Cp11 "HANGORN"
Cp11 "HANGORN"
"A fênix renascida... a poção maldita... o coração iludido... o amuleto proibido"
Apesar do calor intenso, Harry podia ver a forma, saindo do caldeirão... foi o longo pescoço, as asas, e corpo... a forma de uma Fênix... claro... a Fênix renascida... saindo das chamas... era isso que faltava, as chamas... A criatura de chamas bateu as asas, mas a cauda não saiu do caldeirão...
"VOCÊ DERRAMOU LÁGRIMAS SOBRE MIM..."
O que dizer? Um desculpe talvez? Não foi minha intenção?
-É... é sim...
"VOCÊ ME DESPERTOU..."
-Acho... acho que sim...
"VOCÊ FEZ A POÇÃO MALDITA..."
Epa... ninguém me disse nada sobre isso...
-Eu...
"VOCÊ TEM O CORAÇÃO ILUDIDO..."
-Como?
"VOCÊ PRETENDE POSSUIR O AMULETO PROIBIDO..."
Algo está errado... muito errado...
-Espere...
"VOCÊ TEM QUE PAGAR O PREÇO E SE POR A PROVA..."
Claro que deu um passo para trás, ninguém tinha falado de preço e prova nenhuma!
A ave o encarou, e Harry não pode dizer nada porque ela fez um vôo muito rápido... ele só sentiu a dor e o calor, e a Fênix entrou em seu peito...
Ele caiu de joelhos...
cruzou os braços e arfou, suando... queimando...
-Isso vai me matar! Eu vou queimar!
E perdeu os sentidos.
“Uma criança abriu os olhos como se visse o mundo pela primeira vez... saiu correndo pelo quarto repleto de pôsteres e desceu as escadas correndo.
-Ei mocinho e o café?!- disse uma voz da cozinha...
-Ah mãe! A carta!
O moleque é erguido pela camisa.
-Sabe, sem café sem carta!-diz o homem.
-A carta veio?!-o rosto do moleque se abriu num sorriso enorme.
-Eu disse que veio querida?-diz o homem entrando na cozinha ainda carregando o moleque pela camisa.
-Largue ele! Já disse que assim não tem roupa que resista!
-Mãe! Chegou ou não?! Hein?!!!
Os dois riram e se olharam.
-Não chegou não... você é definitivamente Trouxa.
-Vocês vão traumatizar meu afilhado!- protesta a face de um homem da lareira.
O garoto acena para o homem enquanto enfia uma torrada na boca, os pais do garoto começam a conversar, mas o menino irriquieto não está prestando atenção, palavras como “Ordem” e “Comensal” ainda não lhe chamam a atenção... ele vasculha a cozinha em busca da tão desejada carta, e a encontra... embaixo da pano de prato da mãe... uma ponta de pergaminho amarelo... ele foi de mansinho até a pia, o homem da lareira percebeu e sorriu ironicamente, o garoto acenou de volta.
Ali estava o que estava esperando desde o início do ano...
-É!- berrou o garoto- HOGWARTS!!!
-Isso aí...-sorriu o homem na lareira.
-Mas como! Ah moleque!-disse o homem rindo.
A mulher apenas sorria satisfeita com a felicidade do filho...
-Isso Pontas... é definitivamente cria sua...
O moleque subiu as escadas rindo com a carta na mão gritando Hogwarts!!!
Até se jogar na cama e abrir o pergaminho...
-Isso não é real.- diz Harry olhando o garoto que lê o pergaminho...
O garoto tem ainda dez anos, saudável e pele morena de sol... cabelos negros e arrepiados, dois imensos olhos verdes por trás de finos óculos prateados, provavelmente caros, e uma testa limpa...
-Esse não sou eu...- repetiu.
Mas no envelope do pergaminho estava escrito:
Sr
Godric Hollow
O canto do moleque
“Não. Isso não é real...”
-Então porque estou vendo isso?
“Para saber o que lhe foi roubado”
-Isso tudo é pra me machucar?
“Não, é para te fazer entender...”
Harry olhou em volta, haviam pôsteres e mais pôsteres de bruxos jogando quadribol, e no grande quarto haviam muitas coisas magníficas, em um canto uma gaiola continha uma coruja branca.
-Edwiges...
-Edwiges!-gritou o garoto.- Vamos para Hogwarts!!! Você vai comigo! Hagrid vai gostar de te ver de novo!
-Hagrid...
“Preocupado com seu amigo.”
-Muito.-disse andando até a janela, o garoto ainda na cama, lendo em voz alto os livros do primeiro ano, feliz da vida.
Mas da janela podia ver o enorme jardim... estava meio seco por causa do calor do verão... ao longe o cemitério.
-Isso não é real... eu não quero mais ver isso... eu não quero saber o que eu perdi... tem coisas mais importantes...
Ele sentiu o lugar esfriar e se sentiu caindo... fechou os olhos.
-Isso foi um desastre.- falou a voz forte.
-Não pelo menos Grope não matou ninguém...
-Ele não tinha intenção... viu como ele agiram ao vê-lo.
-Bom Hagrid, não é todo dia que entram três caras num bar e um deles é meio-gigante e o outro é gigante.- falou o rapaz.
Harry abriu os olhos, no meio da floresta Carlinhos e Hagrid seguiam os passos arrastados de Grope.
-HAGRID!- gritou.
-O pior é não termos conseguidos nos comunicar...-disse Hagrid.- todo mundo deve estar... Harry!-Hagrid estacou.
-Hagrid!!!
-Pelos espíritos dos duentes! Rapaz!-Hagrid tentou-lhe dar um tapinha no ombro...
-Carlinhos! Vocês estão bem?
-Harry você... morreu?- exclamou o ruivo ao ver a mão de Hagrid atravessar o rapaz.
Ele ergueu as mãos, sorriu prateado e transparente.
-Não acho que me projetei.
-Ah!-exclamou Hagrid.
-O que vocês estão fazendo que não enviaram notícias?-disse sério.
-Estamos com problemas! Perdi minha varinha, na verdade quebrei ela...
-Menos! Acho que não vou ficar muito tempo!-disse sentindo o frio.-Onde vocês estão?
-Em algum lugar perto da Andaluzia, mas estamos próximos do monastério que Dumbledore nos indicou... Harry seria bom que nos ajudassem porque nos metemos em uma pequena encrenca por aqui e tivemos que fugir por causa do Grope.- o rapaz começou a gritar.-TIVEMOS QUE FUGIR DO MINISTÉRIO ESPANHOL!!!
Harry acenou que estava entendendo, mas percebeu estava desaparecendo, o som ficou distante...
-Comensais atrás... eles tem ordens para nos prender... documentos falsos...
-Não eu tenho que voltar!!! Preciso ajudar!!!
“Tudo a sua hora.”
-Mas isso é importante!
“Sim é... mas não agora.”
-Mas que droga!!!
“Você é apressado e impulsivo”
-O que está acontecendo?
-O que está acontecendo?!!!!
-MAS QUE m!!! O QUE ESTÁ ACONTECENDO?!!!
“Você devia ter aprendido que há outros caminhos além dos gritos...”
-Como?
A imensa ave de fogo se materializou quente a sua frente, piou uma nota alta, Harry teve que por as mãos nos ouvidos.
-Entendi! Entendi! Baixo!
“O caminho do coração é longo... desiludir o coração é um processo difícil e a prova é dura, a maioria falhou...”
-Como assim?
“Para aqueles com o dom... que tentam possuir o amuleto, a prova é árdua.”
-Mas... eu não... eu não sabia da prova...
“Você tentou, aceitou o desafio de fazer o Hagorn, colocou duas vidas em jogo, você conhecia a prova...”
-Mas eu fiz minha parte! Eu fiz e decorei a poção! Snape não vai morrer!
“Mas se você falhar na prova... você vai morrer...”
-Eu não posso morrer assim... quebraria a profecia!
“Você expressou a maior certeza que está em sua cabeça... você pronunciou em voz alta seu crime.”
-Meu... meu crime?
“Você se julga imortal!”
-Eu? Eu... não...
A ave voltou a piar alto.
“Caramba... melei tudo...” disse pondo as mãos na cabeça... “boca grande... boca grande...”
“Você deve pagar o peço!”
-Eu... vou morrer? Não vou!!! Não vou morrer!!! Eu não quero morrer!!!
“Então outros morrerão!”
Vultos se aproximaram por trás da ave flamejante, Harry viu... seus pais, Digory, Ana, Sirius, Morgan, todos o olhando sérios.
-Mas não fui eu!
“Morreram por você!”
-Mas não foi minha culpa!
“Seus pais deram a vida por você!”
-Mas eu não sabia! Eu era um bebê!
“Digory morreu por estar ao seu lado.”
-Mas eu não planejei isso, eu não sabia, não desconfiava!
“Sirius morreu...”
-SIRIUS NÃO MORREU!!! ELE SE PERDEU E EU VOU ACHÁ-LO!!1
“Ana morreu porque te amava...”
-Eu não podia fazer nada... tiraram ela de mim! Eu não podia fazer... nada.
“Morgan...”
-Eu posso salva-la com o Hangorn.
“E a garota?”
Harry olhou Hermine se adiantar sorrindo.
-Mas... Hermione está viva... está bem...
“Só se você a proteger...”
-Mas eu vou...
“Outros estão em perigo, estão feridos ou perdidos você vai ajuda-los todos?”
-Se... se eu puder... se eu puder...
“Então vença o desafio e possua o amuleto proibido! Controle seus sentimentos!”
-Mas como? Como assim?
“Purifique a alma, desiluda seu coração...”
Estava num lugar estranho e frio... a sua frente um lago cinzento ou um mar sem ondas... indiferente, não havia nada além de pedras e areia aonde a vista podia alcançar... sozinho...
-Odeio ficar sozinho.- chutou uma pedrinha.
-Você está sozinho?- perguntou a mulher.
Ele se virou... ficou surpreso.
-Mãe?
Ela sorriu, ao seu lado o homem também sorriu.
-Vocês são ilusões...- disse amargo.- Ou brincadeiras de Voldmort.
Os dois se olharam, balançaram a cabeça.
-Não filho, você está do outro lado.-disse Tiago.
-Esses somos nós mesmos Harry.-disse Lílian.
-Do outro lado?- ele perguntou.
Eles olharam a paisagem vazia a volta.
-Sim, essa é a aventura seguinte.-disse Tiago.
-Eu morri?
-Não... apenas queria nos ver... não é?-Lílian sorriu.
Ele estendeu a mão, mas atravessou a mulher.
-Eu só posso vê-los... nunca toca-los...-falou triste.
-Não, você teria que morrer para estar conosco...-disse o pai sério.
-Harry você não precisa mais de nós...-disse Lílian.
-Não? Eu nunca tive vocês...- fechou os olhos, não conseguia encara-los.
-Harry, você tem que parar de perseguir nossa sombra.- disse Tiago.
-Mas...
-Você tem as pessoas que precisa muito perto de você.- disse Lílian.
-Mas eu não tenho família...-suspirou.
-Não?-ela disse suavemente.- Harry, você não tem mesmo pessoas nas quais confia, aquelas que podem lhe proteger? Pessoas que você gosta e que gostam de você?
A imagem dos Weasley, dos amigos, de Lupim e Thonks, do pessoal da ordem até dos Dursley passou pela sua cabeça...
-Viu? Você tem família... uma bem grande...- falou Tiago.
-Mas...
-Existem famílias destruídas que merecem ser restauradas... mais que a sua...-disse Lílian.
-Eu sei...
-Famílias que podem respirar aliviadas porque sabem da verdade.- disse outra voz.
Harry voltou a abrir os olhos, era Digory.
-Cedrico?
-É... eu queria agradecer... por levar meu corpo... pra minha família.
-Mas eu...
-Foi importante Harry.
-Mas...
-Você foi um grande amigo.
-Amigo?
-É.
-E um grande amor...
Ele se virou e era Ana.
-Ana...
-Você foi a luz para mim, e para meu irmão...
-Eu?
-Você o consolou e eu pude descansar em paz...
-Mas você agora precisa de paz também.- disse Tiago.
-Pra seguir em frente.-disse Lílian.
-Porque você tem uma família do outro lado.- disse Ana.
-E bons amigos.- disse Cedrico.
-Certo.- ele sorriu.
-Então vá.- disse Tiago e apontou o mar.
-Eles estão esperando.-disse Ana.
-Vá e vença.-disse Cedrico.
-E um dia estaremos juntos.-disse Lílian.
Harry olhou o mar, e se virou novamente.
-Obri...- mas já não havia mais ninguém.- OBRIGADO!
Se virou e entrou no mar... vá... sim... ir, ir para as pessoas que importavam... para os que estão vivos... protegê-los...
Mergulhou na água gelada... frio... escuro...
A culpa disso tudo é de Voldmort... é ele que eu tenho que derrotar! Ele é que tem que pagar... ele é o inimigo!
"Você tem certeza?"
-Como assim?
A ave ressurge em sua frente, Harry se vê em um lugar escuro e está encharcado tremendo de frio, dessa vez muito agradecido da ave em questão ser feita de chamas... torce as vestes...
"O verdadeiro inimigo..."
-Quem é o verdadeiro inimigo?
"Ninguém..."
-Como ninguém pode ser o inimigo?
"Ninguém é seu inimigo além de você mesmo..."
-Como assim eu mesmo?
-Prepare-se...
Harry se virou ao escutar a voz atrás dele e foi a sensação mais estranha que podia ter tido na vida... estava se vendo, ele mesmo com as roupas ainda úmidas... se sua cópia(?) não estivesse tirando as vestes e enrolando as mangas acharia que era um espelho, e sim era mais alto que imaginava... e menos magro do que pensava também...
-Preparado?- disse a cópia.
-Pra quê?- estranho responder a si mesmo assim...
-Estupefaça!
-Protego! Ei!
-Sphinx!
Uma das pequenas flechas passou perto do seu rosto arranhando-o.
-Ei! Protego!-se defendeu da segunda onda de flechas prateadas.
O outro arrepiou os cabelos para trás tirando-os do rosto, Harry achou melhor tirar as vestes úmidas e pesadas também, já que seu outro eu parecia mesmo disposto a duelar...
-Parece que você não pretende conversar, hã?
O outro sorriu maldosamente.
-Tá ok... Estupefaça!
-Protego!-o outro rebateu
Uma brecha para algo maior.
-Sphinx! Potere!
Duas flechas de prata acertaram o outro que anulou o estupefaça rebatido, o outro sorriu ao apertar o braço ferido e Harry sentiu, olhou estava ferido também...
-Mas quando ele me acertou?
Distração fatal.
-Sphinx!-bradou a cópia.
-Droga! Pote...
Três das flechas o acertaram, no rosto e perna... sentiu a bochecha esquentar... o sangue escorrer... mas lá no outro... o sangue também correu...
-Mas se você se fere... quando eu me firo...
-Estupefaça!- o outro atacou ainda sorrindo.
-Potere!- se protegeu.- Isso não faz...
-Protego!-o outro voltou a se defender.
-Solus! Isso não faz sentido...
-Crucio!
-AERUS!
Ambos foram jogados para trás... ambos caíram ofegantes e feridos...
-Mas que droga!!!
Mas o outro se pôs de pé.
-Rictus!
-Caramba!
Harry rolou no chão evitando o ataque fatal por centímetros.
-Flamae!
A manga da outro pegou fogo e imediatamente Harry sentiu o seu braço queimar, ambos se encararam segurando o braço ferido.
-Isso é loucura... se ele ataca eu me machuco, se eu ataco me machuco também!Potere!
"Você é seu pior inimigo."
-Me mate!- o outro gritou.
-Como?
-Eu não mereço viver!Me mate! Rictus!
-Eu não vou me matar!Protego!
-Se eu viver outros morrem!Sphinx!
-Claro que não!Solus!
-Se eu viver, a profecia se cumprirá! AVADA KEDAVRA!
-Então deixa ela se cumprir! HANGORN!
Ele nem sabia porque tinha feito aquilo, se sabia que não havia nada que pudesse deter uma maldição letal... Lá o outro caiu vítima da maldição, porque aqui ele caía...
"Você foi julgado..."
Mas Harry fechava os olhos... os olhos verdes foram se fechando.
Se isso é morrer... talvez, não seja tão ruim assim... pensou ao sentir-se em algum lugar macio, ao longe escutou uma voz, algo a muito conhecido...
-Existem coisas pelas quais vale a pena morrer...
-Sirius... -sorriu
-Não a memória dele... Sirius está vivo.
-Eu sei disso.-disse abrindo os olhos.
-A memória dele está preservada.- disse a imagem dele, pouco nítida como se vista na penseira.
-Mas isso não basta.- respondeu.
-Não, porque você não vai desistir.- ele sorriu.
-Eu nunca desisto.
-Então você está pronto.
-Pronto?
"Você foi julgado..."
-Fui?
"Você controlou a maior parte das suas emoções..."
-Controlei?
"Você foi julgado por um juiz cruel... e só falta a última pergunta..."
-O que devo fazer?
Ele abriu os olhos, acima dele estava a ave...
"Você passou por sua consciência... mas, você pode controlar o amor?"
-O amor?
"Você quer terminar o julgamento... você pode controlar o amor?"
-Mas...
"Esse é o juízo final."
Ao longe ele viu um vulto sentado numa poltrona.
-Creio que fui julgada e absolvida...-Harry conhecia essa voz.
-Acredito que nós dois podemos ser absolvidos...-respondeu andando até ela.
-Harry?- perguntou Morgan num sorriso.
-Oi Morgan...- sorriu também.
Ela o olhou, estava sentada na poltrona usando a mesma roupa vermelha que usava no casamento, ainda segurando o bouquet, sua face no entanto estava muito serena.
-Isso é uma ilusão?- perguntou.
-Eu não sei... pode ser...- ela respondeu.
-Eu não sei mais se estou sonhando, vendo ou sendo iludido...-confessou, ela sempre fora sua amiga, alguém para confiar totalmente.
-Mas eu estou bem...- ela sorriu claramente.
-Sinto sua falta Morgan...- disse se aproximando.
-Eu também sinto a sua Harry...- ela esticou a mão.
-Você vai acordar um dia não vai?- ele se ajoelhou na frente dela.
-Vou fazer tudo o possível Harry, o impossível também...- ela disse segurando a mão dele.
-Eu também...- disse pra ela do fundo do coração.-Vou fazer o possível e o impossível...
Ela pareceu se perder em pensamentos... então balbuciou.
-O que pode matar a alma de uma pessoa?
-A falta de amor?- Harry pensou sentando-se no chão.
-A falta de amor corrói...- ela disse olhando o bouquet.
-Mas o amor não mata também?
-Aos poucos...- ela jogou o bouquet pra ele.
-O amor é uma coisa perigosa...- disse olhando as flores já meio murchas.
-Muito...- ela falou sinceramente.
-Porque não podemos controla-lo?- disse pensando em seus sentimentos.
-Controlar o amor é controlar o universo... impossível...- ela balançou a cabeça.
-Se lhe fosse dado esse poder... o que você faria?
-Recusaria...-disse o olhando nos olhos.
Ele a olha sem entender... ela suspira:
-Harry, quando você controlar o amor, você o matará... e tudo acaba... tudo.
-Então ele não pode ser controlado.-disse olhando as flores.
-Ele não DEVE ser controlado... ela sorri.
-O que faço com ele então?
-Você distribui... Você dá... você doa...
Claro, idiota... amor se dá... não se controla... sorri e recebe um sorriso, aliviado das dúvidas se levanta.
-Agora sei o que fazer...
-Você sempre sabe...
-Tenho que ir...
-Mas você voltará...
-Quando eu voltar Morgan, você vai acordar... (NdA-Se não leu Sombra e a Escuridão perdeu muito dos múltiplos sentidos dessa cena)
-Eu posso esperar...
-Não vou deixar você esperando...
Não vou deixar ninguém me esperando!
"Você compreendeu?"
-Eu sou o que sou, eu fiz o que quis e isso não pode ser negado e não pode ser tirado de mim, eu sei a quem amar, e só amor eu posso dar...
"Então você compreendeu... seu coração não pode mais ser iludido pelo medo... solidão e culpa passadas... você pode possuir o amuleto, e vai saber quando as coisas fugirem do controle e vai dar passos mais firmes."
-Sem medo de errar, porque é errando que se aprende...
"Isso."
-O que é o amuleto proibido?
"É a forma que suas lágrimas tomarão para que eu possa agir no mundo ao seu lado"
-Foi você que conversou comigo...
"Eu e sua consciência... o mais cruel dos juízes..."
-E você é?
Abriu os olhos... estava na sala de Grifindor, a beira do caldeirão... A Fênix estava a sua frente então Harry escutou.
-Eu sou Hangorn, e estou com você, para cumprir meu destino.
E brilhou, e diminuiu até Harry levar as mãos a frente mas mal sentiu a mínúscula conta esverdeada, como um cristal translúcido , que tinha forma aproximada de uma lágrima... ao mesmo tempo que sentiu algo quente entorno de seu pescoço, e viu um fino fio se ligar... então estava usando um leve fio de prata com um pingente de cristal... o caldeirão estava vazio...
-Você é Hangorn... a fênix renascida da poção maldita, que desilude o coração e se transforma no amuleto proibido...
-Sim.
-Porque afinal a poção é maldita?
-Porque os poucos que tentaram fazê-la morreram...
"Devo azarar o Snape..."
-Porque esse amuleto é proibido?
-Porque pode mudar o destino... pode anular um Karma, pode salvar o moribundo das portas da morte...
-E?
-Quem o carrega paga o preço...
-Que preço?
-Sua consciência lhe dirá... mas o poder está em você, e se você der o amuleto a outro estará entregando seu coração... estamos ligados até meu destino se cumprir... agora, por hora, estamos cansados, precisamos descansar... teremos muito a fazer em breve.
-Eu sei o que você quer dizer.- Harry sorriu e deixou o pendente cair sobre o peito.-Eu sei muito bem do que você está falando.
E se virou para a planta que estava na mesa.
-Limpar!
-Organizar!
-Estou ficando bom nisso, acho que vou poder ensinar para Thonks!- disse vendo os livros entrarem na mochila.
Catou a planta de Neville com delicadeza, ela arrulhou satisfeita.
-Continuo te achando esquisita tá ok?
Enfiou o vidrinho de Athelas na mochila e catou a veste do chão, mas ao ver sua roupa não tinha nenhum vestígio de ter sido estragada, nem molhada... apenas estava sem as vestes e mangas arregaçadas... olhou em volta.
-Está feito afinal...
“E muito bem feito Harry!”
-Obrigado. HAHAHA Snape vai ter que engolir meus Nom´s!!!
“Ele não vai gostar...”
-Melhor ainda!
Havia pó de flu num potinho acima da lareira, como o céu estava escuro e pontilhado de estrelas, e ele estava mesmo com sono, arriscou que devia ser tarde “ Preciso arranjar um relógio...”
-Grifinória!
Saiu sabendo que ia encontrar exatamente o que estava a sua frente, Gina e Neville no sofá sob a supervisão de Rony e Hermione de braços cruzados na poltrona com uma cara assassina.
-HARRY!- ela começou.
-Neville.- Harry ergueu a Mimbulus.
-Ah você achou! Roubaram ela!
-Não roubaram...- riu.- fui eu que peguei.
-Mas porque não me pediu?
-Foi meio que no improviso, mas ela salvou o dia! -“eu sou mentiroso”- Desculpe, mas ela está bem...
-É está sim.- disse o outro olhando a planta com muito cuidado.
-Mione!
Ela levantou e ficou cara a cara com ele, muito revoltada.
-Você quase me ma...
Ele não deu tempo, ela nem imaginava a saudade que ele estava dela, e só beijando pra demonstrar, sentiu a pedra se aquecer no peito.
-É esse é um bom jeito de fazer uma garota calar a boca.- disse Rony rindo.
Se separaram, mas ela ainda estava furiosa, ele sorriu.
-Não resisti, você fica linda brava!
Ela ficou vermelha.
-Você é um irresponsável, quase nos matou de susto! Começa com aquela carta noturna.
-Poxa Harry você nunca me contou que dava pra subir no dormitório feminino como animago...- disse Rony.
-Rony!-exclamou Gina.
-Bom saber.- sorriu Neville.
Gina corou e Rony lhe olhou com uma cara mortal.
Harry sentou-se e deixou a mochila cair no chão, estava tão leve, em paz e feliz que não pode deixar de rir com as caras dos dois irmãos.
-Não relaxa ainda não!- falou Hermione possessa.- E a resposta? Nada de contar, aí vem o pior o testamento daquele tacanho!
-Mione!- ele se surpreendeu, ela sempre defendera o professor.
-Aquele imbecil! Porque a idiota só se tocou do que era um testamento doze minutos depois que você saiu!!!
Ela contara os minutos depois que ele saíra... ela tinha contado...
-E ela não disse o que é o tal testamento pra ter ficado tão nervosa, nossa achei que ela ia ter um ataque quando começou a repetir: O testamento, testamento!!!-disse Gina aborrecida.
-Afinal Harry o que tá acontecendo.
-Bom, vocês querem as boas, más, péssimas ou ótimas notícias?- sorriu.
Cada um deles falou uma coisa diferente.
-Resumão:- riu após eles discutirem qual queriam por uns três minutos.- A boa, acho que Hagrid e Carlinhos estão bem, a má, Dumbledore não quis dar os nomes, a péssima, três deles não são sonserinos, a ótima,- ele colocou a mão em concha na altura do peito e o pendente flutuou brilhando.- Snape vai ter que admitir que sou muito bom em poções!!!
Os quatro pararam meio chocados pela brutalidade das notícias, mas principalmente hipnotizados pelo brilho levemente esverdeado do cristal que flutuava entre as mãos do rapaz... até Hermione falar.
-Era essa a poção do testamento.
-É.
-E... Harry... o que é isso?- ela perguntou olhando o pingente fascinada.
-Hangorn.
-O QUÊ!!!!
-Hermione, você acabou de acordar meia torre.- disse Rony chateado.
-Ai.- disse Harry tirando mão dos ouvidos.- Calma Mione!
Mas ela tinha acabado de desabar em cima dele, o mais estranho é que ela estava beijando ele... não que Harry não tenha gostado, mas era muito estranho ver Hermione tão desesperada na frente de tanta gente, “se bem que daquela vez tinha um bando de testemunha quando ela quase chupou o meu sangue...” pensou, “ e é melhor parar de pensar nisso pra não se empolgar...”
-Deixa ver seu eu entendi... o Snape te passou uma receita de poção de amor?
Hermione deu um grunhido revoltado... tava abraçada em Harry a ponto de quase lhe quebrar as costelas.
-Mione, o que adianta eu sobreviver ao preparo da poção se você me partir ao meio?
-Você é um insensível! Quase me matou de preocupação e agora me diz que fez essa... essa... coisa!- ela estava chorando.
-Ei!- ele a apertou também e fez uma cara “eu não to entendendo?” pros amigos.- Esse choro todo é um motivo pra não contar...
Ela descolou dele na hora:
-Hangorn! A poção da Fênix renascida! Passada de um mestre de poções a outro! Conhecida como a poção maldita pois ninguém sobrevive a sua preparação! Aquela que faz o preparador passar pelo juízo final...
“Que bom que você não me falou nada sobre o juízo final naquela hora que apareceu...”
“As pessoas inventam um monte de coisa sobre mim...”
Mas Hermione não escutou nada e continuou, como boa biblioteca ambulante que era.
-... e isso.- ela pegou a jóia com força.- É o amuleto proibido.
-Mione não brinca com isso!
-Isso pode te matar! Isso é...
-Isso é uma poção de cura! Isso- Harry apontou para Neville.- vai trazer de volta a sanidade dos pais de Neville.
E fez-se o silêncio.
Hermione tremia com a mão na jóia, Harry a olhava preocupado, e Neville estalara os olhos assim como Gina e Rony.
-E você sabe como fazer isso?-ela perguntou.
-Ainda não, e talvez sim.
-Você não está brincando Harry?- perguntou Neville.
-Eu nunca brincaria com isso.- disse sinceramente.- Nunca.
-Você sabe qual o preço por usar o Hangorn, Harry?
-Não não sei.
Agora os suspiros foram gerais.
Ela levantou trêmula. Se virou e ficou encarando a lareira.
-Estava escrito no livro dos grandes mestres, que eu vi sem permissão na seção reservada, que quem usa o Hangorn acumula os Karmas dos que salva... e no primeiro ato de... no primeiro ato
-Primeiro ato contra um inocente devo pagar com minha vida?
Ela se virou pra ele furiosa.
-Você sabia!
-Não... mas minha conciência indicou... agora me diz Hermione, quando você acha que eu vou ferir alguém inocente?
-Se você não se controla quando vê alguém sofrendo... como vai evitar de ferir alguém?!
Isso foi suficiente, lá no fundo Harry estava muito em paz com sua escolha, ele tinha que ferir sua consciência pra cair duro.
”na verdade você queimaria até a morte...”
“Cala a boca Hangorn!”
Mas ela tinha que remexer no passado, para abrir feridas, ele tinha boas para abrir.
-Você não confia em mim? Não seria a primeira não é?
Ela se calou. Rony se mexeu nervoso na cadeira, Neville e Gina olhavam os dois como se fossem duas criatura diferentes, quase divinas, quase dois Deuses com poder de decisão sobre suas vidas, Neville principalmente, Hermione colocou a mãos no rosto e desabou em choro.
-Não é justo! Você! Você! Sempre você!- ela o olhou com lágrimas escorrendo dos olhos castanhos.- Porque é sempre você que carrega tudo sozinho?!
-Quando eu passei pela prova, sabe, foi o seu rosto que me fez voltar... você é o motivo pra eu ter passado, você caminhou comigo, mas nem percebeu.- Harry olhou-a e sorriu.- Você passou comigo pela prova, você estava aqui- apontou o peito.- o tempo todo.
Ela chegou perto e o abraçou com força de novo, e ficou soluçando por muito tempo ainda, mas Harry estava em paz...
-Eu confio em você sim...- ela disse na orelha dele.
-Que bom.- ela a apertou mais.-Ah! Mas temos coisas a fazer caramba!
Ela o olhou, Harry olhou para Rony.
-Pega um pergaminho e uma pena Rony e anota aí, Parece que Hagrid, Grope e Carlinhos estão perto de um monastério que Dumbledore conhece na Andaluzia, eles tiveram um probleminha com o ministério...
-Calma aí.- gemeu Rony anotando depressa.- Eles estão bem pelo menos?
-Pareciam bem, mas disseram que tinham comensais, e Carlinhos quebrou a varinha dele e eles meio que se perderam, anotou?
-Claro!- ele sorriu.
-Então leva pra McGonagall, lá na sala dela e avisa que eu já estou aqui.
-Tenho cara de seu empregado?
-Não, mas você é monitor e pode sair nesse horário, e é o único avulso por aqui.- sorriu apertando Hermione mais forte.
-Eu avulso! Se liga!
Mas todos estavam rindo quando ele saiu pelo retrato.
-Temos uns quinze minutos antes dele voltar...
Gina não precisou de outro incentivo para acalmar Neville
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