Bonzinho; malvado...



Segunda-feira. Draco acordou com Pansy ao seu lado. Não acordou a garota porque não queria perder tempo com ela. Queria ir trabalhar logo... na verdade, ele queria ver um certo alguém no trabalho. Seria possível que um dia era o suficiente para fazê-lo sentir saudades?
De qualquer jeito, ele só pensava em matar a vontade de beijar, abraçar Gina... “Será bom para o plano...” – ele pensou. Tentava desesperadamente se convencer do que seria bom para o plano, porque ele realmente sentia falta de Gina Weasley.


Draco aparatou no Ministério, e para sua grande surpresa Gina já estava lá quando ele abriu a porta. Imediatamente, ele correu até ela e a beijou, sem dizer nada. Aquele beijos sim eram os que faziam Draco ter devaneios... Draco não conseguiu imaginar como pode procurar por eles em outra boca. Eram diferente de tudo o que tinha experimentado...

- Ei – disse ela, quando finalmente conseguiu se separar de Draco. – Bom dia pra você também. – ela sorriu.
Draco involuntariamente também sorriu.
- Estava com saudades...
- Eu também. Adivinha só, consegui chegar em casa ontem antes da minha mãe acordar... Ela nem suspeitou que não dormi em casa. – disse animadamente. – Mas e você, o que fez ontem?
“Droga, ela tinha que me perguntar?” – pensou Draco. Ele nem queria lembrar que passara o resto do dia com Pansy, e tremeu ao pensar que Gina pudesse descobrir.
- Eu... nada. Absolutamente nada, Virgi... – ele não terminou de falar.

Toc toc toc

Draco largou Gina e limpou os lábios para não deixar qualquer marca de batom denunciar que estava com Gina. Esta se sentou imediatamente e se apoiou na escrivaninha.

- Entre. – disse Draco, que também já se encontrava sentado.

Para Draco, a visita não podia ser pior.
Entraram na sala Rony, Harry e Eddy Humptirf. Gina parecia surpresa, mas abriu um sorriso. Draco fez uma cara carrancuda que denunciava sua inimizade com os três visitantes.

- Oi Gina! – disse Ron, que ignorava propositalmente a presença de Draco Malfoy.
- Bom dia, Gina. – disse um Eddy simpático.
- Olá. – disse Harry calmamente.
- Oi... o quê vocês fazem aqui? – perguntou Gina, olhando de esguelha para Malfoy, que parecia ter sido atingido por uma pedra e procurava o culpado.
- Viemos fazer uma visita. – disse Rony. – Lembra que te falei do Eddy? Então... – ele apontou para Eddy, que estava atrás de Rony.

Gina olhou melhor para Eddy. Estava escuro quando o vira em Hogsmeade. Mas vendo-o assim... era realmente muito bonito. Era alto, tinha cabelos castanhos cacheados e brilhosos que caíam sobre os olhos castanhos meio esverdeados. Realmente tinha a aparência de auror: seu físico era de fazer inveja, mesmo que coberto com as pesadas roupas do cargo. Era aparentemente forte, e sorria mostrando dentes muito brancos. Gina estaria muito feliz se seus sentimentos não estivessem voltados para um certo louro que no momento parecia muito zangado com os olhos de Gina percorrendo Eddy...

- Escutem aqui – a voz de Draco surgiu e todos viraram as cabeças para ele. – Não sei se vocês já perceberam, mas isso é um escritório de trabalho e não o Três Vassouras. Podem ir dando o fora!
- Então por quê você não fica quieto e trabalha? – ralhou Rony, que parecia já estar preparado para qualquer insulto de Malfoy.
- Suas presenças desagradáveis atrapalham minha concentração, Weasley.
- Estou vendo a sua concentração em fazer nada, Malfoy. Não viemos te visitar, viemos por Gina e não estou vendo ela ocupada com nada. Então fica quieto no que não te diz respeito. – disse Eddy. Draco fechou o punho.
- Olha quem fala em não fazer nada, Humptirf. Você deve ter muitas coisas importantes para fazer, deve ter sido um sacrifício conseguir um tempinho para vir cortejar a irmã do colega de trabalho, não é?
- Cala a boca, Malfoy, seu... – Rony deu um passo à frente, mas parou quando Eddy o segurou, fazendo sinal para manter calma.
- Na verdade – disse Eddy, se aproximando da mesa de Draco e olhando-o nos olhos. – Não temos tido muito trabalho a fazer mesmo, desde que a maioria dos seus amiguinhos ex-comensais foi recolhida para Azkaban. Mas te digo, só darei por satisfeito quando capturar o resto e conseguir provar que também merecem uma vaga atrás das grades. E isso inclui seu pai.
Draco se levantou calmamente, o ódio estampado nos olhos. Deu um sorriso irônico e disse:
- Pois vá. O dia em que você tiver sucesso na sua missão eu me tornarei o Tarado da Machadinha. – ele riu da própria piada. Isso pareceu irritar ainda mais Eddy.
- Não sei por quê Fudge te deixou trabalhar aqui, Malfoy, mas já vou avisando: abaixe sua bola se não quiser...
- Se eu não quiser o quê? Vai me lançar uma Maldição Imperdoável? Ops! – Ele fez uma encenação exagerada de surpresa. -Você é o auror bonzinho, não pode! Que tal o feitiço das pernas-presas?
Eddy levou as mãos à varinha.
- Sabe que não é má idéi...
- Não! – a voz de Gina surgiu. – Parem com isso.
- É – disse Harry, fazendo Eddy guardar a varinha. – Não vale a pena.
- Vamos, Humptirf. – disse Malfoy, a varinha nas mãos. – Não quer brincar de caça aos vilões?
- Parem! – repetiu Gina, que agora tinha se levantado e ido até Eddy, mas olhava para Malfoy. Seus olhos revelavam que ela não estava gostando nada daquilo tudo. Draco olhou para Gina, depois para Eddy. Deu um sorriso desdenhoso e guardou a varinha, voltando a se sentar confortavelmente.
Eddy se virou para Gina. Em uma fração de segundo, todo o ódio sumiu de seu rosto e ele aparentava ser a pessoa mais simpática do mundo.
- Me desculpa, Gina. Não queria que nosso segundo encontro acontecesse desse jeito. – ele disse.
Gina voltou a se sentar na cadeira de sua escrivaninha.
- Tudo bem. O quê vocês querem comigo?
- Hum... bem... Vim te apresentar o Eddy, mas não sabia que esse seria o segundo encontro de vocês. – disse Rony.
- Ah, nós nos vimos em Hogsmeade. Esqueci de te contar, desculpe. – disse Eddy.
- Em Hogsmeade? Quando?
- No fim de semana.
Rony pareceu muito interessado. Ele sabia que Gina tinha saído com alguém no fim de semana.
- E com quem ela estava?
- Ora essa! – disse Gina, zangada. – Rony, para de se meter na minha vida!
- Na verdade, não me lembro de tê-la vista acompanhada, Rony... – disse Eddy, sem graça.
- Mas ela disse...
- Eu estava acompanhada! Só que ele não me viu com o... ah, acredite se quiser.
Gina viu Draco segurar um sorriso.
- Me desculpe, Gina. Realmente, Rony, só a vi por um instante. Até ia conversar, mas... – ele pareceu pensativo. – Ah. Ele apareceu.
Todos olharam para Draco quando Eddy indicou-o com a cabeça.
- Mas o que você estava fazendo lá, Eddy? E ele?
- Weasley, quer parar de fingir que não estou aqui? Isso é patético. – disse Draco.
Eddy ignorou Draco, mas Rony lhe lançou um olhar de ódio.
- Eu e meus amigos fomos conhecer o novo campo de quadribol depois da reunião que teve. Já ele, eu não sei. E se quer saber, não faço a mínima questão de descobrir...
- Pois eu faço questão de contar. – começou Draco. – Eu estava de passagem e vi você conversando com seus outros amiguinhos aurores, então resolvi te encher o saco. – ele deu um sorriso irônico, estava se divertindo.
- E depois entrou no clube. – Eddy o olhou. - Por acaso está planejando algo, Malfoy?
- Oh me desculpe, não sabia que era proibido usar o clube à noite.
- Você nunca vai lá, e eu sei disso porque estou quase sempre por lá.
- Ah, claro. É porque agora estou planejando dominar o mundo e juntar todas as forças das trevas para acabar com pessoas super legais como você... E já vou lhe avisando que meu plano é infalível, nem o super Potter vai me deter... – Draco estava animado em discutir. Era uma das coisas que fazia melhor.
Harry lançou um olhar de desprezo para Draco.
- Melhor segurar essa sua vontade de me insultar, Malfoy. Você sabe o por quê. – ele disse e logo em seguida olhou de esguelha para Gina.
O efeito foi imediato e Draco perdeu as palavras. Pareceu furioso.
- Como assim, Harry? – perguntou Rony, curioso.
- Você está sabendo de alguma coisa? – Eddy também parecia interessado.
- Nada demais. É só uma... besteira.
Gina mordeu o lábio. Sabia que Harry não revelaria o segredo, mas agora Eddy e Rony sabiam que Draco tinha um segredo, e se conhecia bem Rony, sabia que ele continuaria interessado em descobrir.
- Fala, Harry!
- É Harry... se é besteira o que custa em contar? Você nunca me escondeu nada...
Gina precisava mudar de assunto e não conseguiu pensar muito no que dizer, então falou a primeira coisa que lhe veio à cabeça.
- Eddy, você não queria me convidar pra sair?
Todos olharam para ela, inclusive Draco que arregalou os olhos claros. “Droga... não era pra eu dizer isso...” – ela pensou, corando.
- Claro, Gina... – disse Eddy, agora parecendo ainda mais simpático. – Eu queria te conhecer melhor mesmo. Hoje depois do trabalho eu irei jantar em Hogsmeade, quer me acompanhar? Não demoraremos, é só para bater um papo.
- Ah... hoje. – gaguejou Gina.
- Vai, Gina! Você não sai no meio da semana que eu sei... – disse Rony animadamente.
- É. – disse Gina tentando esconder o desânimo e se sentindo derrotada. Não tinha jeito. – Ta, eu vou.
- Ela não pode ir! – disse Draco, em voz alta. Olhares interrogatórios se viraram para ele. – Ela... hum... vai chegar atrasada amanhã se for dormir tarde. É meu dever fiscalizá-la sendo nova por aqui...
- Faz-me rir, Malfoy! Não é um idiota como você que vai impedi-la. E ela não entrou ontem no Ministério. Além do mais nem iremos ficar até tarde... – disse Eddy.
Draco fez uma cara de ódio e olhou para Gina, que estava com uma expressão profunda de lamento.
- Tudo bem então. Acho melhor irmos indo.
- Concordo, Rony. – disse Harry. – Vamos voltar ao trabalho.
- Certo. Até mais tarde, Gina. – Eddy deu um sorriso simpático e Gina retribuiu com um sorriso amarelo. Quando os três saíram, Gina bufou e Draco, como esperado, começou a falar.
- Por quê fez isso, Virginia?!
- Eu não sei... foi a primeira coisa que me veio à cabeça quando o Harry estava sendo pressionado a contar...
- Que contasse! – ele cruzou os braços, indignado. – Agora vamos arrumar uma boa desculpa para você não sair com esse otário.
- Acho que não dá, Draco. Vou ter que ir. – disse Gina desanimada.
- Como é?!
- Meu irmão sabe que eu não saio no meio da semana, ainda mais depois do trabalho.
- Fala que você está doente, sei lá...
- Doente. - Gina bufou desdenhosamente. – Mamãe me colocaria de cama pro resto da semana. Capaz até de me mandar pro St Mungus.
Draco franziu a testa.
- Que exagero!
- Você não conhece a Sra. Weasley. – ela sorriu levemente.
Draco pareceu pensar. Talvez estivesse tentando imaginar como a mãe de Gina seria... talvez a estivesse comparando com a sua. Narcisa era uma boa mãe, afinal. Ela naturalmente se preocupava com Draco... mas como seria ser a única filha mulher e ainda por cima caçula, com 6 irmãos?
Quando acordou de seu devaneio, lembrou do encontro de Gina com Eddy.
- Mas você não pode sair com Eddy.
- Não vai acontecer nada demais. Ele parece simpático demais para tentar algo logo assim...
- Não suporto gente super-legal. – Draco bufou.
Gina riu.
- Eu sei que não. Acho que eu também não... Mas vou ter que ir, Draco. Infelizmente.
- Não vá...
- Vai ser rápido.
- Mas ele...
- Não vai acontecer nada.
Draco contraiu os lábios. Sabia que ela teria que ir, mas a idéia de que Gina jantaria à companhia de Eddy o atormentou.

Gina sabia que o mal-humor de Draco que se estendeu pelo resto do dia era por causa do encontro, mas não tocou mais no assunto. Trabalhou em silêncio e de vez em quando ela sentia o olhar de Draco, como se ele procurasse palavras para dizer e não encontrasse.
Por outro lado, Draco tentava se convencer de que não estava com ciúmes. Soaria ridículo, e além do mais, ciúmes era definitivamente uma prova de afeto. Aquilo estava afetando Draco mais do que deveria, ele não conseguia mais nem lembrar do nome de Eddy Humptirf sem fechar o punho. Gina era dele, oras. E de mais ninguém.

Quando o horário de trabalho finalmente chegava ao fim, Draco encarou Gina. Ela levantou os olhos e viu Draco vindo até ela. Achou que ele ia começar a tentar convencê-la a não ir, prometer que não faria nada... mas não. Ele só a beijou. Um dos beijos que faziam Gina esquecer das pessoas, que a ocultavam do mundo e que teria poder até de fazê-la mandar Eddy Humptirf caçar Explosivins e deixá-la em paz. Mas ela precisava manter o disfarce...

- Draco... – ela sussurrou.
- Não esquece disso quando estiver com ele.
- Eu já disse que não vai acontecer nada. Você não confia em mim?
- Eu não confio nele. Ele pode ser bonzinho, simpático, auror, mas...
- Mas eu prefiro muito mais o meu malvado arrogante e desdenhoso. – ela zombou.

Toc toc toc

Se o olhar pudesse lançar feitiços, Draco teria derrubado a porta só em olhá-la, tamanho era o ódio que ele expressava em sua face.

- Entra... – disse Gina, se separando de Draco que voltava à sua escrivaninha.
A porta se abriu e revelou um Eddy Humptirf muito bem-humorado.
- Oi Gina! Então, vamos?
- Claro. – ela respondeu sem muita importância, guardando suas coisas.
- Você gosta do Jack’s Café? Tem uma comida ótima. Sempre vou lá no meio da semana quando não quero demorar muito.
- Ah... nunca fui.
- Você vai gostar. Vai ser maravilhoso.
Gina viu Draco enfiando a mão no bolso. Já ia sacar a varinha quando ela lhe lançou um olhar severo e ele desistiu de pegá-la, espumando de raiva.
- Espero sinceramente que não se atrase, Weasley. Caso contrário pode perder seu emprego. – Draco parecia ameaçar mais Eddy do que Gina, porque olhava pra o auror enquanto depositava raiva em suas palavras.
- Eu adoraria ficar e discutir, mas vou jantar com Gina. Boa noite, Malfoy. – disse Eddy. – Vamos, Gina. – ele saiu pela porta, acompanhado pela ruiva que antes de sair lançou um rápido olhar para Malfoy que resumiu três palavras: “Não se preocupe”.



O Jack’s Café era um restaurante confortável, ideal para longos papos e ao mesmo tempo ideal para quem quisesse tomar apenas um rápido café. O calor de uma grande lareira aquecia o lugar, enquanto grandes janelas deixavam entrar ventos gelados. Era mais um lugar rústico e não tinha nada de romântico, embora vários casais estivessem sentados ali.
Gina não estava animada com o encontro, mas fingia que sim. Semanas atrás ela estava infeliz tentando esquecer Harry, e agora que estava envolvida com Draco, Eddy aparecia. Parecia brincadeira.

- Vem, Gina, vamos nos sentar aqui. – disse Eddy, conduzindo-a para uma confortável mesa de madeira com cadeiras almofadadas cheirando à couro. Ela se sentou. Por uns segundos, ficou analisando a cabeça de dragão que enfeitava a parede, parecendo muito interessada.
- Ei – Eddy a acordou de seus pensamentos. – O que vai querer?
- Eu... hum... o mesmo que você.
- Mas você nem sabe o que vou pedir. – ele sorriu.
- Ah, bem... Eu confio no seu gosto. – arriscou.
- Tudo bem, vamos lá... você prefere costelas de porco ou de carneiro?
- Hum... de porco.

Eddy chamou o garçom. Enquanto fazia os pedidos, Gina olhava para a porta principal, metros atrás de Eddy. Foi então que aconteceu. Ela viu ninguém mais, ninguém menos que Draco Malfoy entrar. Ela arregalou os olhos para o louro que sorria para ela e logo em seguida lançava um olhar de desprezo à Eddy, que ainda falava com o garçom. Draco se sentou em uma mesa onde apenas Gina podia vê-lo e fez sinal de silêncio para a ruiva, que estava boquiaberta.

- Gina?
- Ahn... Eddy... quê?
- Te perguntei o que iria querer para beber.
- Ah... Cerveja amanteigada.
- Certo...
O garçom anotou em um pedaço de pergaminho e saiu.
- Alguma coisa errada, Gina? – perguntou Eddy.
- Não, nada. Tudo ótimo. – ela forçou um sorriso.
- Que bom. Gostou do lugar?
- É muito aconchegante.
- Eu também acho. Meu lugar preferido em Hogsmeade!
Os olhos de Gina se focalizaram em Draco Malfoy, que estava com o queixo apoiado à mão na mesa. Eddy pareceu perceber e ia virar a cabeça para onde Malfoy estava, quando Gina percebeu sua burrada e segurou a cabeça de Eddy com uma mão, olhando atônita em seus olhos.
- Que foi? – ele pareceu confuso.
- Eu... gosto dos seus olhos.
Perante a cara de interrogação de Eddy, Gina se amaldiçoou por estar fazendo um papel tão ridículo. Mas também, Draco não tinha nada que aparecer ali. Era a segunda vez que fazia aquilo, seria possível que ele fosse tão cabeça-dura?
- Ah... eu também gosto dos seus...
Gina corou e tirou as mãos do rosto de Eddy. Este, por sua vez, parece ter gostado de vê-la envergonhada e sorriu, levando agora as suas mãos para o queixo de Gina. Draco Malfoy fechou a cara e parecia furioso.
- Eu não sei se é muito rápido para te dizer, Gina... Mas eu gosto de você. Do seu jeito. Eu venho te observando, Rony também me falou muito sobre você... sobre como está sofrendo desde que soube do casamento de Harry. Você sempre gostou dele, não é?
Gina odiou ouvir aquilo. Primeiro porque ela odiava que falassem sobre seus sentimentos mais íntimos, segundo porque Rony não tinha nada que ficar contando por aí sobre sua reação perante o casamento de Harry. E ela nem estava mais triste...
- Gostei, mas acho que não gosto mais.

E Gina chegou à conclusão, com um impacto tão grande, que realmente era verdade. O nome Harry não lhe causava mais angústias, ela não sofria mais de amor. Seus últimos dias foram preenchidos por Draco Malfoy e era nele quem ela pensava toda hora... sem dúvida ela se sentia estranha. Sempre achara que Harry fosse o amor da sua vida, seu par perfeito... Como o sentimento dela por Harry poderia ter sumido em tão pouco tempo?

- Hum, que bom. Fico feliz, então. – disse Eddy sinceramente, as mãos ainda no queixo de Gina, acariciando-o levemente. – Fiquei sabendo muita coisa sobre você.
- Ficou, é?
- Sim. Você gosta de quadribol. Temos isso em comum.
- Ah, sim. Eu jogava como artilheira em Hogwarts.
- E também é uma ótima apanhadora. Rony me contou que foi escolhida quando Harry foi afastado do quadribol pela alta-inquisitora.
- Pelo jeito Rony lhe contou quase minha vida inteira...
Eddy riu e tirou as mãos do queixo de Gina, mas ainda a olhava nos olhos.
- Ele me contou bastante coisa. Por isso fiquei curioso em conhecê-la. Eu já te conhecia de longe sabe, e bem... você é linda. Qualquer um a notaria.
Eddy se aproximava de Gina cada vez mais.
- Eu realmente estou sentindo algo por você, Gina. – ele continuou. – Me deixe mostrar.
Gina olhou rapidamente para Draco: ele estava a ponto de se levantar da mesa, as mãos no bolso procurando a varinha enquanto Eddy se aproximava do rosto dela...

- Draco! – uma voz esganiçada gritou da porta do restaurante.
Gina levantou os olhos para a porta, Eddy percebeu e também se virou. Draco estava quase perto da mesa de Gina quando viu Pansy Parkinson entrar pela porta do Jack’s Café e correr até ele.
Eddy então viu Draco Malfoy e franziu a sobrancelha.
- O quê faz aqui, Malfoy?! – ele perguntou para Draco.
- Humptirf, seu...
- Draquinho! – disse Pansy, abraçando Draco. – Que bom te encontrar aqui! Por quê não me disse que viria?

Gina olhava incrédula para Pansy abraçada em Draco. Este, por sua vez, tentava se esquivar de Pansy e ainda tinha ódio no olhar voltado para Eddy, que estava sem entender nada.

- Vocês estão atrapalhando meu encontro com Gina. Se quiserem fazer o favor de se retirar eu agradec...
- Ora, cale a boca! – disse Malfoy. – Vai me expulsar de um lugar público, Humptirf?
- Mais respeito, Malfoy! – disse Eddy, se levantando. Draco sacou a varinha.
- Draco, vamos sair daqui. Não gaste tempo com esses idiotas. É só mais um auror metido e a Weasley. Vamos repetir a noite de ontem, você nem se despediu de mim essa manhã...

Foi como se soltado uma tivessem bomba. Gina levantou os olhos para Draco, como se não acreditasse que estivesse ouvindo aquilo e esperasse ouvir de Draco a verdade. As expressões de raiva sumiram do rosto de Draco e ele contraiu os lábios, olhando para Gina. Queria desmentir, não podia deixá-la acreditar naquilo... mas era verdade... ele sentia culpa, queria falar com Gina, queria dizer que gostava dela, queria vê-la acreditando em suas palavras... mas nenhuma palavra saiu da boca de Draco. E isso o denunciou. Gina, que tinha a boca entreaberta, a fechou e começou a respirar muito rápido. Draco podia jurar que ela estava segurando um choro.

- Eu... não... – ele gaguejou.
- Vamos logo... – Pansy o puxou para fora do Jack’s Café. Draco tinha um olhar arrependido quando saiu pela porta do restaurante, mas Gina tinha todo o ódio do mundo nos olhos. Pensamentos voavam sobre sua cabeça... Ela ouvira direito? Sim, ouvira. Mas podia ser mentira... então por quê Draco não conseguiu desmentir? Ela se sentia um lixo. Ele não podia ter feito aquilo. Simplesmente não podia.

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N/A: Gente, minhas aulas recomeçaram :( Por isso estou meio ocupada... e por isso demorei pra postar esse cap.
Eu prometo que vou tentar atualizar o mais rápido possível. Prometo mesmo. Por isso continuem acompanhando, e não deixem de comentar :)
Beeijos!

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