Cp10 “Testamento de Snape..."



Cp10 “Testamento de Snape..."

Uma coisa tinham que admitir, o cara era bom, e não fez uma única pausa do início ao fim da aula, discorrendo sobre a importância do NIEM´S, e sobre todas as matérias a serem vistas e revistas... ele estava muitíssimo bem informado, discorreu sobre as matérias dadas por cada professor desde Quirrel até Umbridge... e cada mancada deles também... não falou muito do ano anterior, evitou críticas sobre Morgan... “pelo menos isso...” concluindo que se não fossem capazes se atirassem na floresta porque o ano seria duro, muito duro para compensar o estrago feito pela incompetência geral dos professores anteriores...

-E creio que sendo uma turma avançada vocês serão capazes de acompanhar o ritmo, ou terão que dar adeus aos seus Niem´s...

Ele disse olhando para Neville.

-A turma está dispensada.- concluiu.

E debandaram, porque a maioria saiu achando impossível concluírem o programa, a metade saiu já em pleno ataque histérico...

-Potter, Weasley!- ele disse se dirigindo a mesa de onde retirou um papel e começou a anotar.

Trocaram olhares com Neville e Mione, ele foi rapidamente, mas Rony se arrastou atrás dele. Snape se sentara e os olhou friamente.

-Começamos muito bem, muito bem mesmo.

-Vamos terminar logo com isso Snape...

-Professor Snape, Potter, Professor... e sim, vamos acabar com isso porque tenho mais turmas a consertar hoje...o tempo ficou curto... aqui, levem isso a McGonagall ao fim da tarde.

Ele pegou os papéis, passou o de Rony e quando se virou escutou:

-Um momento, eu não os dispensei, Weasley pode ir e leve seus colegas sim, eu tenho coisas a tratar com Potter.

Rony se arrastou desanimado após dar um olhar de pena para Harry e levou os outros para fora, Snape suspirou:

-Antes tome aqui.- ele lhe entregou um pergaminho.

-Mas isso é...- Disse Harry ao ver o lacre, que reconheceu na hora.

-É, e não temos tempo para asneiras, e eu aviso, só comece se for terminar, não podemos nos dar ao luxo de sermos “colegas”, então mantenha segredo de como isso lhe foi passado.

-Não imagina...- seu "colega" nunca! Pensou.

-Porque eu nunca passaria isso a você assim entendeu?!- disse enfáticamente.

-Posso saber porque isso estará nas minhas mãos?

-Porque Dumbledore “confia” em você... –disse ele irritado.- E isso aqui também.-disse lhe passando um pedaço de papel.

-Isso é irrestrito?- disse olhando o bilhete

-Totalmente. Aí estão os necessários, mas pode levar o que quiser.

-Tem idéia do que isso.- ele mostrou o primeiro papel.- e isso, - ele mostrou o segundo.- podem fazer?

-Eles não podem fazer nada, você sim, creio que Dumbledore acha que você saberá o que fazer com isso. Bem, creio que nossa conversa acaba aqui, permanentemente. O que é mais provável...

Harry ia saindo quando se virou:

-Você está com medo?

Snape não o encarou, apenas repetiu:

-Você é um idiota Potter, muito ruim de memória, uma vez eu disse “O medo é uma venda que você usa para poupar seu coração da verdade”, eu sei a verdade Potter, por isso.- o encarou.- Não tenho medo. Agora, no entanto receio que você aqui me atrase ainda mais por isso. E convenhamos, muito provavelmente não terei muito tempo a frente.- dispensou-o com a mão.- Ande.

Harry saiu sem olhar para trás, sim, ele não estava com medo, mas se passara aquilo para ele, com certeza, Snape era um cara marcado... para morrer.

-E aí?- perguntou Hermione ao enganchar no braço dele e o beijar de leve na bochecha, -Ele pegou muito no seu pé?

Harry suspirou, “isso é uma guerra real e coisas serão feitas e coisas serão ditas... e gente vai morrer... ou viver...”

-Snape acabou de me passar seu testamento...- sussurrou.

Ela estacou no corredor.

-Co...Co...como assim?

-Mais tarde, com mais calma... eu quero pensar...-disse olhando para o chão.- Eu vou ter que pensar... muito.

Por que em suas mãos estavam as duas coisas mais raras e importantes do mundo, um testamento, a maior obra de um mestre em poções, isso ele sabia graças aos livros que lera por causa do Grimório de seu pai... e uma autorização irrestrita para a seção reservada da biblioteca... afinal... se não era pra fazer aquilo, porque aquilo iria parar em suas mãos?, e tinha mais, a carta de Dumbledore ainda queimava no bolso das vestes.

As coisas estão indo rápido... muito rápido. No almoço separou-se dos outros e mostrando a autorização a Madame Pince, entrou na seção reservada da biblioteca.

A primeira aula de história da magia não o retirou do estupor em que estava, mesmo porque Hermione e os outros começaram a pressioná-lo e ele sabia que antes tinha que organizar algumas coisas, em seguida ouve uma aula especialmente tediosa de feitiços da qual ele e Rony saíram, como se precisassem, com lições extras... e tudo aquilo lhe estava irritando, sua cabeça não estava nas aulas, nem na AD e sim naqueles três papeis em seu bolso e na meia dúzia de livros em sua mochila, que estava duas vezes mais carregada que a de Hermione, ele e Rony se despediram do pessoal e saíram para a detenção.

-Quando você vai finalmente começar a falar hein?

-Breve... sabe que vocês apressam as coisas?

-Harry, você disse para Mione que teve um sonho, mandou uma carta, recebeu resposta, recebeu o “testamento do Snape” Cara! Esse seu silêncio é muito irritante depois de um tempo!

-Você já parou pra pensar Rony,- parou e olhou o amigo.- E se nas suas mãos estivem as vidas de muitas pessoas?

Rony parou no corredor... o olhou e contou:

-Deviam ser só nove... na pior das hipóteses...

-Mas são muitas pessoas... e eu preciso pensar... entendeu?

Rony não falou nada, nem quando entraram na sala da McGonagall, ela os olhou e saiu da sala:

-Agora Potter, é uma decisão sua... e Weasley, venha comigo por favor...

Rony a acompanhou, e Harry foi trancado na sala.

Ele retirou a mochila e colocou-a sobre a mesa.

Poucas horas para fazer o que devia.

Pegou a carta de Dumbledore.

Medo...

“O medo é uma venda que você usa para poupar seu coração da

verdade...

Que verdade?

Que você sabe o que fazer... mas tem orgulho demais para aceitar...

Não desperdice o que a vida lhe dá... tão fácil.”

Ele pegou a carta e olhou firmemente leu:

Harry... quanto a seu sonho concordo com você, deve ser ilusão, quanto a nossa misteriosa “entidade’ devemos agir com cautela, se proteja, use o extrato de Athelas... vai fechar sua mente, vai ajuda-lo.

Quanto aos nomes, como você expressou em sua carta, não gostaria de expô-los, como você mesmo escreveu eles cometeram um erro e devem ter a chance de se redimir dele, estamos cuidando para que nada de grave ocorra... estamos observando, e sim como você suspeita três deles não são sonserinos, mas quero que ignore esse fato, esses nomes não devem ser revelados agora... confie em mim.

Agora tem algo mais que iremos pedir a você e isso é uma decisão difícil... e muito perigosa, envolve pessoas e vidas e só cabe a você... ao saber de suas leituras sobre poções raras, na ocasião em que tomaram a decisão de seguir os passos de seu pai e amigos... acreditei que tenha ficado a par do que é um “testamento?” Sim, vamos pedir que guarde o “testamento” de Severo Snape, imagino que possa lhe parecer uma ironia, mas eu lhe garanto Harry, não é.

Essa poção específica o Hangorn, é uma poção de cura poderosa, capaz de salvar vidas, mesmo daquelas pessoas em seu último suspiro, e de recuperar almas, corpos e mentes... e só você poderá usá-la, pois só um projetista pode fazer uso dela, e você é um dos poucos que conhecemos com esse dom, na verdade o único...

Severo irá lhe propor uma detenção hoje, nela você ficará sozinho na sala da Professora McGonagall, use a lareira, vá para SALA DE GRIFINDOR, lá faça o que acha que deve fazer, não haverá julgamento.

Ps: sei que você vai achar muito estranho, mas eu confio inteiramente em você.

A.D.

As mãos de Harry tremeram:

-Eu é que devia confiar em vocês... e não vocês em mim... eu não estou pronto.

Olhou em volta tentando encontrar um alento.

Catou a mochila, pegou o pó de flu e foi até a lareira.

-Incendio.

A lareira se acendeu.”O que eu fiz... pra merecer isso? Por quê eu? Isso não tem resposta...Eu sei...”

Pegou o pó de flu... “Porquê eu estou pensando nessas coisas?”

-Sala de Grifindor!

Saiu de pé em uma sala levemente empoeirada, provavelmente no topo de uma das torres.

-Quer apostar quanto que estou em cima da torre da Grifinória?

O lugar era circular, tinha uma lareira, uma janelinha, archotes acesos que iluminavam o local, tinha mesas, e espaço para um caldeirão, instrumentos e ármarios grandes, como os das antigas salas de Snape...sem dúvida nenhuma um lugar perfeito para conjurar e fazer feitiços...ou uma poção, tudo porque ele tinha nas mãos a maior poção de todas para fazer...

-Esse cretino do Snape... e agora?- disse olhando o pergaminho lacrado.

Harry sabia muito bem o que era um Testamento... era a doutrina de um mestre de poções passada a outro... uma forma amaldiçoada de passar uma receita geralmente receitas antigas de tradições orais...se Harry não destruísse o papel em dois dias, não lesse e decorasse a maldita poção Snape morreria... “seria bem feito...”

Se ele rompesse o lacre e copiasse a receita... ele morreria... em dois dias... e ele tinha que decorá-la senão ele morreria... e tinha também que fazer a poção... porque o bruxo que ia usa-la é que tinha que faze-la... porque para usa-la tinha que ser um projetista... Harry era.

A poção não era simples... chamada por Hangorn.

Um nome simples para uma poção capaz de salvar vidas... recuperar almas... uma poção de cura tão forte que era capaz de salvar uma pessoa no seu último suspiro...

“porque eu?”

“porque eu posso...”

"Se eu não conseguir fazer... se eu falhar..."

“O legal é que se eu falhar o Snape morre... é um consolo.”

“Se eu não falhar ele vai ter que admitir que sou bom em poções!”

“Melhor não falhar... não é?”

Seria uma longa noite, abriu o “testamento”

Potter...

A vida é ironia não é? Você vai tentar? Vai, eu sei que vai, porque você é o tipo de pessoa que faria isso... de qualquer modo não vou ter muita esperança, será um milagre que você complete a poção decentemente, então fiz o que devia fazer, se você conseguir, o que é no mínimo impossível e deixei isso muito claro a Dumbledore, vou ter que admitir que você mereceu seus NOMS e provavelmente irá merecer seus NIEM´s, então como vê a vida é irônica... Você deve estar chateado, então não me alongarei nisso... siga exatamente os passos na ordem certa, e por Deus decore isso! Nunca a escreva (pelo menos Dumbledore me disse que você deve saber o que é um testamento...), quando esse papel for queimado eu esquecerei dela e só você vai saber prepará-la:

HANGORN...Conhecida como a poção da Fênix renascida.

Comece com os ingredientes da poção Aldafast, siga o modo de preparo da poção Linsk, e deixe esfriar totalmente, (totalmente Potter! Ela vai ficar branca e viscosa! Entendeu?)

-Eu não sou tão idiota assim! Branca e viscosa... como você sabe?

Adicione o extrato de Athelas, (Dumbledore lhe deu, use três gotas, só três não queremos criar zumbis!)

-Será que não? Você daria um ótimo zumbi!

Em seguida una os ingredientes da poção para transmutação (Seu padrinho conhecia essa poção não? Você aprendeu? Me disseram que sim.)

-Não imbecil, eu não aprendi, mas tenho o Grimório... E o panaca do Malfoy tem uma boca muito grande para uma doninha!

Mas inverta totalmente a ordem desses ingredientes (comece do fim da lista para o começo, ficou mais fácil?)

-Snape eu não sou retardado!!!

Agora você vai ter de juntar seiva de Mimbulus mimbletonia (Dumbledore diz que você sabe como conseguir... não imagino como, se é uma planta extremamente rara.)

-HAHA. Acontece que eu sei como! E você sempre xingando o Neville! Que feio!

Se você sobreviver até aqui é só deixar ferver, esfriar e rezar para que fique verde claro (o que será um milagre, vou esperar o som da explosão. Que é comum quando se erra...)

-Vou dar um jeito de transportar isso para explodir em suas fuças!!!

Se estiver vivo até aqui, e eu de certo modo vou respirar aliviado, a vida é mesmo irônica, prossiga com a poção da paz... (onde nossas esperanças afundam não é mesmo?

-Só na tua cara.

Mas não se esqueça!!! Inverta o preparo!!! Do fim para o começo Potter!!!)

-Quem inventou essa droga de poção insana dos infernos afinal?!!! Um duende com dislexia?

Espere ela ficar semitransparente e esverdeada,(fica assim por causa da Athela, então cuidado, se foi Athela demais o vapor que subirá será suficiente para transformar você em zumbi, ironicamente não queremos isso.)

-Não queremos? Não é mesmo?

Daqui em diante ela não foi feita... aqui acaba a poção... se estiver vivo espere que ela faça efeito, dizem que a poção irá lhe dizer o que fazer, então...

-Ei! Como assim a poção vai dizer o que fazer? Ela vai criar vida e falar?!

...ironicamente, lhe escrevo Boa sorte. (já que da sua depende a minha...)

PS: decore a poção não a conte pra ninguém... haja o que houver, ela é sua responsabilidade agora.

-Valeu! Sabe, uma coisa que não se sabe como termina e ...

Jogou o pergaminho com força no chão

-Eu posso simplesmente não fazer nada e ficar aqui por dois dias até você morrer seu cretino!!!

O silêncio solitário foi a resposta...

-Eu tenho que decorar essa coisa ou morro também... porque fui abrir essa porcaria?

Se viu pegando os livros em silêncio, abriu-os em cima de uma das mesas... devagar procurando o que precisaria...

-Aldafast... poção... aqui. Tá certo os ingredientes... nos armários...

Abriu os armários, todos, sim estavam com os estoques cheios como se tivessem sido recém preparados... foi pegando um a um.

-Lasca de chifre de unicórnio...

E vidros e mais vidros...

-lingústica... e flor-de prata... pó de lazuli...

Organizados em ordem ao lado do livro... "pelo menos não tem ninguém olhando..." são doze ingredientes...

-Poção Linsk... isso. modo de preparo... são doze ingredientes também... certo...

Deixou o outro livro aberto na mesa do outro lado dos ingredientes, "que dê certo... por favor..."

-Athelas.- pegou o vidrinho e colocou na bancada.- Por isso você me deu Dumbledore? Porque não me contou? Agora... a poção de transmutação...

Precisaria do Grimório... mas sair para pegar? não seria seguro aparecer agora na lareira da Grifinólia, além do mais precisaria da Mimbletônia de Neville que já estava bem grandinha...

-Mas que droga!!! Como eu vou trazer essas coisas... certo, que ninguém esteja olhando e que a janela esteja aberta... e que dê certo por favor!

Foi até a janelinha e a escancarou:

-ACCIO GRIMOIRE!

Escutou uma trombada lá embaixo, provavelmente a janela estava trancada... então outro barulho e na sua frente apareceu o Grimório, envolto no pano em que o envolvera, segurou-o.

-Bom a planta não vai trombar vai? Neville me mata se acontecer alguma coisa com ela...

Pensou por alguns instantes olhando a lista da poção de transmutação necessária para se fazer um animago... agora ele sabia que havia sessenta chances em cem dessa poção dar errado... que todos eles tinham se arriscado demais... eram trinta e sete ingredientes... realmente uma quantidade absurda...

-Sírio de bruxa...

-Pele de Aslimbio... "o que é um Aslimbio?"

Pelo aspecto enrugado e nodoso devia ser um parente mais feio das ararambóias...

-Pelos de pantera-da-noite... "de onde eu conheço esse nome?"

"Mione... que falta você faz..."pensou ao recontar pela terceira vez os ingredientes ao se perder novamente, tentando colocá-los no ordem...

"Que horas são agora?" pensou ao terminar de organizar os trinta e sete ingredientes. pegou um vidro com aspecto de aquário.

-ACCIO MIMBULUS MIMBLETONIA!

Dito e feito ao chegar em suas mãos, a plantinha que agora era uma plantona fez uns sons próximos a rosnados e tremeu, Harry colocou-a de lado e enfiou-a, em tempo dentro do vidro, ela esguichou a seiva... Harry lembrava muito bem do cheiro ruim, o problema é que ele estava muito mais forte...

-Se eu tiver que beber isso esqueçam!!!!- gemeu colocando a planta que voltara a arrulhar e o vidro cheio da seiva na mesa.- Cara que fedor!!!

-Agora... a boa e velha poção da paz...

Essa ele sabia de cor, mas não ia arriscar, pegou o terceiro livro e colocou na mesa, olhou para a planta que voltou a tremer, mas então soltou um arrulho mais calmo. "nem pense em esguichar isso de novo!"

-Heléboro... heléboro... maldito e desgraçado infeliz do heléboro... eu devia fazer uns botons eu ODEIO Heléboro... nunca esqueci dessa vergonha..."eu estou de bom humor não estou?"

-E assim termina a organização... porque... -pegou o papel e leu cinicamente.- dizem que a poção irá lhe dizer o que fazer... ótimo!!!

Olhou os ingredientes na mesa... cinquenta e nove ingredientes no total... um monstro de poção...

-Era a Hermione que devia estar aqui... porque eu tenho que fazer isso sozinho?- suspirou.

"Faça o que acha que deve fazer, não haverá julgamento."

Eram as palavras de Dumbledore, mas em algum momento eles duvidaram que ele faria? Nem Snape duvidou que ele acabaria tentando.

-E desde quando tenho escolhas na vida?- ergueu o papel, já praticamente sabia o que estava escrito de cor... Começamos então? HANGORN...Conhecida como a poção da Fênix renascida... "porque será? E porque tenho impressão que esse não é o seu único nome?"

Olhou os doze primeiros ingredientes... olhou a ordem de preparo...

-Em um caldeirão Grande... é vai precisar ser enorme...

Se virou e olhou do lado dos armários, vários caldeirões, assim como os grandes do ano anterior, pegou e arrastou um deles, grande o suficiente para entrar dentro... arrastou-o até o meio onde viu que na travessa maciça de madeira do teto tinha um conjunto de correntes e ganchos que permitiriam manter o caldeirão estável sobre a depressão no centro da sala que poderia abrigar fogo... usou a varinha para prendê-lo e ergue-lo, até se certificar que estava firme...

-Certo, Poção Linsk... modo de preparo... em um caldeirão grande.- sorriu "acho que o meu é grande suficiente..."- Coloque os sete primeiros ingredientes, ainda bem que já organizei tudo, mexa-os no sentido horário, acenda o fogo e espere aquecer...

Fez o que precisava, mais tarde colocou os outros cinco ingredientes e esperou ferver...

-Deixe esfriar totalmente, (totalmente Potter! Ela vai ficar branca e viscosa! Entendeu?)Não retardado, não entendi...-disse olhando a poção que parecia as entranhas de um inseto esmagado...- Credo que nojento, e já vi muita coisa nojenta na vida...- Encostou a mão no caldeirão.- Tá frio muito frio... Adicionar três gotas...só três...

Uma, duas, três... não, não!

Conseguiu evitar que caísse uma quarta gota , colocou o vidrinho na mesa, e respirou, olhando a gota na palma da mão trêmula, boa idéia estar com a outra mão perto... aproximou a gota do nariz, o extrato de Athelas tinha um cheiro muito doce, gostoso, uma calma o invadiu, esfregou as mãos e se sentiu muito bem, muito calmo, e não sentia mais o cheiro da escrofulária... olhou o caldeirão frio... os ingredientes, agora vinham os trinta e sete na ordem contrária, então seria sem fogo... porque o fogo só era usado no fim... começou olhando a lista do Grimório...

Juntou o suco de romã e mexeu mais um pouco...

-Por todos os gnomos do mundo... quem inventou essa poção?

Continuou reunindo colocando e mexendo até terminar os trinta e sete ingredientes, lembrando de como isso os tinha transformado em animagos... lembrando em especial de certa coruja... sorriu "ela ia querer estar aqui... ver isso... e eu nunca vou poder contar pra ela..." não tudo... só porque ela vai tentar fazer também...

-O que eles estão fazendo agora?- pegou o papel embora já soubesse o que tinha que fazer.- Agora você vai ter de juntar seiva de Mimbulus Mimbletonia.- Torceu o nariz...

Pegou o aquário e então gelou...

-Snape seu psicopata desgraçado! Você não disse quanto!!! Juntar Seiva... mas quanta seiva? uma gota? duas colheres? gramas? Meio litro?!

Seu coração parecia ter afundado até os pés e seu estomago se alojara na garganta... e tinha uma má impressão de que não podia abandonar a poção agora...

-O que eu faço... o que eu faço?

"Como você é idiota não Potter?" veio uma vozinha incômoda lá do fundo, e o pior muito parecida com a do Snape... "custava ter lido com atenção? Sabe ler Potter?"

-Se eu tivesse lido antes... eu tentaria me informar... mas agora... agora... PENSE!!! PENSE!!!

"Aí estão os necessários mas pode levar o que quiser."

Ele se virou e pegou a mochila, sim só usara Três de cinco...

-Plantas exóticas e seus usos... Tem que ser isso...

Folheou até o indíce "você é muito burro, pode melar tudo... seu idiota!!!" -Mimbulus... Sim Mimbletonia... escrofulária parente da Bobutubera... não venenosa, utilizada em antídotos... não se utilizando mais que duzentos gramas do pó... - "pó? eu não tenho isso em pó!!!" olhou o aquário...- Claro ele deve ter mencionado isso nas aulas sobre antidotos... mas eu não prestei a atenção, não é? Estava muito ocupado, com o Tribruxo para prestar atenção... QUE m DE BRUXO EU SOU!!! Pense Potter, pense... duzentos gramas de pó... é claro se estivessemos de dia talvez desidratasse essa... desidatrar é secar... secar... claro, você viu isso -estalou os dedos...- Secar... Rony leu... secar poças... secar...

-QUEMOS!

Escutou o estralo, foi tão rápido que trincou o aquário, mas ali estava... era só pegar e pilar... e pesar...

-Duzentos e trinta... não menos, duzentos!

Jogou o pó fino mas irregular no caldeirão, ele chiou...

-Melou, caramba, eu errei... melou... bom... agora... que seja... na pior das hipóteses vai explodir não é? Bom, tem de aquecer... deixar ferver...Incendio...

"Se você sobreviver até aqui é só deixar ferver, esfriar e rezar para que fique verde claro (o que será um milagre, vou esperar o som da explosão. Que é comum quando se erra...)"

A poção ferveu... estava azulada..."melou... melou sim...". ele apagou o fogo... "caramba... olhou as próprias mãos...estava tremendo.

-Se eu sobreviver, juro que vou te azarar na sala Snape!

A planta de Neville voltou a arrulhar, "poxa, como eu te odeio!"- olhou de lado, se aproximou devagar do caldeirão, ele estava esverdeando...

Ficou olhando, mão no caldeirão, sentindo-o esfriar... clarear... ele começou a ficar calmo..."deu certo... acho que deu certo!"

Mais uns minutos e estava frio... e verde claro, Harry se permitiu escorregar e sentar no chão...

-Se eu fosse cardíaco tinha morrido agora!- "se você fosse tinha morrido no dia que Hagrid apareceu naquela ilha... onde está o Hagrid?"- Tá bem, Poção da paz ao contrário...isso vai ser difícil.

Afinal, a poção da paz era complexa normalmente, invertida foi um pesadelo...

-Pedra da lua moída... -pegou o papel de novo.- Espere ela ficar semi transparente e esverdeada... - olhou o caldeirão...- Acho que eu nunca vou esquecer aquela humilhação da poção da paz...- continuou mexendo.- Pois é Snape, você nunca me explicou essa pegação de pé pro meu lado...- continuou mexendo.- Aquilo foi pra lá de injusto... a minha poção até tinha uma fumaça acinzentada... mais perto do vapor prateado do que as fagulhas verdes do Rony... quem diria, eu não esqueci mesmo... -riu amargo.- Eu nem sou tão ruim assim em poções afinal...- começou a subir um leve vapor do caldeirão, com um cheiro gostoso e doce de Athela...- Acho que está tudo certo afinal, esse cheiro é bom... bom mesmo... agora é para esperar, não é? fazer efeito?

Estava cansado... afinal dera o maior trabalho, mais ali estava, parecia água, transparente e levemente esverdeada, dava para ver o fundo do caldeirão... e o cheiro adocicado foi tomando tudo... Harry cruzou os braços e se apoiou no caldeirão e olhou para o fundo, inspirando forte aquele cheiro bom e calmante... tinha feito afinal, de sua parte, não tinha falhado e sabia agora que não esqueceria, tinha decorado, e era capaz de repetir... porque estava na sua cabeça... estava ali, ele mesmo estava repetindo mentalmente, cada passo, cada poção... Hangorn... ele sabia, e Snape iria esquecer, de certa forma isso o tornava seu aprendiz... não, isso deveria ser passado de um mestre a outro...

"Não podemos nos dar ao luxo de sermos “colegas”, então mantenha segredo de como isso lhe foi passado."

-Você ia preferir virar um lobisomem a admitir que passou isso pra mim... não é? Dumbledore o forçou...poxa que sono... E aí sua poção preguiçosa me diz o que eu faço agora?

No fundo do caldeirão havia somente o seu próprio reflexo...

"realmente... olha pra você... sete anos de Hogwarts... e você está metido numa sala secreta fazendo uma poção secreta... afinal você não é tão inútil assim é?"

-Não mesmo...

"No primeiro ano você achou que nem era grande coisa..."

-Caramba, achei que tava ferrado quando fiquei de frente para o espelho... aquele filho da...

"você nem imaginava que estava encarando Voldmort..."

-Cara que doidera... era Voldmort... bom uma parte dele, mas eu estava protegido não estava?

"Nem tinha idéia de tudo que ia acontecer depois... se você soubesse?"

-Com onze anos? Se foi insano aos quinze... eu ia enlouquecer... caramba... eu não gosto mesmo de pensar nisso...

"E a pressão do segundo ano?"

-E tinha gente achando que eu era o herdeiro de Slytherin... que piada...

"Você enfrentou a morte de novo... o Basilisco"

-O pior nem foi cada vez que me ferrei no segundo ano, o pior foi ver Hermione petrificada... aquilo foi horrível... acho que na verdade já gostava muito dela...

"Você descobriu quem era Voldmort"

-Como alguém fica como ele, pombas, ele era um cara normal... como eu?

"E você descobriu o que aconteceu com seus pais naquele dia..."

-No terceiro ano... foi quando os dementadores vieram... e eu soube da verdade... e Sirius... que idiota teimoso, teria sido, como seria afinal se ele tivesse sido pego?

"Ele não estaria com você depois..."

-Mas ele não está agora...

"Mas você desfrutou dos conselhos dele por dois anos e da companhia estranha de certo cão por breves instantes"

-No quarto ano... ele se arriscou muito ficando naquela gruta... comendo ratos, por Deus como ele pode passar por tudo aquilo... por mim...

"São coisas que as pessoas fazem, por outras... afinal você mesmo, não falou dos dragões ao Cedrico?"

-É se não tivesse falado ele podia ter desistido e estar vivo.

"Ou tentado qualquer coisa e morrido..."

-Não fez diferença ele morreu de qualquer jeito...

"Você fez o que pode... você trouxe o corpo de volta..."

-Lindo... dar o corpo aos pais, porque o filho morreu, morreu por que eu estava lá, morreu só porque eu existo... a cara dos pais dele...

"Eles não culparam você..."

-Acho que estavam sofrendo demais para pensar em culpa...

"Você ainda se culpa?"

-Ele me ofereceu a taça, eu devia ter aceitado, e ele não iria se opor, e estaria vivo.

"Não é a sua natureza..."

-Não minha natureza é idiotamente nobre... eu tinha que dividir... só porque não podia admitir que queria muito vencer... que na verdade queria que ele estivesse sofrendo no meu lugar... derrotado.

"Você não estava preparado... só tinha quatorze anos..."

-Não estava mesmo, embasbacado por causa de tudo, em nenhum momento admitindo que lá no fundo queria mesmo que me olhassem... admirassem, olha eu sou bom, não é só a cicatriz... tem alguém debaixo dela...

"Mas não foi assim, era o menino-que-sobreviveu o tempo todo..."

-E vai ser pro resto da minha vida...

"Por causa disso te julgam muito..."

-O tempo todo... não é... é até de verdade me julgaram...

"Aquilo deu medo... não é?"

-O pior não foi sentar na frente daqueles bruxos todos... o pior era não entender porque todos estavam me tratando como louco... não entender porque Dumbledore não me respondia...

"Porque no fundo você estava a beira da loucura..."

-E quem não ia estar sentindo todo mundo olhando torto, não podendo fazer nada e ainda por cima compartilhando sentimentos com Voldmort... eu não entendo o que me sustentou aquele ano...

"Não foi o amor..."

-Estranho pensar nisso, deu tudo errado afinal... tudo mesmo...

"Se não tivesse dado tudo errado, talvez ninguém tivesse ficado sabendo de Voldmort, talvez negassem até hoje, talvez ele tivesse vencido..."

-Talvez Sirius estivesse vivo, e eu não soubesse da profecia... e tudo continuasse...

"Mal? Talvez hoje você estivesse internado no StMungus como louco..."

-É ao lado dos pais de Neville...

"E se Neville fosse o garoto?"

-Talvez eu fosse só mais um? Talvez eu fosse feliz? Normal?

"Mas não é... você sabe muito bem que não é, isso é você, você é o menino-que-sobreviveu e carregou o segredo por um ano inteiro..."

-E quase morri por causa disso... porque realmente... eu estava morrendo por dentro... aos poucos...

"Aprendeu a sentir dor? antes de vir? A falta da família?"

-Tive muito medo que Rony tivesse razão... que eu estivesse pondo-os em perigo mesmo...

"Ele não tinha?"

-Ele tinha sim... eu só não sabia... estava ocupado demais comigo mesmo... sofrendo...

"E aprendeu o que era morrer não? Quando ela morreu..."

A primeira lágrima caiu na poção...

-Ela morreu por minha culpa...

"Isso é amor?"

-Não sei... não sei mais se amava a Ana...

"É diferente?"

-É diferente pra cada uma delas...

"Você foi acusado não ter coração..."

-E o que é ter coração afinal? Fui acusado de coisa pior...

Doía, a briga com o amigo ainda doía...

"E isso ainda o preocupa?"

-Eu roubei a felicidade do meu melhor amigo? Acho que agora eu sei que não... mas naquela época... isso me perturbava muito...

"Você não sabia que a amava?"

-Acho que não... acho que não sei... acho que afinal, não sei o que é amar... no fundo sou uma pessoa muito egoísta não é mesmo?

"Você se acha egoísta?"

-O que se diz de uma pessoa que quer o tempo todo as coisas para si?

"Isso é uma pessoa egoísta..."

-Então eu sou muito egoísta...

"Isso é estranho não é? Não foi você que pensou o tempo todo nos outros?

Quando salvou a pedra, não foi para evitar que Voldmort a possuisse e evitar que fizesse o mal?"

-Sim, para evitar, que ele viesse atrás de MIM...

"Mas na câmara, você queria salvar Gina e Hermione"

-Só porque EU não suportava mais ser acusado daquilo... porque EU não queria voltar a vida de trouxa...

"mas você salvou Sirius!"

-Porque ele era a esperança de Eu ter outro lugar para morar!

"Mas você não escolheu ser inscrito no torneio!"

-Mas Eu quis vencer! Venci sem ter competência pra vencer, venci porque me ajudaram...

"Você foi atrás de Sirius no ministério..."

-Porque Eu era idiota demais para admitir que queria ser o herói e salvar o dia... Hermione tinha razão o tempo todo! E EU não escutei!E não fui EU que quis pegar a profecia?

"Você enfrentou Voldmort... quase venceu..."

-Aí Eu arruinei tudo não é? Ele se fortaleceu... estava tão ocupado com MEU medo que não pude impedir que ele levasse o véu... estava tão ocupado em ME sentir vítima do destino que pus tudo a perder... estava tão ocupado em sentir ódio que quase matei a Morgan...

"Você disse que estava cansado de você mesmo..."

Harry fechou os olhos, porque de repente estava se sentindo tão triste e vazio como não se sentia a tempos...

-Nada mudou afinal... o que Eu fiz para as coisas mudarem?

Mas ele estava sozinho... não estava? afinal estava perdendo tempo pensando em si mesmo para variar... tanta coisa pra pensar e ele ali divagando sobre ele mesmo... chorando sozinho...

-Na verdade sou tão egoísta, que só sei chorar sozinho...

Abriu os olhos... se encarando...

-Acho que estraguei essa poção... ela não me disse nada e eu chorei em cima dela... lindo Harry, digno de uma menininha...

Sentou no chão desalentado, o que fazer agora? Se tinha estragado mesmo a poção não podia fazer mais nada... talvez jogar fora e começar de novo... estava cansado afinal... era a segunda noite em Hogwarts e ele mal dormira alguma horas na noite anterior... em um dia lhe deram uma coisa para fazer... e ele falhara.

-Bom eu tentei, não tentei?- disse olhando o pergaminho, o testamento de Snape... -Pelo menos, você não vai morrer por minha incompetência.- "a vida é irônica" se levantou.- Você vive, esquece, eu decoro e você vai me jogar na cara que eu não fui capaz de fazer... Você pelo menos fica feliz... - segurou o pergaminho a frente.- Flamae.

O testamento de Snape pegou fogo, a vida dele foi salva...

-Engraçado...

A chama se manteve... Harry havia soltado a folha para não se queimar, mas a folha pareceu arder sem se consumir... então pareceu atraída para a poção.

-Ei!

E quando o papel tocou a poção ela se incendiou e Harry levou as mão a frente para não se ferir, sentiu o calor forte... e olhando viu.

-Isso... isso é incrível!

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