À meia-noite



Arthur Weasley e o restante da Ordem foram para Hogsmeade. Quim ia ao seu lado, flutuando em uma maca que ele conjurara. Todos faziam silêncio em respeito à morte do companheiro. Afinal, poderia ter sido qualquer um deles... Tonks chorava baixinho abraçada a Lupin, seus cabelos que estavam rosa chiclete tornaram-se castanhos e sem vida. Alastor Moody não estava entre eles, pois tinha se oferecido para levar Dohlov até Azkaban, agora guardada por bruxos do Ministério, já que os Dementadores haviam se debandado para o lado de Voldemort.

Chegaram ao Três Vassouras alguns minutos depois e encontraram Madame Rosmerta à porta, olhando-os apreensiva. Ao vê-los carregando uma maca nem teve dúvidas... Começou a chorar...

-Foi Quim, não foi? – perguntou entre soluços – Mataram meu querido amigo?

-Sinto muito Rosmerta. Chegamos tarde – explicou Lupin com os olhos brilhantes de lágrimas. – Quando aparatamos em frente à Escola ele já estava morto. Aquela Marca asquerosa ainda está lá...

E todos olharam para o céu, exatamente para onde Lupin apontara. Havia uma gigantesca caveira verde e fantasmagórica com uma cobra saindo da boca que iluminava a noite e feria os olhos de quem a observasse por muito tempo. Tal Marca trazia para aquelas pessoas lembranças que ninguém sonharia em ter... Lupin ainda lembrava como se fosse hoje o dia em que recebera a notícia da morte de dois de seus maiores amigos e ao aparatar em Godric’s Hallow vira a casa deles totalmente destruída e aquela horrorosa Marca pairando em cima do local... Desde esse dia nunca mais pôde ver Lílian e Tiago Potter, porque só Harry, seu filhinho de um ano de idade havia sobrevivido, inexplicavelmente, àquele ataque do Lorde das Trevas.

Todos entraram no bar, vazio no momento e acomodaram-se em uma grande mesa ao lado da janela. Ninguém pareceu disposto a conversar por algum tempo e o silêncio era pontuado apenas pelos soluços de Tonks e Rosmerta. Mais um... Voldemort conseguira levar mais um valente membro da Ordem da Fênix. E por mais que isso doesse, todos ali sabiam que era uma questão de tempo para que todos eles estivessem mortos também. A menos que Voldemort fosse contido...

Madame Rosmerta falou subitamente, tomada de um impulso, como se disso dependesse sua vida.

-Não foi Quim quem me mandou o Patrono avisando sobre a chegada daquele Monstro. O dele tem a forma de uma águia e o que recebi tinha forma de Fênix... – disse a mulher parando de chorar. – E ao que eu saiba só quem tem um patrono assim é Dumbledore e ele está morto.

-Não pode ser... Dumbledore realmente morreu, fomos ao enterro dele! – exclamou Arthur.

-Eh, eu sei e é isso que me assusta... Se não foi ninguém da Ordem... Quem pode ter sido?

-Eu não sei, mas uma coisa é certa: essa pessoa era e ainda é muito fiel à Dumbledore. De outra forma ela não conseguiria conjurar a Fênix...

*****

Harry, Rony e Hermione encontravam-se no momento no andar para acidentes causados por feitiços do Hospital St. Mungus. Estavam sentados em um grande banco onde outros bruxos esperavam notícias de seus parentes internados. Já fazia três dias que Válter, o tio de Harry estava internado, mas ainda não se recuperara. Pelo menos não completamente, embora o curandeiro responsável dissesse que era apenas uma questão de tempo para o homem recuperar-se plenamente (e pudesse recomeçar a gritar, lembrou Rony). Tia Petúnia havia sido levada para casa por um bruxo do ministério, mas não sem fazer um escândalo... O incidente em sua casa teve que ser apagado de sua memória para que ela se conformasse em retornar para Alfeneiros.

Os três garotos deveriam estar encrencados agora, afinal tinham não apenas feito feitiços na frente de trouxas, numa rua onde só moram trouxas, mas utilizado esses feitiços contra os próprios trouxas. Todavia, não foram julgados, muito menos castigados. Dessa vez os bruxos ministeriais encarregados do caso tiveram o bom senso de investigar o que havia acontecido antes de tomar alguma atitude e acabaram concluindo que os amigos haviam agido corretamente.

Bom, e quanto à Duda... Na verdade ele continuava no St. Mungus. Estava sentado no mesmo banco que Harry, Rony e Mione, embora tomasse o cuidado de ficar o mais longe dos três que pudesse. O garoto não precisara ser internado. Não, ele não estava doente... Muito pelo contrário... Estava mais saudável que nunca. Duda era o que os curandeiros chamavam de bruxo-interrompido. O que queria dizer que ele sempre tivera poderes mágicos, mas devido ao meio em que vivia e à sua criação, não tivera oportunidade de desenvolvê-los. Basicamente Duda era um frustrado magicamente! Mas não por muito tempo...

Isso mesmo, pode acreditar. Duda agora era um bruxo e como tal, receberia a devida educação mágica. Quem se importava que ele já tivesse dezessete anos?! Todos sabem que um bruxo pode viver vários e vários anos. Nosso Dudoca teria muito tempo para mostrar suas habilidades! E melhor: ele estava super-feliz com a notícia. Não via a hora de começar a estudar!

Enquanto esperavam, Harry, Rony e Mione conversavam aos sussurros:

-Harry, eu andei pensando sobre aquele livro e pensei se não seria melhor mostrá-lo para alguém da Ordem. Talvez eles saibam o que fazer... – falou Mione.

-Ah, sim. Já estou até os vendo pegarem o livro e tocarem fogo nele! Mione pensa... Todos estão obcecados com a minha segurança. Você acha que eles me deixariam continuar com o livro se descobrissem?!

-Mas e se estiverem certos, eihn? Afinal não seria a primeira vez que alguém da nossa turma se dá mal por causa disso. O que você me diz de Gina com o diário de Riddle? De você mesmo Harry, há alguns dias, com o Príncipe Mestiço e seu livro de poções idiota? – indagou Hermione séria.

-Ai, não sei, Mione. Só o que eu sei é que não vou mostrar o livro para ninguém! – concluiu Harry com raiva.

-Tentei... – disse Mione virando-se para Rony.

-Hei não me mete nisso não! Concordo com o Harry – disse o ruivo.

-Garotos! – concluiu Mione. – E a propósito você já descobriu como se lê aquilo? Já tentei todos os feitiços que sei para ele revelar seu segredo, mas nada deu certo.

-Ainda não tive tempo. Mas se você já tentou e não deu certo, nem vou tentar. Você é muito mais inteligente que eu.

-É. Pelo visto quem quer que tenha te enviado esse livro, Harry, queria que apenas você lesse! Afinal por que outro motivo seu tio teria sido enfeitiçado daquela maneira? – disse Rony. – Cara, isso me assusta.

-É claro! Harry, só você pode descobrir o segredo daquele troço! – exclamou Mione excitada.

E então o rosto do garoto se iluminou, um sorriso começando a aparecer no seu semblante cansado. É claro que era isso. Precisava mostrar ao livro que ele era ele mesmo. E sabia muito bem como...

-Já sei! – exclamou enquanto pegava sua mochila e tirava de dentro o objeto que carregava onde quer que fosse desde que o recebera. Apoiou o livro aberto sobre as pernas e pegou sua varinha... – Sectusempra – sussurrou enquanto passava a varinha nas costas da mão esquerda. Um profundo corte apareceu e o sangue jorrou em cima das páginas amareladas...

-AHHHHHHHHHH – gritou Mione chamando a atenção de todos. – Ficou louco Harry? – e apressou-se a fechar o corte passando sua própria varinha em cima dele. – Por que fez isso?

-Ah, pensei que talvez desse certo... Deu lá na caverna, com o Dumbledore... – falou Harry triste ao ver que o livro continuava em branco. Quer dizer, em vermelho.

-Não fica assim Harry. Daremos um jeito! – incentivou Rony.

-Assim espero - disse Harry...

Mais tarde, naquele mesmo dia receberam uma carta do pai de Rony comunicando-lhes a morte de Quim. Harry que gostava bastante do auror, um dos únicos do Ministério a acreditar na história que ele contara dois anos atrás sobre a volta de Voldemort, ficou bastante chocado com a notícia e não falou mais nada até a manhã do dia seguinte. Hermione chorava baixinho e Rony resmungava palavras de consolo aos dois...

O mundo estava realmente desabando sobre a cabeça das pessoas, quer você fosse bruxo ou trouxa... Ninguém estava a salvo... Harry sentiu um aperto no peito quando lembrou que apenas ele poderia parar aquele caos...

*****

Tio Válter recebeu alta no dia seguinte e assim como tia Petúnia teve sua memória apagada para que pudesse parar de gritar a plenos pulmões que queria esganar o sobrinho Harry. Com isso Harry, Rony e Mione garantiram sua estada na casa dos Dursley até o dia do aniversário de Harry. Duda parecia ter esquecido o episódio daquela noite devido ao choque de saber que era um bruxo, por isso não teve sua memória apagada. Seus pais ainda não sabiam da novidade e ele não parecia muito disposto a contar... Imagina o que diria a conservadora Sra. Dursley se soubesse que seu Dudiqinho tornara-se um bruxo?! Harry gargalhava por dentro só de pensar!

O restante do mês transcorreu sem maiores acontecimentos (a não ser que se levassem em conta as constantes invasões de Duda ao quarto dos garotos para tentar descobrir o que estavam fazendo, ou suas meditações no jardim, aparentemente tentando colocar fogo na sebe com os olhos. Sem falar nas constantes notícias de assassinato que saiam todo dia no Profeta Diário). Até que chegou a última semana do mês, quando Harry e Rony receberam, cada um, correspondência do Ministério da Magia.

Caro Sr. Potter,

Comunico-lhe que a partir de 31 de julho do mês que segue você tornar-se-á maior de idade e com isso poderá finalmente retirar sua carteira de Aparatador. Para sua maior segurança e comodidade enviaremos um examinador até sua casa ás dez horas do dia trinta de julho. Dessa forma você terá o dia trinta e um livre para comemorar. Faço votos de que você realize o Teste de Aparatação com sucesso.

Atenciosamente, Alfredo Fishburn. Chefe do Departamento de Controle de Transportes Mágicos.

Leu Harry em voz alta para Hermione.

-E o que diz a sua Rony? – indagou Mione.

-Ah, diz que posso fazer o teste novamente, junto com o Harry.

-Nossa! Que bom! Então agora seremos todos aparatadores! – brincou a garota.

-Se eu passar você quer dizer! – disse Rony triste.

-É claro que você consegue, cara. Já fizemos isso algumas vezes depois do seu último teste, lembra?

-Mas é que me dá um nervoso quando o examinador está por perto! – choramingou.

-Ah, cala a boca Rony – e os três começaram a rir...

*****

As dez em ponto do dia trinta de julho todos no número quatro da Rua dos Alfeneiros ouviram uma batida seca na porta da frente. Harry que já esperava por isso foi até o hall e abriu a porta. Um bruxo alto, magro e muito branco, vestido com uma capa azul miosótis esperava para ser convidado a entrar.

-Por favor – falou Harry abrindo espaço para o homem entrar.

Ao chegarem à sala, Tio Válter olhou feio para o bruxo e voltou a assistir a TV como se nada tivesse acontecido. Tia Petúnia nem mesmo se virou à chegada do estranho. Duda por outro lado observou-o maravilhado. Rony e Hermione se levantaram e seguiram Harry e o homem até o quintal da casa.

-Bom, se vocês não se importam eu prefiro fazer o teste aqui. É mais espaçoso sabem. E existem certas leis que nos impedem de aparatar dentro da casa de um trouxa, embora elas sejam constantemente desrespeitadas, ainda mais nos dias de hoje... – falou o bruxo. – Ah, e antes que eu esqueça meu nome é Binks. É um prazer Sr. Potter, Sr. Weasley. E senhorita...

-Ah, Hermione Granger. Prazer.

-Bom, nosso teste será bastante simples: quero que vocês se posicionem dentro destes círculos para começarmos – e com um aceno da varinha fez aparecer dois aros de madeira, onde Harry e Rony entraram, - agora quero que vocês se concentrem bastante... Lembrem-se dos três Ds... – mas Harry não pôde ouvir o que eles significavam porque Rony cochichou em seu ouvido: Demente, Doente e Débil! – Harry sorriu e voltou sua atenção ao bruxo. – Sua tarefa é ultrapassar todo o caminho até aqueles aros – e conjurou dois aros de madeira do outro lado do quintal, a uns dez metros dos garotos – e depois voltem para o mesmo lugar. Vocês farão isso três vezes seguidas. Têm cinco minutos contando de... AGORA!

Harry tentou tirar de sua mente todos os assuntos que vinha assombrando-o nos últimos dias e concentrou-se em seu destino. Trouxe toda a sua mente para o aro onde tinha que chegar. Deixou aquela vontade invadir seu corpo por completo... Em seguida girou nos calcanhares e sentiu aquela sensação desagradável de estar sendo socado por um cano muito fino... Mas dessa vez ela se foi tão rápido quanto veio e ao abrir os olhos Harry viu que tinha conseguido! Chegara ao seu destino! Olhou instintivamente para o lado e viu que Rony ainda não havia conseguido.

Mas não pensou nisso. Sabia que o amigo era capaz e precisava passar no teste... Esvaziou sua mente de novo. Concentrou-se em seu destino e deixou a vontade invadir seu corpo. O resto foi moleza, girou nos calcanhares e depois de sentir apenas uma leve pressão nos ouvidos chegou ao centro do aro inicial...

Repetiu esse processo mais duas vezes e quando terminou ainda faltavam dois minutos para o fim do prazo estabelecido pelo examinador. Binks lhe deu os parabéns baixinho para não desconcentrar Rony que ainda fazia o teste. Uau! Ele conseguira! E no final do teste nem sentia mais aquela pressão incômoda nos ouvidos!

Rony terminou seu teste faltando vinte segundos para o fim do prazo, mas ainda assim recebeu os parabéns entusiásticos de Binks. Tinham conseguido. Passaram no teste de Aparatação. Hermione veio correndo abraçá-los.

-Parabéns, meus amores! – gritou sorridente dando um beijo em cada.

-Bom, acho que vocês merecem isso – falou Binks passando para Harry e Rony seus certificados de Aparatadores! – Agora creio que tenho que me despedir de vocês. Tenho outras pessoas para testar ainda hoje. É que agora atendo a todos em casa... Ninguém mais quer sair... Com todos esses ataques. Foi um prazer conhecê-los senhores. Senhorita... – fez uma reverência e com um rodopiar de capa sumiu, deixando os três gritos de “Tchau” de Harry, Rony e Mione resvalarem no ar e desaparecerem com um eco fantasmagórico.

Os três riram do apressado e simpático Sr. Binks e entraram no número quatro da Rua dos Alfeneiros pela porta dos fundos... Ou pelo menos tentaram entrar. Isso porque o inconveniente Duda estava mais uma vez espiando-os. Aquilo já estava ficando chato, mas agora que sabia que o primo era bruxo, assim como ele, Harry estava procurando ser mas paciente com o garoto.

-Olha Duda, eu sei que você está muito ansioso por aprender magia e tudo o mais... Mas deixe as coisas acontecerem. Tudo tem seu tempo. O que você acabou de ver aqui é mágica super-avançada. Não vai aprender isso tão cedo! – Harry tentou explicar.

-Só porque você é lento isso não significa que eu também seja! – disse Duda.

-Ah, então isso vai virar uma briga?! – perguntou Harry parecendo maravilhado.

-A menos que você cale a boca vai sim!

-Tudo bem Dudiquinho. Mas depois não reclame se eu deixar escapar que VOCÊ É UM BRUXO!

-Cale-se, idiota – sibilou Dudley entre dentes. – Quer me ver morto?

-Quer mesmo que eu responda? – riu. – E a propósito... Quando pretende contar a novidade a sua mãezinha? Ela vai adorar quando souber que tem mais um bruxo na família!

-Ahahaha... Estou me acabando de rir. Se você quer mesmo saber eu não pretendo contar nada a ela. Vai ter um treco se souber!

-E quem vai pagar todos os seus livros e vestes e tudo o mais?

-Eh, bem, eu ainda não sei ao certo. Mas darei um jeito!

-Por acaso vai arrumar um emprego? Não aqui em Little Winning, não é? Afinal você é conhecido nas redondezas como um vagabundozinho destruidor do patrimônio público. Quem em sã consciência te empregaria?

-Na verdade eu não havia pensado nisso. Estava pensando em pedir uma bolsa de estudos... Devem oferecer bolsas de estudos em Hogwarts, não é?

-Sim, priminho. Mas só os melhores e os que realmente precisam ganham bolsas. E eu creio que você não se encaixe em nenhuma das duas categorias! Além do mais, Hogwarts não funcionará esse ano. Você deve ter uma vaga em uma outra escolinha bruxa qualquer! – zombou Harry.

-E o que acontece se eu não for?

-Nada. Você simplesmente volta a ser o trouxa ignorante que sempre foi!

-Ora! Vá à merda! – disse indignado.

-Entre na fila Dudoca porque é exatamente aonde estamos indo... – mas dessa vez não riu. Harry falava sério. Ou não era esse o futuro que lhe esperava? Uma grande MERDA! Passou por Duda esbarrando em seu ombro e correu escada acima, em direção ao seu quarto.

Rony e Mione saíram correndo atrás dele deixando Dudley para trás com cara de quem não entendeu nada. Quando chegaram ao quarto, Harry estava deitado em sua cama, o braço apoiado na testa. Rony sentou no canto do colchão, próximo aos pés do amigo e Mione pegou uma cadeira, aproximando-se.

-Harry... – disse Mione.

-Eu tô bem, Hermione – disse fingindo tirar um cisco do olho.

-Harry... – dessa vez foi Rony.

-O.k pessoal, eu não estou bem. Tô uma pilha de nervos! Daqui a algumas horas vamos sair porta a fora e embarcar em uma viagem suicida que nem ao menos sabemos onde vai dar! – disse Harry. – Tenho medo de decepcionar a todos!

-Você não vai decepcionar ninguém Harry. Eu garanto. E todos nós sabemos exatamente onde essa viagem vai dar: em algum lugar escuro onde um safado chamado Voldemort vai ficar cara a cara com a morte! E sabe quem estará lá para matá-lo? – indagou Mione. – Você Harry. Você! E nós vamos te ajudar, cara!

-É isso aí Harry! Ânimo! – incentivou Rony.

Naquele momento Edwiges que passara a noite fora caçando entrou pela janela deixando cair três cartas no colo de Harry.

-Obrigado, linda – agradeceu Harry dando uns petiscos para a coruja. – Hei, tem correspondência pra vocês também! É de Hogwarts!

-Ãn?! – indagou Mione recebendo sua carta.

Sr. Harry Potter. Menor quarto da casa, número 4, Rua dos Alfeneiros.

Caro Sr. Potter,

Fico feliz em comunicar-lhe que Hogwarts reabrirá esse ano! Devido a circunstâncias até pouco tempo desconhecidas decidimos juntamente ao conselho escolar que devemos reabrir o castelo. E asseguramos que ele é totalmente seguro. Esperamos seu regresso.

Atenciosamente, Minerva MacGonagall, diretora de Hogwarts.
Havia outro pergaminho no envelope coma nova lista de materiais. Mas Harry amassou-a e jogou no lixo...

-Você não ia voltar de qualquer jeito, não é mesmo? – perguntou Rony.

-É, não ia... Mas vou entender se vocês quiserem ir.

-Não fala besteira – disse Mione.

-Não, falo sério. Sei o quanto os estudos são importantes pra você Mione. Não quero te impedir de realizar seus sonhos.

-O que será dos meus sonhos se você não conseguir realizar o SEU sonho de acabar com o Voldemort? Nada mais faz sentido se ele continuar vivo. Por isso não me importune mais. Já estou decidida, vou com você.

-Obrigado.

-E eu também vou!

-‘Brigado Rony.

-Hei, mas estamos esquecendo de uma coisa... O que exatamente a professora Minerva quis dizer com “circunstâncias até pouco tempo desconhecidas”?

-Não sei... – mas Harry não precisou continuar porque naquele momento outra coruja entrava pela janela.

-Errol, sua coruja burra! – gritou Rony quando a coruja mergulhou de cabeça no armário e lá ficou parecendo inconsciente. Rony pegou a carta que ela trazia e sentou-se para ler:

Querido Rony,

Espero que esteja bem aí no meio desses trouxas. Envio-lhe esta carta para dizer que Hogwarts reabrirá este ano – embora eu saiba que você não vá cursar sua ÚLTIMA série. E isso porque ao contrário do que todos pensavam os encantamentos de proteção nos terrenos da escola continuam funcionando mesmo após a morte de Dumbledore. A Ordem descobriu isso na noite da morte de Quim – que Merlim o tenha! -, quando ficaram sabendo que Voldemort não conseguira entrar no castelo. Lupin acha que isso se deve ao fato do amor que Alvo tinha pela Escola, desse modo ao morrer ele deixou nos terrenos o mesmo tipo de proteção que Lily deixou em Harry ao morrer por ele... Lupin e Tonks estarão aí à meia noite e cinco em ponto para acompanhar vocês em sua viagem. E diga a Harry que não reclame! A Ordem fez uma reunião e decidiu que seria o melhor a fazer. Não mandaram mais gente porque chamaria muita atenção.

Com amor, Molly.

P.S.: Mande beijos para Hermione e para Harry.

-E então Harry?

-Bom, se não tem jeito... Que venham Tonks e Lupin! Pelo menos eles são divertidos!

-É isso aí Harry! – disse Hermione. – Quanto ao fato do amor de Dumbledore continuar protegendo a Escola, eu já esperava uma coisa dessas. Afinal não era à toa que ele vivia dizendo: ‘‘Eu só terei realmente deixado Hogwarts quando não houver mais ninguém leal a mim aqui.”

-Tem razão. Ele vivia falando isso... – lembrou Harry feliz. Aquela era mais uma das famosas frases de Dumbledore...

-Então... Que venha a noite! – concluiu Rony.

*****

À meia noite em ponto Harry, Rony e Hermione estavam descendo as escadas com seus pesados malões. Harry trazia também sua Firebolt, Rony sua Comet e Hermione uma Nimbus 2000 que tinha comprado a pedido de Harry quando disse a ele que ia acompanhá-lo na viagem. Harry não gostava muito de aparatar e já que não sabia exatamente aonde iriam não fazia sentido sair aparatando por aí. Ele faria a viagem de vassoura, ou pelo menos boa parte dela. Assim seria bem melhor, sentia-se mais confiante nas alturas...

Tia Petúnia e Duda esperavam-nos no hall.

-Bom, já vamos. Obrigado por nos acolher durante esse mês. Não espere por meu retorno. Se eu sobreviver comprarei uma casa para mim... – disse Harry.

-Tudo bem... Mas volte quando quiser... Para nos visitar... – disse a tia com a voz embargada.

-O.k., mas... Eu... Não entendo. Pensei que não gostasse de mim!

-Ai Harry. Você deve entender o quanto foi difícil para mim, receber você aqui em casa. Você estava fadado a um futuro que eu não queria para minha família e eu fiquei assustada... Mas eu nunca te odiei, na verdade eu só tentei tirar essa “coisa” de você. Mas agora que você está partindo e eu vejo que fracassei, me arrependo por ter te tratado tão mal. Espero que consiga fazer o que precisa fazer... E que viva para me contar depois... Não me abandone como fez sua mãe... – soluços. – Ela também me disse que precisava enfrentar aquele maldito homem e quando eu menos esperava fiquei sabendo que estava morta... E eu nem ao menos tive a chance de me reconciliar com ela! – chorou Petúnia.

Harry abraçou a tia e deu um beijo em sua face quente. E naquele momento ímpar esqueceu que fora por causa dela que passara longos onze anos de sua vida sofrendo.

-Tchau Harry – falou Duda sem olhar para o primo.

-Adeus Duda. Adeus Tia...

-Obrigado por tudo Sra. Dursley – agradeceram Rony e Hermione juntos.

-Agora vão antes que eu chore mais... – disse Petúnia esboçando um sorriso em seu rosto magro.

Abriu a porta da frente e fez um gesto para os garotos passarem. Chegara o tão esperado momento. Harry, Rony e Mione, aqueles três bons amigos finalmente estavam partindo rumo ao grande desconhecido. Rumo a um caminho obscuro e mal que os levaria ou à morte ou à vitória. Rumo a Voldemort e sua destruição... De uma vez por todas...

Mas antes...

Alguém aparatou com um estalido surdo no meio da Rua dos Alfeneiros. Harry pensando serem Tonks e Lupin que iriam acompanhá-los caminhou em direção a eles...

Mas afinal “eles” na verdade era ele...

Aquele monstro de nariz adunco que assassinara Dumbledore covardemente...

Harry colocou a mão no bolso da calça para sacar a varinha, mas antes que pudesse dizer qualquer feitiço Snape gritou:

-Estupefaça!

Três corpos caíram inertes no chão...


Continua...

*****

Aê, mais um capítulo no ar. Escritor altamente decepcionado com a falta de comentários :(...
Mas a vida é assim mesmo. Só não sei se poderei continuar com essa falta de incentivo, por isso se você leu esta fic e gostou se pronuncie!
Obrigado aos que leram e tchau!




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