Petúnia E. Dursley.



Cp03
Petúnia E. Dursley.

Harry pode finalmente contar o que havia acontecido, Rony se empolgou, admirando a coragem de Harry ao se enfiar com vassoura e tudo pela janela dos Dursleys... depois de esclarecer sua parte é que Harry finalmente teve acesso as informações pertinentes, Rony puxou um livreto e bateu com a varinha.
-Engorgio.-e estava com um fichário na mão.
-Docu...Docu...e documentos em geral, senhor Potter.- disse rindo.- Cortesia do Primeiro Ministro da Magia.
Rony apontou o nome embaixo do documentos como Ministro.
-Arthur...Hei! Rony! Não... Sério?!
-Oitenta por cento dos votos!!! Após Dumbledore se negar a ser é claro... e indicar o papai.- disse Gina.
-Mas e o Fudge? Não que eu morresse de amores por ele...
-Bom, pelo menos ele renunciou antes de ser assassinado.- Disse Hermione.
-Calma aí... me expliquem direito... tudo.- olhou para ela.
-Eu também não sei de tudo...-disse ela corando.-Faz só dois dias que estou, estava... no Beco Diagonal...
-No Beco?- ele perguntou.
Rony se sentou afastou os pratos e começou a explicar... coisa rara era ver Rony, maduramente, explicando coisas para ele e Hermione... mas bem... ele tava namorando a Luna... os Dursleys estavam no Largo, e a menos que Voldmort aparecesse dançando Cancan com a Belatriz abraçada com Monstro, Harry estava crente que não tinha enlouquecido, apesar da perna ameaçar deixá-lo louco de tanto que latejava...

Harry bebeu a cerveja amanteigada de um só gole... era muito para sua cabeça... ele estava tentando assimilar... Fudge tinha renunciado porque tinha admitido que dois aurores enfeitiçados por Voldmort tinham recebido ordens para prendê-lo, e que o Lorde voltara a invadir o ministério... e que não havia dado para esconder o assunto porque a briga dos comensais, agora crescendo rápido de número, acabou por destruir parte da rua acima do ministério... "que bom que saí desacordado..." pensou Harry.
Além de tudo os ataques a trouxas haviam crescido tanto que os aurores restantes tinham que fazer turnos dobrados... então alguns assassinatos ocorreram e Fudge foi um dos mortos... a coisa estava bem agitada, e parecia que Voldmort estava em plena atividade... "isso explica porque minha cicatriz nem dói mais... sangra."
-Papai diz que parece quando.. Voldmort estava no auge...- disse Gina.
-E o pessoal? Todo mundo ok?
-Está sim... tá todo mundo ok...
Mas o tom não era compatível com a afirmação...
-Rony?
-O Carlinhos desapareceu... mas ele estava com o Hagrid... Hagrid também sumiu... com Grope...
-E...
-Bem pode ser ruim, pode não ser... afinal Hagrid demorou pra voltar... daquela vez...
-Eles foram atrás dos Gigantes?
-Também... é que houve boatos estranhos vindos de outros países...
Voldmort tipo exportação? Que coisa poderia ser pior?
-São especulações.- Disse Hermione.- Sabe seria realmente terrível se houvessem Gigantes montando em Dragões por aí...
-A Luna disse que houveram testemunhas...- disse Rony.
Mione deu um muxoxo, Rony estreitou os olhos.
-O pior é que com essa bagunça estão aparecendo boatos de todo lado...- disse Gina.- Sabe, dizem que Voldmort está procurando todo tipo de coisa...
Ele tem a profecia, os manuscritos da minha mãe e o véu o que ele mais pode querer... pensou olhando a pilha de louça...
-Então estamos meio que encalhados aqui...-disse se espreguiçando.
-Parece que sim... Harry amanhã a gente pode trazer a Luna e o Neville pra cá?- perguntou Gina.
-Claro... por que eles não vieram com vocês?
-Saímos correndo, na verdade era só para eu vir...-disse Rony.
-Que bom que vieram os três...- sorriu.- Nem imagino o quão agradável vai ser o café da manhã... Monstro!- se levantou pegando a pasta.-Mostro!
-Harry, você não vai fazer ele limpar tudo vai?- censurou Hermione.
Harry a encarou:
-Claro que não... mas ele está muito quieto... eu não...
-Chamou senhor?- bufou ele da porta.
-Chamei... pode se recolher... vá descansar em seu quarto até amanhã de manhã, entendeu?
-Sim senhor... eu não descanso mais, sem minha senhora... ralé em todos os quartos...
Harry assobiou para não escutar o resto do que o elfo dizia...
-Vamos subir... vocês trancaram as portas?
-Claro Harry.- disse Hermione.- eles não vão escapar por aí... pode relaxar...
-E isso aqui Rony?- disse dando uma olhada nos documentos.
-Seus documentos... - ele riu.- O pessoal não quer te ver nem pintado no ministério, é só você assinar... e olha isso aqui.- ele puxou um papel que parecia um diploma.
-Registro de Animago?- Ele franziu a testa.- Somos registrados?
-Sem nada descrito... por algum estranho motivo somos registrados... mas não se tem nada no ministério sobre nós... só o número do registro.- riu Gina.
-Eles estão subvertendo o sistema Harry.- disse Hermione.
-Quando você for Ministra você arruma nossos registros Mione...- retorquiu Rony.- daí eu deixo você colocar todos os detalhes inclusive a cor da parte debaixo das minhas patas...
-Que cor é?- perguntou Gina.
-Cor de rosa... acho que é assim pra todos os...
-Malfoy?-disse Harry olhando outro papel.- Porque o registro do Malfoy tá comigo?
-Ninguém queria isso, mas Dumbledore insistiu, disse que era pra ficar com você... como ele sabia? Você contou?
-Claro que não! A Murta me paga!
-Ah... é! tinha a Murta lá...- disse Gina.
-Bem Harry, é só você entregar pra ele.- falou Hermione.
-E isso aqui?- ele começou a ler.- Eu tenho o quê?
-Ah é... ricaço... os Potter tinham um sítio perdido em algum lugar... - Rony mexeu nos papéis.- A casa dos seus avós... olha isso aqui.- Você é sócio do Profeta Diário... isso do lado do Sirius... não é a toa que tem uma conta recheada, os duendes não te vêem Harry... quando você passa eles enxergam uma pilha de galeões...
Harry riu... aquilo era pra lá de ridículo...
-Imagina soltar essa notícia sobre o Profeta... caluniaram por dois anos um dos próprios sócios...
-Pensando que nem o Malfoy...- censurou Hermione.
-Eu não disse que ia fazer... só disse imagina...
-Tem algumas coisas, documentos dos seus pais e olha isso Harry! Cópia de sua certidão de nascimento... ninguém sabia porque isso tava lá...
Ele olhou... nunca tinha visto... sorriu.
-Limparam os armários pelo jeito.- sentou-se olhando a pasta.
-É papai e Dumbledore andaram removendo do ministério tudo que eles apuraram de você...- disse Gina sentando na poltrona a frente.- Dung até conseguiu recuperar seus registros... cara, eles te vigiaram de pertinho a dois anos...
-Imagino.- disse ainda olhando a pasta.
-Acha que temos quartos disponíveis? Vamos descansar... eu tô morto... - disse Rony se levantando.
-Tem mais dois quartos em condições.- disse Hermione
-Vamos Gina, vamos dormir, Vamos usar o que nossos pais usaram...- disse Rony puxando a irmã.
-Mas as garotas...- começou Hermione.
Harry nem tinha percebido, olhava a pasta, ergueu-se distraído.
-Vou tentar tomar um banho...
-Ah... Harry.- disse Hermione.
-Onde está o Rony? Já foi deitar?- perguntou Harry.- Poxa, eu queria perguntar outras coisas...
Hermione o olhava constrangida.
-Que foi?
-Só tem mais um quarto...
-Ah.- ele percebeu a cara dela.- Se cuide... vou atacar você de noite...
Ela arregalou os olhos e ele riu.
-Eu durmo aqui no sofá.
-Mas Harry... e a sua perna?
-Me viro... não se preocupe.- "O Rony me paga..."

Entrou no banheiro com o pijama na mão..., pelo menos estava com seu malão... Thonks trouxera... encheu a banheira, tomar banho frio de pé? nem morto... um feitiço e saía vapor da água... "tô parecendo o Sirius quando saiu de Azkaban" pensou ao ver seu estado, nem perto daquilo na verdade... nem estava tão pálido, despiu-se, e ficou incomodado ao ver a perna... tinha uma faixa roxa cruzando a coxa, o joelho e o tornozelo tinham inchado um bom tanto, e ele sentiu agulhar quando mergulhou na água, mas de resto foi bom, deu um descanso ao corpo doído. O calor e o cheiro de limpeza o deixaram com ainda mais sono...

Saiu devagar da banheira, vestiu o pijama, ainda bem largo, e saiu devagar do banheiro enxugando os cabelos, bocejando tanto que os olhos lacrimejaram... se censurando de não ter pedido para Hermione providenciar um travesseiro e cobertor para ele... "vou ter que me virar, ainda bem que não está frio."
-Harry...
Ele colocou o óculos, que estava pendurado na camisa do pijama, era Hermione.
-Pensei que já estava dormindo...
-Venha deitar...- ela disse constrangida.
-Nem... me dê um travesseiro e um lençol... eu me viro.
-Vamos deixar de criancice.- ela disse o puxando.- sei que você vai se comportar...
-Isso acaba com a minha dignidade Mione...-disse rindo.
Ela o olhou, bufou, ele estranhou.
-Então dorme no sofá!
-Valeu, um chute seu é um progresso...
-Do que está falando?
-Você precisava sair correndo mais cedo? Me tratar tão mal? Eu não estou te reconhecendo...
Ela lhe deu as costas e fechou a porta.
-Isso Mione! Continua me ignorando... vindo de você... isso não é uma surpresa!
Se virou irritado para a sala.
-Harry...
-Hã?
-Desculpe por hoje...
-Não.
Esperou que ela batesse a porta, mas não, se virou devagar, ela estava parada ali, quieta, olhando-o.
-Você me faz eu me sentir muito idiota sabia?
-Não tenho culpa se você faz umas coisas sem nexo Mione...
-Eu sei... mas eu estava magoada com você...
-Eu imagino... mas você não me deixou falar com você...
-Foi um fim de ano estranho... ah... entra logo nesse quarto, você tá cambaleando de sono.
O pior é que estava mesmo, esperara as férias inteiras para falar com ela e agora mal conseguia se manter acordado, deixou que ela o puxasse para dentro do quarto que fora do Sirius... aquele que utilizara sozinho quando brigara com Rony... ela entrou e sentou na cama, puxando as pernas e as abraçando.
-Ai Harry...- ela disse irritada.- Pelo menos senta nessa cama.
Se ela soubesse o esforço que era para ele ficar sentado ali entenderia porque ele tinha ficado de pé.
-Não vou atacar você, senta.- ela disse.
-Sei não... – disse sorrindo e sentando nos pés da cama, puxando um travesseiro.
Estavam tão perto e tão longe, ela ainda o olhava meio irritada.
-Olha Mione... sobre o que aconteceu...
-Eu sei... sabe Harry isso é muito irritante da sua parte... você sempre acha que tá com a razão, que sabe tudo... que tem que explicar as coisas...
-Engraçado... achei que tudo isso era você...
Se olharam, era estranho como tudo tinha virado de cabeça para baixo depois de um ano... o pior era que nenhum dos dois ia deixar o outro falar, teimosos demais, ele preferiu então ficar em silêncio, se encostando na madeira apoiando a perna ferida na cama e olhando-a ali, perdida em pensamentos, até começar a adormecer...
-Eu fiquei com muito medo de perder você...
Ele abriu os olhos...
-Você não estava bem quando recuperaram minha memória... quando você chegou no StMungus... me levaram para lá para reverter o feitiço que você fez... dava para escutar você gritando...
Harry não lembrava de ter gritado... mas não tinha memórias conexas daquele período...
-Foi muito horrível... lembrar... você estava tão... desesperado... e eu nem sabia o motivo... agora eu sei... e então fiquei com medo... e voltei para a escola, e nada de notícias suas... me senti culpada...
-De quê?- perguntou sonolento.
-De forçar as coisas... sabe... você já tinha tanto pra pensar... pediu tanto pra eu te deixar quieto... eu não te escutei... nem um pouco...
-Mas eu não entendo porque você se afastou de mim... tá, eu sei que o que eu te fiz foi horrível...
-Esquece o feitiço... eu agradeço por ele... você queria o meu bem... e é esse o problema... você não pode querer o meu bem... você tem coisas maiores para pensar...
Ele não ouviu, estava adormecendo... falou sem querer...
-Você se cansou de mim Mione? Era uma brincadeira?
Ela arregalou os olhos...
-Você passou um ano inteiro me forçando a admitir uma coisa muito guardada lá dentro, e daí some... foi brincadeira?
-Harry não... eu só não queria te machucar...
-Já machucou...- ele sorriu.- Entendeu? Já machucou.
-Eu não quero magoar você...
-Então não foge de mim... não faz o que está fazendo...
-Você me ama Harry?
-Eu sempre amei Mione...
Ela sorriu, se aproximou devagar dele, o abraçou:
-Não vai me perguntar?
-Não... você me provou agora...
Ela o abraçou mais forte, e ficaram assim, e foi a melhor coisa que tinha feito na vida, apenas adormecer abraçado com ela, não precisava mais, nem beijos nem carinhos só estar perto, era o que ele queria a muito tempo e ela também.

Acordou com um ganido de dor, por mais extasiado que estivesse em ter partilhado aquela noite toda da companhia dela, por mais que a amasse e a quisesse por perto, não era suportável que ela estivesse deitada sobre sua perna machucada.
-Mione...- deu um beijo na testa dela.- Mione.
-Hã... bom dia.- ela sorriu.
-Você podia se levantar?
-HÃ?
-Minha perna Mione... você está em cima...
Ela pulou da cama e ele esfregou a perna dolorosamente, “MALDITO DOLOHOV” mereceu aquele Crucio!!! FDP!!! Pensou, porque não ia falar aquilo na frente dela, imaginou a cena, “ Harry!!! Você usou uma maldição imperdoável!!!” Fodam-se as imperdoáveis, minha perna tá doendo pra caramba!!!Apenas gemeu enquanto esfregava a perna.
-Poxa... desculpa... isso tá feio... seu pé está inchado...
-Isso está começando a me preocupar... você não lembra das poções que tomou?
-É perigoso sair tomando poções a torto e a direito...- ela censurou.
-Então só me abraça de novo...- ele a puxou, com muito cuidado com a perna.- Daí eu não sinto...dor nenhuma.
Estavam muito próximos, só então lembrou que nunca tinha beijado Hermione, só ela é que tentava beija-lo... nunca tinha desejado tanto, beijá-la, ela estava corada, ele se aproximou mais... mas a porta se escancarou.
-BOM DIA!!!- os gêmeos estacaram na porta.
-EBA!!!- disse Jorge.
-Sacaneamos!!!- disse Fred.
-SAIAM DAQUI!!!- gritaram os dois.
-O que está havendo aí?- escutou a voz de Rony.
-Colloportus!- Hermione apontou para a porta.
A porta fechou empurrando os penetras, escutou a batida da porta e os gemidos dos rapazes do outro lado, Harry ficou olhando para ela, riu.
-Mione... isso não foi muito drástico?- "aonde estava essa varinha?"ele pensou.
-Isso é jeito de acordar alguém?- ela falou brava.
Ela riu... Ele tentou se levantar, mas ela empurrou-o de volta.
-Você vai ficar deitado, nada de forçar essa perna.
-Mione os...
-Nada de os...- ela disse bem perto dele.- Agora eu cuido de você.
Ela o empurrou contra a cama, mãos no peito dele, subindo na nuca, no rosto... “Porque é sempre ela que me beija?”

“Não reclame, é bom... segure ela mais um pouco...”

“A perna! A perna! DROGA!!!”
-Desculpe!- disse Mione saindo de cima.
-Ah, que droga!- disse ele se levantando.- De pé dói menos... o quê foi?
Ela estava rindo...
-Não saia assim Harry, vão achar que eu te ataquei de novo...- ela se virou.- vou buscar uma roupa e um pente...
Ele se olhou no espelho que estava atrás da garota... e realmente, parecia que tinha levado um choque, ela saiu , “porque é que ela faz isso comigo?” Ele se jogou de volta na cama. “Malvada...” dormiu.

Acordou com os berros na cozinha, a roupa e o pente estavam sobre a cama, ele se trocou, o pé mal cabendo no chinelo, a perna agora tinha uma faixa negra, deixando-o preocupado... mas deu muito mais trabalho desembaraçar o cabelo “é por isso que as garotas demoram tanto pra se arrumar... é culpa do cabelo...”, desistiu no meio do caminho, “não abaixa mesmo...”, "vou ter que cortar isso"... saiu mancando ainda escutando gritos, que eram de Duda...
-NÃO!!! Eu não vou fazer isso!!!
-Pare de corpo Mole Dursley!!!- gritou Hermione.- Trate de lavar essa louça!!! Ou eu te faço criar asas de morcego!!!
Harry parou no meio da escada, pediu para ela repetir a frase, "a Mione?" mas resolveu descer mais rápido, Duda lavando louça? Isso era a cena mais impossível do mundo... exceto a do Voldmort dançando Cancan é claro... Ele não ia perder aquilo... e seus tios onde estavam?
A cozinha só tinha bruxos exceto Duda, chegou a ficar com pena do primo, Pena? NAÃÃÃOOO!!! Ficou na porta bem uns dois minutos só olhando o Duda fazendo algo que ele fazia... lavou-lhe a alma... até o primo derrubar o terceiro prato.
-Reparo.- disse Hermione pela terceira vez.
-Sei que demora pra pegar a prática Duda... mas pare de quebrar meus pratos.- disse no meio do riso.
-Diga para eles pararem de me ameaçar...- resmungou Duda.
-Pra quê eu ia fazer isso... é divertido ver você fazendo isso... mas Meu Deus Duda! Meus pratos!!!-riu.
O primo tinha jogado um no chão de propósito.
-Você tá se divertindo?!- grunhiu Duda.- É engraçado pra você?
-Se foi engraçado pra você por dezesseis anos, por que não ia ser pra mim em cinco minutos?
Duda jogou mais um prato no chão e saiu da cozinha, furioso, Hermione ergueu a varinha e parou quando Harry fechou a cara.
-Não precisa pegar pesado com eles Mione... E aí? Fred, Jorge? Notícias?
-Nem!- riu Fred.- As mesmas, mortes, explosões, assassinatos e seqüestros de sempre.
-É a coisa tá relax.- disse Jorge.- Aqui é que tá a diversão, um bando de trouxas trouxas mesmo pra gente encher...
-Encher trouxas não é um passatempo digno.- disse rindo.- a menos que estejam treinando para serem comensais...
Sentou ao lado de Hermione...Fred deu um risinho debochado.
-Harry... -disse Jorge tirando um estojinho e batendo com a varinha.- Na verdade nós somos seus veterinários... viemos castrar você antes que abuse da nossa querida corujinha...
Hermione corou, meteu o copo de suco garganta abaixo.
-Hei! Revejam esse conceito de abuso! Sério, isso é o que penso que é?
-Direto de Pomfrey pra você... mas se não resolver...- disse Fred- você deve ir até Hogwarts... sabe, se a perna desgrudar e cair...
-Espero que não chegue a esse ponto...- ele disse estendendo a mão e pegando o bilhete que Jorge estendeu.- Tá certo... começo com isso depois do café... e sério, notícias?
-Na verdade nada que Rony não tenha adiantado.
-Onde está Rony?
-Foi buscar a Di/Lua...-disse Jorge.
-Ah, deviam parar de chamá-la assim, ele não gosta...-disse Hermione.
No arquivo mental de Harry ele lembrava muito bem de Rony sob o efeito de um feitiço chamar Luna de Di/Lua...

Edwiges finalmente apareceu junto com Píchi carregando enormes encomendas, mais tarde Neville e Luna se juntaram a eles com o Sr e Sra Weasley.
-Primeiro ministro...- disse Harry rindo.- Uma honra recebe-lo em minha casa.
-Que é isso Harry.- disse Arthur sorridente.
Enquanto isso a Sra Weasley quase quebrava sua espinha com um abraço maternal. O melhor era ver a cara dos Dursleys ao ver e ouvir ele dizer aquilo, Válter e Guida só não se enfiaram atrás do sofá por medo de se mover... provavelmente o tio de Harry lembrava muito bem como o “Primeiro Ministro” detonara sua sala...
A sra Weasley, ele e Luna prepararam o almoço, ele e os amigos ainda tiveram que dar um jeito nos cômodos restantes da casa, lá pela hora do jantar Thonks e Lupin retornaram... tiveram que revezar para comer, no fim só ele, Luna, Rony a Sra Weasley e Hermione ficaram na cozinha...
-Harry querido, não seria melhor cortar esse cabelo? Eu corto para você...- repetiu a Sra Weasley, inconformada com a cabeleira arrepiada dele.
-Não!
Até ele achou engraçado, foi Hermione que falou... Rony quase se afogou...
-É que eu gosto dele assim...- ela sorriu.
-Pelo menos você não furou a orelha...- disse Molly com um olhar de censura para Rony.
-Essa casa é estranha.- disse Luna parecendo ignorar a conversa.
-Você vai gostar mesmo é do segundo andar.- disse Harry.
Luna sorriu, apertou a mão de Rony, os dois acompanharam a Sra Weasley até os quartos. Ele ainda ficou um pouco com Hermione, não tinham tido chance de ficar sozinhos...
-Esse lugar está parecendo um hotel.- confidenciou Hermione na sua orelha.
-Pra você...-beijinho.- pra mim tá um hospício...-beijinho.- e onde se enfiou aquele elfo...-pescoço "Mione é vampira tenho certeza..."- Mione, eu estou ficando preocupado..."não me morde!"
-Harry você viu ele pela manhã... não seja paranóico.- ela suspirou abraçada nele.
-Eu tenho meus motivos..."meu pescoço!"

Os Evans seriam transferidos para o apartamento de Morgan no dia seguinte, mas aquela tropa deveria passar a noite ali, Os Gêmeos foram para o Beco, o que foi sorte pois faltava espaço... além de que a atenta Sra Weasley, em prol da decência e bons costumes separou rapazes de moças, Harry pode perceber como Rony ficou aborrecido... pelo jeito Gina tinha razão... e finalmente pode conversar com Neville que estava muito chateado... sua casa tinha sido atacada, sua avó ainda estava no StMungus.
-Ela está melhor que meus pais pelo menos.- disse com raiva.
Se Harry não soubesse o que aquilo pudesse significar para ele podia ter achado que a coisa nem tinha sido tão grave.
-Pelo menos pegaram os que atacaram sua casa- disse Rony.- Harry não teve essa sorte.
-É.- disse se encostando na cabeceira da cama.- Queria muito ter enfiado a Belatriz e Dolohov em Azkaban.
-Belatriz Lestrange...- disse Neville.- Deixa eu fazer isso.
Não que Harry duvidasse do ódio de Neville, e nem da capacidade dele para duelos, mas se ele mesmo saíra detonado... sem chance, apesar de entender o ódio de Neville por causa dos seus pais Harry não esquecia aquela noite em que quase seguira o mesmo rumo... horas sob a maldição Cruciatus... sentiu um arrepio ao lembrar.
-Falando nisso Harry... e o Marco... como ele está?
-Mal...- disse lembrando do garoto.- Ele está meio aéreo, acho que é medo de se separar dos pais...
-Porque atacaram ele afinal?- Neville pareceu muito curioso.
-Ele é parente do Harry... Isso foi sacanagem sua Harry nunca contou para gente.
-Como?
-A Mione mostrou a carta dos Evans... a que você perdeu.
-Perdi?
-HARRY! Você nem se tocou que tinha perdido aquela carta? Seu Lesma!
A carta... devia estar na contra capa do livro de história da magia... ele levantou e pegou o livro do malão, franziu a testa.
-Quando?
Memória remota... antes de descobrir que Morgan era um Dragão... Hermione lhe cotucando, lhe falando sobre o livro...
-A Mione não me disse que estava com a carta!- olhou para Rony.
-Não faça um escândalo por causa da carta...
-Vocês são parentes mesmo? Dá pra desconfiar... fora o cabelo vocês dois são muito parecidos...
-Como assim dá pra desconfiar?
-Ele é a sua cara!- disse Rony.-Lerdo que nem você.
Rony levou o livro de História no meio das fuças.
-Retiro o que disse... ele não tem metade desse seu humor delicado.
Harry se jogou na cama.
-Não precisou de muito tempo para irem atrás dele... estavam atrás dele...
-Algum motivo especial?-perguntou Neville.- Além de ser seu parente é claro...
-Sabe que eu estava pensando nisso?
-Qualé...- disse Rony se sentando.- Não basta ser seu parente?
-Não... algo na cara de Belatriz, me dizia que ela sabia de algo...
-Não...SÉRIO...- disse Rony.- Ela é uma besta, mas não é burr...
Foi Neville que enfiou um travesseiro na cara de Rony.
-Cala a boca Rony! Você acha que tá acontecendo o quê, hein Harry?
-Sei lá estou por fora das notícias...
-pfirra xá fufada!!!-Rony empurrou Neville.- Maníaco!
-Não é assim que se faz Neville... é assim!- Harry se jogou com almofada e tudo em cima de Rony.- Pede água!
Foi a simpática Sra Weasley que deu uns berros na porta pedindo silêncio... “sossega dragão!”

Eles nem escutaram os Evans saírem... não que Harry fosse ter saudade deles, na verdade o primo de sua mãe era tão simpático quanto a irmã dela... espero que não seja de família... eu não sou assim, sou?NÃO!!!
Se levantou e deu de cara com uma cena de dar náuseas... Guida saindo do banheiro enrolada numa toalha, “prefira dar um beijo num dementador... ou encarar um basilisco...” deu dois passos para trás e fechou a porta.
-Que foi?- perguntou Rony se vestindo.
-Vamos dar uns minutos para sair Ok? Os Dursleys estavam usando o banheiro...
-Tá certo que não gosta deles, mas não precisa evita-los.- disse Neville saindo pela porta.
-Não liga...- disse Rony passando.
-Isso é jeito de acordar?- disse se vestindo.
Saiu e deu de cara com Marco, cara de quem tinha chorado, o garoto parou constrangido.
-Bom dia Marco.- passou bocejando e arrepiando os cabelos dele.
-Não faz isso!- reclamou o garoto.-´Dia.
Harry viu o garoto entrar no quarto onde antes estavam os pais, não soube explicar a tristeza que sentiu... "que eles fiquem bem, por favor..."
Na cozinha estavam Rony e Neville encarando seus tios.
-´Dia.- disse entrando.
-Ei Harry... da próxima vez você levanta cedo... e faz o café...- reclamou Rony.
-Quem fez o café?
-Eu.- respondeu Petúnia ressentida.
Por algum motivo, Harry ainda tinha a impressão de ter algo pendente entre ele e a tia, não pode deixar de olha-la... mas ela desviou o olhar, “porquê não falou comigo anteontem?”.
As garotas desceram conversando animadamente, normalmente até, o que era estranho, Luna e Mione conversando.
-FOME!- disse Gina sentando após dar um beijo estalado na bochecha de Neville que ficou vermelho.
-Dia.- disse Luna e sentou ao lado de Rony.
Mas antes que Mione o abraçasse, Petúnia levantou e disse secamente.
-Com licença.
Valter a acompanhou, Mione ficou olhando parada ao lado de Harry.
-Não ligue.- sorriu para Hermione.
-Sabe... essa sua tia é muito estranha.
-Eu sei.
Mione se sentou, “Ei! Você me deve, um beijo, abraço ou coisa que o valha! Mione!”.
-Que droga de café!- disse ela.
-Não está tão ruim assim.- disse Neville.
-É que você não experimentou o que o Harry faz...-disse Gina.
-Eu não vou ficar fazendo café todo dia... vocês dois se conformem.- apontou para Rony e Gina que suspiraram contrariados.- Alguém viu o Monstro?
-Harry que saco!- disse Hermione e corou.-Desculpem. Mas Harry isso tá virando obsessão, pára de perseguir o coitado...
-Desculpe se me preocupo com esses detalhes.- se levantou irritado.
-Onde você vai?
-Procurar esse elfo... não o vemos desde ontem.
-Ele está no sótão.- disse Lupin.-Bom dia.
-Bom dia... tem certeza?
-Eu acho que sim.- disse Thonks bocejando.-Ouvi barulhos lá.
-Vou verificar...
-Harry... toma seu café!- disse Mione.
-Já tomei.
Era quase um pressentimento, algo errado.Subiu, escutou os Dursleys conversando, estavam jogando cartas trancados no quarto, Haviam dado para eles também um jogo de xadrez trouxa que entretinha o Duda, não que Harry conseguisse acreditar que ele jogasse mas pelo menos os mantinham quietos... ele foi subindo devagar até passar pela sala de visitas, haviam barulhos lá, algo arranhando, ou resmungando... abriu a porta para se surpreender, era Petúnia, sentada olhando a genealogia dos Black...
-O que está fazendo aqui? Está bem?
Ela só resmungou.
-Não...
Ele ficou na porta.
-Eu me lembro de quando você era bebê...
Harry franziu a testa, encostou a porta.
-Você tinha a metade do tamanho de Duda... se fosse inverno, tinha morrido naquela porta... sabia que você nunca chorava?
Alguém tinha feito algo com ela... só podia ser... enfeitiçaram ela...
-Você não precisa de ajuda? Alguma coisa?
Ela riu, um riso doído...
-Eu sabia que ia ser assim... eu tentei tanto...-ela fez sinal para ele se aproximar.
Harry não teve coragem de dar um passo, ela o olhou, estava chorando...
-Quando você chegou, não desgrudou de mim... o Dudoquinha morria de ciúmes...- ela enxugou o rosto...- Vivia te beliscando...- ela riu.- Você não chorava... acho que não sabia... tinha medo de ficar no berço... sabia? Você não dormia se deixasse você no berço... eu passei muitas noites com você no colo... até dormir.
É pra eu me sentir culpado? Em dívida? pensou se irritando.
-Eu odiava você... mas não podia abandonar você... confuso não? Você sempre foi uma coisinha pequena... parecia que ia quebrar só de olhar pra você...- riu.- Sempre se metia em encrencas... sempre saía inteiro... ralado, machucado, mas inteiro...
-Não que você cuidassem pra eu não me machucar, não é?- disse amargo.
-Eu não cuidava mesmo... acho que queria que você desaparecesse... você lembra que eu te deixava horas sozinho na frente da casa? Dudoquinha estava na escolinha... incrível como você era capaz de obedecer... sempre achei que alguém ia te levar, ou você ia atravessar a rua... mas não... Válter chegava e você estava em alguma parte do jardim... e ele te arrastava pra dentro...
Harry passou a mão no braço... lembrava que o tio não era nem um pouco delicado ao arrastá-lo...
-Porque não me abandonaram então?- disse amargo.- Eu podia ter sido adotado... ou ...
-Morrido? Era isso que ia acontecer... então eu te olhava, e via os olhos de Lílian... parecia que ela me cobrava alguma coisa... "cuide dele... pela sua irmã..." era o que tinha naquela carta.
Harry resmungou...
-E daí?
Ela suspirou.
-Você é feliz?
"Você só pode estar brincando..."
-Com eles... sendo o que é? Você é feliz?
Ia dizer, um SOU!... mas lá no fundo, bem no fundinho algo alertou que não era não... talvez não conhecesse o significado real da palavra...
-Ninguém é... é?
Ela riu, riu até deixá-lo muito bravo.
-Eu sabia! Eu sempre soube! Você tem a cara dele... mas é igualzinho a ela! Eu gostava dela... gostava sim... mas ela tinha que ser diferente... ela tinha que ser anormal...
-Você tinha inveja dela.
-Tinha sim! Lílian era a menina perfeita! Lily era bonita! Era inteligente! Era especial...
-Você descontou essa inveja em mim!
-Talvez... mas na verdade eu queria perder você... aos poucos... pra não perder de uma vez... que nem ela...
Ele não entendeu... ela recomeçou a chorar.
-Se você não gostasse de mim seria tão mais fácil não gostar de você... e ver você ir embora...
Ela tava dizendo o que ele achava que estava dizendo?
-Tia?
-Eu sabia que mais cedo ou mais tarde você ia embora... era diferente da gente... ou que não ia durar pra ficar adulto... como eu odeio você!
Harry estava no mínimo confuso e sem reação...
-Você é assim, vai entrando devagarzinho e ocupando um lugar que não devia ser seu... se você não tivesse nascido, ela estava viva... minha irmã... e eu estaria em casa.
Harry sentiu um gosto amargo na boca.
-Eu não tenho culpa de ter nascido...- falou baixinho.
-Não tem não...
Ele não imaginou que ela estivesse ouvindo.
-Mas você é você... e eu me lembro... fico me lembrando... de você atrás de mim... metade do tamanho do Dudinha... o dia inteiro me seguindo carinhosamente... me vigiando... até que parou, acho que você finalmente cansou de me ver dar ás costas... cansou de fazer perguntas... desistiu de gostar de mim... até eu finalmente matar aquele amor que você tinha por mim quando era bebê...
-É, acho que tentei sim gostar de vocês...-disse infeliz.
-Então você voltou... mesmo eu tendo escorraçado você de casa... eu não entendi porque você voltou... não consigo entender... porque?
Taí o que ele mesmo se perguntava... porque?
-Eu fiz de tudo para você ficar feliz quando fosse embora... para achar que estaria melhor onde ia ficar... mas você voltou... porque?
-Não...não sei...
Ela olhou infeliz a genealogia dos Black... Harry nem conseguia digerir tudo que ela disse. Ela se levantou e abriu a porta limpando o rosto.
-Você vai morrer cedo igual a sua mãe... eu vi isso ano passado quando você estava saindo... você vai morrer igual a seu pai...eu não quero ver isso.
Saiu deixando-o muito confuso, ele se arrastou até onde ela estava sentada, foi ele que ficou ali olhando infeliz a genealogia dos Black...
Ele não tinha lembrança de um abraço, de um carinho da parte dela... mesmo tendo corrido tanto atrás dela quando era pequenino, até realmente desistir, desistir de gostar... ficar sozinho... mas se não gostava nem um pouco porque tinha voltado?

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