O REENCONTRO DO TRIO




Os dois dias seguintes à chegada de Edwiges passaram-se rapidamente, Harry só saíra do quarto para comer e ir ao banheiro, embora sua tia tenha insistido algumas vezes que queria conversar com ele, porém Harry sempre arrumava uma desculpa para permanecer em seu quarto formulando teorias sobre como Dumbledore poderia ter sobrevivido à maldição avada kedavra que Snape lançara sobre ele e também à queda que o bruxo sofrera da Torre de Astronomia e cada vez que o garoto pensava em algo novo, ele percebia cada vez mais o quão era impossível que Dumbledore estivesse vivo, mas mesmo assim algo dentro dele lhe falava para não desistir e que a única pessoa que o mandaria a pena de Fawkes seria o diretor.

Finalmente chegara o dia do seu aniversário, Harry pulou de sua cama e ficou um tempo observando o céu azul claro do verão, pouco tempo depois pegou o seu malão, que ele havia deixado pronto na noite anterior e saiu do quarto, com sua varinha no bolso. Quando Harry chegou na sala de visitas com seu malão, os três Dursleys, do novo sofá de couro, o olharam da cabeça aos pés.

- Onde você vai Harry?- perguntou Tia Petúnia, com um semblante apreensivo.
- Estou indo embora...Dumbledore falou para vocês que eu precisaria ficar aqui até a data do meu aniversário apenas, não há mais nada que me segure aqui...estou indo!- disse Harry sem emoção.

- Mas você não pode ir embora...é muito perigoso lá fora, principalmente para você!- disse Tia Petúnia se levantando do sofá.

- Ninguém mais do que eu sabe disso...mas eu tenho que seguir o meu destino agora, algo que apenas eu pode fazer...- disse Harry pensando na profecia.
- Mas o que você pode fazer? Nem Dumbledore saiu vivo dessa Guerra!- disse Tia Petúnia visivelmente bastante preocupada.

-Chega! O que está acontecendo? Vocês nunca me respeitaram, sempre me trataram mal, sempre fizeram o maior esforço para nem sequer olhar para mim, fingiram por muito tempo que eu nem mesmo existia! Porque essa preocupação agora? Porque todas essas perguntas? Ninguém muda assim!- gritou Harry furioso, ele já não agüentava mais aquele comportamento estranho, afinal eles nunca foram tão atenciosos assim.

- Harry...eu entendo como você se sente, mas tente compreender não tivemos escolha, fizemos o que tinha que ser feito...como nos foi confiado.- disse Tio Valter se levantando agora também.

- Não entendi...vocês estão falando que fizeram tudo isso por dezessete anos porque alguém pediu isso a vocês? Chega...é um absurdo tudo isso...estou indo embora!- disse Harry furioso com a petulância dos Dursleys.

- Harry, você está certo...jamais pensei que algum dia você poderia nos perdoar...bom, não vejo mais nenhum argumento para convencer você a não ir embora..pode ir, mas caso você queira voltar um dia...é só aparecer!- disse Tia Petúnia abraçada com Tio Valter, enquanto Duda olhava toda aquela cena sem entender coisa alguma.

- Isso que eu vou fazer...estou ind...- ia dizendo Harry quando a campainha da porta da casa dos Dursleys tocou estridentemente.

- Eu atendo!- disse Tio Valter, ajudando Tia Petúnia a se sentar no sofá ao lado do filho, indo logo após em direção a porta.

Quando o tio de Harry atendeu a porta ficou algum tempo parado, como se não esperasse aquela visita, o garoto, no entanto, não conseguiu disfarçar a felicidade que sentiu ao ver os rostos daquelas duas pessoas, as únicas que iriam com ele para onde quer que fosse, no segundo seguinte foi até a porta para abraçar seus amigos, Rony e Hermione.

- Harry!- disse Rony dando um forte abraço no amigo.

- Que bom ver você, Harry!- disse Hermione, dando-lhe um abraço e, logo após um beijo na bochecha.

- Acho que nós chegamos na hora certa, não é Harry?- perguntou Hermione ao ver o malão de Harry no chão, ao lado do sofá onde estavam sentados Tia Petúnia e Duda.

- É verdade, vocês chegaram na hora certa...estava indo lá para A Toca.- disse Harry apontando para Rony.

- Viemos para te buscar...Hoje é o seu aniversário...Parabéns, cara!- disse Rony apertando a mão de Harry.

- Parabéns, Harry...que tudo dê certo para você...para todos nós!- disse Hermione sorridente em uma referência clara a difícil tarefa que ele teriam pela frente em breve.

- Obrigado, hermione..Rony!- disse Harry. – Mas vamos embora logo?- perguntou Harry para os dois, que continuavam em pé do lado de fora da casa dos Dursleys.

- Mas já, Harry? Seus amigos acabaram de chegar...convide eles para lanchar algo antes de vocês partirem!- disse Tia Petúnia, se levantando do sofá e chegando mais próxima do trio e do Tio Valter.

- Não é preciso Tia...a gente come alguma coisa lá no centro!- disse Harry automaticamente, olhando de volta para seus dois amigos, que lhe deram olhares de não entender o que estava acontecendo. – Depois eu explico!- completou Harry.

- Tudo bem..espero ver você de novo!- disse a Tia voltando para o interior da casa.

- ACCIO malão!- disse Harry apontando sua varinha para o malão e no segundo seguinte apanhou ele e bateu a porta na cara dos tios e foi embora para sempre da rua dos Alfeneiros.

Os três caminharam por algum tempo em silêncio até que Rony perguntou para Harry.

- O que aconteceu entre você e seus tios?- perguntou Rony.

- Desde que eu cheguei eles estão estranhos...parecem estar preocupados comigo e de alguma forma sabem também que Dumbledore morreu!- disse Harry.
- Mas Harry...isso não é bom?-perguntou Hermione.

- Seria se tivesse sido assim há 17 anos atrás! Olha não quero falar sobre isso...ah, Rony quando vai ser o casamento do Gui e da Fleur?- perguntou Harry com a intenção de desviar o foco da conversa.

- No dia 7 de agosto...e o Gui me pediu para ser o padrinho dele com a Hermione e a Fleur me pediu para convidar você para ser padrinho dela junto com a Gabrielle! A Gina está uma fera com isso, ela queria ser madrinha junto com você!- disse Rony sorrindo.

- Que bom...nunca fui a um casamento, e muito menos fui padrinho de algum!- disse Harry.

O nome de Gina fez Harry sentir um aperto no coração, ainda não pensara em como ia conviver com a garota na casa dos Weasleys, afinal na última vez que vira ela, Harry havia acabado o namoro com a ruivinha, com medo do que poderia acontecer a ela caso Voldemort soubesse de sua relação com Gina. O garoto sabia que tinha feito o que era certo, porém ainda achava muito difícil manter a sua decisão caso Gina o apertasse contra a parede. Na verdade, o que mais atormentava Harry era o fato dele nunca ter percebido Gina como uma garota, ele sonhava no que poderia ter sido se eles tivessem ficado juntos por mais tempo, mas agora esse sonho só poderá ser realizado quando Voldemort for vencido, então, a raiva por Voldemort queimou intensamente no interior de Harry, esse bruxo o privara de tantas coisas, de ter um pai e uma mãe e , assim uma infância normal, de contar com Sirius nos momentos mais difíceis, de ter Alvo Dumbledore ao seu lado a cada vez que ele precisasse de ajuda, e agora, Voldemort o privara de ter Gina, isso não custaria barato para Riddle e Harry faria o que fosse possível para que o Lorde das Trevas fosse subjugado.

- Harry, papai falou que os testes para aparatação serão no dia 3 de agosto! Ele vai nos levar até o ministério para fazermos a prova!- disse Rony ansioso- Sabe eu acho que dessa vez eu passo...da última vez foi por muito pouco!- completou o garoto.

- Vocês dois vão passar, aliás vocês não acham melhor nós pegarmos o noitibus para chegarmos mais rápido à Toca do que irmos a pé!- disse Hermione ironicamente.

Harry e Rony olharam para ela sorrindo.

- Verdade, Mione!- disse Harry.

Assim os três pararam e acenaram a varinha na esquina de duas ruas completamente desertas. Em poucos segundos, o ônibus de três andares roxo berrante se materializou diante dos três e de dentro dele saiu um rapaz magro, alto e com o rosto cheio de espinhas.

-Lalau!- disse Harry surpreso ao ver o rapaz, já que Rufo Scrimgeour tinha batido o pé jurando que ele era um comensal da morte e acabado por prender o rapaz.

_- Não...o meu irmão foi preso, você acredita que acham que ele é um comensal da morte? Esse ministro não sei não...qualquer um que visse o Lalau saberia que ele não é nem de longe um comensal da morte!- completou o rapaz- O meu nome é Leko e estou substituindo o Lalau por enquanto, bom...a passagem para vocês é de graça...você é Harry Potter, não é? Meu irmão me falou muito de você e de seus amigos, não posso cobrar de vocês...Para onde vocês estão indo?- perguntou Leko.

- Obrigado, mas preferimos pagar...- ia dizendo Harry.

- Não posso aceitar, entendam você é o escolhido...jamais ia me perdoar por cobrar da pessoa responsável por acabar com Você-sabe-quem!- disse Leko sombriamente.

-Ah...tudo bem, eh...Rony, fala para ele onde que é o lugar!- disse Harry um pouco sem graça entrando no ônibus seguido de Hermione, que continha com muita dificuldade o riso.

O ônibus estava com inúmeras cadeirinhas, os três ocuparam os últimos acentos, já que o noitibus se encontrava bastante lotado.

- Vamos Ernesto!- berrou Leko lá da frente.

No segundo seguinte as paisagens não eram mais que borrões, e os carros dos trouxas pareciam sair do caminho do ônibus que acelerava sem se importar com o que passasse pela sua frente.

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