sobre o assunto?”
“Você é uma ave! Não entende nada disso, falamos depois seu devorador de energia, aproveitador!”
Até porque se concentrar em Hangorn era difícil, tinha alguém pendurada em seu pescoço.
-AI!- abriu os olhos.- Caramba Mione!- disse passando a mão.- Sei que sou gostoso e tudo mais, mas tirar pedaço não vale!
Ela riu.
-Deixa de ser fresco Harry!- ela passou a mão por dento da camisa dele.- Eu já mordi você antes e você não reclamou...
-Sabe.- soprou na orelha dela.- Não entendo essa mania que você tem com meu pescoço.
-Simples.- ela riu marotamente com o dedo no nariz dele.- É a parte a mostra mais fácil de morder.
-Me lembre de não mostrar mais nada pra você então... eu gosto da minhas partes, quero elas inteiras!
Ela riu, as mãos dele indo mais ao sul e ela se levantou.
-Boa noite amor! Amanhã tem aula temos que ir dormir.
Ele a olhou saindo, sorrindo.
-ARGH! Como ela consegue! Como ela faz isso? – olhou o ruivo que estava rindo.- Como ela sai de fininho na melhor parte?! Ela quer me deixar louco!
-Louco não... roxo.- disse o outro apontando o seu pescoço.
-Dane-se!- disse se levantando.-AH! QUE raiva!
-Fred e Jorge sempre dizem que um bom banho frio acalma...- o outro engasgou de rir.
-Se manca Rony!- disse subindo para o dormitório.-Ah... eu perdi o sono!
O ruivo teve que se apoiar na parede para não tropeçar, tamanho acesso de riso.
-É fácil pra você Rony, a Luna fica em outro dormitório!
-Você é que pensa!- o outro respondeu sério.- Você é que pensa!
Quando voltou do banheiro lá pelo meio da noite, tinha ido tomar um banho frio sim... situaçãozinha delicada... ainda coçava as marcas avermelhadas dos ferimentos, e olhou a lua pela janela, lá do canto do quarto Neville roncou, na verdade eram um bando de roncadores... pensou se esticando, tinha perdido o sono, sentado na cama, banhado por uma réstia de luar que entrava pelas cortinas meio abertas decidiu que estava acordado o suficiente para convesar.
"Quem é Lilith Hangorn?"- perguntou em pensamento segurando o cristal.
A ave não respondeu.
-Você me deve essa seu passarinho metido!- sussurrou entre os dentes.
"Muitos são obcecados pela imortalidade, ela atravessou a primeira barreira, uma bruxa que se tornou imortal, uma feiticeira poderosa e cruel, não fale com ela, não trate com ela, não confie nela, eu sei que ela é má do início ao fim. Sem salvação..."
-Ela disse que tinha parte de você.
"Meu corpo... ela roubou meu corpo, por isso sou um espírito, condenado a partilhar minha existência com outros..."
Havia tristeza nas palavras da ave, uma tristeza dolorosa, apoiou a cabeça no travesseiro e segurou o cristal.
"Minha mestra não era má no início... mas no fim, ela se tornou um monstro."
-Como Voldmort... ela era sua mestra?
"Sim, mas foi derrotada, está presa, temo que Voldmort tente libertá-la, seria um flagelo sobre a terra."
-Tudo que precisaríamos era de alguém tão ruim quanto Voldmort, aliando-se a ele.
"Ela não tem a sabedoria dele, mas tem um poder grande..."
-Que poder?
"Eu lembro muito pouco... sei que ela dominava mentes, distorcia julgamentos, ela dominou como poucos, talvez só Voldmort a supere em sua sede de poder e minha memória foi perdida em parte, quando fugi de meu corpo e fui ao limbo, para nunca mais servi-la."
-Como isso aconteceu?- perguntou curioso puxando o cobertor, estava esfriando.
"Eu era uma fênix muito poderosa, ela era uma curadora, disso eu lembro, juntos podíamos chegar ao limiar entre a vida e a morte... com o tempo ela se tomou de um medo mortal de morrer, deixou de salvar vidas para tirá-las em proveito próprio, eu me neguei a ajudar e ela tentou me prender para sempre no amuleto e ... eu fugi, não lembro de mais muita coisa, só sei disso, não lembro..."
Havia uma agonia velada naquelas palavras.
-Obrigado Hangorn, tomarei cuidado.
"Obrigado Harry, obrigado por me aceitar de volta... eu não sentia uma paz tão grande ao lado de alguém a séculos... por isso adormeci... desculpa-me... não pretendia enfraquecê-lo."
-Tolice. Não me fez tanto mal assim.- bocejou.
"Pelo contrário, meu erro é que lhe deixou vulnerável a Lua negra... tome cuidado com ela, é quando Lilith pode chegar com mais poder, esse seu estranho sangue é muito sensível a essa lua em particular, você tem pontos fracos como qualquer pessoa, mas se os dois lhe atacarem juntos, você corre um grande risco."
-Imagino.- disse bocejando.- Acho que devo dormir então.
"É bom repousar... agora eu estarei cuidando de você, e agarrarei qualquer sonho ruim que passar por aqui e o queimarei antes que chegue a você... meu mestre."
-Amigo... amigo Hangorn, não sou mestre de ninguém...
E dormiu sem nenhuma interferência, dormiu bem.
Foi despertado pela movimentação dos colegas, estava bem humorado até enquanto descia e tomava o café da manhã reforçado, quando o correio chegou reparou que Hermione recebia O exemplar diário do Profeta e duas cartas, uma era de Krum... o carinha irritante que não se tocava, quantos foras iria levar antes de parar de atormentar, coçou a cabeça com um suspiro desanimado ao se tocar que estava parecendo com o Rony, que estava na mesa da Corvinal com Luna.
Hermione já estava lendo a carta dos pais enquanto mais corujas entraram, na verdade o que chamou atenção é que tinha um corvo junto com Edwiges, os dois pareciam discutir tamanha algazarra fizeram ao pousar em frente a ele.
-Ei, ei, ei, EI!!!- disse tentando salvar o resto de seu café quando os dois começaram a se bicar no afã de lhe entregar antes o que carregavam.
Edwiges trazia uma carta de Lupin, que guardou para ler depois e o corvo.
-Maya é você?- perguntou fazendo uma careta para Hermione que ria do jeito estranho do bicho que estalava o bico para Edwiges, duas vezes maior que ele.
-Harry, ela pode te ouvir.- Disse Hermione, olhando a professora que os encarava friamente.
Retirou o pergaminho do corvo que ainda provocou mais uma vez Edwiges que se empoleirou em seu ombro, e então ele partiu.
-É da Morgan.-lembrou que o mesmo corvo o tinha levado uma mensagem a mais de um ano atrás.- Será que ela fez o que eu pedi?
-Harry você escreveu pra ela?!- Hermione perguntou aborrecida.
-Pedi um favor pra ela... nada de mais.-disse em tom de desculpa ao ver a cara de Hermione.- Coisa boba, minha vida... você não ficou chateada ficou?
Ela murmurou um "não" pouco convincente, deu de ombros e leu a carta.
-Mas cadê então? O correio já está indo e nada.- disse olhando para cima.
-Está procurando o quê?- Hermione perguntou enquanto lia o resto do carta dos pais.
-O presente.-disse olhando as corujas retardatárias.
-ELA mandou um PRESENTE pra VOCÊ?!- Hermione perguntou irritada.
Harry olhou e sorriu, ela tinha entendido errado, ia explicar.
-Não... ah!- apontou as quatro corujas que entraram com o pacotão.- É aquele ali, olha minha vida.-Edwiges saiu do seu ombro e saiu, provavelmente querendo descansar.
As corujas pararam em frente a um Marco embasbacado, Harry se levantou carregando Hermione assim como meia mesa. Os alunos do primeiro e segundo ano quase sufocavam o garoto que púrpura de tão vermelho abriu o pacote.
-UAU! UMA FIREBOLT!!!- exclamaram vários colegas.
-Você deu uma Firebolt pro Marco...- ela gemeu constrangida pelo ataque de ciúmes.
Concordou com a cabeça, tentando chegar perto se enfiando entre os vários estudantes que se embolavam para ver a segunda Firabolt de Hogwarts, disse ao chegar atrás dele.
-Pra parar de usar a minha.- disse sério.
Marco o olhou ainda mais vermelho, como se fosse possível, e murmurou um "Obrigado" engasgado, e já saiu correndo com os colegas para o dormitório, da mesa um certo diretor sorriu e lhe deu um aceno com a cabeça.
-Isso quer dizer que você vai aceitar o posto de Artilheiro?- perguntou Rony atrás dele.
-Não...- disse se virando.- Só que quero ver como ele se sai no próximo treino, mas você manda capitão!- disse metendo um tapinha nas costas do amigo.
-Tá certo...- disse Rony.- Porque o treino definitivo de escalação é hoje, temos um jogo contra os Lufa-lufas no meio da semana que vem.
-Hoje?!- perguntou Neville atrás de Rony, posso ir? Eu não tive a chance no treino que vocês fizeram...
Harry teve que se controlar por causa das caretas que Gina fez por trás do namorado pedindo que Rony desse uma desculpa qualquer, mas o espírito de Porco recente que baixara em Rony falou mais alto.
-Claro. Mas você tem uma vassoura?
-Claro! Chegou ontem! Eu ganhei no ano passado, igual a sua!- disse Neville animado, seguindo Rony deixando as duas namoradas balançando a cabeça para trás, a Loira e a ruiva se olharam e saíram atrás deles.
-Harry, você não vai dizer pro Rony que não quer ser artilheiro definitivamente?- ela disse indo buscar o jornal que deixara sobre a mesa.
Enquanto ela dobrava o jornal e colocava na mochila uma coruja retardatária pousou no seu ombro e esticou a pata, catou o pergaminho e enfiou no bolso assim que percebeu que era de Chang, Hermione era bem capaz de ter um ataque se soubesse que ele tinha escrito pra outra garota, decidiu evitar mais briga.
Os dois se mandaram para mais uma aula de Defesa com o professor Snape, Harry estava animado, não haviam motivos para perder pontos dessa vez.
-Juro,-Rony disse antes de entrar.- Que nunca te vi com uma cara tão animada nessa aula.
-Simples.- sorriu.- Ele não pode me tirar pontos hoje!
Entraram e se acomodaram, Snape entrou logo atrás e disse sério ainda da porta.
-Deixem as mochilas, peguem as varinhas e me acompanhem. Andem!
Um bloco perfeitamente organizado seguiu o professor em direção as masmorras mais profundas, todos se olhando desconfiados, pareciam que não iam mais parar de descer quando Harry começou a perceber o quão antigas pareciam aquelas paredees, até certa parte desmoronada chamou sua atenção, estavam descendo há um bom tempo quando Snape começou a falar:
-Fizemos uma revisão geral sobre criaturas e modo correto de enfrentá-las, vocês terão como primeiro trabalho prático a missão de resgatar um pergaminho com o nome de vocês que está em alguma parte desse andar.- disse ao terminar de descer e parar num corredor escuro e úmido.- Aqui existem, fadas mordentes, diabretes, alguns bichos-papões e Umbrais suficientes para dar dor de cabeça a vocês, não irão sozinhos e podem se ajudar se encontrarem dificuldades, estou supervisionando não se preocupem, já que é uma turma avançada para os NIEMS,- ele olhou Neville.- Espero que deem conta do recado.
Harry encarou Snape, Doido... bem doido... o que ele queria com aquela cópia dark do labirinto do tribruxo... só estava faltando Explosivins e Acromântulas...
-Devo avisar que há um Dopelganger nos corredores, ele não os irá ferir, mas irá deixá-los desacordados, os que forem capturados por ele ficarão com um zero, mas...
Hermione teve um arrepio e segurou sua mão, não tinham visto o suficiente sobre Dopelgangers.
-Professor.- ela ergueu a mão.
-Sim Granger.- ele rosnou por ter sido interromido.
-Não vimos o sufi...
-Se acalme Granger, esse Dopelganger é domesticado, e faz parte da aula, os alunos que capturarem o Dopelganger e o trazerem aqui estão livre da tarefa e ganharão duzentos pontos para sua casa.-ele disse cruzando os braços.
-Esse é meu.- sussurou para Rony.
-Quanto quer apostar que ele soprou o lugar do bicho pro Malfoy?- disse Neville apontando o sorriso do sonserino.
-Não esquentem.-disse sorrindo.-Eu vou trazer ele.
Rony sorriu.
-Duzentos pontos pra nós!
-Cuidado então quando alguém se aproximar...- Hermione disse vendo Snape acender os archotes do corredor.- lembrem ele copia a forma das pessoas, mas não a memória, vamos combinar de dizer alguma coisa?
Não amava quando ela tinha aquelas idéias, sorriu e encarou o amigo.
-Que tal Weasley é nosso rei? Duvido que alguém diga isso de graça.
-isso é uma indireta?-disse o ruivo o olhando.
-Potter! Weasley! Menos dez pontos para a grifinória por não prestarem atenção!-Snape disse com um sorriso maldoso.
-Filho da... - se controlou.- Ele... conseguiu...
Rony chutou uma pedrinha solta do chão.
-Como eu ia começar a falar.- lançou outro olhar na direção deles.- Há dez corredores aqui, fora a escada. - a apontou.- e a escada para baixo.- apontou do outro lado,- estamos confinados ao andar, a outra escada está trancada e trancarei a entrada, quem tiver problemas pode retornar aqui nesse corredor, vou separa-los pelas entradas, venham.
Começou a dividir os alunos mandando-os em grupos pelas entradas.
-Potter! Último corredor a esquerda.
-Sozinho?- gemeu Hermione.
-Granger, Longbotton.- terceiro a direita.
Deu um aceno e andou calmamente até o corredor, varinha em punho.
O corredor começou a ficar escuro, continuou andando.
-Lumus!
O corredor era úmido, podia escutar o som de pingos escorrendo e pingando na pedra ecoando tristemente por ali junto com o som dos seus passos, chegou a uma encruzilhada.
-Maravilha, isso vai ser interessante.-disse tomando o caminho da direita e levando o maior susto quando deu de cara com um imenso basilisco, tinha acabado de pensar que não queria dar de cara com um daqueles por ali, estava até arrepiado por ter lembrando do bicho quando a criatura lhe encarou com aqueles olhos amarelos, fazendo seu coração querer saltar da boca.
-Péraí! Você é um bicho-papão fajuto! RIDIKULUS!
O transformista sumiu e ele colocou a mão no peito, por um segundo sentiu que as mãos tinham ficado insensíveis, fora um susto em tanto.
E procurar por um pedaço de pergaminho não seria fácil.
-Accio pergaminho, Accio pergaminho- continuou tentando apesar de acreditar que Snape teria feito algo para não ser tão simples achar o maldito pedaço de pergaminho, nada.
A sensação de perder a noção do tempo que estava caminhando por ali se intensificou.
“Quase uma hora.”
-Verdade?- sussurrou estuporando mais um diabrete.- Duvido que o dopelganger esteja desse lado, o Neville devia ter razão.
Então sentiu algo no seu pé, iluminou com a varinha e deu um pulo.
Um amontoado de Umbrais na forma de vermes estavam pelo chão, dando a horrível ilusão de que Harry tinha enfiado os pés num ninho de grossas cobras negras, é claro que eles se afastaram da luz, mas logo voltaram a se reunir e assumir formas parecidas com a de elfos domésticos, só que totalmente feitas de sombras, muito parecidos com pequenos macaquinhos com um rabo que possuía um ferrão de sombra, Morgan ensinara como lidar com eles, o problemas é que tinha dado azar, caíra num ninho.
-Praga!- disse quando seis pularam em cima dele.
Umbrais são sombras, como sombras, odeiam toda luz, mas precisam dela, imediatamente sentiu que puxavam sua varinha.
-Estupefaça! Estupefaça!
Algo rasgou sua pele na altura do punho, um ferrão, não havia com que se preocupar, a menos que fosse muito ferido, a dor nem era forte.
-Saiam de cima suas pestes!- sentiu a chama o envolver, dessa vez muito mais fácil. Sentiu que podia controla-las, foi fácil deslizar a chama por seu corpo e concentra-la na mão, como se estivesse carregando uma tocha.
Os Umbrais recuaram ao serem iluminados por uma coisa praticamente vinte vezes mais forte que a magia da varinha, e muito mais quente também, bateram em retirada, continuou, varinha em uma mão, chamas na outra, preocupados com os outros, afinal nenhum deles tinha essa capacidade de controlar chamas.
“Krestomancia... a capacidade de queimar sem arder.” Soprou a fênix
-Sinto que você gosta disso.
“Achar uma pessoa que se parece com uma fênix? Não meu amigo, imagine.”
Sorriu com a ironia da ave.
-Cínico.
Continuou andando, até escutar um som de passos correndo, um som de batida e um gemido. Andou para o lado e espiou, numa parte maior do corredor observou Malfoy recuar diante de uma criatura que se transformava, nela nascia um bico e duas formas nas costas como que um esqueleto de asa e garras.
-Eu não sou assim criatura infeliz!- gemeu o loiro se apoiando na parede com o braço ferido.- EU NÃO SOU ASSIM!-disse com raiva.- SERIN!
A imponente figura dragontina irrompeu entre os dois a criatura que se transformava diante de Malfoy agora tinha uma face semi-humana, uma cópia muito mal feita do rapaz a frente, mas com um resquício de bico, duas asas e garras.
Ainda surpreso pelo que estava vendo, porque muitas coisas se revelaram a sua frente percebeu que a criatura levava a melhor diante do espírito.
-Hangorn! Saia!
Entrou no corredor enquanto a chama da ave saía do amuleto e deu voltas na criatura, correu até Malfoy, enquanto Serin cambaleante assumia o tamanho de um pequeno gato e se aninhava no colo do rapaz.
-Você está bem?.
O outro agora tinha o pequeno animal no colo, que afagava com intimidade, ambos caídos, Malfoy devia estar lutando com o Dopelganger há um bom tempo.
-Estou.- disse o sonserino com desgosto.- Não se preocupe.
-Não seja cretino Malfoy!- disse ainda olhando o pequeno gato repitiliano no colo do sonserino, tentando não pensar no que estava em sua cabeça.
-Cuidado Potter!- ele apontou a varinha.- Estupefaça!
A magia passou por cima de seu ombro e atingiu algo a suas costas, pode observar o sonserino fazer uma cara de dor, mas preocupado se virou, o Dopelganger recuara mas estava de pé.
-Não consegui estuporar ele!- disse Draco á suas costas.
-Porque não se pode estuporar um Dopelganger.- disse fazendo uma magia paralizante.- Principalmente fraco como está. Hangorn?
A chama da ave jazia no chão, Harry olhou a criatura a sua frente.
-Domesticado uma ova! O que o cretino do Snape estava pensando?
-Me perguntei o mesmo.- gemeu o sonserino.
-Não se mexa Malfoy.
-Não se preocupe Potter, eu não poderia.- o sonserino tocou a criatura em seu colo.- Desculpe Serin... não fui forte o suficiente.
Harry até ficaria chocado com a sinceridade do desapontamento do outro se não estive mais intrigado com a capacidade do Dopelganger a frente ter ferido Hangorn, e o cheiro que se alastrava por ali, cheiro de magia.
O Dopelganger, avançou uns passos, se tranformando, novas asas surgindo as anteriores crescendo, o bico sendo substituído por um focinho.
-O que está havendo com esse bicho?- exclamou o soncerino.- Ele não está mais me refletindo...
-Não.- Harry sentiu o coração disparar.- Está me refletindo.
-Por Deus Potter! O que é isso? O que é você?
Mas Harry não conseguia explicar o que via, estremeceu com o urro.
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