A MAIOR SURPRESA DE TODAS
“Severo....”, “Severo, por favor!”...Aquelas palavras não saiam da cabeça de Harry Potter, o garoto não suportava rever aquela terrível cena nos milhares de pesadelos que teve desde sua volta à rua dos Alfeneiros. Duas semanas se passaram desde o enterro de Dumbledore, Harry ansiava pelo seu aniversário, não pelo significado da data, mas por representar o fim do desejo de seu maior protetor, agora morto. Até o dia 31 de Julho Harry deveria permanecer na casa de seus tios, porque até lá a magia que Dumbledore lançara sobre a casa permaneceria intacta. Seus tios sabiam que Dumbledore havia sido morto, porém o mais estranho era que eles de certa forma haviam mudado. Os Dursleys estavam mais tolerantes, até haviam lhe perguntado o que iria querer de aniversário.
“Harry, você vai comer só isso?”- perguntou Tia Petúnia durante o jantar, com sua cara ossuda em uma tentativa clara de amenizar a relação com o sobrinho.
“Sim...se vocês não se importam eu vou subir!”- disse Harry rapidamente sem emoção.
Harry deu tempo para que seus tios protestassem, porém os dois ficaram calados, aproveitando esse novo humor de seus tios o garoto se levantou da mesa e subiu para seu quarto. Harry se jogou em sua cama e ficou olhando para o teto, o garoto sabia que havia perdido a única pessoa que poderia ajudá-lo a derrotar Voldemort, não havia opção teria que fazê-lo sozinho e também sabia que faltava ainda muita coisa para que Voldemort fosse derrotado e um tempo muito pequeno, do contrário um maior número de bruxos e trouxas morreriam. Sabia que deveria começar do ponto de onde parou, mas ele não fazia idéia de quem era R.A.B e nem de como descobrir, simplesmente não havia pistas. No entanto, Harry tinha muito claro em sua cabeça o que iria fazer logo depois de deixar a rua dos Alfeneiros, ele iria para a casa de Rony e junto a ele e Hermione assistiria o casamento de Gui e Fleur e, então, partiria para o que ele sempre soubera ser o seu destino.
Harry decidiu se levantar da cama e caminhou até a janela, a névoa persistia desde que a comunidade bruxa reconheceu o retorno de Voldemort, porém esta noite ela estava mais densa que o habitual, a temperatura caia vertiginosamente e o garoto começava a sentir uma infelicidade tamanha que ele não julgava ser possível. De repente ele avistou vultos escuros na rua, não havia dúvida... Dementadores! Porém, o que chamou a atenção de Harry fora o vislumbre de uma figura branca, quase transparente, que vestia uma túnica preta, Harry começou a tremer, não de medo, mas de raiva, o suor lhe molhava o rosto...já havia pego a varinha, quando percebeu que fora apenas um sonho. O garoto estava encharcado no chão, havia caído da cama, o que provavelmente o acordou.
O garoto não conseguiu mais dormir naquela noite, na verdade ele já não descansava há várias noites. Não queria voltar a torre, não queria ver Dumbledore morrendo novamente, não queria voltar a sentir aquela dor no peito, enfim, não queria sofrer mais.
Harry continuou em sua cama quando o Sol começava a despontar no horizonte, o garoto não sentia cansaço pela perda da noite de sono, a única coisa em que pensava era que daqui a dois dias seria seu aniversário e sua partida definitiva da casa dos Dursleys. No meio do espetáculo de cores do dia que ia nascendo, um ponto minúsculo e braço como a neve, chamou a atenção de Harry. “Edwiges!”, foi o pensamento de Harry.
O garoto pulou da cama e foi até a janela para abri-la. Edwiges tinha saído há uns dez dias de casa sem que Harry a despachasse, ele não entendeu o porque daquela saída repentina, afinal a sua coruja nunca havia abandonado ele, apenas quando ele a mandava e, de fato, era um comportamento muito estranho e Harry esperava ansioso pela chegada de Edwiges a beirada da janela.
O ponto branco vinha se aproximando, até que a coruja ficou com seus contornos bem definidos e Harry, apesar de descontente pela fuga repentina, abriu um sorriso quando Edwiges pousou graciosamente na beirada da janela.
- Onde você esteve?- perguntou Harry sorrindo.
A coruja deu um pio fino e mostrou a Harry um envelope dourado lacrado com seu nome escrito a mão. Harry pegou o envelope rapidamente, saiu da frente da janela para que Edwiges pudesse entrar e se sentou na cadeira de sua escrivaninha.
Que envelope deveria ser aquele, o garoto estranhava o fato de Edwiges ter voltado com algo para ele, uma vez que ela não havia saído com a intenção de levar algo para alguém. Harry morrendo de curiosidade, abriu o envelope rapidamente e retirou um pergaminho envelhecido pelo tempo.
Harry,
Sinto ter entrado em contato com você tão tardiamente, mas com os eventos atuais não posso me identificar.
Quero lhe dizer que sei tudo sobre sua difícil jornada e me ponho a sua disposição para qualquer ajuda que você venha precisar. Eu sei que deve ser muito difícil confiar em alguém através de uma carta apenas, então lhe mandei uma prova da minha lealdade a você. Muito em breve nos encontraremos mais uma vez.
Esperando que você confie em mim,
UM AMIGO.
Harry antes de refletir o conteúdo da carta, abriu o envelope mais uma vez e o que retirou lá de dentro, fez o coração do garoto disparar. Dourada e vermelha, estava na mão de Harry a pena de Fawkes. O garoto pensava somente em uma coisa, se aquela pessoa mandara a pena de Fawkes era que essa pessoa só podia ser alguém que ele pensara estar morto e cada vez que ele relia a carta, frases escritas como...”Sinto em ter entrado em contato com você tão tardiamente...” e “Muito em breve nos encontraremos mais uma vez...”, “MAIS UMA VEZ!”, repetiu Harry para si mesmo. O cérebro do garoto trabalhava ardorosamente, essa pessoa só podia ser alguém que ele já conhecia e que não queria que ninguém descobrisse a sua identidade caso Edwiges fosse interceptada e o fato da pena de Fawkes estar junto a carta, quase confirmava, pelo menos para Harry, que Alvo Dumbledore estava vivo.
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