Cp13 Busca...
Cp13 Busca...
Um berro horrendo as sete e três da manhã acordou toda a torre da Grifinória, houve uma enorme agitação, mas Harry, acostumado com a barulheira dos calouros e já a muito feliz em poder dormir como uma pessoa normal, apenas se virou na cama e enfiou o rosto no travesseiro, feliz por só ter aula de feitiço no último horário antes do almoço, estava feliz até Rony escancarar as cortinas de sua cama com uma cara pálida.
-HARRY!!! ACORDA!!! Você tem...
-Quero dormir!-disse se virando.
-É sério!!!- disse o outro o puxando com força.-Anda!
-HARRY VEM!!!- disse Hermione.
-Mione...- disse pondo os óculos.- Que se tá fazendo aqui?
-VEM!!!- os dois berraram enquanto o puxavam pra fora da cama.
Ainda sem entender o motivo da histeria ele se deixou arrastar escada abaixo, até chegar na sala comunal, ou o que um dia tinha sido a sala comunal da Grifinória.
Vários alunos estavam caídos no chão... desacordados, vários outros os olhavam horrorizados, outros olhavam para as linhas negras na parede nua de pedra... o lugar parecia uma prisão... escura e úmida.
-São feitiços de ilusão.- disse Hermione enquanto ele olhava em volta.- Mas não conseguimos desfazer...
-E os que tentaram sair...- Rony apontou os caídos no chão.
-Desacordados...- disse Hermione.- Já tentei o enervate, não acordam...
Mas Harry olhava as linhas negras, parecia uma estranha fumaça brilhante, retorcendo os tentáculos por toda parede mantendo-se fixa em uma única mensagem.
“você irá pagar caro Potter.
Os que lhe seguirem irão pagar o preço,
Cuide do que é seu...
Ninguém vai deter o círculo.”
-Eles estão brincando...- disse Harry.
-Harry, isso não é brincadeira.- disse Hermione.
-Tira todo mundo daqui.- ele disse olhando em volta, uma sensação desagradável de ser observado.- Vocês dois podem mandar todo mundo pra cima? Contar quem está aqui?
-Como assim?-perguntou Rony.
-Essa mensagem...- ele olhou.- Façam isso sim? Não quero ninguém olhando, temos um deles aqui.
-Como assim Harry?- perguntou Rony.
Mas Hermione olhava todos os rostos com interesse.
-Um deles Rony, um do círculo é Grifinólio.- disse ela entre os dentes.
Rony arregalou os olhos e aturdido começou a chamar todos os rapazes para o dormitório, Hermione fez o mesmo.
Harry se aproximou dos desacordados, sim alguém devia tê-lo visto usando o Hangorn... ou desconfiava disso, queria vê-lo usar de novo... escutou Hermione ralhar com Lilá que queria descer com Parvati ajudar Sabrina, uma terceiranista que estava desacordada... Rony reclamou com Simas no topo da escada... Gina falando com Hermione.
“Concentração é tudo.”
“O que acha disso Hangorn?”
“Fomos descobertos... sim fomos.”
“Podemos acorda-los?”
“Sim, se você assim o desejar...”
Começou com a tal Sabrina, fácil, sem esforço, podia sentir a força da Fênix em seu peito, curando e despertando os atingidos, mandando-os subir, os cinco terceiranistas, três calouros e um secundanista colega de Marco , nenhum deles pertencente ao círculo.
“Não há garantias que eu saiba só de tocar neles...”
“Há sim, você sente as linhas de vida e morte, sua natureza é essa.”
Harry suspirou, se sentiu subitamente cansado...
“exageros... você vai ter que descansar mais...”
-Tá bem, o que vamos fazer com esse feitiço de ilusão?
-HARRY!!!- Berrou Rony descendo a escada.- LEVARAM ELE!!!NEVILLE!!!
Rony parecia bem nervoso, ele não precisou de mais explicações.
-Harry não toque no retrato!- ela disse quando ele se virou para sair.
Mas ele, esquecido da azaração no retrato a tocou.
Mas não foi só a azaração do retrato que o atingiu, aquela fumaça negra o envolveu, ele sentiu os olhos queimarem, ao longe Hermione gritou, parecia que Rony falava algo alto.
Foi como se inalasse fumaça, engasgou, seus olhos estavam borrados, sentiu-se arquear a frente lutando para respirar, até perder o medo e começar a ficar irritado com a situação.
“Estou definitivamente fulo...”
Apenas se ergueu, podia ver aquela fumaça o envolvendo, até ela sumir consumida por uma violenta chama.
Quando se virou olhou para Rony e Hermione, bom, ela tinha uma cara de assombro até correr para ele e abraça-lo... o que lhe causou uma sensação horrível de dor.
-Harry você está bem?-ela disse segurando o rosto dele.
Ia dizer o bom e velho estou ótimo, quando as pernas cederam e ele caiu num estado estranho de exaustão.
-Estou cansado...-sussurrou.
-Claro... você desfez os feitiços...- ela sussurrou no ouvido dele.
Mas ele não ouviu...
Acordou na ala hospitalar... olhou em volta, mas o lugar parecia vazio, se levantou, olhou novamente, Pomfrey estava saindo da salinha dela.
-Ah, você já acordou?
-O que houve?
-Seus amigos o trouxeram, vejamos... espere rapaz, tenho que ver.
-Estou bem, com certeza.- disse impaciente.
Pomfrey já o estava liberando quando escutou um grito abafado e recebeu o impacto da garota, ela estava realmente preocupada.
-Terei que reexaminá-lo rapaz.- disse Pomfrey.- Ela deve ter-lhe quebrado algumas costelas...
Hermione ficou roxa de vergonha, saíram da ala hospitalar andando rápido.
-Acharam ele?- Harry perguntou.
-Ainda não.- disse Hermione nervosa.- Gina não pára de chorar.
-Ele é um grande alvo. Esteve conosco nos últimos dois anos...
-Droga... como pegaram ele?
-Não foram os quatro que vimos... não foi Malfoy... não... pode ser ele... pode ser Emilia... pode ser o nosso... pode ser um dos nossos colegas...
-Harry, quem pode ser um deles na Grifinólia... isso não faz sentido.
-Eu também não queria acreditar, mas só pode ter sido alguém de dentro...
-Mas... um de nós, isso é tão irreal... não pode ser.
-Mas é.- ele parou e olhou pela janela.- Qual de nós se parece mais com Rabicho? Quem pode ser uma pessoa tão falsa assim?
-Não consigo imaginar.
-Nem eu.
Chegaram diante do retrato, então Harry olhou horrorizado.
-Não diga... fui eu?- ele apontou.
Ela apenas acenou com a cabeça.
O retrato da Mulher Gorda tinha sido incinerado, o buraco ficou exposto.
-Sorte a Mulher Gorda ter saído do retrato.- emendou Hermione lendo nos olhos dele a preocupação.- Tinha ido fofocar com a amiga dela, a tal de Violeta.
Mas Harry olhava os pedaços de madeira e tela no chão, as cinzas.
-O que foi que eu fiz...
-Um contra-feitiço exagerado eu diria.- disse a Professora Minerva.
Ele a olhou, Minerva olhava o estrago de dentro.
-Sete feitiços devem ter sido feitos, se não mais... Entre Potter.
Ele pulou o buraco, Hermione o seguiu, havia um silêncio mortal no lugar, só então ele viu que toda a parede do retrato estava queimada.
-Isso foi um incidente lamentável.- disse Minerva.- Mas vamos concertar num instante.
-E sobre...
-O diretor está tomando providências, encontraremos o Longbotton.
-Queremos saber quem são...
-Senhorita Granger.- Falou ela saindo pelo buraco.- Em menos de vinte e quatro horas várias coisas estranhas ocorreram, gostaria muito que vocês evitassem incidentes, ou atitudes que gerem uma onda de pânico.
Hermione se moveu, mas ele segurou-a, entendera o recado embora não concordasse com ele, não pretendia se comportar, e se eles iam fazer vista grossa ele ia agir.
-Mas Harry, eles tem que nos dizer...
-Vamos atrás da fonte.- ele disse sério.
-Mas ela disse...
-Eu ouvi, não quer dizer que concordo.
Rony descia devagar a escada do dormitório.
-Achei que mais ninguém ia ficar aqui.-disse Hermione.
Ele suspirou.
-Gina não queria sair... só agora a professora Minerva a fez dormir.- ele sentou na poltrona menos chamuscada.- Isso é estranho não é? Aconteceu nas nossas fuças, Gina diz que voltou com Neville, ele estava dormindo quando chegamos...
-Não sei quanto a vocês.- disse Harry saindo.- Mas vou procurar o Neville.
-Harry... conhecendo o "inimigo" -disse Rony ainda olhando em volta desolado.- Neville pode muito bem estar batendo um papinho com a Lestrange agora.
-Não.- ele disse sério.- Tenho a impressão que não.
-Como você sabe?- perguntou Hermione desanimada.
-Não importa, se eu achar certas pessoas eles vão preferir me dizer rapidinho o paradeiro dele.- disse saindo.- Ou vão se arrepender... muito!
Escutou Hermione emparelhar com ele.
-Harry, não podemos perder a cabeça.
-Ele iria nos procurar!- disse Rony.- Vamos prensar eles na parede!
Harry concordou.
Iam andando pelos corredores, os três atentos para um certo grupo em especial, Hermione torcia as mãos nervosamente ao ver os dois rapazes ávidos como dois animais em caça, ambos olhando cada porta, cada canto.
-Eles podem muito bem ter se escondido.
-Ah, não.- disse Harry cinicamente.- Eles querem curtir o efeito, na verdade é estranho que não tenham aparecido ainda.
-Harry eles vão evitar encrencas.-disse ela.
-Faz sentido.- retorquiu Rony.
-A maioria foi descoberta, não faz mais diferença.- reclamou.
-Ainda acho que eles não vão ficar pelos corredores ás oito e meia da manhã.- ela reclamou desanimada.
-Como?- ele parou.
-Quê?- perguntou Rony.
-Que horas são?
-oito e vinte e cinco- disse ela olhando no relógio.-Porquê?
-Eu realmente sou muito burro!!!- disse mudando a direção e pegando um atalho.- Claro! Óbvio, como você não pensou nisso Mione!!!
-Como assim? Fale coisa com coisa!- ela disse chegando ao lado dele.
-Oito! Ainda são oito! Todo mundo está no salão!
Ele começou a andar cada vez mais rápido.
-Não vá fazer besteira em pleno salão!
Não precisou entrar, Pansy, Emilia e Nott conversavam na porta do salão.
-Só vou perguntar uma vez.- ele disse chegando ao lado delas.- Só uma. Onde?
Pansy deu um risinho, Emília sorriu maldosamente, mas Nott falou baixo.
-Onde? Acho que devíamos perguntar o que?- ele sorriu.- Ou seria quem?
Rony emparelhou com Harry e disse muito baixo.
-Tá certo seus retardados, vou explicar... CADÊ O NEVILLE?!
Os três riram.
-Desde quando somos babás...
Mas Harry havia erguido a varinha e apontava para as fuças de Parkinson.
-Ai, ai.- gemeu uma voz arrastada.- Isso vai ser encrenca para seu lado Potter.
-Malfoy.- disse Hermione.
-Não se preocupem... o Longbottom deve estar se sentindo em casa.- ele disse olhando fixamente nos olhos de Harry.- Não é mesmo?
Os seis sairam rindo em direção as masmorras.
-Qualé a do Malfoy!-disse Hermione nervosa.
-Esse cara é um idiota!- completou Rony.
-Não... ele nos deu uma pista... em casa... casa... onde o Neville se sentiria em casa, numa perspectiva distorcida?- pensou fazendo uma expressão de concentração.
-Nas estufas?-disse Rony vagamente.
-Na sala do Snape?- disse Hermione balançando a cabeça.
Na sala do Snape? Harry duvidava que alguém mexesse na sala do professor, e as estufas? com certeza não...
-AH! MEU DEUS!- exclamou Hermione batendo na testa.
Ela os olhou pálida.
-Vou avisar os professores!- ela disse dando dois passos a frente.
Harry a segurou.
-Uma vez na vida... me diz onde antes.
Ela olhou dele para Rony, e disse baixinho antes de sair correndo na direção da sala de McGonagall.
-A floresta...
Os dois nem se olharam, apenas dispararam salão afora.
-A FLORESTA!- berrou Rony.-Pode ter acontecido de tudo com o Neville.
-Não quero pensar nisso...- disse ele.
Mais atrás escutou uns gritos abafados, não queria parar, mas reforço seria bem vindo, meio atrás vinham Simas e Dino.
-VOLTEM!- ele berrou.
-Nem morto cara!- respondeu Simas quando voltaram.
-É! Neville é nosso colega também!- disse Dino.
-E o que aconteceu com ele pode acontecer com vocês se vocês vierem com a gente!- disse Rony voltando a correr.
Harry nem pode expressar em como se sentia grato em ser Rony a falar aquilo, mas ele tinha razão.
-Exatamente!- retrucou Simas.- Se fosse com a gente ele ia ajudar!
Estavam entrando na floresta, Harry parou, encarou os três rapazes.
-Vocês tem idéia do que podem encontrar nessa floresta?
-Tem centauros.- disse Dino.
Rony balançou a cabeça, exasperado com a ingênua boa vontade dos colegas.
-Acromantulas por exemplo.- ele disse.
Harry pode notar que o amigo estava apavorado com a possibilidade de encontrar Aragogue novamente.
-Lobisomens, lobos selvagens...- disse Simas.- E daí? Isso não é mais motivo pra gente ir atrás dele?
Não houve mais protestos, se embrenharam floresta adentro. Olhando atentos em torno.
-Alguém tem idéia de como encontrar o Neville?
Harry tinha que admitir, tinham se afundado na floresta o suficiente para a luz do sol da manhã ser barrada pelas árvores no mínimo centenárias, sem nenhum plano para encontrar o amigo, parou e sentou numa pedra mãos na cabeça.
-Que foi?- Rony perguntou de modo apreensivo.
No olhar do amigo havia uma pergunta, “a cicatriz tá doendo?”, mas felizmente não, mas outras coisas o atormentavam, ele não escutava nem sentia nada de Hangorn... nem um pio por assim dizer... percebera ao tentar pedir ajuda a Fênix que vivia no amuleto, mas nem um sinal dele.
-Tá sejamos inteligentes.- disse Simas.- Se você é um Sonserino babaca, onde ia enfiar o Neville?
Harry e Rony se olharam, as coisas eram muito mais sérias, mas ninguém sabia, e agora entendia, o que iria acontecer se de repente ele e Rony dissessem que ele fora na verdade seqüestrado por um Comensal? Um espião dentro da própria casa? Ia ser um Pandemônio, queria muito poder contar com algo mais que as varinhas.
-Alguém conhece um feitiço de localização?- perguntou Dino.- Sei que existem.
-Precisaríamos de algo que pertencesse ao Neville.- disse Rony.
Os dois o olharam e ele encolheu os ombros, Harry sabia bem que Rony conhecia um feitiço de localização porque ele, Hermione e Dumbledore haviam usado um quando ele fora seqüestrado por Voldmort no ano anterior, mas não tinham nada que pertencesse a Neville, não conheciam nenhum feitiço de localização... tinham que continuar procurando, Quando ele se levantou três flechas atingiram o chão próximo aos seus pés.
-Fiquem quietos.- disse baixo.
Um grupo de centauros vinha, infelizmente era Agouro que os liderava.
-Tinhamos um acordo com Dumbledore! A Floresta não seria mais invadida.
Dino se adiantou, mas Harry o segurou:
-Não era nossa intenção invadirmos, apenas procuramos um amigo que está perdido.
Agouro pateou irritado.
-Se perdeu? Perdeu? Então entrou!
-Não! Não entrou.- Harry disse firmemente.- Alguém o trouxe até a floresta e o abandonou.
-Vocês não podem nos ajudar?- perguntou Simas.
Harry somente olhou Agouro empinar, ele sabia o que vinha em seguida.
-Nõs não ajudamos humanos! Não somos...
-Então não nos atrapalhe!- disse sério.- Achei que centauros eram criaturas sábias! Que ajudariam alguém perdido e provavelmente ferido! Mas não Agouro! Vocês demonstraram serem criaturas egoístas!!!
Rony gemeu, Agouro retesou o arco.
-Quem é você humano? Pra nos dizer o que somos?
-Você não se lembra de mim Agouro? A sete anos atrás, quando ficou furioso por Firenze me salvar de Voldmort?
Os outros patearam, Simas e Dino se arrepiaram, Rony começou a balançar a cabeça.
-Sim, Firenze o traidor! Servindo de Mula para os humanos!
Ele os outros se aproximaram, arcos prontos, pateando nervosamente.
-Não! Ele fez uma escolha, ele sim demonstrou coragem! Agora nos deixe procurar nosso amigo! Não queremos mais nada!-disse firme.
Os outros três pareciam ter perdido a voz.
-Não vocês devem pagar por sua intromissão!-Agouro disparou uma flecha que raspou no braço de Harry.
-Agouro! Se não nos deixar ir será cúmplice de um grande mal! Deixe-nos procurar nosso amigo!-Disse ele mais firme ainda.
-Harry isso não é boa idéia.- gemeu Rony.
-Então me dê uma!- ele disse irritado.
Os acompanhantes de Agouro recuavam assustados.
-Harry!- gemeu Rony.- Pare com isso!
Mas isso não importava, Harry estava muito irritado com Agouro e tudo que desejava era afasta-lo, já tinha feito isso antes, apenas uma questão de olhar muito feio e sentir sua magia... escutou Agouro gritar:
-Voltaremos com outros, garoto Potter! Nem você tem o direito de invadir nossa floresta!
Harry respirou aliviado ao perde-los de Simas gaguejar:
-Ca...caramba! O que...que foi isso?
-Magia de pânico.- disse ele.
-Mas eu não vi...- começou Dino.- Não vi você usar...- apontou a varinha.
-Prática!- disse andando.- Vamos! Não temos tempo! Eles vão mesmo voltar e não quero estar aqui.
Rony emparelhou com ele olhando-o feio. Mas Harry não queria saber, se precisasse de censura teria arrastado Hermione com ele.
-Isso foi um exagero...- ele sussurrou.
-Isso também foi.- disse mostrando o rasgão na veste.
-Estamos perto do ninho de Aragogue não estamos?- perguntou Rony.
-Acho que não.-disse olhando em volta.- Não vejo nenhuma aranha.
O outro respirou aliviado, mas Simas deu um berro.
Ele acabara de ser erguido por uma estranha planta que se espalhava por entre um grupo de árvores mortas.
-Isso é um visgo-do-diabo adulto?- perguntou Rony.
-Acho que não...- disse Harry se afastando.- Não parece com um...
-Defindo! Defindo!- começou Dino tentando em vão cortar o grosso caule da planta.
Isso estava ficando cada vez pior, Dino se aproximou e também teve o pé preso pela planta, Enquanto Harry e Rony tentavam em vão evitar que a planta se enrolasse mais nos amigos escutaram os estralos por trás deles, Rony congelou no ato e ao se virar para ver o que era, deu um pulo tão exagerado para trás que acabou sendo pego pela planta.
Harry estava encrencado, aquele irmão mais velho e crescido de Visgo-do-Diabo atrás, espremendo seus amigos... e duas aranhas crescidas a sua frente...Os outros chamavam por ele, tinha que fazer alguma coisa, as aranhas se aproximaram, pinças estralando irritadamente, Rony ainda conseguiu apontar a varinha, mas nenhum feitiço deu resultado e por um segundo se perguntou porque não estava se movendo, porque estava parado? O que estava sentindo? Aquela calma que foi lhe invadindo, até sentir uma certa satisfação, um sorriso lhe escapou dos lábios, ele ergueu a varinha contra as aranhas.
-Impedimenta!
Exatamente com antes, elas não pararam, mas estremeceram.
-Estupefaça!
Nada, elas estavam tão perto que ele se viu refletido nos oito olhos da mais próxima. Detonou muitos feitiços antes da segunda aranha tentar pular em cima dele.
-Corre! Harry Corre!- gemeu Simas quase sem fôlego.
-Desculpem...- pensou antes de soltar a magia letal- RICTUS!
Partiu a primeira aranha em duas... ela caiu estrebuchando nojentamente... a segunda finalmente foi bem sucedida e pulou em cima de Harry, então ele ergueu a varinha.
-RICTUS!
Foi banhado com a gosma fétida da aranha que se partiu estrebuchando de cada lado dele, pernas se mexendo ainda, levantou nauseado, virou-se para os outros e depois de uns três estupefaças a planta os soltou, os três detonaram a planta com alguns feitiços redutores.
-Porquê demorou?- gemeu Rony no chão.
-Porque tinha DUAS acromântulas ?-disse cínico.
Simas e Dino olhavam as carcaças das aranhas embasbacados.
-Caraca...-disse Simas coçando os arranhões que tinha no pescoço.-Cara...
-Ca.- completou Dino olhando para Harry completamente lavado com o conteúdo visceral da segunda aranha...
-Limpar!- ele meneou a varinha irritado.
Limpo, mas Rony começou a rir.
-Quê foi?-perguntou irritado.
Rony parou de rir na hora, Fosse o que fosse ele devia estar com uma cara muito feia porque Rony ficou quieto e reclamou:
-Não precisa ficar com essa cara!
-Não? Não?!- disse furioso.- Parem de agir como crianças!- gritou para Simas e Dino que chutavam as pernas da carcaça de aranha.- Que m Rony, não estamos isso!- fez um gesto nervoso.- De encontrar o Neville!
-Ei Harry, relaxa tá!- disse Simas.- Vamos achar o Neville.
-Claro...- disse rouco.- Depois que centauros e acromântulas devorarem a gente, nossos ossos vão se encontrar com os do Neville... com certeza.
Saiu andando com os outros silenciosos atrás, havia motivos para a irritação de Harry, ah, sim, havia... ele tinha feito de novo, tinha ido dar uma de herói e estava se odiando por isso, claro, o burroretardadoidiota do Potter não podia seguir uma ordem simples, sua conciência agora mesclava uma mistura da voz de Hermione com o sarcasmo do Malfoy, a sensibilidade de Snape e a cara da Professora Minerva, claro que Harry tivera um abrupto acesso de mau-humor... puxou o pingente por dentro das vestes irritadamente.
“Ótimo, até quando quero paz esse pássaro imbecil martela meus ouvidos, agora que eu preciso cala a boca! Hangorn!”
Nada.
Andaram até estarem tão embrenhados que não imaginavam como voltar.
-Lindo lugar... onde estamos?- perguntou Simas.
-Longe... muito longe.- disse Dino chutando uma árvore.
-Impedimenta!- disse Rony aborrecido detendo um tronquilho que avançara para Dino.- Harry! HARRY! Vamos parar! Vão achar a gente mais cedo ou mais tarde.
Aquilo era a pior ofensa que podia acontecer a sua abalada dignidade, não, não e não ponto final... não ia ser resgatado da floresta depois de ter ido resgatar alguém! Nem morto! Questão de honra, depois dessa ia parar de agir como dono da verdade, como cara que pode tudo... mas tinha que achar o Neville, fora provocado, desafiado e ferrado e tinha que ir em frente.
-PORRA HARRY! PÁRA DE ANDAR!!! ESTAMOS CANSADOS!!!
Ele se virou e encarou os três, Dino e Simas não tinham fibra... dois enormes caras e estavam com cara de madame que quebrou o salto, e Rony gemeu desanimado.
-Vai ser lindinho quando nos encontrarem, vamos ter detenções até o fim do ano, e com certeza vou perder meu distintivo.
-Ótimo! Sentem e descansem.. eu to indo!- disse andando.
-Tá.- disse Simas alto irritado.- Podemos saber pra onde?
-Pra pu que o par!!!- falou ainda mais alto.
Os três se olharam, sem saber se riam ou se concordavam que ele merecia mesmo ir... embora não se atrevessem ficar para trás..
E lá se foi um bom tempo em que andaram sem rumo, Harry ainda olhava o chão a procura de sinais, mas nada, nem podia pedir a Rony para virar um cão e farejar, se bem que não tinha certeza se Rony teria tal habilidade... nem ele podia tentar, se bem que gatos não farejam... ele nunca tinha tentado... ah tinha sim, não tinha farejado a Hermione?
Por DEUS! Ela devia estar morrendo de preocupação, que hora pra pensar na Hermione, olha como era a vida...
-Harry...
Pensando na Hermione de camisola...
-Harry...
Nas pernas de Hermione...
-HARRY!
-O quê? Inferno!- disse se virando.
Simas e Dino apenas se calaram, mas como Rony conhecia o humor do amigo apenas fez um gesto para que calasse a boca, o que ele fez a contra gosto.
Ali por perto haviam murmúrios, lamentos... alguém chorando.
-Alguém está chorando...- falou Dino baixo. -Será...
Harry e Rony já estavam correndo na direção dos lamentos...
-Eles não cansam?- perguntou Simas olhando-os com cara de cansado.
-Não...- disse Dino se arrastando.
Era um lamento triste, longo, infeliz, Rony começou a sentir um aperto no peito, parecia a infelicidade tomando voz, olhando para Harry no entanto era como se o outro não sentisse nada, ele só corria, cada fibra dedicada a encontrar o Neville, nisso Rony admirava Harry, o amigo era incansável quando enfiava algo na cabeça.
Porque Rony estacou com o coração doendo, não de cansaço, mas porque ouvir aquilo era horrível, era como ouvir alguém morrendo... de tristeza.
Mas Harry continuou correndo, aquele som o motivava, era como se sinalizasse o fim de uma busca, então se viu numa estranha clareira com árvores mortas, todas cobertas com estranhos pingentes cor de barro com aparência de pingos, deles saiam os lamentos, mais do que isso Harry sentia como se fossem falas a muito conhecidas dele, mas ele olhou a figura encolhida no meio da clareira, e sentiu um alívio parcial, ali estava Neville, era ele sem dúvida nenhuma, pelo menos parecia inteiro, se aproximou para ver que o rapaz estava soluçando, muito machucado, espancado com certeza, mas nada grave...
-Neville...
Escutou bater de asas, lamentos, choro pontuado pelos soluços do rapaz.
-Neville...
Os lamentos eram horríveis dolorosos e estavam fazendo Neville se sentir pior, era isso que o mantinha ali afundado em uma dor que transparecia pelos olhos, Harry conhecia essa dor, era dor de alguém que sofria muito sem demonstrar, dor que já vira em muita gente, sentou do lado do rapaz e olhou o céu, coalhado de aves magras e negro-esverdeadas, Harry conhecia aqueles bichos estranhos, mas não lembrava do nome deles, alguns pousaram em volta deles, Harry pode ver ao longe, que Rony parara na borda da clareira com os olhos cheios dágua e mais atrás um Simas desajeitado tentava afastar um Dino que parecia ter se agarrado no outro para chorar em seu ombro, dor, mas a dor não era só por causa daquelas pobres aves elas também pareciam infelizes e o céu nublado acima era a coisa mais desesperançada que podia haver, um deles pousou no ombro de Harry e começou o seu lamento, era uma ave estranha, mas que tinha sua beleza, Harry esticou a mão para acariciar as penas oleosas da cabeça da ave que parecia soluçar também.
-Acorde Neville- disse alto.- Tem uma garota jogada numa cama chorando por você!
O outro fungou.
-Você não está escutando a Gina chorar? Devia lembrar da voz dela... ela está preocupada com você!
Nevile suspirou funda e dolorosamente.
Harry se pôs de pé e sem se perguntar o motivo apenas olhou em volta e ergueu a varinha.
-EXPECTRO PATRONUM!!!
As aves se refugiaram em seus ninhos pendurados nas árvores mortas, mas o ar reaqueceu e Neville finalmente se sentou, ainda olhando para frente fixo no nada.
O patrono prateado pateou em torno deles orgulhoso investindo contra o que pareciam ser fiapos de nevoeiro que estavam formando uma linha no lugar, Neville pareceu voltar a realidade, olhou em volta enxugando o rosto, mas parecendo muito pálido e doente.
-Levanta Neville.- disse Harry estendendo a mão para ele.- Estamos te procurando um tempão.
-Eu... eu estou vivo... eu vi tanta coisa...
-Vivo... parece que sim.- disse num sorriso deboxado puxando o outro com força.- Vamos... você está perdendo a maior zona que a Grifinólia já viu!
Neville olhou para Harry como se quisesse crer que alguém pudesse sorrir, ele tinha passado por coisas ruins e isso estava marcado nas feições dele, mas o olhou firme.
-Ande, quanto mais rápido andar, mais rápido vamos chutar quem te enfiou nessa, mais rápido a Gina vai te dar uns beijos e mais rápido eu viajo...
Neville pareceu acordar e perguntou timidamente.
-Viaja?
-Sim, mais rápido eu viajo pra Londres.
Neville olhou Harry no fundo dos olhos.
-Eu nunca vou te perdoar se você continuar brincando com isso Harry...
-Quem disse que estou brincando Neville?
Mas Rony apareceu correndo e puxou Neville, Dino e Simas também e saíram da clareira, Neville estava estranhamente silencioso, mas parecia melhorar a cada passo até poder falar que não sabia quem o tinha pego e trocar um olhar exasperado com Harry, sim tinha notícias, mas que não ia falar na frente de Dino e Simas, Harry continuou andando com a mão por cima do ombro até que Rony parou e olhou.
-Credo Harry, manda esse bicho pra lá!
Os outros dois olharam, no ombro de Harry continuava empoleirada uma daquelas aves agourentas.
-Cara eu acho essas fênixes Irlandesas uns bichos muito chatos!- disse Dino.
-Foram eles que salvaram Neville.- Harry protestou.
-Não mesmo!- Neville protestou num soluço.- Quase me enlouqueceram!
-Se não houvessem agoureiros a sua volta você seria presa fácil pra qualquer animal que o farejasse...- disse sério.- Por pior que tenha sido Neville você está vivo.
A pássaro soltou um pio fino e lamentoso que fez Simas se arrepiar e andar mais a frente, mais uns minutos e Harry assobiava de modo tão agourento quanto a ave, mas ao contrário dos outros o lamento da ave não lhe dava aquela sensação de tristeza e sim um estranho conforto.
Rony e Dino apoiavam Neville, a frente Simas ia empunhando a varinha e Harry atrás com o pássaro parecia alheio ao grupo.
Um trote lhes chamou atenção, Simas estacou e se viram cercados por quinze centauros com arcos prontos para disparar.
-Agora. O que vão fazer?- gritou Agouro.
-Olá Magoriano.- disse Harry que vinha mais atrás.
O centauro mais velho se virou para Harry que vinha no fim do grupo, olhou para ele, para a ave em seu ombro.
-Porque invadiram a floresta?
-Um amigo estava ferido.- acenou para Neville.- Só viemos auxilia-lo.
-Porque atacaram os centauros?
-Não atacamos ninguém... – a ave piou lamentosa.-nos defendemos sim, mas não atacamos ninguém.
-Vocês pretendem partir agora?- o centauro o olhou firme.
-Se puder nos indicar o caminho mais curto em direção ao castelo, com muita gratidão nos retiraremos da floresta, nosso amigo precisa de cuidados.
O centauro pateou e indicou.
-Sempre em frente naquela direção, mais rápido e seguro.
Agouro empinou.
-Eles desrespeitaram o acordo! Devem...
-Eles vieram em paz e em paz partirão, não os incomodaremos.
-Muito obrigado.- disse Harry empurrando os quatro que estavam estáticos.
Deixaram Agouro furioso para trás, e continuaram a andar.
-Eu estou cansado!- reclamou Simas.
-E eu? Estou com bolhas no pé!- disse Rony furiosos pisando torto.
-Nem quero ver o comitê de recepção que está nos esperando.- disse Dino.
Não precisaram esperar, meio metro a frente irrompeu uma coluna com cerca de oito pessoas que seguiam alguém.
Os quatro se encolheram.
A ave piou agourenta e bateu asas nervosa no ombro de Harry.
Eram professores, a frente, o próprio Dumbledore.
E pela primeira vez ele deu um olhar furioso para eles...
Um olhar que parou ao encontrar outro.
Harry e Dumbledore se encararam por uns segundos e não teve um bruxo naquele lugar que não tenha sentido a tensão.
“Ele está furioso com você...”
“Cala boca Hangorn seu ...”
“Não continue... estou com mesmo humor que você.”
-Melhor levarmos o Sr Longbotton para dentro.- disse Dumbledore.- Vejo que os Senhores Finnigan e Thomas também tem escoriações... sigam-nos.
Harry parou uns segundos e ainda sob o olhar de Dumbledore pegou a ave e dispensou com um assobio triste que foi respondido antes dela se afastar
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