Cp20 Efeito.
Eu não lembro se eu cheiguei a dizer que é o homenageado desse reload da fic, ele adora ela, e queria muito ler, então apressou as coisas... 0´0 MIYU! Eu tenho vida fora do FF! Não adianta pegar o chicote que funcionária pública já tem o lombo grosso!Os atrazos se referem a minha própria insatisfação sobre as fic´s paradas, quando acho que a qualidade pode cair eu deixo a fic quieta, muitas estão na geladeira, outras estão sendo trabalhadas... Mas não se desespere! Sou brasileira e não desisto NUNCA!
Cp20 Efeito.
Uma imensidão em prata... se virou para trás o quarto guardião, Serin o olhava em sua forma animal, se não soubesse que era ele teria se assustado com a criatura dragontina com um pescoço longo de serpente...
-Serin... o que houve? O que está acontecendo?
-Magia negra. Mas deves acordar mago, fica vulnerável dormindo, principalmente sob a lua negra...
-Lua negra? Serin, quem me ajudou? Quem é seu mestre?
-Harry!-uma voz o chamou quando a luz começou a se dispersar.
-Não! Quero respostas Serin! Não vá!
-Preciso ajudar meu mestre... ele foi ferido em batalha... ele se sacrificou por você.
Harry ficou em silêncio então gritou:
-ENTÃO ANDE! NÃO FIQUE NEM MAIS UM SEGUNDO AQUI!
-Harry!
Abriu os olhos ainda caído no chão, olhos ardendo e mente vazia, Hermione o segurava chamando-o e na sua frente havia a figura imponente de Dumbledore.
-O que houve? Foi o senhor?- perguntou.
-Ele despertou?- perguntaram a sua volta.
Dumbledore se aproximou:
-Harry, você consegue se levantar?
-Acho que sim...- disse olhando aqueles olhos azuis, que tinham um estranho olhar de preocupação.
-Bom, então vamos nos recolher.- ele sorriu.- Antes que todos nós nos resfriemos.- disse se pondo de pé.-Vamos.
Saiu apoiado em Rony, era quem estava perguntando se ele tinha acordado, Dumbledore a frente, o jardim já estava vazio, não haviam mais fogos, Hermione não parava de olhar para trás mesmo sendo guiada por Luna.
-Cara, que foi agora? Foi ele?- Rony perguntou.
-Não sei... não sei mesmo.- disse ainda sentindo a cabeça estranhamente vazia.
-Mas o que aconteceu?
-Eu não sei mesmo Rony... foi estranho.
E sua cabeça continuava leve, quando entraram no salão, a escola toda tomada por um silêncio mórbido, quanto tempo estivera desacordado? Parecera tão pouco, e Serin... o mestre de Serin, Dumbledore nunca dissera que eles tinham mestres... e aqueles símbolos, aqueles círculos de luz? E o que significava lua negra? E esse pensamento lhe trouxe uma incômoda sensação de calor forte no peito, dolorosa, teve que parar, Rony o segurou.
-Harry? O que foi? Professor! Ele está passando mal!
Harry não conseguia respirar, sentia uma dor no peito, ofegante foi desabando aos pés do amigo, agarrando as vestes no peito e agarrando o braço de Rony, ao longe uma terceira voz masculina chamou-os.
Fogo e gelo...
Havia fogo em seu peito, algo pesado, imenso, devorador, quente, que oprimia seu coração, mas em sua cabeça havia gelo, cristalizando, paralisando seus sentidos, algo que ia deixando-o preso numa agonia lenta, então sobreveio o silêncio e o vazio.
Vazio... e sons desconexos... e vozes e imagens.
Olhos de serpente.
Voldmort, sentado sobre um círculo, claro, ele estava ali, invocando uma magia negra poderosa, mas o velho estava evidentemente fraco, veste negra empapada de sangue...
Sangue...
Voldmort ainda carregava o ferimento, o ferimento que Harry fizera ainda estava aberto pode sentir, não havia fechado de verdade, riu.
-Dói? Não dói Tom?-disse em total tom de sarcasmo.
-Potter... ainda vivo?- Voldmort sibilou em sua mente.
-Ainda Tom... o que está fazendo? Se entrar mais fundo em minha mente vai se perder.-continuou.
-Percebeu?-o outro sorriu torto.
-Sim, antes foi um engodo, você pode acariciar meu ego quanto quiser, eu não sou tão desprotegido assim.
-Seu ego Potter... ele será sua ruína.
-Não precisa se preocupar comigo... se preocupe com você Voldmort!
-Me preocupar com sua misera existência Potter é me preocupar com minha vida... agora deixemos de brincadeiras, já que seu protetor anônimo teve que bater em retirada... Podemos nos divertir, temos contas a acertar.
-Não creio que seja divertido... pra você!-disse atacando, tentando repelir a mente do outro.
-Você é idiota Potter? Não percebeu suas condições? Estamos em sua mente agora... eu estou dentro.
Percebera, obviamente percebera, não era bom, a situação era perigosa, seu corpo sentira o que tinha acontecido antes de começar a perceber, Voldmort possuíra sua mente, se infiltrara tão mansamente que ele não percebera, a expulsão anterior fora uma ilusão, poderosa ilusão da qual ele não se apercebera, fora enganado de novo... havia relaxado.
Voldmort retirou uma espada de dentro das vestes, sorriu friamente.
-Excalibur...- Harry balbulciou.- O que você pretende fazer?
-Potter, Potter, sabe o que é esta espada que arranquei da mulher infeliz que a protegia?
-Era uma mulher santa seu assassino, uma sacerdotiza! Uma...
-Uma vítima como todas as outras... sinta o poder dessa espada, avalie.
Uma clarão que o cegou o atingiu, sentiu o sangue verter do ferimento do seu peito, soltou uma exclamação e olhou a espada.
-Excalibur é uma espada que corta as trevas Potter, uma arma poderosa, em mãos muito experientes.-disse o bruxo erguendo a espada descrevendo um círculo gracioso no ar.
-Desgraçado.- sibilou em resposta.- Está esquecendo que está em minha mente... minha mente! Meu mundo!
E tudo á volta deles tomou forma de uma imensa campina, longe do lugar original de onde estava Voldmort.
-Descobriu como utilizar sua mente, que interessante, estava ficando enfadonho bater em você, tão facilmente...
Harry se sentiu ofendido até o último fio de cabelo, irritado, furioso, o que viu foi incrível, foi sua raiva tomar forma, a forma de uma imensa pantera negra brilhante com enormes presas e asas de morcego.
-Ora, ora ora...- disse Voldmort.- Você está se revelando Potter...
-Cale a boca... não quero perder mais tempo com você, saia de minha mente!
A pantera se adiantou para ser partida ao meio só com o reflexo da espada, Harry ficou devidamente confuso, seu inimigo parecia realmente muito mais poderoso do que avaliara.
-Novamente Potter... Excalibur corta as trevas, não é uma mera pantera-da-noite que vai me deter.
-Posso fazer melhor...- disse pensando em mil maldições que poderiam atingi-lo de dentro de sua mente, o problema era não saber o estrago que teriam nele mesmo.
-Magia negra é uma faca de dois gumes Potter, se não quer o retorno, não comece.
-SAIA!- ergueu uma barreira que bloqueou o novo ataque em sua direção.
-Vamos concordar que isso está se estendendo Potter... eu posso não mata-lo agora, mas vou incapacita-lo pra sempre criatura miserável!
O reflexo o atingiu, o sangue correu, desabou no chão, respiração arquejante, era uma dor diferente, não era física, era pior, olhou nos olhos vermelhos que se estreitaram quando a espada faiscou uma chama a envolveu e subindo por ela atingiu Voldmort, era ele mesmo, ele mesmo sentia aquilo, era instintivo, o instinto sobrepujou a razão, dele só restava a vontade destrutiva de partir Voldmort em pedaços, o bruxo o olhou a chama foi diminuindo, Voldmort estava ferido também, mas ainda disse vitoriosamente.
-Aí está, Nuda Veritas...- estendeu a espada.
Havia um reflexo nela.
Seu reflexo. O reflexo de uma aura poderosa, uma aura forte.
E o reflexo do outro, algo que Harry não compreendeu perfeitamente, mas que deu tempo para o bruxo ferido fugir, se esvair, esgueirar para fora de sua mente, deixando para trás um rastro de frio, dor, dúvida e medo.
Olhos doloridos se abriram para cair em olhos azuis que tinham a expressão séria da sabedoria acumulada.
-O que foi que eu fiz de errado?- perguntou ainda com a dúvida na cabeça.- O que eu fiz pra ser assim? Porque eu estou atropelando as coisas?
Dumbledore piscou calmamente se ajeitou na cadeira ao lado de seu leito.
-Lembra do começo Harry? Quando você ainda não sabia de nada?
-Lembro.
-Então feche os olhos e procure com calma as confluências, as coisas que se repetem em sua vida, são elas que irão lhe dizer o que deve fazer.
-Certo... mas eu não consigo pensar agora...
-Sua mente foi violentamente invadida, um plano muito meticuloso Harry, e docemente enganador, quem diria.- havia uma inquestionável amargura em sua voz.
-Eu fui burro, idiota e egoísta... orgulhoso, arrogante...- meteu a mão na cara com mais força do que deveria e afundou os dedos na própria carne.- Quando eu vou aprender?
-Voldmort está muito mais bem informado do que imaginávamos.- disse Dumbledore cansado.- Ele se aproveitou de informações bem colhidas e oportunidades auspiciosas.
-Professor...- disse ainda entre os dedos.
-Sim, Harry?
-Me fale de minha mãe.
Dumbledore o olhou surpreso.
Havia um vento leve que agitava os vidros da enfermaria onde ele estava, olhando o bruxo a sua frente, Harry passou a mão de leve em sua testa, estava suado, febril.
-Porque está perguntando isso agora Harry?
-Por causa do que está acontecendo... comigo... tem haver com minha mãe, não?
Dumbledore olhou a janela, suspirou cansado, nisso Harry percebeu algo que a muito vinha percebendo.
-O senhor não está bem... não é?
O bruxo o olhou bondosamente.
-Não podemos controlar o ciclo da vida Harry, e nós dois o estamos sentindo.
Harry fechou os olhos, não queria pensar nisso, na verdade nunca pensara nisso, para seus olhos Dumbledore era imortal.
-Isso não quer dizer que vou partir tão cedo.- ele comentou calmamente.- Só não poderei mais fazer tudo que fazia, na verdade faz um bom tempo que estou pensando na minha aposentadoria.- ele sorriu.
Harry sorriu tristemente de volta.
-Você deve descansar, está bastante debilitado.
Não tinha parado para pensar no que houvera consigo, só então teve a desagradável sensação, sentiu-se frio, tentou em vão sentar.
-Infelizmente sua apreensão é real, isso não é uma ilusão, mas não se aflija...
Engoliu seco, não se afligir? Não sentia... não sentia nada.
-Mas... eu não sinto.- disse bobamente.- Não sinto minhas pernas.
-Não é permanente Harry, não se aflija, o ferimento foi grave, mas Pomfrey tomou as devidas medidas e você está fora de perigo.
Respirou aliviado.
-Ele tinha dito que ia me incapacitar... –colocou a mão no peito.
-Então foi um grande susto.- disse Dumbledore com um risinho.-Mas não se acalme de todo.
-Dessa vez eu não senti, a cicatriz... como isso pode acontecer?
Dumbledore ajeitou estranhamente a manga do manto.
-A lua negra...
-Serin me falou dela, mas o que significa?
-A lua negra influencia certas... pessoas.
-E?
-Digamos que você está numa fase suscetível a lua negra.
-professor, por favor, seja direto.
-Creio que ainda não é o momento, Harry, você devia estar descansando.
Harry suspirou contrariado.
-Da última vez que ouvi isso,foi exatamente assim deitado numa cama... demorou cinco anos para o senhor me dar a resposta, e não foi uma agradável de se ouvir.
-É verdade, foram cincos anos brandos a sua forma.-Dumbledore pareceu falar mais para ele mesmo, do que em resposta.
-Então posso fazer outra pergunta... porque Voldmort usou a Excalibur contra mim? Ele mesmo disse que essa espada corta as trevas.
-Excalibur é uma espada poderosa, uma arma mágica forjada com magia para enfrentar poderosas criaturas das trevas em tempos negros há muitos milênios, Mas Voldmort tem a capacidade de usa-la a seu bel prazer, ele é um bruxo poderoso, nunca esqueça disso.
Harry continuou encarando o teto.
-Os fogos foram uma distração.
-Sim, mas não percebemos, um plano que tinha muitas chances de dar errado.
Dumbledore se ergueu e disse baixo.
-Durma Harry, há um círculo mágico maior lhe protegendo aqui essa noite, e descanse, sua reabilitação será lenta de certo modo.
Ele ficou, inconformado com o que acontecera, ainda incomodado com sua fragilidade, e mais ainda com sua arrogância em se pensar poderoso o suficiente, deu uma risada fria:
-Olhe pra si mesmo Harry... o grande Potter aleijado numa cama. De novo, eu sou um idiota.-disse serrando os pulsos e se acertando na cabeça- Idiota... idiota...
Se deixou escorregar para as brumas que formavam pelos cantos de seus pensamentos, escorregou em outro sono.
No dia seguinte acordou se achando pior do que antes, Madame Pomfrey lhe lançou um olhar e disse risonha:
-Que é isso rapaz? Parece que nem é você? Que cara é essa?
Tentou forçar um sorriso mas tudo nele doía, era muito semelhante de quando fazia uma projeção errada, catou os óculos.
-Tem uma garota que vai merecer uma cara melhor que essa Harry, quando receber a notícia que você não vai se mover hoje.
-Foi tão ruim assim?- perguntou sem necessidade, pois não conseguia se mover, estranhou o tom rouco de sua própria voz.
-Não, só tive que dar uns calmantes e retira-la daqui quando você começou a sangrar.- ela retirou o cobertor de cima dele.- Dá pra ver a diferença... e se dá- ela sorriu.- Não se preocupe Harry você vai ficar novo em folha antes do que pensei.
Mas quando ele, com ajuda de Pomfrey, se sentou, e finalmente sentiu um formigamento nas costas, pode ver os ferimentos, duvidou que se restabeleceria tão rápido assim.
-Vai ficar alguma cicatriz?
-Não- ela sorriu.- Não deixaria que nenhuma cicatriz nova estragasse esse corpinho.- ela sorriu e lhe deu umas palmadinhas na cabeça.
Ele reconheceu as marcas, parecidas com as anteriores, mas eram maiores, dois cortes medonhos, um subia do peito até o ombro, onde não podia ver e outro que cortava sua barriga, poderia te-lo partido ao meio.
-Os estragos internos foram piores que os externos, mas fique sossegado, essa paralisia é passageira.- ela disse avaliando as marcas.
Os dedos de Pomfrey estavam lhe dando cócegas, disse animado.
-Estou sentindo cócegas, é um bom sinal não?
-É um bom sinal sim rapaz, como eu disse você vai se recuperar antes do que pensa, agora me deixe cortar esse cabelo.
Ele deu um muxoxo irritado, aquilo o estava dando nos nervos, mas Pomfrey deu um jeito em cinco segundos.
-Perfeito, agora está apresentável, o que foi rapaz?
Harry abrira a camisa novamente e olhou o próprio peito.
-A marca... onde está a marca?- ponderou ao não ver a marca de Hangorn.
-Poderia nos deixar á sós um pouco?- falou a voz.
-É claro senhor diretor.- ela disse saindo.- Vou cuidar do outro rapaz e já volto, quanto a você não se mexa!-ela disse apontando para Harry.
Dumbledore voltou a conjurar uma poltroninha e sorriu.
-Está melhor, posso ver que está melhor.
-Professor, onde está Hangorn?-perguntou preocupado.
Dumbledore estendeu a corrente.
-Tive que retira-lo de você Harry... estava grande demais para você carregar, ele pode não ter mencionado, mas se adormecer tempo demais dentro de você pode deixa-lo doente e fraco.
Harry enrugou a testa, não tinha compreendido, estendeu a mão e pegou a pequena jóia, no mesmo instante que sua pele tocou o cristal em forma de lágrima escutou em sua mente.
“Me desculpe... é que estava tão bom ficar dormindo.”
“Converso com você depois, pássaro irresponsável.”
-Quer dizer que não devo deixa-lo entrar?-perguntou para o bruxo que o observava.
-Não Harry, não deve deixa-lo permanecer, sabem como são alguns pássaros, não desejam deixar um ninho confortável e aquecido, mas você não pode se dar ao luxo de carrega-lo tempo demais, para sua própria segurança, uma noite é suficiente para Hangorn repor sua energia, tudo que tomar depois lhe fará falta, você foi se enfraquecendo nessa semana, o que deixou suas barreiras fracas.
-Certo.
-Quanto ao que me perguntou ontem, creio que isso vai começar a responder suas perguntas.
Dumbledore convocou um pequeno espelho e lhe passou, então Harry se viu, viu o mesmo outro que vira no reflexo da Excalibur, o mesmo outro que o olhara de um espelho na Alfeneiros n°4, viu... o próprio pai... se viu, diferente, passou a mão no próprio rosto, era pouca coisa, mas era diferente.
-O que aconteceu? Eu mudei? Mas como?
-Você me perguntou de sua mãe... creio que não precisou esperar tanto não é?-Dumbledore lhe deu um sorriso maroto.
-Isso tem haver com... ela?
-Também.- ele disse sorrindo.- tem com uma mistura incomum de sangues. Sangues mágicos.
Ele o olhou para Dumbledore e deixou o espelho cair lentamente nos cobertores e prestou muita atenção.
-Você já se perguntou porque existem bruxos Harry? Ou porque existem trouxas?
-De certa forma, sim... mas eu...
-Seres humanos tem pouca magia, a maior parte da humanidade é tão pouco mágica que nem vê os seres mágicos... sabe porque então existem bruxos?
-São mestiços?- arriscou.
-Você é mais perspicaz do que pensa.-Dumbledore passeou o olho em torno.- É a melhor teoria... são todos mestiços. Com o tempo...
-Os que casaram entre si,- ponderou.-Isso parece uma absurda aula de biologia... quer dizer, há sangue... mágico, entre os trouxas...
-De bruxos que casam com trouxas até quase não restar magia nos seus descendentes, ou até a magia neles retornar e gerar um bruxo entre trouxas.
-Mas isso não explica... a minha mudança.- disse se sentindo muito idiota, voltando a se olhar no espelho caído na cama.
-Harry.- Dumbledore sorriu pacientemente.- Quantas criaturas mágicas com forma humana você conhece?
-Veelas?.- algo na sua cabeça estalou, mas ele não atinou porque daquilo ser importante.- Sereias... em parte, centauros...
-São uma mínima fração das criaturas que já existiram, a maioria se misturou tanto com seres humanos que sumiram, extinguiram-se, outras ainda existem, mas são tão raras que se escondem ou vivem sem ser incomodadas em meio a bruxos que nem sabem disso.
-E?
-E você sabe quantas dessas criaturas tinham estranhos poderes? Quantas caminharam em tempos antigos controlando a vida dos humanos? Dos meros mortais? Deuses e Deusas míticos eram criaturas ou bruxos poderosos.
-E?
-Quando bati os olhos em você, vi algo diferente do que tinha visto quando o deixei na porta do Dursleys, eu vi os olhos.
-Meus olhos...
Dumbledore sorriu.
-Seus olhos, tão iguais aos de sua mãe, tão diferentes do resto da família.- Dumbledore pareceu divagar.
-São iguais ao do Marco...
-Sim, ele também carrega esse sangue especial, mas creio que em um grau mais fraco, só o tempo dirá.
-Ela era assim?
-Sua mãe era uma sensitiva, possuía uma empatia fora do comum, uma legilimente, uma grande bruxa e sim, ela tinha algo de diferente dos outros.
Hum, bons adjetivos pensou Harry, sabia que ela deviria ser especial, era um inominável que estudara o véu...
-Ela tinha sangue de uma criatura mágica, provavelmente um ramo mágico já desaparecido, mas após observa-la, achei que esse fato não se repetiria.-Dumbledore o olhou com carinho.-Isso quer dizer que ela não mostrou nada de diferente depois de um certo período.
Harry se estendeu, as costas doíam, e coçou a cabeça irritado.
-Depois de um certo período... o que isso tem haver com a lua?
Dumbledore tamborilou os dedos na poltrona.
-Depois de certo incidente capilar aconteceu.- ele sorriu marotamente de novo e Harry soltou um risinho mau-humorado.- Ela parecia normal. Muito normal.
-E?- repetiu se irritando.
-Não ocorre o mesmo com você, mas como eu mesmo disse Harry, a pouco tempo atrás, você vem forçando seus poderes, seu corpo, ano passado você forçou demais.
Harry desviou o olhar,a mão da cabeça chegou à nuca que apertou aborrecido, não precisava de censura alguma por parte de Dumbledore, não havia, ele se censurava o suficiente pelas loucuras que cometera.
-Sei disso.
-Não o estou censurando Harry...
-Não precisa, sei que errei, e pelo jeito não aprendi.
Dumbledore balançou a cabeça.
-Se culpar pelos erros não vai apaga-los, aprender com eles vai ser mais útil.
-Tem razão...
Uma barulho de protesto roubou sua atenção, Hermione apareceu afobada e o abraçou, então percebeu algo e se afastou.
-Você está... diferente.
-Ah... você acha?- perguntou constrangido.
-Bom, creio que tem muito a falarem, vocês dois.- Dumbledore deu um enorme sorriso.
Hermione se afastou muito vermelha, obviamente não percebera a presença de Dumbledore, que saiu em direção ao outro lado da enfermaria, onde outro biombo escondia uma cama.
-Sabe quem está lá?- Harry perguntou para Hermione.
-Não...- ela respondeu sem se mover, apenas o olhando.- Harry... você está mesmo diferente...- ela sorriu.
Era impressão dele ou Hermione também parecia um pouquinho diferente?
Ou talvez fosse aquela expressão feliz dela, muito diferente da expressão preocupada que tinha ao entrar.
-Ah... certo... mas...- porque tinha que se sentir tão idiota quando Hermione o olhava nos olhos? Idiota... idiota...
-Você está bem?- perguntou Rony entrando o que fez Hermione suspirar aflita e Harry sorrir.
-Estou sim.- disse aproveitando a exasperação dela.
-Poxa deu um susto na gente, a Mione parecia que ia morrer! Eu disse que era exagero, viu!- disse Rony se sentando num banco.
-Ah! Não foi exagero! Pergunte para a madame Pomfrey! Ela estava com uma cara!
Fazia quanto tempo que os dois não o entretiam com um esclarecedor debate sobre algo? O mais divertido era ver os dois perdendo tempo, quando ele mesmo podia dizer qual foi a gravidade da coisa.
-Creio que posso dizer que não há risco de vida.- disse Pomfrey os interrompendo.- Então Harry? Pode se mover?
Sorriu, a poucos minutos Hermione se apoiara nele, sentira muito bem... bem demais nas atuais circunstancias...
-Acho que posso sim.- sorriu.
-Certo quero que se levante, os dois podem esperar um pouco?
Uma avaliação completa, e estava liberado, antes do almoço de domingo, Pomfrey lhe deixou para que se trocasse, então percebeu o que acontecera, e experimentou uma nova sensação, uma bem nova...
-Desde quando minhas roupas são pequenas?-disse ao notar que as barra da calça não condizia com o que se lembrava.
Roupas grandes e roupas normais até eram conhecidas... mas pequenas?
-Harry tá demorando porque?- disse Hermione do outro lado do biombo.
-Sabe quando você disse que eu parecia diferente? Pois é... agora entendi bem...
Ela apareceu de trás do biombo, parou e o olhou, ele teve certeza quando olhou para Rony... Hermione não estava diferente... ele estava, mais alto.
-Ei! Pomfrey! Você deu uma dose extra de esquelesce pro Harry?- disse Rony o olhando.
Pela primeira vez Rony não precisou olhar para baixo, Harry deu um enorme sorriso.
-Ah... agora quero ver o Colin me chamar de baixinho!
-Tudo bem garotos,- disse Pomfrey com um sorriso.- Agora, creio que vocês tem mais a fazer.
E os despachou para fora.
Hermione se agarrou a ele quando chegaram a corredores mais movimentados, ele ainda estava com a estranha sensação de que não conseguia se mover direito.
-Depois do almoço podemos dar uma esticada a Hogsmeade, que tal? Podemos conversar.- ela disse.
-Hoje tem passeio a Hogsmeade?- perguntou.
-Tem.- ela riu, então ficou séria.- Ontem os fogos distraíram todo mundo...
-Dumbledore nos contou cara.- cochichou Rony.-Caraca... isso é esquisito.
-O que?- perguntou.
-Não ter que me abaixar para cochichar com você.- ele riu.
-Ah, RONY! Vai se catar... senhor estou com a lua no coração...
Rony o olhou...
-Como você... ei seus dois xeretas!
-Não foi por querer, era caminho...- disse Hermione.
-É o caminho do mato vocês dois...- Rony disse maldosamente.
-EI!- os dois gritaram vermelhos.
Mas Rony encarnara o gêmeos... aquele olhar engraçado e sem noção.
-Hehe... se não fosse certo conhecido... me diz Harry, rolava?
-Rony seu grande grosso!- Hermione disse roxa.
-Mione, você não me engana... eu sei... experiência própria.- ele disse olhando para Harry.
-Rony.- disse muito calmo.
-Que foi?- Rony perguntou rindo.
-Corra!- disse puxando a varinha.
Entrando em Hogsmeade, Harry e Hermione estavam abraçados olhando o casal a frente com caras divertidas.
Ronald Weasley andava mancando amparado por Luna que ria histericamente a cada gemido do namorado.
-Luna... você não tá ajudando.- o ruivo reclamou.
Luna o olhou e o soltou se dobrando de tanto rir...
-Bunda de macaco!- ela ria.
-Luna!- Rony exclamou indignado.- Não é divertido... esse... enorme dói!
-Se você deixasse esse rabo solto... não ia doer.- Harry disse cinicamente.
-Qualé!- disse o outro.- Ah, Harry anda... você já riu um monte…
-Não.
-Como eu vou sentar no três vassouras se você não tirar esse rabo de mim?
-Ah... você pode se pendurar no teto.- disse Hermione.
Rony cruzou os braços, Luna estava chorando de rir.
-Agradeça...- Harry disse sério.- Eu te acertei num lugar pouco visível... imagine se tivesse acertado sua cara.
Luna se engasgou, quase caiu de joelhos.
-Cara, de macaco! Ron...
-Luna!- Rony exclamou.
-Com aquelas orelhas redondas e bocão...- disse Hermione.
Luna estava quase desmaiando sem respirar.
-Ei! Não precisa matar a Luna de rir!- disse Rony ficando vermelho.
Harry se compadeceu e removeu a azaração, vendo o amigo respirar aliviado, “ai, nada como se livrar de um rabo...”, Foi quando a Luna os chamou para irem ao Cabeça de Javali.
-Não sei se é boa idéia.- disse Hermione pensativa.- A clientela...
-Ah! Vamos sim! Harry me deve um uísque-de-fogo depois dessa sacanagem!
-É.- riu Luna.- Uma rodada! Pela bunda de macaco!- Ela riu da cara de Rony.
-Rony é monitor! Eu sou monitora! E não é um lugar...
-Vamos! Vamos sim!- disse puxando Hermione.- Qualé Mione! Vamos só por diversão! –disse a puxando.- Uma vez na vida... só dessa vez.
Ela se deixou arrastar.
Entraram no bar, se dirigiram direto a uma mesa bem ao fundo, escondida quase, mas que deixava-se ver todo o bar, mesmo jeito, mesmo cheiro, alguns outros veteranos, especialmente um grupo de Lufas-lufas já meio alterados, os comprimentaram, Harry deu a carteira a Rony.
-Faça as honras, mas não compre todo o estoque Rony.- riu.
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