Lágrimas não são argumentos. P



Cap. 16: Lágrimas não são argumentos Parte I


Não importa quão delicada e frágil seja uma situação, sempre existem os dois lados!



- Melanie Weasley Granger. – repetiu Rony se afastando um pouco deles... – Weasley! – exclamou apontando o dedo para o próprio peito com uma expressão indefinida... – E Granger! – continuou apontando para Hermione perigosamente... – Isso quer dizer?

- Quer dizer que a Mel é sua filha. – afirmou Gina sem conseguir conter as lágrimas... – Ela é sua filha com a Hermione.

O silêncio se fez por um longo tempo. Nenhum deles parecia conseguir falar novamente. Rony parecia um pouco assustado. Sentia a cabeça começar a latejar, assim como o braço esquerdo, que ele conseguiu ver com uma olhada rápida, o ferimento começava a fechar. Sentou-se novamente ao lado de Mel na cama. E no meio de toda aquela confusão ele conseguiu dar um sorriso.

- Minha filha! – ele falava em voz alta sem perceber... – Esse tempo todo, ela sempre foi a minha filha.

Olhou para Mel com carinho, acariciou os cabelos ruivos dela e depositou um beijo demorado na bochecha dela.

- Amo você filha. – sussurrou baixinho no ouvido dela.

Levantou-se com cuidado da cama, ajeitou um lençol em cima dela e vestiu a camisa que depois de um feitiço, estava branquíssima novamente. Guardou a varinha no bolso e voltou a olhar os amigos.Seu rosto ainda contorcido pela raiva, e ainda sentia o corpo tremer.

- Qual dos três vai começar a se explicar? – perguntou com uma calma que estava longe de sentir... – Eu quero explicações agora.

Harry continuou parado no mesmo lugar, ele não conhecia todos os fatos daquela história, não tinha muito que explicar. Hermione limitou-se a colocar o copo com o suco sobre a mesa e enfiar as mãos dentro dos bolsos do vestido. Gina viu todos silenciarem novamente, então enxugando uma lágrima resolveu começar a falar.

- O que você quer saber Rony? – perguntou ela.

- O que eu quero saber? – repetiu sarcástico... – Acho que já entendi bastante, mas vamos ver. – continuou recostando-se na janela, cruzando os braços e olhando para Hermione ameaçadoramente... – Desde quando você sabe disso?

- Desde... eu sempre soube. – gaguejou ela.

- Sempre soube. – repetiu ele, agora se virando para a ruiva... – Sempre soube. – Vocês sabiam o tempo todo. – Rony falava agora olhando de Harry para Gina... – E não me disseram nada.

- Rony... – Gina tentou falar.

- Eu confiei em vocês. – gritou ele... – Esses anos todos eu confiei em vocês.

- Rony... – agora Harry tentava explicar que também não sabia.

- Meus amigos. – gritou Rony... – Meus melhores amigos.

- Não grite Rony. – Gina elevou sua voz a dele.

Rony que andava de um lado para o outro perto da cama, parou um pouco, e depois de respirar profundamente voltou a falar.

- Por que me chamaram aqui? – perguntou levantando o braço com a pulseira novamente... – Nenhum de vocês precisa de mim realmente, pelo contrário parecem estar muito bem os três sozinhos.

- Eu precisava de você aqui. – respondeu Gina

- Pra que?

- Preciso do seu sangue, para cuidar da Mel. – respondeu sem rodeios... – Você disse que viria aqui de manhã...

- Eu não pude, por causa do ministério. – respondeu, caminhando e ficando de frente para ela... – Se eu tivesse vindo de manhã, vocês teriam me chamado agora?

Gina não respondeu.

- Responda. – ordenou Rony agarrando o braço dela com força... – Teriam me chamado agora?

- Não.- respondeu abaixando a cabeça.

Rony apertou mais os dedos no braço dela, e a trouxe pra mais perto, a obrigando a olhar nos olhos dele... – Quer dizer que só fiquei sabendo que tenho uma filha, por que vocês precisavam de mim?

- Rony... – tentou ela novamente.

- Se eu tivesse vindo de manhã, você teria o meu sangue e eu não saberia de nada?

- Rony, você esta machucando ela. – protestou Harry, tentando chegar mais perto.

- Fica quieto ai Potter. – disse sem tirar os olhos de Gina... – Você precisa do meu sangue, então pode começar a tirar. – terminou largando o braço da irmã e voltando pra perto da cama.

- Mas eu não posso. – Gina apressou-se em dizer... – Não agora, você perdeu muito sangue, preciso esperar a poção para repor sangue fazer efeito em você...

- Não precisa nada, pode começar a tirar. – retorquiu ele.

- Rony você pode desmaiar se eu tirar mais sangue de você agora. – contrapôs ela.

- A Mel precisa do sangue não é? – gritou ele... – Você vai fazer isso, ou quer que eu faça do meu jeito? – terminou apontando a própria varinha para o ferimento no seu braço.

- Eu faço. – Gina respondeu andando para perto dele, vendo que ele não estava brincando... – Mas tome essa poção, é revigorante, e mais um pouco dessa para repor o sangue. – continuou severa, vendo que ele ia protestar... – Você quer ajudar sua filha não quer? Então faço o que eu to mandando.

Sem mais nenhuma palavra Rony bebeu com alguns goles o liquido dos dois frascos. Sentiu seu braço direito ser puxado por Gina. Viu a ruiva fazer um pequeno furo em seu braço e viu o sangue derramar dentro de um frasco, com uma poção de cor vermelho vivo. Não conseguia acreditar no que estava acontecendo. Tinha uma filha e não sabia. Sua irmã e seu melhor amigo sabiam o tempo todo e nunca contaram a ele, mesmo depois de todas as vezes que ele tinha confessado a eles que queria ter um filho.

Continuou parado no mesmo lugar sem conseguir tirar os olhos de Hermione, que também lhe lançava o olhar. Depois de tanto tempo, nunca tinha desistido de encontrá-la na verdade. Sempre guardou consigo a vontade de reencontrá-la, de serem pelo menos amigos novamente. Mas agora isso não seria possível. Nunca a perdoaria por ela ter escondido sua filha por tanto tempo.

Depois de uns minutos viu Gina fechar o pequeno corte em seu braço, e bebeu outra poção obrigado por ela. Viu a ruiva se afastar e remexer nas poções em cima da mesa, com muita habilidade. Continuou parado, olhando em silêncio.

- Ronald. – tentou Hermione.

- Não fala nada. – gritou ele, assustando ela... – Eu não quero escutar você.

- Rony. – agora Harry tentava falar.

- Nem você. – ele voltou a gritar... – Não quero desculpas.

- Não grita Rony. – Gina pediu novamente.

- Você teve todos esses anos para falar tudo e não disse nada. – continuou ele gritando com Harry.

- Rony. – Harry tentou novamente.

- Cala a boca. – continuou gritando...

- Não grita Rony. – Gina elevou sua voz a dele... – Por favor, não grite.

Antes que Rony pudesse responder a altura, escutou um som abafado, quase um sussurro.

- Papai. – repetiu Mel.

Ele esqueceu, de todos os outros por um momento e sentou-se ao lado dela na cama.

- Oi ruivinha. – disse pegando as mãos dela... – Como esta se sentindo?

- Melhor. – respondeu ainda sussurrando... – Agora que você ta aqui.

Rony não conseguiu conter uma lágrima, que começou a escorrer pelo rosto, um pouco mais pálido que o normal, pela perda de sangue. Sempre soube que sentia algo diferente pela sua ruivinha, mas nunca conseguiu entender muito bem. Agora ele sabia que era amor, mesmo não sabendo de nada o sentimento de pai tinha falado mais alto.

- Por que você ta chorando? – perguntou Mel, tentando secar as lágrimas dele com o dedinho... – O que houve com o seu braço? – perguntou vendo uma pequena mancha de sangue começar a aparecer na camisa dele.

- Não foi nada ruivinha. – respondeu tentando segurar o choro... – Só machuquei um pouquinho... – Mas a tia Gina já ta cuidando disso. – continuou vendo que ela começava a se preocupar.

- Então ta bom. – respondeu ela baixinho, tentando se sentar na cama... – Tia Gina sempre consegue curar todo mundo.

- Ela consegue. – respondeu Rony olhando de lado para Gina... – Mas você mocinha pode continuar deitadinha ai. – terminou conjurando outro travesseiro atrás dela, para que ficasse mais confortável.

E ainda ficou ali perdendo a noção do tempo, com ela, acariciando o cabelo dela, enquanto a menina que ainda segurava a mão dele fazia carinho devagar.

- Papai?

- Diga. – respondeu Rony.

- Tia Gina fez furinho em você hoje? – disse passando o dedo pelo corte cicatrizado no braço dele... – É por isso que você ta triste? Ficou com medo?

- Ela fez sim ruivinha. – respondeu sorrindo com a preocupação dela... – Medo? Que medo?Esqueceu que agora eu penso em você, quando a tia Gina faz furinho? Não tenho mais medo.

Mel com os braços pequenininhos puxou Rony para um abraço. O ruivo sem reação, ficou surpreso, mas aos poucos, foi se acostumando, e abraçou Mel, sabendo que ela era filha dele pela primeira vez. As lágrimas seguradas a todo custo, voltaram a descer. Ele a apertou mais, e sussurrou mais uma vez pra ela.

- Amo você filha. – disse entre soluços... – Amo demais, mais que a mim mesmo!

- Também te amo papai. – respondeu ela, passando as mãos pelo rosto dele em vão... – Não chora papai. Eu vou ficar boa. Não é tia Gina?

- Claro que vai meu amor. – respondeu Gina, secando uma lágrima também... – Mas só se beber todos os remedinhos...

- Não quero. – disse fazendo bico... – São ruins.

- Como não vai beber ruivinha? – perguntou Rony sério... – Pensei que tivesse dito que é uma mocinha... e mocinhas não fazem pirraça para beber remédio.

Mel levantou a sobrancelha, parecendo pensar no assunto. Só agora Rony tinha conseguido entender por que achava aquele gesto tão familiar. Era típico de Hermione.

- Ta bom eu bebo. – disse depois de um tempo... – Mas só se você ficar aqui comigo.

- Eu fico. – respondeu ele pegando um dos frascos que Gina dava a ele e dando pra garota beber... – Mas tem que beber todos sem reclamar.

Mel foi bebendo com algumas caretas, um a um. Fazendo bicos, mas decidida a mostrar que era uma mocinha. Depois de um tempo em que brincava com Rony que fazia caretas engraçadas enquanto ela bebia, ela terminou de beber o ultimo frasco.

- Tia onde esta a mamãe? – perguntou a Gina que estava atrás de Rony, e eram as únicas pessoas que ela conseguia ver... – Eu quero ela, mas ela não vai gostar de ver o Rony aqui, e eu não quero que ele vá embora hoje – terminou fazendo bico novamente.

- Eu to aqui princesa. – Hermione falou pela primeira vez, andando e sentando-se na cama ao lado da filha... – E não me importo pelo Rony esta aqui.

Rony tentou levantar quando viu Hermione se aproximar, mas foi impedido por Mel que continuava segurando sua mão.

Quando viu Hermione sentar Mel se jogou nos braços dela. Sentando-se desajeitada no colo da mãe, encostando a cabeça no ombro de Hermione.

- Você não se importa?- perguntou com um sorriso

- Não princesa. – respondeu Hermione tentando sorrir.

Mel abraçou Hermione com carinho. Rony ao lado conseguia ouvir tudo o que elas diziam e começava a se incomodar.

- Mamãe eu vou ter que ficar aqui de novo? – perguntou se aconchegando mais.

- Vai sim princesa.

- Você trouxe o Ted pra mim? – perguntou olhando Hermione.

- Claro, eu não ia esquecer o Ted. – Apontou a varinha para sua bolsa que estava jogada em um canto, e de lá saiu um ursinho de pelúcia velho e surrado, direto para as mãos dela... – Aqui esta o Ted. Agora ta na hora da mocinha dormir.

- Mas eu não quero. – respondeu tentando manter os olhos aberto, a poção calmante começando a fazer efeito... – Quero conversar com o Rony. – disse com medo de chamar Rony de pai na frente da mãe.

- O Rony vai ficar aqui. – respondeu ela deitando Mel na cama e a cobrindo sem olhar pra Rony... – E você pode chamar ele como quiser! – terminou tentando sorrir.

- Mas eu pensei que você não fosse gostar que eu chamasse o Rony de papai, e brigasse comigo mamãe. – disse triste.

- Eu não ligo. – respondeu Hermione dando um beijo na testa dela... – Você pode chamá-lo como quiser, ok?

- Então ta. – respondeu ela apertando mais o ursinho, e esticando a mão para Rony.

Rony pegou a mão da filha e ficou ali acariciando um tempo. Até perceber que ela dormia profundamente. Hermione continuava sentada ao seu lado na cama.

- Você ainda precisa do meu sangue Gina? – perguntou baixo pra irmã.

- Não. O que tenho é suficiente.

- Ela vai acordar que horas? – ele voltou a perguntar... – Você sabe dizer?

- Com todos os remédios que ela tomou. – Gina respondia enquanto escrevia em uma prancheta... – Só amanhã na hora do almoço.

- Ótimo. – respondeu ele levantando-se e dando um beijo na bochecha dela... – É melhor assim. – ele contornou a cama e antes que Gina pudesse reagir, ele apertou os dedos no braço dela novamente... – Agora você vem comigo, temos muito que conversar.

Rony saiu puxando uma Gina um pouco confusa pela atitude dele, para perto da porta.

- Rony ta me machucando. – falou ela, tentando afrouxar o aperto.

- Rony, qual é cara você ta machucando ela. – falou Harry ríspido, andando para perto deles... – E isso eu não admito.

- Não se meta Potter. – contrapôs ele sem olhar para trás... – Você também me deve explicações.

Ele continuou puxando Gina sem se importar com a força que fazia envolta do braço dela. Não queria se importar, só queria sair dali com Gina, não suportava mais olhar Hermione. Sentiu alguém o puxando pelo braço machucado e com o movimento foi obrigado a se virar, sentindo o braço latejar novamente.

- Eu imagino como você ta se sentindo cara. – Harry falou com os olhos fixos no ruivo... – Mas eu não vou permitir que você machuque ela. – terminou pronunciando cada palavra pausadamente.

- Me solta Harry. – bradou Rony, enquanto se soltava de Harry e pegava a varinha do bolso e apontava ameaçadoramente para o amigo. A outra mão, ainda segurava firme o braço de Gina, que se contorcia tentando se soltar... – Não se meta ou azaro você!

Rony voltou a se virar e caminhar para fora do quarto, à dor de cabeça e no braço voltando a piorar, acompanhada de uma tontura que começava a intensificar. Sentiu alguém segurar o seu braço novamente, e sem pensar duas vezes largou Gina e com o braço bom acertou um soco certeiro no rosto do moreno.

Harry cambaleou, se desequilibrou e caiu no chão apoiado no braço direito enquanto o esquerdo alisava o lado do rosto que Rony tinha batido, a mandíbula latejava e o rosto ardia. Ouviu uns gritos, e pode identificá-los sendo de Gina e Hermione.

- Eu disse para não se meter. – Rony sibilou cada palavra, os olhos semi-cerrados pela fúria que estava sentindo.

Harry sentiu alguém se aproximar e tentar ajudá-lo a se levantar do chão. Olhou para trás e viu Hermione abaixada ao seu lado, se apoiou na amiga e levantou ainda um pouco desequilibrado, pela surpresa. Não esperava apanhar.

Já de pé, ele se soltou bruscamente das mãos de Hermione e tirou a varinha do bolso apontando para o ruivo ameaçadoramente... – Você pode me insultar, pode me bater, mas, eu não vou permitir que você machuque a sua irmã. – Harry falou tentando controlar a raiva que sentia do amigo.

Gina parou no meio deles, as varinhas de ambos agora apontavam para ela. Olhando de um para o outro ela tentou acalmar os ânimos... – Harry, eu vou com ele. – falou rápido... – Ele quer conversar e eu vou. Vá pra casa Harry. Eu passo lá mais tarde para ver o James. Vá para casa Harry, por favor. – pediu tentando encerrar o assunto.

Sem esperar Gina terminar Rony a pegou pelo braço novamente a arrastando para fora da sala, sem ser interrompido dessa vez. Andou a passos rápidos no corredor, consciente de que Gina chorava ao seu lado. Encontrou uma sala vazia e a empurrou com tudo para dentro. Depois voltou para fechar a porta.

- Colloportus. - pronunciou fazendo uns movimentos com a varinha, ouvindo a porta ranger... – Abaffiato. – terminou colocando a varinha no bolso e olhando para Gina... – Agora somos só nós, sem ninguém para interromper ou defender você. – disse gritando sem se controlar mais... – Pode começar a falar!


...


Harry ficou parado no mesmo lugar, na mesma posição: com a varinha na mão e o braço erguido agora apontando para a porta dupla que ainda fazia um movimento lento de vai e vem. Estava estupefato. Um pouco tonto e confuso. Rony tinha dado um soco nele. Se Gina não tivesse se intrometido no meio dos dois acabariam em um duelo, no meio do hospital, no quarto de uma criança.

Um fluxo de sangue pareceu invadir seu cérebro o trazendo de volta a realidade e a vontade de ir atrás de Rony e devolver “como se deveria” o soco crescia cada vez mais dentro dele.

Foi abaixando a mão lentamente, pensando no que fazer, em como agir. A varinha ele ainda apertava firmemente entre os dedos. Sabia que Rony não reagiria bem. Sempre soube desde que virá Mel e Milly. Mas não esperava uma reação daquele tipo. O soco no rosto ele poderia relevar, talvez tivesse feito o mesmo. Mas deixar Rony machucar Gina. Isso ele não deixaria mesmo.

Foi com esse pensamento que ele resolveu agir. Não poderia ficar parado. Apertou mais a varinha na mão e deu um passo para sair do quarto. Sentiu algo gelado tocar a sua mão levemente, virou-se e viu Hermione, viu a mão da amiga envolta da sua. Continuou olhando para ela, analisando-a, tinha um olhar cansado, assustado e triste e as mãos dela suavam intensamente.

- Não vá. – disse ela pausadamente... – Você o conhece bem, sabe que se for até lá, as coisas ficaram piores. Confie na Gina.

- Eu confio na Gina. – respondeu exasperado... – Só não confio nas atitudes do Rony quando ele está nervoso e fora de si.

- Eu sei. – disse ela... – Mas ele não vai fazer nada além de gritar...

- Ele pode... pode. – Harry interrompeu com medo.

- Ele não vai machucá-la. – Hermione completou... – Eu tenho certeza.

- Droga Hermione. – Harry irritou-se... – Ele esta fora de si. Você viu. Ele a machucou.

Harry soltou-se da mão dela e começou a andar de um lado para o outro.

- Harry, por favor. – retrucou ela... – Nós sabemos que ele não a machucaria. Ele vai gritar, vai falar coisas horríveis, mas não vai tocar nela.

- Como você pode ter tanta certeza?

- Se eu ainda conheço um pouquinho do Ronald. – contrapôs decidida... – Ele vai sair de lá antes de perder o controle. Por que ele sabe que não se perdoaria se batesse nela.

- Mas ele esta com raiva dela.

- Mesmo assim, ele não bateria. E você sabe disso.

- Todos esses anos, eu presenciei muitas brigas deles. – Harry falava preocupado... – Por pouco eles não se matavam. E eu separei várias dessas brigas.

- Alguma vez Rony chegou a bater nela?

- Não.

- Por quê? – ela perguntou

- Ele sempre saia, quando via que a situação estava ficando fora do controle.

Hermione arqueou a sobrancelha para ele. Harry bufou contrariado. Ela tinha razão Rony não bateria em Gina.

- Mesmo assim vou ficar por perto até essa conversa acabar. – falou decidido... – Você quer que eu fique aqui? Você pode ir pra casa descansar... pode ir pra minha casa.

- Não. – respondeu depois de uns segundos... – Obrigado, mas já estou acostumada. Prefiro que cuide da Milly.

- Tudo bem. – respondeu ele... – Então eu já vou. Cuide-se Mione.


...



Rony parou de costas para a porta, sem se afastar muito. Parecia querer impedir com o corpo que alguém entrasse, mesmo tendo usado um feitiço para fechá-la.

- Pode começar a explicar. – repetiu mordaz olhando para ela.

- Você não entenderia. – contrapôs ela, incapaz de olhar para ele por muito tempo.

- Não entendo mesmo. – ele gritou enfurecido, chegando mais perto dela. – Nada do que você me diga me fará entender. Mas, mesmo assim eu quero saber de tudo, entendeu? – perguntou a segurando pelo braço novamente... – Quero saber de tudo!

As lágrimas no rosto dela continuavam a cair, sem permissão.

A hostilidade era evidente no tom de voz dele, e na maneira como ele a olhava e apertava o seu braço, mas ela não se deixaria intimidar. Não mais. O que estava feito... estava feito. Ela não poderia mudar isso, mas não deixaria que ele a machucasse. Deu um forte puxão no braço, quase se desequilibrando e percebeu que Rony também se desequilibrou. Afastou-se dele e andou para perto da cama.

Mal respirando, Gina o olhou assustada. Perto da cama da enfermaria ela ainda esfregava com a mão o braço que Rony apertara, e olhando de relance percebeu que o aperto deixaria marcas. As lágrimas não a incomodavam mais.

- Tudo bem. – disse enxugando as lágrimas pela ultima vez... – O que exatamente você quer que eu conte.

Ela esqueceu o braço que ardia e doía e voltou a olhar para ele. Agora sem lágrimas, os únicos sinais que denunciavam que tinha chorado eram os olhos avermelhados. Talvez as lágrimas estivessem irritando ele, ou talvez ele estivesse começando a sentir pena dela. Pena? Ela não queria a pena dele.

Olhou para ele decidida. Rony não entenderia seus motivos. Na situação que se encontrava, ela sempre tentou fazer o melhor. E foi isso que tinha feito esses anos todos, tinha dado o seu melhor às filhas dele. Sem questionar, sem pedir nada em troca e sempre com carinho. Talvez um dia ele chegasse a compreendê-la. Contaria tudo o que ele quisesse saber, ou contaria tudo que pudesse falar.

- Comece do inicio. – disse ele ainda em voz alta, sentindo-se cada vez mais fraco... – Comece da noite em que Hermione sumiu. Você deve saber o que aconteceu.

- Naquela noite Harry apareceu aqui com Hermione nos braços desmaiada...

- Vocês nunca me contaram isso. – ele cortou surpreso... – Nunca!

- Hermione pediu para não contar...

- Hermione, claro. – interrompeu outra vez, exasperado.

- Foi nesse dia que descobri que Hermione estava grávida. E foi nesse dia que isso tudo começou.

Rony olhou para algum ponto além da ruiva, alguma coisa que só ele podia ver. Lembrava-se daquela noite. Tinha preparado uma surpresa para Hermione... ela não foi encontra-lo aquela noite. No dia seguinte descobriu que ela tinha ido embora no meio da noite, que ela tinha deixado o país, que tinha abandonado tudo, a família, os amigos, Hogwarts e ele.

- Rony esta me escutando? – já era a terceira vez que Gina fazia aquela pergunta.

- Sim. Continue. – respondeu sem olhar para ela.

- Hermione passou a noite aqui aquele dia. Foi nesse dia que ela me contou que iria embora... Que deixaria Londres.

- E mesmo depois disso, você não foi me contar. – disse ele mostrando tristeza na voz pela primeira vez... – Mesmo depois de me ver correr atrás dela por semanas, você não me contou. Mesmo depois de saber que eu tinha uma filha. Uma filha Gina. – gritou novamente não se controlando... – Mesmo assim você não me contou.

- Não contar nada a você. Hmm... – ela fez uma pausa tentando escolher as palavras certas.... – Foi a única forma que encontrei de ficar perto da Mel.

Ele enfureceu-se mais uma vez, e caminhou para perto dela novamente e começou a falar mais uma vez em um tom alto enquanto Gina escutava impotente.

- O que você esta querendo insinuar com isso? – perguntou tão perto dela, que poderia jurar estar sentindo Gina tremer... – Que Hermione proibiu você de contar?

- Não. - ela respondeu olhando nos olhos dele... – Eu optei... Eu escolhi não contar.

Sem conseguir se controlar ele esmurrou a parede atrás dela. Viu Gina se abaixar e dar um grito de terror. A situação começava a sair de seu controle. Sentiu uma fraqueza repentina invadir seu corpo. Encostou a cabeça na parede e fechou os olhos tentando de alguma forma controlar a tontura.

- O que eu fiz a você? – ele perguntou em um tom estranhamente calmo e triste ainda na mesma posição... – Por que fazer isso comigo todos esses anos? Eu devo ter feito alguma coisa a você! Uma filha Gina, era meu sonho, e você sabia. - Ele colocou para fora tudo o que estava em seu coração, inclusive seus sentimentos por ela... – Sempre defendi você. Sempre.Sempre te defendi de Fred e Jorge, mesmo correndo o risco de ser azarado. Defendi você do Harry, fiquei ao seu lado, mesmo quando todos estavam contra. Briguei com ele por você. Era eu que te enviava cartas todos os dias no primeiro ano em Hogwarts, era eu que ficava com você, quando não conseguia dormir em noites de chuva... Mesmo depois de tudo isso, olha só o que você fez comigo, olha só como você me retribuiu. Escondendo minha filha.

Rony não gritava mais. Não por que não sentia vontade, mas por que sentia-se fraco demais. Sentou-se finalmente em uma poltrona no quarto, não conseguindo manter-se em pé. Sentia-se fraco. Sentia que poderia desmaiar a qualquer momento. Mesmo assim queria continuar ouvindo. Queria saber de tudo.

Tudo o que ele disse foi tão ruim quanto ela temia. Sabia que Rony sairia machucado, e se culpava por isso todos os dias. Segurou uma lágrima que teimava em cair. Não deixaria ele ficar com pena.

- Conitue falando. – Rony sussurrou da poltrona.

- Depois desse desmaio a gravidez da Mione passou a ser de risco. – Gina continuou a falar agora atenta a cada movimento dele, sabia que ele estava fraco... - Eu fiz o parto, eu cuidei da Mel todos esses anos e... Droga... Rony. – ela gritou quando o viu fechar os olhos e se entortar na poltrona. Ele tinha desmaiado.

Com um giro da varinha ela desfez o feitiço na porta e saiu correndo pelo corredor, entrou ofegante no quarto de Mel, e pegou alguns dos frascos de poção que estavam em cima da mesa, e voltou correndo, sem perceber que Hermione estava atrás dela. Entrou novamente na enfermaria que Rony estava e se ajoelhou ao lado dele na poltrona.

- Enervate. – ela murmurou com a varinha e viu ele despertar aos poucos, e rapidamente foi abrindo um frasco atrás do outro fazendo ele beber tudo.

Ela o viu beber com dificuldade, mas aos poucos viu a cor voltar aos lábios e ao rosto dele. Começou a empurrar mais um frasco pra ele beber.

- Anda Rony, beba tudo. – disse nervosa... – Beba.

Depois de fazê-lo beber o liquido de todos os vidrinhos que ela tinha, levantou-se e começou a murmurar uns feitiços, envolta dele. Eram feitiços de cura, tinha aprendido todos no curso de Medibruxa. Depois de alguns minutos ela parou e voltou a se ajoelhar ao lado dele. Agatha, Harry e Hermione observavam tudo, parados em um canto perto da porta.

- Como você se sente? – ela perguntou colocando a palma da mão sobre a testa dele.

- Melhor. – ele simplesmente respondeu.

- Tonturas?

- Não

- Dor?

- Não.

- Tudo bem. Vou arrumar essa enfermaria pra você passar a noite aqui. – disse em um tom profissional.

- Não. – ele respondeu levantando-se... – Eu vou pra minha casa.

- Você vai ficar aqui...

- Eu vou pra minha casa. – disse calmo, mas em um tom que não admitiria contestação.

- Tudo bem. – Gina deu-se por vencida... – Só beba mais essa poção, e se sentira melhor em algumas horas. – terminou entregando mais um frasco a ele.

- Cuide bem da minha filha. – Rony falou entregando a ela o frasco vazio... – Afinal você tem se esforçado muito esses anos todos não é? Sempre com boas intenções.

Rony fez uma pausa, e embora agora sua voz continuasse leve e calma, e não deixasse transparecer sua raiva, Gina sentiu que emanava tristeza e uma certa frieza.

- Eu já vou.

Rony encolheu os ombros e andou para fora da sala, sem falar com mais ninguém, mas notando suas presenças. Ele retirou-se fechando a porta ao sair.

Gina não disse nada. Estava sem fala. Abaixou a cabeça e deixou finalmente uma única lágrima cair.

Harry continuou parado no mesmo lugar depois de Rony ir embora, viu Hermione voltar para a enfermaria de Mel e viu Gina caminhar lentamente para o seu escritório com Agatha logo atrás dela. Resolveu seguir as duas de longe.

A mesa de Nath estava vazia, então ele resolveu seguir em frente. Só depois de por a mão na maçaneta que conseguiu distingui o que elas diziam dentro da sala. Parou para escutar melhor.

- Eu sou sua chefe. – Gina falava em um tom alto e autoritário... – Sou sua superior. Quando eu pedir sigilo sobre algum paciente você deve seguir as minhas ordens. Sem questionar.

O clima na sala era tenso. Agatha mantinha-se em pé com a cabeça baixa perto da mesa de Gina.

Gina estava do outro lado da mesa, com as mãos apoiadas sobre uns papeis, com um olhar severo. Não poderia ocorrer outro incidente desse tipo, com qualquer outro paciente.

- Eu lamento Doutora Weasley. – disse Agatha infeliz... – Eu realmente lamento.

- Fazer as coisa e se lamentar depois, não irá manter o seu emprego. – contrapôs Gina sem pena, precisava fazer Agatha entender que a vida dos pacientes que estavam em jogo... – Por que deixou Rony ver Mel todo esse tempo? Por que deixou, mesmo com ordens da mãe dela de não receber visitas? Mel não podia receber visitas, era imposição do responsável dela e você sabia.

- Eu sei Doutora. – ela respondeu imediatamente... – Só que... eu achei que não teria problema. Mel sempre esteve aqui e eu realmente percebi que ela ficava mais feliz, sempre que encontrava com o Rony. Achei que estava fazendo o certo.

- Mesmo sabendo que perderia seu emprego, quando eu descobrisse? – perguntou Gina, olhando fixamente para ela. Não gostava de demonstrar autoridade, eram uma equipe, mas, às vezes isso era necessário.

- Mesmo assim. – respondeu Agatha de cabeça baixa... – E não culpo a Senhora por me demitir. Sei que agi errado. Sei que tenho que seguir um código de ética. Eu vou buscar minhas coisas para ir embora. – terminou infeliz, olhando para Gina.

Agatha não esperou que Gina respondesse e virou-se para sair da sala.

- Agatha. – Gina chamou e viu a estagiaria se virar e olhar para ela... – Você não esta demitida...

- Não. A Senhora tem certeza?- perguntou olhando esperançosa para Gina, desesperada por uma resposta.

- Sim. Eu tenho. – Gina respondeu, mais ainda lançava um olhar severo a estagiaria... – Mas não perdoarei outro erro desse tipo. Se acontecer novamente estará demitida e eu não repensarei. Entendeu?

- Entendi. – respondeu com um sorriso de alivio... – Não cometerei o mesmo erro. Obrigada pela nova chance.

- Quando um paciente ou o seu responsável fizer alguma exigência, você deve segui-la sem questionar. E acima de tudo sou sua chefe, você não pode ignorar as minhas ordens.

- Eu entendo Doutora. – apressou-se a dizer Agatha... – Então eu já vou, tenho que fazer a ronda.Estou sozinha no plantão hoje.

Então mais aliviada ela virou-separa sair da sala.

- Agatha...

Ela virou-se mais uma vez para atender o chamado.

- Obrigado. – Gina agradeceu com um sorriso maroto, sem Agatha entender.

A estagiária somente devolveu o sorriso e saiu deixando Gina sozinha. A ruiva jogou-se no pequeno sofá que tinha na sala, e tapou o rosto com as mãos, o dia tinha sido muito longo. Ela tirou as mãos do rosto quando sentiu alguém fazer um carinho em sua perna, então viu Harry sentado de frente para ela com um olhar profundo.

- Precisamos conversar Gina.

- Harry já escutei bastante por hoje. – sussurrou olhando para o teto.

- Eu não vim julgar você. – respondeu decidido.

Gina sentou-se mais confortável no sofá olhando melhor para ele que estava sentado na mesinha na sua frente.

- Não? – perguntou franzindo a testa.

- Não. – exclamou decidido novamente... – Eu entendi mais do que deveria hoje, ou mais do que você ou Hermione esperavam.

- Não entendi. – ela falou confusa.

Harry continuou ali, ainda fazendo carinho na perna dela, a olhando misterioso. A falta de informação delas só poderia significar uma coisa. E ele tinha certeza que era isso. Continuou olhando penetrante para ela antes de responder. Gina ainda continuava confusa.

- Voto Perpétuo! – ele disse observando cada reação dela... – A Mione fez você fazer um voto perpétuo, não foi?

Gina enrijeceu o corpo. Estava perplexa. Ela olhou para os lados, intimamente a procura de alguma coisa que a fizesse fugir daquela conversa. Que conversa? Ela não podia falar nada a Harry, assim como não pode esclarecer todas as duvidas de Rony. Mas não pagaria pelo preço de um voto quebrado. A morte. Ao pensar nessas conseqüências ela fechou os olhos tentando encontrar alguma saída para aquela conversa. Sentiu o corpo tremer involuntariamente.

Harry continuou parado observando todas as reações dela. O coração dele batia com mais força agora. Tinha certeza que estava certo, e com o silencio dela não tinha mais duvidas. Gina e Hermione dividiam um voto perpétuo. Eles estavam tão pertos um do outro que Harry sem dificuldades poderia contar cada sarda espalhada pelo rosto dela. Harry tirou a mão que acariciava a perna da ruiva e colocou sobre a mão dela a obrigando a abrir os olhos e olhar para ele.

Eles se entreolharam. Um olhar profundo e cheio de significados.

- Você não precisa me responder. – ele continuou falando baixo a trazendo para mais perto dele... – Agora eu sei que estou certo.

Então ele a abraçou, um abraço apaixonado com carinho.

Gina não respondeu, somente deixou-se envolver pelo abraço, enquanto as lágrimas voltavam a molhar seu rosto. Mesmo ela não querendo e mesmo ela negando Harry era seu porto seguro.

Ficaram minutos assim. Horas talvez. Harry não saberia dizer. Aos poucos foi percebendo que a respiração de Gina voltava ao normal e que os soluços iam diminuindo. Ela se afastou dele e sentou-se novamente no sofá, mas não desfez o contato totalmente, suas mãos ainda estavam entrelaçadas as dele.

- Essa não é a Gina que eu conheço. – falou com um sorriso... – Você já chorou muito por hoje não acha? A Gina que eu conheço raramente chora. É forte e durona, e enfrenta os piores problemas sempre de cabeça erguida, não se deixa abalar facilmente.

Harry a viu franzir a testa e depois dar um pequeno sorriso e voltar a abraçá-lo.

Gina sentia-se mais confortável se aconchegando no peito dele. Sentindo as mãos dele fazer carinhos no seu cabelo, ouvindo o coração dele bater num ritmo acelerado.Sentia-se protegida nos braços dele. Ele era o homem de sua vida, agora ela tinha certeza. Todavia, duvidava se ainda poderia fazê-lo feliz depois de tanto tempo. Por isso preferia deixar as coisas do jeito que estavam. Era mais seguro. Mesmo assim era extremamente prazeroso senti-lo tão perto.

Ela foi se afastando lentamente para poder olhar para ele novamente.

- Como foi que você chegou a essa conclusão Harry? – perguntou com a voz urgente... – De que eu e a Mione...

- Foi simples. – Harry interrompeu antes dela terminar... – Eu fui juntando algumas coisas. Primeiro eu posso jurar ter visto o seu olho brilhar de felicidade, depois que sai da lareira da Mione, claro depois de você se recuperar do susto. Depois eu vi seu olhar quando eu disse que James que tinha me contado.... um olhar que você e seus irmãos só dão quando estão aprontando alguma...

Gina dava sinais de que começava a se confundir novamente.

- Seus irmãos eu digo, Fred e Jorge. – esclareceu Harry e depois continuou sua explicação... - Depois eu vi o seu sorriso, o que você tentou esconder, quando eu vi o porta retrato. Você parecia segura demais no meio de toda aquela confusão, no meio das ofensas trocadas entre eu e a Hermione. Você parecia esta esperando por aquilo! – continuou agora olhando para ela com um sorriso triste... – E o meu coração estava gritando, pedindo a cada segundo que você tivesse uma explicação para isso tudo. Por que é cruel demais Gina. – terminou abaixando a cabeça.

Gina se sentia incapaz de falar alguma coisa. Não sabia o que falar. Mesmo com o voto perpétuo, ela tinha participado de tudo. Ela também era culpada, talvez até mais que Hermione.

- Esse voto perpétuo, só torna as coisas piores pra Hermione. – Falou Harry, tirando Gina dos próprios pensamentos... – Ela não podia ter feito isso, ela não podia ter escondido as filhas do Rony. Ela me tratou como se eu fosse um inimigo. Essa não é a Hermione que eu conheço.

- Harry. – Gina enfim sentia-se segura para falar... – Não julgue mal a Hermione, ela...

- Não defenda ela Gina. – interrompeu aborrecido... – O que ela fez não tem defesa!

- Eu sei Harry. – Gina recomeçou a falar, agora lentamente, tomando mais cuidado com as palavras... – Eu sei que tudo isso é horrível, mas, não julgue a Mione. Eu aprendi a não julga-la durante esses anos.

- O que você quer dizer com isso? – perguntou Harry.

- Eu não sei muito mais do que você sobre isso tudo Harry. – falava Gina, enquanto Harry a olhava sem entender... – Entenda, a única coisa que eu sei e que posso falar é sobre as gêmeas. O que aconteceu para a Hermione ir embora. A raiva que ela sente do Rony ou o medo dela em voltar a Londres, sobre isso eu não sei nada. Hermione nunca me contou, mesmo com todas as minhas tentativas de fazê-la falar!

Harry levantou, desfazendo o contato com a mão de Gina e foi para o outro lado da sala pensativo.

Gina continuou ainda na mesma posição, triste por Harry ter se afastado.

- Isso tudo é muito estranho Gina! – falou Harry

- Eu sei. – respondeu ela... – Eu nunca consegui entender o motivo da Mione esconder as filhas do Rony, e nunca aceitei, mas eu não tinha muito o que fazer sobre isso. E depois de tantos anos, de tanto sofrimento, eu aprendi a não julgar a Mione.

- Sofrimento? – questionou Harry.

- É. – respondeu ela triste... – A saúde das gêmeas é bem frágil. A Mione luta por elas desde o primeiro dia da gravidez.

- Como assim? – perguntou ele.

- É uma longa historia Harry.

- Eu tenho todo o tempo que você precisar. – rebateu ele voltando a sentar de frente para ela.

Uma hora e meia se passaram até Gina narrar o ultimo acontecimento. Durante todo esse tempo, ela contou em detalhes tudo o que podia da vida de Hermione e as gêmeas. Harry escutou tudo calado como um bom ouvinte. No final quando ele viu que Gina não acrescentaria mais nada ele voltou a se levantar, incapaz de continuar sentado.

- Por que você não contou isso tudo ao Rony? – foi à única coisa que ele conseguiu perguntar... – Talvez isso o acalmasse. Ele poderia ter te tratado melhor.

- Eu não quero que o Rony sinta pena, ou que ele se sinta na obrigação de me agradecer. – falou com um olhar decidido... – Ele tem todo o direito de esta com raiva de mim. Eu não vou dar desculpas a ele. Eu merecia ouvir tudo o que ele disse.

- Eu não sei se teria feito à mesma coisa que você Gina! – falou um pouco contrariado... – Um voto perpétuo!Eu não deixaria que Hermione fizesse isso comigo...

- É muito fácil falar Harry. – rebateu com um sorriso triste... – Na hora, eu tentei fazê-la mudar de idéia, mas, ela estava irredutível.

- Mesmo assim, eu tentaria achar outra maneira. – contrapôs ele, voltando a olhar para ela.

- E você acha que eu não tentei Harry? – ela perguntou com um misto de magoa e tristeza no olhar... – Hermione me colocou contra a parede. Se eu não fizesse o voto, ela sumiria, grávida do meu irmão...

- A deixasse ir. Era só contar ao Rony da gravidez que ele iria atrás dela. – ele respondeu convicto.

- Mas Rony foi atrás dela. Ele conseguiu acha-la? – perguntou olhando para ele contrariada... – Estamos falando da Hermione Harry... a bruxa mais inteligente que conhecemos!

Harry calou-se. Gina estava certa, se Hermione queria ir embora sem que Rony pudesse encontrá-la, ela faria isso e mesmo que Rony soubesse da gravidez ela não o deixaria chegar perto se era assim que queria.

- Mas você disse que ela quase teve um aborto aquela noite. – disse Harry tentando argumentar... – Hermione sempre foi racional. Ela não colocaria a vida das filhas em risco. Ela não se afastaria de você, que era a médica dela.

- Naquele dia Hermione teve um sintoma comum em qualquer gravidez. Ela sofreu um choque, desmaiou, e quase perdeu o bebê. Com menos de três meses isso é comum. Hermione não precisava de mim. Ela poderia sair daqui e ir a outro hospital, poderia conseguir outra médica em qualquer lugar que ela fosse. E ela me disse isso aquela noite, eu não poderia deixá-la sumir. E quando o assunto é o Rony a Mione não é racional.

- Eu sei Gina, mas, você poderia ter me procurado. Eu poderia ter ajudado. – ele se afastou passando as mãos pelos cabelos, bagunçando-os em sinal de cansaço.


- Harry olha pra mim! – pediu num sussurro, mas firme.

Harry se virou e olhou para Gina. Ela vestia o jaleco de Medibruxa por cima da roupa.O cabelo que horas antes estava preso em um perfeito rabo de cavalo, agora se desprendia do elástico, algumas mechas lhe caia pelo rosto e outras Gina tinha colocado atrás da orelha.Os olhos ainda mantinham-se avermelhados pelo choro e agora provavelmente pelo cansaço. Já era madrugada em Londres.

- Você não ver que eu tentei de tudo. – continuou Gina, agora destacando cada palavra... – Eu pensei em procurar você, pensei em contar ao Rony. Mas Hermione sempre foi muito mais esperta que todos nós, ela sabia que eu tentaria achar uma alternativa. Ela sabia que eu contaria ao Rony. O voto que nós fizemos anulou todas as minhas alternativas, eu não poderia contar... – vendo que Harry ia voltar a contestá-la ela elevou o tom de voz e continuou falando... – Eu não tive escolha, ou fazia o voto àquela noite, ou Hermione sumiria antes do dia amanhecer. Então eu fiz o voto e assim me mantive por perto todos esses anos.

Harry continuou olhando para ela ainda indeciso. Não sabia em quem confiar, no seu coração, que dizia docemente que Gina tinha esgotado todas as possibilidades ou em sua cabeça que teimava em gritar que ela tinha alternativas, e que deveria ter usado todas. Ele ainda duvidava, ele ainda achava que ela tinha escolhido o caminho mais fácil.

Gina olhava para Harry apreensiva. Precisava que alguém acreditasse nela, precisava que Harry acreditasse nela.Teria feito tudo diferente se tivesse sido possível. O olhar que ele lhe lançava era de duvida e decepção e isso doía dentro dela, mais do que ela poderia suportar.

- Harry acredita em mim. – ela voltou a falar em um sussurro de suplica... – Você acha que eu esconderia as filhas do Rony se eu tivesse escolha? Acha que eu privaria a Mel e a Milly de conviver com os Weasley’s se eu pudesse fazer o contrário? Como você acha que eu me senti todos esses anos, escondendo elas da minha família? Como você acha que eu me sentia todas as vezes que o Rony saia machucado, depois de um dia do quarteto?

Ela falava sem desviar os olhos do dele, eles estavam muito próximos, Gina podia sentir o vapor quente da respiração dele sobre o próprio rosto...

– Harry como você acha que eu estou me sentindo agora? Rony me olhou como se eu fosse uma traidora da pior espécie. Como você acha que eu estou me sentindo depois de tudo o que ele me disse? Eu preferia que ela tivesse me batido, que ele continuasse gritando comigo, e não o que eu vi no olhar dele. Ele está decepcionado comigo. E quando meus pais e meus irmãos souberem o que eu fiz, eu não vou ter deles nada diferente do que o que o Rony fez... eu amo minha família Harry, você acha que eu queria isso tudo? Acha que eu passaria por tudo isso se realmente eu pudesse escolher?

A essa altura, algumas lágrimas já voltavam a cair pelo rosto dela. Não se importava. Só queria que Harry acreditasse nela. Não se moveu depois de terminar de falar, continuou parada no mesmo lugar sem desviar os olhos do dele.

Harry sentiu o coração bater mais forte ao ver ela se aproximando, ao ver que a distância entre eles era mínima. Sentiu o coração dar um pulo ao ver que ela olhava tão profundamente para ele. Mas não desviou os olhos do dela, a encarou e escutou o que ela falava. Sentiu o coração apertar e a respiração pesar com cada pergunta dela. As duvidas que martelavam em sua cabeça iam se dissipando enquanto ela falava.

O tempo todo só tinha pensado em Rony e nas reações dele, não tinha parado para pensar no restante da família. E então tentando formular respostas para cada pergunta dela, percebeu que não duvidava mais. Agora sabia que Gina tinha escolhido fazer o que achava certo e não o que era fácil. Então com a proximidade entre os dois e olhando com mais atenção para ela, sentiu que o próprio coração tinha se partido em vários pedacinhos. Não havia nada mais doloroso do que a tristeza que ele via refletida nos olhos castanhos de Gina. Uma tristeza que ele nunca tinha visto refletida nela. E então deixando o coração falar mais alto, ele a abraçou pela cintura e a beijou.

Um beijo de paixão. Um beijo de saudade. Um beijo de amor. Um beijo com carinho e cheio de vontade.

Harry puxou o elástico que prendia o cabelo dela, e deixou uma das mãos se perderem por seu cabelo enquanto a outra ainda apertava a cintura da ruiva. Gina se surpreendeu com a atitude dele, mas entrelaçou os braços em volta do pescoço de Harry enquanto as mãos brincavam de bagunçar o cabelo dele. Gina entreabriu os lábios. Harry que apenas esperava uma aprovação da ruiva aprofundou o beijo abrindo caminho para a boca dela. As línguas se encontraram e se acariciavam em uma sintonia perfeita.

Sentiram o calor daquele beijo tomar conta dos seus corpos.

Harry tirou a mão do cabelo dela e foi descendo acariciando com os dedos as curvas dela até chegar a cintura, ele cruzou os braços envolta da cintura dela, a apertando contra o corpo dele, tentando uma aproximação maior. Ele virou o corpo e imprensou o corpo dela contra a parede e sentiu seus corpos se espremerem um contra o outro. Harry tentava anular qualquer mínima distancia entre eles.

Gina fechou os dedos sobre os cabelos dele, puxando os fios o fazendo inclinar a cabeça e aprofundou mais o beijo. Ela sentiu um arrepio correr pelo corpo quando sentiu os dedos dele fazerem um caminho pela lateral do corpo dela até a cintura. Sentiu o corpo bater contra a parede fria e sentiu o corpo tremer quando as mãos de Harry conseguiram achar um caminho por baixo da sua blusa. Ela apertou mais os braços envolta do pescoço dele, puxando a cabeça dele para mais perto dela, colando mais seus lábios. Começava a sentir falta de ar.

Harry segurou o rosto dela entre as mãos, se perdendo novamente nos fios de cabelos ruivos. Ele aprofundou ainda mais o beijo, sentindo o gosto da boca dela. Desfrutando das sensações que só um beijo de Gina proporcionava ao seu corpo. Sentiu a língua de Gina invadir a sua boca e aprofundar o beijo, ele se deixou levar pelas maravilhosas sensações que aquele beijo lhe causava. Sentiu os dedos dela se enroscarem em seu cabelo e lhe apertar o couro cabeludo, uma onda de calor invadiu seu corpo o fazendo tremer. Estava louco de desejo.

Gina sentiu o corpo de Harry tremer contra o seu e no meio do beijo deu um sorriso por comprovar que ainda podia provocar aquelas reações nele. Ela jogou o casaco que ele vestia pelo chão e agarrou-se a camisa dele com uma mão e voltou a se agarrar ao pescoço dele com a outra o puxando para mais perto. Ela entrelaçou as pernas às dele e sentiu Harry excitar-se. Então desejando por mais ela mordiscou o lábio inferior dele.

Harry sentiu os dedos finos de Gina lhe tirarem o casaco e jogar pelo chão. Sentiu a ruiva lhe agarrar pela blusa e entrelaçar as pernas com a dele. Harry sentiu seu corpo imediatamente responder as caricias de Gina e quando seus sexos se encostaram, mesmo por cima das roupas, ele sentiu excitar-se. Não agüentou quando Gina mordeu seu lábio inferior, sem ela esperar ele a ergueu do chão, fazendo com que ela jogasse as pernas em volta da cintura dele.

E assim com ela em seu colo, Harry andou até o sofá que tinha na sala, agora distribuindo beijos pelo pescoço dela. Harry tentava recuperar o fôlego, respirava ofegante.

Gina sentiu as costas baterem com delicadeza contra as almofadas do sofá, tentava recuperar o fôlego enquanto Harry distribua beijos molhados pelo seu pescoço. Só se deu conta que estava sem o jaleco de Medibruxa quando sentiu Harry fazer carinhos em sua barriga embaixo da blusa, enquanto distribuía beijos sobre seu colo e braços.

Novamente ela estava se deixando levar pelo desejo e pelas caricias dele. As coisas não poderiam ser assim, da ultima vez eles tinham se deixado levar por instintos, no dia seguinte acabaram brigando, por um passado não resolvido, e as conseqüências tinham sido semanas sem se falarem direito e James o bem mais precioso dos dois.Não podia se deixar levar novamente. Não podia. Parou de pensar quando sentiu os dedos de Harry acariciarem o bico de seu seio por debaixo do sutiã. Não conseguiu pensar em mais nada e o único som que saiu de sua boca foi um gemido de satisfação.

Eles se encaixavam perfeitamente no sofá. Harry mantinha uma perna entre as pernas dela. O desejo que os dois sentiam era tão grande e intenso que eles poderiam captar no ar. Só Gina era capaz de fazê-lo cometer loucuras. Mas será que ela seria capaz de deixá-lo novamente? DA ultima vez tinha acontecido assim, eles tinham feito amor e na manhã seguinte Gina foi embora e ficou semanas sem falar com ele. Seria igual dessa vez novamente?

Por que diabos eu tenho que pensar nisso agora! Harry estava se amaldiçoando por deixar sua consciência começar a falar mais alto.

Deixou os pensamentos de lado, quando sentiu Gina apertar sua cabeça contra o corpo dela, exigindo mais intensidade nos toques. Então ele se entregou novamente. Em um movimento rápido ele tirou a blusa dela junto com o sutiã, antes de recomeçar as caricias, ele parou para olhá-la. Gina subia e descia o peito arfando e mantinha os olhos fechados, as mãos dela agora arranhavam as costas dele, totalmente sensual. Ela estava totalmente entregue o desejo. Isso o hipnotizava.

Ele recomeçou a beijar o pescoço dela, depois foi para o colo e desceu para a barriga, ele depositava beijos molhados enquanto suas mãos passeavam pelos quadris dela. Mordiscava e beijava o seio esquerdo, enquanto umas das mãos acariciavam o mamilo direito.

Desabotoou a calça dela. A blusa dele também já estava jogada pelo chão.

Voltou a beijá-la na boca, pedindo novamente passagem com a língua, às bocas se encaixavam e as línguas se enroscavam perfeitamente. Harry subiu as mãos e deixou que elas se perdessem novamente no cabelo da ruiva, enquanto se entregava ao beijo.

“Depois disso tudo, depois que fizerem amor, ela vai deixá-lo novamente. Vai alegar que só fizeram sexo!” – era a consciência de Harry se pronunciando novamente.

Se pudesse olhar agora dentro de sua cabeça, Harry tinha certeza que só veria um homenzinho sentado lá dentro, debochando dele enquanto continuaria falando zombateiro: “Vai continue. Ela vai te levar as alturas e depois vai descartá-lo novamente. Talvez você consiga fazer outro filho nela”. Agora Harry tinha certeza absoluta que se pudesse ver esse homem, ele teria as feições de Rony.

Pronto, o clima tinha se dissipado. “Maldita consciência!”

Harry levantou-se e se sentou no sofá, trazendo Gina junto, deixando que ela sentasse no seu colo. Continuou o beijo, sabendo que iria se arrepender do que iria fazer.

As respirações deles estavam aceleradas, Gina encostava o peito nú, sobre o peito dele. O beijo que minutos antes, era de urgência e com volúpia, agora se tornava calmo e delicado. Com dificuldade ele tirou a varinha do bolso e fez o feitiço para trazer o jaleco dela até as mãos dele. Sem interromper o beijo, ele a cobriu.

Gina sentiu as atitudes de Harry mudar e estranhou. As mãos dele não percorriam mais o corpo dela, e o beijo, antes sensual e quente, estava ficando cada vez mais calmo. Ela abriu os olhos para ver o que estava acontecendo. Harry estava com a testa franzida e sem ela esperar ele se sentou com ela em seu colo. Fechou os olhos novamente e se entregou ao beijo que ele lhe dava. Um beijo delicado. Então sentiu Harry a cobrindo com um pano, abriu os olhos e viu que era sua roupa. As bochechas coraram envergonhada. Mas ela também não interrompeu o beijo.

Eles ficaram assim alguns minutos, em um beijo delicado, os queixos se roçavam. As línguas agora se acariciavam delicadamente. Gina agora apoiava as mãos no rosto dele, enquanto Harry a segurava pela cintura. Então depois de muitos selinhos, as bocas se separaram, mas eles mantinham os olhos fechados, as testas encostadas uma na outra, há respiração um pouco ofegante se misturavam.

Gina foi descendo as mãos do rosto dele, passando pelo corpo e pelo peitoral sentindo cada músculo e o coração dele bater acelerado, continuou descendo as mãos até encontrar as dele, e as entrelaçou.

- Eu quero você! – disse em um sussurro, com os olhos fechados... – Eu quero sentir você em mim.

Os pelos do pescoço dele se arrepiaram com as palavras dela. Ele não podia continuar ali, se ficasse, deixaria as coisas acontecerem. “Por Merlim, o que ele mais queria era senti-la junto dele, como um corpo só”. Mas o que aconteceria depois?

- Não. Eu não posso. – disse muito baixo, ainda ofegante... – Não posso. Vamos acabar nos magoando novamente...

- Não pense Harry. Eu quero, você também. – ela falou voltando a beijar os lábios dele.

Harry se rendeu novamente aos beijos dela. Se entregando. Se deliciando. Mas sua consciência agora falava mais alto que seus instintos.

- Gi... eu quero... você. – tentava falar entre os beijos, enquanto ela mordiscava os lábios dele... – Quero muito... mas e... amanhã?

- Não pense em amanhã! – disse ela próxima ao ouvido dele, depois voltando a lhe capturar os lábios.

Harry a beijou novamente, sem pressa, e quando o beijo se desfez ele abriu os olhos e encontrou os dela fechados. Ficou observando, olhando cada traço do rosto dela, os lábios pequenos e convidativos, as sardas espalhadas pelo nariz e bochechas que agora estavam absurdamente vermelhas, os cabelos ruivos era o toque final que delineava o rosto fino. Ele ficou observando uma gota de suor, que descia de um canto da sua testa e que fazia um trajeto lento pelo rosto dela até se perder em seu pescoço, entre os fios ruivos. Então ele viu a ruiva abrir os olhos. Incríveis íris castanhas. Perdeu-se nos olhos dela, enquanto ela lhe devolvia o mesmo olhar profundo.

- Não posso não pensar em amanhã Gi... – disse num fio de voz, olhando profundamente para ela... – Eu quero você! Eu desejo você! – continuou acariciando a cintura dela com o polegar... – Mas não só por uma noite!Quero pra sempre. Todos os dias. Até o ultimo dia da minha vida.

Gina não conseguia mais devolver o mesmo olhar a ele, então abaixou os olhos, se encolhendo entre os braços dele. Harry se entristeceu e num gesto rápido se levantou, deixando ela sentada no sofá. Com o polegar no queixo dela ele a fez levantar o rosto e olhar para ele novamente.

- Quando você realmente estiver pronta para ser minha pro resto da vida, você me procura. - ele depositou um beijo na testa dela, catou a roupa pelo chão e entrou na lareira... – Mas Gi não demore muito, eu não vou esperar por você o resto da vida. Posso acabar querendo seguir em frente, mesmo sem você.

E sem mais nenhuma palavra ele sumiu entre as chamas esverdeadas.

...



Rayane, obrigado pelo comentário e por estar sempre aqui, mesmo quando eu fiquei meses sem atualizar! Muito obrigado!! =)

Carolina, obrigado pelo comentário. O cap. já esta ai! =D

N/A: Não deixem decomentar.Beijoos *~

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