Cp12 A Primeira Onda de ataque



Cp12 A Primeira Onda de ataque.

-Você tem três manhãs de folga...- disse Hermione olhando o horário dele.

-E uma tarde.- ele sorriu.

-Sabe isso não é exatamente justo... Você devia ter feito Aritmancia.

-Sabe, eu devia ter feito mesmo... mas não fiz... fazer o quê?

-Mentiroso... péssimo mentiroso.

Os dois estavam aproveitando a tarde de folga... ambos não tinham adivinhação, esticados embaixo daquela faia próxima ao lago esperando a última aula antes do jantar para ter uma tediosa aula de história... agora que tinham dias dedicados as matérias, tinham mais tempo livre, menos Hermione que tinha mais matérias, Rony estava verificando os esquemas táticos que Cátia usara no ano passado, Harry havia desistido de se importar com isso, por mais que lá no fundinho se sentisse roubado, porque afinal, quadribol era uma das poucas coisas em que era realmente bom... se bem que o amigo demonstrara ser tão bom quanto...

-Harry o que é isso que você está olhando afinal?- Hermione abaixou o livro que ele mesmo dera para ela.

Ele afastou os papéis com um sorriso.

-Me deixa ver...- ela riu se esticando pra perto.

Quando o rosto dela ficou perto do dele ele roubou um beijo.

-Você só pensa nisso?- ela sorriu.

-Não... mas quando você está perto...

Ela o olhou nos olhos, balançou a cabeça.

-Você definitivamente não tem jeito... mas o que são esses papéis?

-Os papéis da Ad... estou pensando em fazer mudanças...

-Você pensando?

-Eu sou muito menos burro do que a maioria acha.- falou sério.

-Nunca disse que você era burro.

-Hum.- franziu a testa.- Você me chamou de burrinho sim, madame esquecida.

-Não... eu disse MEU burrinho...

-Seu burrinho... continua sendo uma forma de me chamar de burro...

Ela riu.

-Eca! O mestiço e a Sangue ruim!- guinchou Pansy.- Sabe... isso é repugnante de se ver...

-Depende da sua noção de repugnante, vagabunda.- disse Harry.

-Harry.- sussurrou Hermione surpresa.

Uma coisa era certa, Draco havia perdido seu poder, era Pansy que estava acompanhada de Crabbe e Goyle, nem sinal do loiro.

-Só vim dar um avizinho Potter... cuide do que é seu...- ela riu.- Cuide bem.

-Uma ameaça Pansy.- disse Rony de pé.- Você está subindo na vida rápido.

-Que foi Weasley? Precisa tanto assim aparecer?

Rony riu.

Três contra três... parecia justo.

Se encararam... Pansy sorriu.

-Ele sabe que você sabe sobre os três... mas somos mais.

-São oito.

-Somos muito mais Potter... nos espalhamos rápido.- disse Goyle.

-Nossa Goyle! Isso lhe fez bem... até parece mais inteligente.- falou Hermione.

-Isso é um aviso...- repetiu Pansy.- Cuide...

-Cuide-se Pansy.- disse Harry muito sério.

Então como antes, Goyle e Crabbe recuaram, ele sentiu os olhos de Rony e Hermione pregados nele, e Pansy arregalou os olhos, Harry sorriu maldosamente.

-Ele não a avisou... mas eu aviso Pansy, se Voldmort me quiser, ele vai ter que vir pessoalmente...- sorriu.- Então Pansy, pensando em retirar essa sua ameaça?

Ela recuou um passo mas ainda disse.

-Cuide-se Potter... cuide do que é seu...

-Cuide de suas costas Pansy, eu tenho menos escrúpulos que aparento.

Crabbe e Goyle estavam a uma boa distância deles, Rony e Hermione deram o primeiro passo para trás.

Foi então que Malfoy apareceu, ele parecia doente, talvez estivesse mesmo doente, pálido, magro, com olheiras profundas, qualquer coisa anormal estava acontecendo, mas bastou um aceno para que os dois trogloditas viessem se entrincheirar ás suas costas.

-Pansy.- ele falou.

Ela o olhou voltou a olhar Harry, sorriu torto.

-Por enquanto... a gente espera Potter.

-Até eu me encher.- ele respondeu.- Aí... eu vou atrás de vocês...

Ela se virou e foi atrás de Malfoy que ia entrando.

Hermione segurou forte em seu braço.

-O que deu em você? Hein?

-Que foi?- ele a encarou.

-Esse negócio de ameaçar também e esse, essa sua... sua aura...

-Mione.- ele sorriu.- Não temos que ser bonzinhos e tolerantes o tempo todo... e além do mais, eles tem que se sentir intimidados ou vão começar a agir.

-Harry tem razão, Mione.- disse Rony.

-Eu sei disso, só não imagino você se divertindo em assustar alguém.- ela o olhou.

-Mione.- ele riu.- Você tem que relaxar...- ele colocou as mãos nos ombros dela e a chacoalhou um pouco.- Relaxe...

-Harry... pare com isso.

-Não.

Rony estava sorriu contrariada, ele parou de balança-la.

-Isso, menos encucação Mione, tudo se resolve.

Mas ele encucou sim, com a aparência doentia de Malfoy, com a súbita liderança de Pansy e com a autonomia de Goyle, de repente lhe veio a mente que as coisas estavam caminhando mais rápido do que gostaria.

Depois da tediosa aula de História, reforço em história... quem precisa disso? Hermione não parou de cotucá-lo, mas ele estava ocupado, além do mais agora tinha certeza que podia contar com as anotações dela, seu planejamento estava a contento, dividiria em quatro turmas, além do mais tinha impressão de que não poderia contar com Rony ou Hermione para as aulas, ambos já sobrecarregados com tarefas, pensava seriamente em convidar Gina pra ajudar... e Neville também... talvez Luna, os gêmeos faziam muita falta...

Estavam se dirigindo ao salão para o jantar quando aconteceu algo muito estranho, começou com um barulho distante, algo como um rugido, um trovão, mas ele começou a se tornar cada vez mais alto, então muitos estudantes começaram a aparecer correndo.

-Que diabos está havendo?- perguntou Rony.

-Estou com uma má impressão...- começou Hermione.

Então Gina e Neville chegaram esbaforidos.

-Diabretes...- ofegou Neville.- Milhares...

-Milhões!-disse Gina.

Ao longe começaram aparecer muitos pequenos pontos voando sobre a multidão, começaram a ser ouvidas vozes e mais vozes.

-E os professores?- perguntou Harry.

-Ninguém sabe.- disse Luna que saia do salão sorrindo.-Não estão no salão...

-Sonorus.- Hermione apontou para própria garganta.- TODOS OS ALUNOS ENTREM NO SALÃO!!! TODOS OS ALUNOS ENTREM NO SALÃO!!!

-Ótima idéia!-disse Harry sorrindo.- Vou isolar o salão...

-COMO?-perguntou Rony.

Ambos entrando.

-Diabretes são criaturinhas simples, posso traçar uma linha que não as deixe entrar no salão.

-Como assim?- perguntou Neville.

-Como a que Dumbledore usou no ano do torneio... eu descobri como se faz.

-Mas...

Harry parou no meio do salão... olhou aos lados, nunca tinha tentado, mas a idéia de Hermione era válida... até pegarem os diabretes, todos deveriam se reunir num único local.

-Vão ajudar a Mione! Eu tenho que me concentrar...

Os outros se dirigiram a saída, mas continuavam olhando para trás... Harry respirou fundo e ergueu a varinha, se concentrando em todas as entradas do salão, no tamanho do mesmo, talvez não desse certo.

-CRIATURE LOCARE INVIOLATA KRIATUS!!!

Os que já estavam no salão viram vários fios prateados e dourados saírem da sua varinha, formando um retângulo que foi se expandindo até cobrir toda a extensão do salão, não estava perfeito, ainda era visível, como se houvesse uma rede em torno do salão, mas deveria funcionar, qualquer criatura não humana devia ficar barrada fora do lugar, ou sofreria dores ao tentar passar, como um choque, muitos entravam olhando a estranha rede, e alguns diabretes tentavam entrar sem sucesso, ao tocar na rede brilhante, eles se iluminavam como se recebessem uma descarga elétrica e caiam longe com um gritinho, quando Harry se aproximava da porta é que começou a reparar que alguns alunos levavam pequenos choques também...

-Ai!- gritou uma aluna da Corvinal ao passar.- Vocês não sentiram isso?

-Isso o quê?- perguntou outra ofegando com a mão no peito.

Alguns alunos estavam com diabretes agarrados nas mochilas e nos cabelos o que os faziam cair quando os infelizes recebiam a carga, mas pelo menos largavam a pessoa, o salão começou a lotar. Harry tentava abrir espaço para sair, pois alunos e diabretes começaram a congestionar a entrada que estava brilhando com a quantidade de diabretes que se chocavam contra a rede, Harry começou a ficar preocupado, a magia podia se sobrecarregar... e sumir... isso seria um problemão.

Desistiu de tentar sair pela porta principal e foi para a entrada da sala lateral ali a porta aberta dava entrada a um ou outro aluno mais esperto que estava evitando o congestionamento lá da entrada, quando ia passar pela porta se chocou com alguém de forma tão brusca que caiu no chão, sentiu um choque estranho.

-Desculpe.

-Me deixe passar Potter!- gemeu Malfoy.

Os dois se levantaram, Malfoy avançou, e graças a confusão ninguém percebeu, pois foi envolvido por uma luz prateada e ofegou dando um passo para trás, Harry ergueu as sobrancelhas para o curioso efeito.

-Droga!- disse o loiro azedamente.- O que é isso afinal?

-Uma linha de proteção. Entra logo.- pegou Malfoy pelo braço e o puxou para dentro.

Harry pode perceber várias coisas, primeiro, Malfoy estava muito mais magro e pálido, segundo, o próprio Hangorn o alertou que o indivíduo estava doente, terceiro, Malfoy soltou um gemido abafado ao passar e ser novamente iluminado, quarto, o sonserino não era um comensal...

Harry o pegara pelo braço esquerdo e não sentiu nada, além de um incômodo choque.

-Me larga Potter!-disse ele o encarando ferozmente.- Devia ver como está sua namoradinha... –disse tentando abaixar os cabelos que se ergueram com o choque.

Harry estreitou os olhos, não entraria em discussão com alguém nervoso daquele jeito, o rapaz tinha um estranho olhar de animal ferido e acuado... além do mais tinha que ir ajudar os amigos. Então novamente foi surpreendido ao passar pela própria barreira... também foi iluminado e levou um choque.

-Caramba!- disse passando a mão nos cabelos também arrepiados.- Eu fiz algo errado nessa linha.

Escutou um muxoxo cínico e viu que Malfoy o observava.

-Se eu fosse você ia se tratar Malfoy, vai descansar.

-Vai cuidar da sua namoradinha Potter!-disse o outro dando as costas.- Antes que a Pansy pegue ela.

Harry não precisou de mais incentivos para esquecer tudo que se passara... saiu pela porta para ver o pandemônio fora do salão,pouquíssimos alunos estavam sendo arrastados por uma onda de diabretes de todas as puxados pelos pés, uma coitada da Lufa-lufa tinha sido erguida pela trança e acabara de perder metade do cabelo, gemia de dor esfregando a cabeça. Haviam diabretes de todas as cores e tamanhos, percebeu ao estuporar um amarelado bem grandinho.

-E eu achava que só existiam diabretes da Cornuália...

-Não... os menores azuis é que são os da Cornuália.-disse Hermione encostada na parede, braço sangrando.

-MIONE!- ele foi até ela.- Que aconteceu?

-Jogaram um lustre em mim...- ela sorriu dolorosamente.- Mas não é nada... eu me desviei.

Mas Harry retirava o frasco de Athelas e pingou na mão.

-O que você está fazendo?- ela perguntou ao vê-lo espalhar o estrato na mão.-Isso cheira bem...

Nem ele sabia exatamente o que estava fazendo, só sabia que devia fazer, colocou as mãos em concha na altura do peito, elas ficaram levemente iluminadas...

-Harry o que é isso?

-Me avise se doer está bem?- disse ao colocar as mãos sobre o ferimento.

Ela fechou os olhos, Harry viu o ferimento se fechar aos poucos... o rosto dela levemente ruborizado, afastou as mãos para ver uma leve linha rosa.

-Reparo.- ele tocou com a varinha nas vestes dela, que ficaram novamente inteiras.

-Isso foi... – ela abriu os olhos com um suspiro.- Isso foi a melhor sensação da minha vida.

Ele sorriu. “Obrigado Hangorn.”

“Disponha.”

Se levantaram com as varinhas na mão, ao longe divisou Rony e Luna estuporando alguns dos diabretes, Mas não viu Gina nem Neville em parte alguma, continuou avançando com Hermione estuporando, paralisando, petrificando e até congelando alguns diabretes.

-Viram Neville?- perguntou Rony.

-Não.- disse Hermione.

-Tragam os diabretes pra cá!- esganiçou-se o professor Flitwick que trazia uma imensa gaiola de luz movida por sua varinha, Luna começou a catar os diabretes do chão e joga-los para dentro.

-Potter!!!- chamou McGonagall.-Você e a senhorita Granger poderiam Se responsabilizar pelo andar superior? Todos os professores estão ocupados.

-Claro!- responderam os dois.

Hermione habilmente conjurou uma outra gaiola e seguiu Harry ao segundo andar, foram estuporando e engaiolando os diabretes.

-Credo...- disse Harry fazendo um enorme e gordo diabrete roxo flutuar a sua frente.- Mione, Que tipo é esse?

-Diabrete da Transilvânia, não machuca ele...Impedimenta!

-MIONE! É só um diabrete, e feio por sinal.-disse olhando o bicho flutuar.

-São raros.- ela encolhe os ombros congelando outro.

-Ah tá... nossa desculpe.-disse cinicamente.

Ela lhe deu um olhar torto.

-Já coloquei na gaiola! Não me olha assim! Estupefaça!

-Como alguém conseguiu tantos diabretes e os colocou pra dentro?- perguntou Hermione.-Petrificus Totallis.

-Draco me deu a entender que Pansy podia estar envolvida. Estupefaça!

-Malfoy... onde você achou ele?- ela olha em cima do ombro dele.- Impedimenta!

-Ele estava entrando no salão, e sabe do que mais? Ele não é comensal.- Petrificus Totallis!

-Como você? Impedimenta! Estupefaça! Você tocou nele?

-Mione... falando assim,Impedimenta! Pega até mal! É ele não... Estupefaça! Ele não conseguia passar da minha linha.

-Desde quando você consegue fazer... Impedimenta! Essas linhas? Ficou ça!

-Foi a primeira vez que eu fiz.- ele sorriu, abaixou a cabeça dela com a mão quando dois diabretes vieram tentando pegar o cabelo dela.- ESTUPEFAÇA!

-Estupefaça! Sério? Isso é nível de Niem´s sabia?

-Não... – ele corou, não sabia mesmo.- Mas funcionou pelo menos Impedimenta!

-Pelo menos?! Petrificus Totallis! Harry ficou muito bom! Mas você disse que o Malfoy não conseguia passar?

-Pois é, algo muito estranho aconteceu, e não só com ele, com vários outros alunos, e não devia afetar pessoas... acho que limpamos aqui.

-Estranho... que silêncio.- ela sorriu. Meus ouvidos ainda estão zunindo.

Na gaiola haviam muitos diabretes, mas ela era encantada então não dava para escutar nada do que os capturados faziam, apenas ver alguns protestando e fazendo caretas, e gestos nada educados. Hermione olhou para Harry e então ergueu a varinha.

Tarde.

Harry sentiu algo acerta-lo e ficou zonzo, caiu no chão com a mão na cabeça e escutou Hermione disparar feitiços o mais rápido do que podia.

Tentou se levantar e viu o que o atingiu, um dos enormes vasos, haviam cacos dele por toda parte.

... vaso grande.- disse ao olhar o vaso quase do seu tamanho.

Ainda tonto viu uns quinze diabretes erguendo Hermine pelas vestes, ela estava encrencada porque derrubara a varinha.

-Me larguem! Seus mal-educados!

Harry assobiou alto, alguns dos bichos se viraram pra ele.

-AH seus pestes!- disse ele com a mão na cabeça.- Melhor largarem ela!

Dois deles viram correndo em sua direção, Harry nem pensou apenas riu os bichos se chocaram com um escudo que brilhou avermelhado, caíram duros. Harry ergueu a varinha.

-Sejam bonzinhos... Accio Varinha!-pegou a varinha de Hermione.

-Harry me ajuda logo!

Harry disparou vários estupefaça o mais rápido que pode, mas não conseguiu acertar todos,estava zonzo demais... a gaiola ficou para trás ele começou a correr atrás dos três que carregavam Hermione pelas pernas, deixando-a numa situação bem embaraçosa, não que ele não estivesse admirando a paisagem, mas não queria nem um pouco que mais alguém pudesse apreciar a visão, além do mais ela estava ficando vermelha de tanto esforço para manter as vestes acima dos joelhos.

-Harry! Harry! Me ajuda!-ela começou a gritar mais alto ao dobrarem o corredor.

“Eu estou tentando...” pensou ainda zonzo e com uma dor desconfortável na cabeça.

-HAHAHAHA!

Ele dobrou o corredor, Deu de cara com Pansy, Crabbe, Goyle e Teodoro Nott, Claro Nott... como não pensara nele, todos os quatro rindo de Hermione pendurada sobre eles, uma mistura perigosa.

-Então... sabe o que fazemos com sangues-ruins?- Riu Pansy.

-Cuidado Pansy. – disse ele subitamente mais desperto.- Uma besteira da sua parte e eu não me responsabilizo.-disse apertando a varinha.

-Ora Ora Potter! Eu avisei.- ela sorriu.- Joguem ela escada abaixo!

Os diabretes começaram a tomar o rumo das escadas.

-Um Império...- Harry balbuciou.

Hermione se debatia, foi muito rápido, Harry tentou.

-Accio Hermione!

Os quatro riram ainda mais, Foi um sucesso, exceto que Hermione deu um berro enorme ao se ver “puxada” e se estabacou em cima dele, caíram os dois para trás, ele voltou a bater a cabeça e algo dizia que o impacto deslocara seu ombro...

-Sua varinha, minha vida.- ele disse zonzo, erguendo a varinha dela.

Hermione se levantou furiosa, varinha na mão.

-SEUS MONSTROS! VAMOS VER O QUE A SANGUE-RUIM VAI FAZER!!!

GYLGAMESH!

Harry ouvira direito? Ela estava fazendo um Gylgamesh? Feitiço poderoso de explosão.

-É Hermione furiosa é uma coisa pra não brincar...-disse se sentando.

Meio corredor estava destruído, os quatro estavam jogados pra trás e Hermione tremia furiosa.

-Esses... esses... esses...

Harry se levantou devagar... via estrelinhas a frente, e a abraçou por trás tirando devagar a varinha da mão dela.

-Calma, já passou, viu? Você detonou eles.

Ela estava tremendo.

-Eu acho que perdi a cabeça...

-Que bom.

Ela se virou para ele.

-Como assim? Que bom?

-Eles estão quietos agora não estão?-sorriu.

-Você está bem?-ela estendeu a mão e tocou-lhe o rosto.

-Meio zonzo só...

-O QUE ESTÁ HAVENDO AQUI?-Rugiu Maya.

-Professora... os quatro estavam tentando...

Maya olhou com severidade para os dois. “Eu ainda te acho uma agourenta...” pensou ele.

-Você está sangrando Potter.- disse a professora Vector que vinha logo atrás de Maya.

-Ah sim, os diabretes derrubaram um vaso sobre mim.

-Sei.- ela sorriu.-Vão ver Pomfrey, ela conserta isso rapidinho.

-Levem esses quatro desastrados... -disse Maya- tentando explodir os diabretes, que imbecilidade.

Hermione abriu a boca para protestar, mas Harry apertou a mão dela e balançou a cabeça.

Os dois conjuraram macas e carregaram os próprios atacantes para a silêncio.

Madame Pomfrey deu um sorrisinho quando os dois entraram.

-Eu imaginei que o veria cedo esse ano,Potter.

-Olá. Cinco clientes a mais.- disse olhando a leva de jovens arranhados machucados, contundidos.

Ela se aproximou, alguns dos feridos sentados em camas esticaram os pescoços para vê-los, Harry sorriu e Hermione ainda estava nervosa e contrariada.

-O que os atingiu?- disse Pomfrey olhando os sonserinos nas macas.

-Uma explosão.- disse Mione.- Estavam tentando explodir os Diabretes.

“Minha mentirosa compulsiva...” pensou ele a olhando.

-E o senhor?- sorriu-lhe Pomfrey.

-Vaso na cabeça.- apontou.- Jogado pelos diabretes.- Nada de muito...

“Grave...” ele ia dizer mas Pomfrey já o puxara e olhava.

-Corte feio, galo... ah... você sobrevive.- ela riu.

-Ah, claro... seria só um pouco preocupante se tivessem arrancado minha cabeça...

Pomfrey lhe deu umas palmadinhas no ombro e o liberou após fechar o corte.

Andaram até a torre devagar, pensando.

-O que foi Mione?- ela a puxou pela cintura.- Você ficou tão quietinha.

Ela estava olhando as janelas que passavam.

-Eu podia te-los machucado.

-Acho que eles mereciam não é?

Ela parou.

-Harry, eu realmente perdi a cabeça, eu podia... podia ter matado eles se tivesse posto tudo de mim naquele feitiço!

Ele sorriu e afastou uma mecha do cabelo dela que insistia em cair sobre os olhos da amada.

-Sabe... isso acontece.- ele puxou o rosto dela quando ela desviou o olhar.- Isso acontece porque você é humana, você tem sentimentos e não pode ser racional o tempo todo... Mione, você não precisa ser justa com todo mundo, você tem o direito de errar de vez em quando...

-Não é a primeira vez que faço isso, sabe... faço algo por impulso.

-Então bem vinda ao clube!- ele sorriu a erguendo do chão e dando uma volta completa fazendo-a arregalar os olhos.- Deixa acontecer Mione!

-Harry! Para com isso! Se pegam a gente assim no meio do corredor!

-E daí?!- ele disse dando mais uma volta com ela.- Eu não estou vendo ninguém!

-Todo mundo deve estar na torre agora, temos que ir também.

-Tá bem minha vida.

-Você vai mesmo ficar me chamando assim?

-Eu dei três opções.

-Tá bom fica assim mesmo.- ela sorriu.

-EI!!! HARRY!!!- disse Rony atrás deles.- Harry!!!

Os dois acenaram, o amigo chegou, estava com o rosto vermelho e ofegava.

-Onde... onde... vocês... vo..dois... se...

-Respira Rony!-ele riu.

-Estamos com um probleminha com o feitiço que você fez no salão. Dumbledore quer falar com você.

-Epa.- disse olhando pra cima.- Acho que fiz besteira...

-Não acho, foi uma linha muito bem feita.

-Acontece que não é uma linha Mione.- disse Rony os acompanhando.- É uma gaiola.

-Como assim?

-Você não reparou? Ele fez uma jaula no salão...

Harry estava apreciando a paisagem, então perguntou animado.

-Qual o problema afinal?

-O problema.- disse Rony animado.- É que nem o Dumbledore conseguiu desfazer a coisa.

-Como assim?-perguntou Hermione incrédula.

-Harry você fez um feitiço permanente?- perguntou Rony.

-Não que eu saiba...- ele murmurou pensativo.

-Mesmo que fosse, Dumbledore não conseguiu desfazer?-Hermione definitivamente estava de queixo caído.- E o pessoal não pode sair?

-Nanã- disse Rony balançando o dedo negativamente.-O pessoal saiu, mas se ficar assim as corujas não vão entrar amanhã.

-Ai.- disse Hermione.- Imagine as corujas levando aqueles choques todos.

-Sabe.- disse Harry parando no corredor.- Eu não faço a menor idéia de como remover aquilo.

Os dois amigos o olharam.

-Cê tá brincando né não?- perguntou Rony.

-Não estou não.-ele disse olhando os amigos.

-Harry... você fez sem ter...

Ele começou a sentir aquela estranha sensação de calor que ia subindo pelo pescoço, “cara...”

Foram andando, a cada passo Mione fazia uma crítica ou dava uma possível sugestão, Rony tirando sarro dele a cada passo.

-Seria mais fácil de pensar se vocês dois dessem um tempo.

-Ah, mas você devia ter pensado antes...- disse ela.

-Se bem que pensar... não é exatamente sua especialidade...

-Rony, vou fingir que você não disse isso...

-Então Harry, vejo que você também está com problemas em resolver nosso impasse.- Dumbledore falou por trás deles.

-Ah, professor.- ele se virou.

-Achei que vocês estavam demorando para encontrar o salão...

Hermione ficou meio roxa de vergonha, mas Rony estava mesmo se divertindo.

-É...- Harry estava com vontade de sumir.- Acho que ainda não sei como acabar com aquilo.

-Ah- Dumbledore falou calmamente.- Encontraremos uma solução, temos a noite toda.

Foi a primeira vez que ele teve certeza que Dumbledore estava sendo sarcástico...

“Da próxima vez que quiser salvar o mundo... se encolha num canto e espere a vontade passar...”

Pensou ele duas horas depois que os professores tinham se retirado, iam revistar a escola pois ainda haviam alunos desaparecidos e diabretes soltos, deixando nas mãos dele a solução para aquele feitiço, prometendo ir ver mais cedo se ele conseguira remover aquela coisa, é porque estava quase amanhecendo... o pior foi levar o choque mais umas três vezes ao passar de um lado para outro.

-Foi isso que aconteceu com o Malfoy?- Hermione perguntou sentada num banquinho bocejando.

-É sim, alguns outros também sentiram...-disse tentando abaixar o cabelo novamente arrepiado pela descarga.

-Eu não senti nada.- disse Rony estendido em quatro cadeiras apenas observando o amigo quebrar a cabeça.

-Efeito estranho- ela disse bocejando de novo.- Você fez essa barreira pra quê hein?

-Para barrar criaturas Mione, já falei isso umas trezentas vezes!

-Tá mas que tipo de criaturas?

-Todas!-ele disse irritado.

-Ah então é simples.- ela disse sonolenta.- Os alunos que levaram choques são mestiços.

-Como assim?- perguntou Rony.

-Os alunos que levaram choques tem sangue de criatura mágica misturado...

-Legal, o que o Malfoy é? Meio Trasgo?

-Já pensou que isso me inclui nessa lista?

-É Harry, sempre te achei meio Trasgo.- disse Rony.

Rony teve que pedir ajuda a Hermione, pois foi soterrado por uma dúzia de cadeiras...

-Ah!- ele disse se jogando sentado no chão.- Tem mais alguma idéia?- disse olhando Hermione que contemplava a rede.

-Não.- ela encolheu os ombros.- Tentamos todos os feitiços removedores que conheço.

-Dumbledore também tentou.- disse Rony.- É cara, você vai ficar famoso como o cara que acabou com o correio matinal!

-Quem dera fosse só fazer um Finite Incantatem!- disse desanimado balançando a varinha cinicamente.

A rede brilhou, piscou e sumiu... os três se olharam embaraçados.

-A... bem...- começou Rony.- Pelo menos acabou né?

-Ninguém tentou isso?-ele disse se levantando.

-Dumbledore não tentou isso?- perguntou Hermione embasbacada.

-Tentou sim.- disse Rony.- E ainda disse que provavelmente um feitiço tão forte não ia ser removido assim...

-Ah, vai ver que só o Harry é que podia desfazer.- disse Mione.

-Que seja.- disse Harry segurando a mão dela.- Podemos ir dormir? To morto.

-Nem me fale, que diazinho!- disse Rony.- Se bem que falta só umas três horas pro café da manhã.

-Ai Rony! Só falta querer ficar esperando aqui pelo café!- disse ela.

-Ainda bem que hoje a gente não tem aula pela manhã!- ele bocejou.-Santo estudo dos Trouxas!

-Eu devia ter feito essa matéria... ia dar pra encaixar esse ano!- disse Hermione.

-Mione, só você falaria uma coisa dessas!- disse Rony arrastando os pés.

-Mas eu não faço, sei tudo que gostaria e não gostaria dos trouxas e felizmente vou poder dormir.- Disse Harry bocejando.

A mulher gorda odiou ser acordada tão cedo, quando se arrastaram para cama não perceberam que algo na sala comunal havia mudado

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