Lorde Incapaz e Trouxa Capaz
A madrugada já estendera seus longos braços negros a todos os cantinhos de Londres quando um grupo de vultos apareceu fazendo barulho em frente à entrada do magnífico castelo de Hogwarts...
Um bruxo alto, branco como uma caveira, de olhos vermelhos e com fendas ao invés de pupilas dirigiu-se rapidamente ao grande portão que dava acesso ao castelo, enquanto seus companheiros permaneceram parados, na retaguarda... O bruxo, ou melhor, Voldemort, empurrou o portão na esperança de que abrisse... Mas ele não abriu... Permaneceu imóvel, como sempre fizera à vista de visitas indesejáveis. O Lorde começou a recitar, aos sussurros, feitiços em uma língua estranha e aparentemente antiga. As correntes retiniram, mas ainda assim o portão não se móvel.
-Snape! Venha até mim! – ordenou Voldemort com uma voz fria e maldosa.
-Sim milorde – assentiu Snape aproximando-se.
-O portão não abre! Você disse que abriria quando aquele velho idiota morresse – sibilou Voldemort.
-Bem, milorde... Foi o que eu pensei, afinal eram os feitiços de Dumbledore que protegiam a propriedade. Mas algum membro da Ordem pode ter instalado novos feitiços... – explicou Severo.
-Não seriam tão eficientes quanto os encantamentos de Dumbledore. Se fossem feitiços comuns eu já teria conseguido entrar... Droga!
-Acalme-se meu senhor, daremos um jeito.
-E que jeito?! Eu não conseguia entrar antes, quando Dumbledore estava vivo e não consigo entrar agora. Não existe nenhum jeito! – exclamou o Lorde encolerizado.
-Quem sabe se nós...
-Cale-se! Ouviu isso? – perguntou Voldemort virando-se para os seus Comensais da Morte.
Todos os Comensais fizeram silêncio para escutar. Havia sons de passos. Alguém realmente tolo vinha caminhando em direção à própria morte...
*****
A milhares de quilômetros dali Harry dormia profundamente em sua cama na Rua dos Alfeneiros. Hermione que era muito boa em conjurar objetos recebera permissão do Ministério para conjurar duas camas de armar para ela e Rony. O quarto que era pequeno estava, no momento, intransitável devido às três camas que estavam uma ao lado da outra.
Mas de manhã poderiam desarmá-las e utilizar melhor o espaço do cômodo.
Uma forma escura vinha avolumando-se em direção a janela do quarto. Ao chegar perto o bastante pôdesse ver que era uma coruja das torres... Trazia uma carta e um embrulho de papel pardo pouco maior que uma caixa de chocolates.
Harry remexeu-se na cama e fungou alto quando o animal bateu com suas garras na janela...
*****
Os Comensais esconderam-se atrás de um dos javalis alados que ladeavam os portões e esperaram que o inesperado visitante se aproxima-se. Voldemort apenas se cobriu com sua capa e esperou no meio da estrada, não seria visto de qualquer forma, estava camuflado dentro da noite. O intruso veio mancando e bateu em Voldemort, caindo para trás e estatelando-se no chão de terra.
-Quem está aí? – perguntou assustado enquanto sacava a varinha.
-Eu – disse o Lorde despindo sua capa e revelando seu rosto fantasmagórico que parecia brilhar à noite.
-AHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH... – o bruxo teve tempo de gritar antes que seus olhos se enchessem de uma intensa luz verde e sua vida fosse arrebatada de seu corpo.
Uma risada aguda ecoou pela madrugada adentro. Os olhos de Quim Shaklebolt estavam arregalados numa expressão de total terror. Estava incontestavelmente morto.
*****
Harry acordou assustado, olhou ao seu redor e viu de onde vinha o estranho batuque que estava ouvindo. Levantou-se e foi até a janela, esgueirandosse em meio às camas. Abriu a janela e sentiu o vento frio da noite enquanto pegava sua correspondência. A coruja deu um pio alto, acordando Rony e Mione, e depois foi embora.
-Harry, o que é isso? – resmungou Rony sentando-se na cama e esfregando os olhos.
-Eu também gostaria de saber... – falou Harry abrindo a carta e sentando-se para ler em voz alta:
Caro Harry,
Envio-lhe esta carta, juntamente com meu humilde “presente” adiantado de aniversário, na esperança de que ele possa ajudá-lo em sua busca pelas Horcruxes do Grande Lorde das Trevas. Faço preces de que você consiga destruir a todas elas e possa finalmente destruir Voldemort quando encontrá-lo pela última vez.
Atenciosamente, Um Homem de Dumbledore.
Harry parou a leitura e olhou para os amigos, que já estavam completamente acordados. Hermione tinha uma expressão de espanto no rosto, Rony estava boquiaberto, aparentemente nenhum dos dois sabia o que dizer.
-Bom Harry, é melhor você abrir o pacote então... – disse Rony apreensivo.
-Não. Harry não fará isso até que nós entremos em contato com alguém da Ordem e possamos descobrir se é seguro – advertiu Hermione.
-É. Ela tem razão Harry.
-Eu não vou agüentar esperar tanto tempo. Vou abrir, quer vocês queiram ou não – concluiu Harry.
-Harry... – resmungou Mione baixinho.
Mas tarde demais, Harry já estava rasgando o papel pardo do embrulho e retirando de dentro uma caixinha dourada. Em cima da caixa estava gravado um símbolo que lembrava uma pena. Uma pena de Fênix... Harry abriu a caixa e deu um grito...
*****
Voldemort parou de gargalhar e voltou sem olhos vermelhos de sangue para os Comensais da Morte. Belatriz aproximou-se de seu mestre, seus olhos grandes pareciam sorrir embora seu rosto continuasse impassível.
-Quer dizer que a Ordem continua guardando Hogwarts? – falou Belatriz em um sussurro assustador.
-Parece que sim. Pelo menos estava. Não acredito que haja outros membros da Ordem por aqui. Afinal Hogwarts não reabrirá novamente. Seria perda de tempo... – sibilou Voldemort.
-E o que estamos esperando para entrar? – perguntou a mulher.
-Para começar, que tal você calar a boca?
Belatriz afastou-se do bruxo bastante constrangida e juntou-se aos demais Comensais. Snape abaixou sua cabeça e também se afastou, já vira Voldemort com raiva e preferia estar longe quando isso acontecia. O Lorde foi até o portão novamente e encostou nele sua varinha, resmungando vários feitiços e fazendo uma enorme força mental... Nada novamente. O portão não cedeu e ele percebeu que não abriria. Alguma coisa... Algum feitiço realmente antigo ainda mantia a Magia daqueles muros altos que protegiam o castelo... Algo como...
*****
Era um livro. Mas não um livro qualquer. Sua capa era dourada, assim como a caixa. E nela havia escrito o seguinte: Voldemort, Lorde das Trevas. Mas o que chamou a atenção de Harry foi a letra com que aquelas palavras haviam sido escritas, era fina e inclinada como a letra de...
-Dumbledore. Só pode ser. Dumbledore deixou isso pra você antes de morrer – Disse Hermione.
-É claro, Dumbledore não abandonaria você, Harry. Nem morto – disse Rony.
Harry abriu o livro e viu que estava em branco. Não havia nada escrito. Mas que brincadeira era aquela? Enviar para ele um livro em branco?! Não poderia ser de Dumbledore. Não mesmo. Harry folheou o livro novamente na esperança de encontrar algo, mas só o que viu foi uma pena vermelha e dourada que fora colocada exatamente no meio das páginas.
-Mas o que isso significa? Por que alguém te mandaria um livro em branco? – perguntou Rony.
-Vocês estão esquecendo de uma coisa. Já vimos isso antes, lembram? No segundo ano, em Hogwarts. Lúcio pôs o diário de Tom Riddle nas coisas de Gina e aconteceu tudo aquilo que vocês sabem... Será que não é a mesma coisa? – indagou Mione.
-Então você está sugerindo que quem me enviou isso foi o Voldemort? Ou algum Comensal? Snape?
-É uma possibilidade Harry...
Mas não puderam continuar a conversa porque nesse momento Válter Dursley metia sua grande cara escarlate pela porta do quarto e preparava-se para começar a gritar. Pelo jeito os garotos estavam tão absortos na conversa que não tinham ouvido seus passos no corredor.
*****
-AHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH... – gritou Voldemort encolerizado. – ABRAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA...
Os Comensais afastaram-se um pouco mais, assustados. Voldemort sacudia o portão enraivecido. Fora enganado mais uma vez com a mesma Magia idiota... Mas que droga! De novo aquela droga do Amor... Com certeza era isso. Fora enganado uma vez quando Lílian Potter morrera por seu filho Harry e deixara nele uma poderosa proteção. Proteção essa que quase o matara. Agora era a mesma coisa. Dumbledore morrera por aquela escola idiota e deixara lá, naqueles muros, um sentimento sujo e inexplicável que os protegia. A PORRA do Amor.
-AHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH... – gritou novamente.
Dohlov veio aproximando-se dele devagar, apreensivo. Quando chegou ao seu lado colocou uma mão trêmula sobre seu ombro e disse:
-Acalme-se milorde. Daremos um jeito.
-Mas que jeito? – indagou como se estivesse interessado. – Que JEITO?! PORRAAA! GÁRGULAS GALOPANTES! – berrou. Mas dessa vez não pôde controlar-se. Tinha que descontar em alguém. Precisava. – Crucio – sibilou.
-AHHHH, MERLIM! COMO ISSO DÓÓÓÓÓÓI! PAREEEEEEEE, POR FAVOR! Gritava Dohlov contorcendo-se no chão. Voldemort tinha um sorriso insano no rosto enquanto castigava o seu servo.
Enquanto todos estavam distraídos perante tal cena Snape afastou-se um pouco e lançou no ar frio da noite uma forma prateada que saiu voando até Hogsmeade.
*****
-CALEM-SE! Pensam que isto aqui é um hospício? Permiti que seus amigos viessem para meu lar e de minha família, mas não vou tolerar suas loucuras aqui dentro, seu MOLEQUE! – berrou tio Válter.
-Tudo bem... Senhor – disse Harry assustando-se.
-E o que você tem nas mãos? Correspondência de seus amigos excêntricos? Ouvi um pio de coruja. Por acaso entrou alguma delas aqui? Eihn?! – perguntou. Uma veia quase estourando em sua têmpora.
-Isso não é nada – disse Harry. E tentou esconder o livro sob as cobertas. Mas não adiantou. O Sr. Dursley dirigiu-se até Harry e arrancou o livro de suas mãos.
-Olha o que eu faço com sua correspondência – disse Válter abrindo o livro e tentando rasgar uma folha... Mas só tentou, porque pelo jeito havia algum feitiço protegendo-o. O livro emitiu uma luz muito forte, que fez a noite transformar-se em dia e depois arremessou Dursley para a porta do quarto, inconsciente.
Tia Petúnia e Duda irromperam no cômodo gritando. Duda olhou para o corpo inerte do pai e gritou ainda mais... Com um estampido a luz no teto acendeu, tornou-se gradativamente mais forte e explodiu em mil pedacinhos. O guarda roupa caiu sobre as camas. Duda continuava gritando. As gavetas da cômoda batendo loucamente...
*****
No Três Vassouras, Madame Rosmerta recebia um aviso através de um Patrono em forma de Fênix. Voldemort estava em Hogwarts... Tinha que contatar o restante da Ordem...
*****
Mas isso não foi preciso, por que Voldemort lançou sobre Hogwarts sua marca, A Marca Negra e foi embora com seus Comensais, deixando para trás Dohlov ainda gritando de dor sob o efeito da maldição Cruciatus.
Dois minutos depois Tonks, Lupin, Arthur, Olho-tonto e alguns outros membros desconhecidos da Ordem irrompiam no local. Dohlov foi imediatamente contido, ainda gritando e o corpo de Quim foi levado do local, ainda estava quente... Seus olhos ainda vidrados. Para sempre com aquela terrível expressão de terror...
*****
-Petrificus Tottalus – gritou Harry imobilizando o primo.
-Ahhhhhhhhhh. O que fez com meu filho? – gritou tia Petúnia.
-Silencio – ordenou Hermione com um aceno de sua varinha.
Os três se entreolharam, assustados e sem dizer mais nada aparataram com os três trouxas. Reapareceram em uma rua suja de Londres, em frente à vitrine de uma loja fechada. Entraram no St. Mungus, que estava lotado àquela hora...
*****
Diminuí o capítulo para ficar menos cansativo...
Espero que tenha dado pra entender o que aconteceu...
Se não tiverem gostado mandem suas críticas, posso fazer uma versão expandida!
Prévia do prox. cap.: Harry levou seu tio para o St. Mungus. O que será que lhe aconteceu? Será que está morto? E Duda? Como conseguiu fazer aqueles feitiços todos? Snape ainda está do lado da Ordem? Por que seu Patrono tornou-se uma Fênix (isto é, supondo que ele não sempre fora uma Fênix)? Descubra isso e muito mais...
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