Uma última dose de Amor



Nota do autor: é só pra pedir que vocês realmente leiam a fic, eu sei que o tamanho assusta, mas tá legal! Próxmo capítulo, em breve... bem mais "dark", esse capítulo foi meio que um último dia de Sol antes da noite interminável! bjos para todos e COMENTEM!

*****
À volta para casa no Expresso de Hogwarts foi, sem dúvida alguma, a mais triste de todas as que Harry já tinha feito. Ninguém falava muito e os corredores do trem permaneceram vazios até o final da viagem... A carrocinha de doces passou como sempre fizera, mas nenhum aluno (ou algum parente que estava em Hogwarts para presenciar o funeral de Dumbledore) parecia sentir fome... Na verdade, todos ali só queriam chegar em casa. Todos queriam voltar para suas famílias e esperar. Sim, esperar... Porque agora, essa era a única coisa que todos poderiam fazer. Porque Dumbledore estava morto, o único a quem Ele, Lord Voldemort, temera na vida.

Mal o Expresso parou, soltando fumaça, na plataforma nove e meia e a maioria dos alunos já tinha desembarcado. Abandonando toda a prudência, vários garotos e garotas amontoavam-se em frente à passagem para King’s Cross e atravessavam-na em grupos de cinco e seis.

Harry, Rony, Hermione e Gina postaram-se no final da fila e esperaram para atravessar. Já do outro lado eles ficaram apavorados com o que estava acontecendo: várias pessoas que passavam ao lado da plataforma nove e meia paravam para observar todos aqueles adolescentes que irrompiam, como se utilizassem mágica, de uma parede sólida. Um grupo compacto de homens grandes e vestidos com ternos pretos vinha resoluto em direção à aglomeração de trouxas que observavam aquele espetáculo, boquiabertos. Alguns dos homens atravessaram a parede para controlar a situação do outro lado, enquanto outros começavam a apagar a memória de todas aquelas pessoas.

Um deles aproximou-se de uma mulher magra, com cara de cavalo e pescoço longo (muito útil para espiar os vizinhos por cima do muro) e já se preparava para apagar sua memória quando…

-PARA – gritou Harry para o obliviador. O homem se virou e olhou para Harry com raiva. – Senhor, esta é minha tia, Petúnia, ela tem conhecimento do nosso mundo, não há necessidade de apagar sua memória. E nem a deles – acrescentou Harry vendo tio Válter e Duda se aproximando, gingando em meio à multidão.

O obliviador fixou Harry por algum tempo, parecendo estudar a situação e em seguida, decidindo que o garoto estava dizendo a verdade, afastou-se depressa.

-O quê está acontecendo Harry? – perguntou Petúnia parecendo assustada.

-Agora não tenho tempo para explicar. Preciso falar com a senhora.

-Mas falar o quê, Harry? – indagou a Sra. Dursley parecendo, se é que isso era possível, mais assustada ante aquele pedido.

-Primeiro acho melhor sairmos daqui, entende? Ir para um lugar mais calmo – pediu Harry, cauteloso.

-O quê você quer com minha mulher, seu moleque? – rosnou tio Válter, a bigodeira tremendo loucamente.

-Harry não é moleque... Senhor – disse uma voz que veio de trás de Harry. Gina aproximou-se mais do namorado e colocou a mão sobre seu ombro.

-Ah, quer dizer que você tem uma namorada eh, Potter? – zombou Duda, sua papada quíntupla balançando ridiculamente enquanto ria.

-Bem que você deveria arrumar uma também não é, Dudoca? – revidou Harry.

-Para sua informação, seu delinqüente, nosso Dudinha tem várias garotas caindo aos seus pés – esbravejou o Sr. Dursley, uma veia pulsando em sua têmpora.

-Duda! Mas que coisa feia de se fazer! Quer dizer que agora você bate em garotas? Sim, porque apenas dessa forma uma garota, em sã consciência, cairia aos seus pés – disse Harry arrancando gargalhadas de Rony, Hermione e Gina.

-Ora, moleque, não fale do meu filho desse jeito!

-Harry, não temos todo o tempo do mundo! – avisou Rony, em um sussurro.

-Eh Harry, em meia hora Tonks e Lupin vão estar aqui para nos escoltar até à Toca – confirmou Hermione.

-Eu sei... – sussurrou Harry em resposta, e acrescentou em voz alta: - Tia Petúnia eu realmente preciso conversar com a senhora.

-Mas o quê é tão importante que não pode esperar até chegarmos em casa?

-É justamente sobre isso que preciso falar-lhe.

-O.k se não tem jeito... Podemos ir até a lanchonete da estação. É logo ali, vamos.

-Espero que não vá importunar sua tia com suas maluquices, seu... Ou vai se arrepender – ameaçou tio Válter.

Ao que Harry não respondeu, todos se dirigiram à lanchonete, quase vazia àquela hora.

-Bem, seja rápido, Harry e fale baixo. Não quero problemas... – recomendou a tia, sentando-se em uma das mesas mais ao fundo do estabelecimento e olhando para todos os lados, como se à procura de alguém que pudesse estar-lhes observando.

-Tudo bem, de qualquer forma nós não temos muito tempo...

-Mas, como assim...? – perguntou, enquanto Harry pedia suco para todos.

-Bom, é que eu não vou voltar para sua casa... Titia – falou Harry calmamente, procurando amaciar a Sra. Dursley.

-M-mas... E o que aquele homem falou no verão passado? D-Dumbledore, - disse tia Petúnia, parecendo espantada com sua própria coragem de pronunciar um nome daqueles – ele pediu que deixássemos você voltar para nossa casa uma vez mais. Até que você se tornasse maior de idade...

-Eu sei, e vou voltar, mas não agora – continuou Harry, parecendo abatido à menção do nome de Dumbledore – É que preciso ir até à Toca. Haverá um casamento, entende? O irmão de Rony – e apontou indicando o amigo -, Gui, estará se casando essa semana com Fleur.

-Toca? Onde fica este lugar? O que é este lugar? – perguntou a tia com cara de quem não compreende nada do que está acontecendo.

-A Toca é o nome da casa onde Rony e sua família, os Weasley, vivem.

-E por que você precisa ir a esse casamento?

-Eh, pensei que seria bom ter um último dia de diversão antes... Antes do que preciso fazer – concluiu Harry nervoso.

-E o que viria a ser o que você precisa fazer? – agora tia Petúnia parecia realmente alarmada.

-Agora eu não tenho tempo para explicar. Mas eu conto tudo quando voltar. Isto é, se a senhora realmente quiser saber. Não é uma história agradável...

-O.k, Harry. Você pode ir. Afinal não sou sua mãe para tentar lhe impedir – consentiu a Sra. Dursley. Agora parecendo mais triste do que alarmada.

-Ah, tem mais uma coisa... – acrescentou Harry a um olhar de Hermione.

-Desembucha logo, delinqüente! – exaltou-se tio Válter.

-Eh, que eu preciso que a senhora permita que – e fez uma pequena pausa, medindo as palavras – o Rony e a Hermione – e indicou os dois -... Preciso que a senhora permita que eles passem o mês comigo na sua casa. Só até meu aniversário... – acrescentou hesitante.

-O QUÊ? Mas como você se atreve a fazer um pedido como este, MOLEQUE! Colocar gente como você dentro de nosso lar! – uivou o Sr. Dursley levantando-se e atraindo olhares assustados dos demais clientes da lanchonete.

-Válter, sente-se, antes que nos expulsem daqui – ordenou tia Petúnia ao ver que um rapaz, que a julgar pelo modo como estava vestido parecia ser o gerente do local, dirigia-se até a mesa deles.

-Desculpem-me, senhores. Mas está havendo algum problema? – perguntou o rapaz com um sorriso amarelo no rosto no mesmo momento em que dois clientes dirigiam-se à saída.

-Não. Não há problema algum, senhor. Pode deixar que Válter irá se controlar daqui pra frente, não é, Válter? – perguntou Petúnia olhando zangada para o marido.

-É sim. Pode deixar – consentiu Dursley de mau gosto.

-Muito obrigado, senhores – respondeu o gerente já se afastando.

-Harry, nós não queremos causar problemas para você... – falou Hermione baixinho.

-Eh, Harry – confirmou Rony.

-É muita petulância... Como pode? Meu Deus! – continuava resmungando o Sr. Dursley.

-Cale-se, Válter. Ou quer que nos expulsem?

-E então tia? O que a senhora me diz? – indagou Harry com a voz fraca.

-Eh, Harry... O problema é que nós não temos lugar... E... – disse Petúnia hesitante ante o olhar ameaçador do marido.

-Quanto a isso não há problema. Eles podem ficar no meu quarto. Não é grande coisa, mas a gente se vira.

-Bom, então...

-Mamãe, e se eles usarem aquela coisa contra mim?! – choramingou Duda, que parecia ridículo fazendo aquilo já que era bem maior que a mãe e quase do tamanho do pai.

- Eles não farão isso. Não é, Harry?

-Não. Não faremos isso. À não ser que...

-A não ser que o quê? – perguntou tio Válter, usando todo seu autocontrole para manter a voz em um tom baixo.

-A não ser que precisemos – falou Harry sinceramente.

-E quando seria isso?

-Se fossemos atacados, por exemplo – disse Harry corajosamente. – Vocês devem saber que há muita gente morrendo estranhamente nos últimos dias. Saiu no telejornal, não saiu?

-Sim – respondeu Petúnia. – Deu no telejornal.

-Então?

-Pode levar seus amigos Harry – disse a tia decidida.

-Obrigado Tia, agora precisamos ir.

-O.k, Harry. Até mais... – despediu-se a Sra. Dursley.

-Até... – falou Harry.

-Obrigado – disseram Rony e Hermione juntos. E os três juntamente com Gina saíram da lanchonete sem dizer mais nada.

Já do lado de fora viram Tonks e Lupin esperando por eles mais à frente.

-Tonks, Lupin. Alô, estamos aqui – gritou Gina enquanto acenava tentando chamar-lhes atenção.

Ambos viraram-se e acorreram até onde estavam os garotos.

-Se já estão prontos é melhor partirmos imediatamente. Estarão mais seguros n’A Toca. O ministério destacou um grupo de aurores para guardar a casa.

-Como se pudessem parar Voldemort se ele realmente quisesse entrar – disse Gina.

-Eh, mas pelo menos eles vão tentar, não é? Se for preciso... – Lupin acrescentou interpretando a expressão no rosto de Harry como sendo medo.

O grupo dirigiu-se até uma rua lateral que estava deserta no momento. Harry aparatou com Lupin, Gina com Tonks e Rony com Hermione, que passara no teste nesse mesmo ano.

Apareceram quase ao mesmo tempo na estradinha rural que levava à Toca. Fizeram o restante do caminho a pé para encontrar uma Sra. Weasley aflita que os esperava no portão que levava ao jardim. Molly abraçou e beijou cada um dos garotos uma vez e Harry mais de uma vez.

Sem entender o motivo, Harry sentiu um imenso arroubo de gratidão pela Sra. Weasley. Aquela senhora gorda e alegre (em tempos passados) que o tratara como a um filho desde o primeiro momento em que o vira. E, Harry lembrara agora, era uma das poucas pessoas que não tinham apontado sua cicatriz quando o conheceu. O fato é que a Sra. Weasley, era sem dúvida, a pessoa mais perto de uma mãe que ele já conhecera. E talvez estivesse de fato pirando, porque logo em seguida ele fez algo realmente inesperado.

-Sra. Weasley... – resmungou Harry baixinho.

-Sim, Harry, querido – falou Molly enquanto virava-se para olhar Harry.

-Ob-obrigado, Sra. Weasley – e depois disso não conseguiu falar mais nada, porque Harry chorou. Sim, chorou. Como nunca havia feito antes. Chorou com vontade, a cabeça encostada no ombro da Sra. Weasley. Naquele momento aquela mulher a quem Harry tanto admirava foi sua mãe e ele foi o filho que se mete em encrencas e que chora a cada vez que faz algo errado e depois é castigado...

Harry afastou-se limpando os olhos e todos seguiram em direção a entrada atravancada de objetos da Toca. Ninguém comentou o que se passara lá fora.

-Bom acho que devem estar com fome, afinal a viagem foi longa e pelas caras de vocês, não comeram nada no Expresso, ãh? – perguntou a senhora Weasley indicando a todos com um largo gesto.

Ao que todos consentissem, Molly começou a preparar sanduíches com suco de abóbora para todos. Gina foi ajudá-la. Lupin e Tonks sentaram-se em umas cadeiras perto da lareira. Harry, Rony e Mione foram para a cozinha logo depois de Gina, assim poderiam conversar enquanto esperavam a comida.

-Mamãe, não sei se a senhora sabe, mas Harry não ficará aqui por muito tempo. Dumbledore queria que ele voltasse para a casa dos tios dele, entende? Por causa da proteção e tudo o mais – falou Rony enquanto puxava uma cadeira de madeira escovada e sentava-se bastante à vontade.

-Ah, por acaso eu sei... – respondeu Molly com a voz um tanto pastosa. – Mas é claro que ele pode retornar quando tornar-se maior de idade.

-Eh, bem... Na verdade ele não pode, ele tem que... Tem que... – e a um olhar de consentimento de Harry continuou. – Sair por aí e procurar as Horcruxes. E na verdade, ele não vai só... E-eu quero ir com ele... Eu vou com ele mamãe.

-Mas... Horcruxes? O quê vem a ser isso? – indagou a Sra. Weasley assustada.

A próxima meia hora foi ocupada pelo que pareceu um interminável discurso sobre o quê eram as Horcruxes e para que elas serviam. Harry, Rony e Mione revezavam-se na tarefa de tentar fazer a Sra. Weasley entender o sofisticado e maligno sistema utilizado por Voldemort para chegar o mais perto possível da imortalidade.

-Mas isso é terrível... Harry, eu sinto muito – disse a Sra. Weasley pesarosa – e quanto a você Sr. Rony Weasley, vai ficar exatamente onde está!

-Na verdade não vou, mamãe. Harry é meu amigo e eu já sou maior de idade. Você... Não pode me impedir – concluiu Rony com a voz fraca. – A Hermione também vai. Está decidido. Vamos para a Rua dos Alfeneiros com o Harry logo depois do casamento de Gui e Fleur.

Molly pareceu digerir aquela afirmação por um momento e depois apenas se virou e continuou a preparar os sanduíches para os garotos. Afinal ela bem sabia que não adiantava discutir. Aqueles três sempre tinham sido difíceis de domar... Ainda mais agora que Rony e Mione eram maiores de idade e Harry estava à apenas um mês de se tornar um adulto também. Eh, sempre chega a hora em que os filhos criam suas próprias asas... E podem voar. E quando isso acontece, ah, quando isso acontece não há quem os segure.

A tarde se foi e a noite transcorreu sem maiores acontecimentos. Lupin e Tonks continuaram na Toca, montando guarda. Juntaram-se a eles: Gui, Fleur (não para vigiar a Toca é claro), Arthur e mais uns cinco aurores enviados pelo Ministério. Não houve ataques... Pelo menos não na Toca, embora Hermione descobrisse, ao ler o Profeta Diário, quase se engasgando no café da manhã, que houvera três ataques a bruxos durante a madrugada, todos terminando em mortes rápidas e sem sangue...

-Pessoal scutêm. Prreciso darr um avise – falou Fleur com sua voz gutural, enquanto batia com o garfo num copo de suco. – Serrá hoje à noite, meu casamente con Gui! Non é mon amour?! – completou dando um selinho no noivo que, no momento, estava sentado ao seu lado.

-É isso mesmo gente. Hoje à noite. Acho que será melhor assim. Afinal ninguém sabe o dia de amanhã... Quem sabe se estarei aqui quando tudo isso terminar... – confirmou Gui deixando o clima um pouco tenso ante sua afirmação.

-Nem digue uma coise dessas... Nada vai acontecerr con meu dôcinhu... – concluiu Fleur botando um ponto final na história.

-Ah, Harry, acho melhor você voltar para a casa de seus tios ainda hoje. Depois do casamento, é claro. Entenda, não quero ser mal educado, não. Mas é que você sabe bem melhor que eu que estará mais seguro lá – disse o Sr. Weasley.

-É claro, Sr. Weasley. Voltarei hoje mesmo. Eu, Rony e Mione...

-Isso mesmo. Ah e Harry, quando você parte? – indagou Arthur hesitante.

-Hoje mesmo, já disse – repetiu Harry.

-Não. Eu quis dizer: quando você parte em busca das Horcruxes – consertou Arthur bastante constrangido.

-Ah, isso... Assim que completar dezessete anos. Parto à meia noite do dia trinta e um de julho.

-Partimos Harry – disse Rony.

-Isso, partimos. Mas Rony... Mione... Só quero que saibam que eu não ficarei magoado se não quiserem ir. Sabe, essa obrigação é só minha.

-Ah, que bom Harry, então eu não vou – falou Mione. – Claro que nós vamos, bobão. Afinal, somos ou não somos amigos?

-Eh, somos – disse Harry sorrindo. – Obrigado galera! Amo muito vocês dois...

-Poxa, que bom porque nos também sentimos o mesmo por vocês e é por isso que o Voldy não terá chance nenhuma contra nós!!! – exclamou Rony.

Hermione que estava sentada entre os dois esticou os braços e passou por cima do ombro deles, abraçando-os e dando um beijo estalado na bochecha de cada um.

-Hei Mione – disse Harry de repente e aos sussurros – Agora lembrei de perguntar: seus pais sabem que você vai com a gente nessa jornada?

-Bem, na verdade, não. Eles pensam que vou fazer um curso avançado de Magia pelo mundo – afirmou Mione tão baixinho que somente Rony e Harry puderam ouvi-la.

-Eh, até que essa não é uma completa mentira. Afinal, acredito que devemos aprender muito nessa viagem... – concluiu Harry com um humor macabro.

*****

Caiu a noite e a Toca já estava totalmente preparada para a festa de casamento de Gui e Fleur. Harry, Rony e Mione tinham se divertido bastante nos preparativos da festa. E pode ter certeza que Harry aproveitou aquele momento mais do que nunca, sabia muito bem que talvez ele fosse um dos últimos que teria durante muito tempo. Gina também ajudou, mas não falou muito, ainda não engolira totalmente a decisão de Harry de terminar o namoro com ela, embora compreendesse seus motivos... Poxa, por que Rony e Mione podiam e ela não? Por acaso a vida deles era menos importante que a dela? O fato é que apesar de magoada já se conformara em ser deixada para trás.

A maioria dos convidados já havia chegado e acomodavam-se nas cadeiras colocadas no jardim, miraculosamente limpo e com a grama aparada. A iluminação vinha de lampiões distribuídos por toda a extensão da sebe-viva que separava a Toca do resto do mundo. Nas árvores havia várias fadinhas de verdade que dançavam entre as folhas enquanto uma música lenta e melodiosa tocava. Todos os gnomos pareciam estar escondidos em suas tocas na terra, mas uma massa escura que vinha caminhando cambaleante em direção a cerca me fez pensar que talvez tivesse havido uma desguinomizaçao durante a tarde. Nesse meio tempo chegaram à Toca: Hagrid, Minerva MacGonagal, Madame Maxime (em sua grande carruagem voadora, trazendo junto alguns ex-colegas de Fleur de Beuxbatons), alguns membros ministeriais que Harry não conhecia e mais uns antigos colegas de Gui, que, naturalmente, cursara Hogwarts.

Quando, finalmente, o último convidado chegou aparatando em cima de um gnomo do outro lado da cerca, o Conselheiro (espécie de padre ou juiz), que estava em uma pequena bancada na frente de todos começou a cerimônia com uma preleção enfadonha sobre o casamento e a importância do matrimônio. Quando a marcha matrimonial começou a tocar, Fleur saiu de dentro da Toca (cuja entrada estava livre de todos os objetos, como botas e barris, que a atravancavam) caminhando por um lindo tapete vermelho que se estendia até o local onde Gui esperava por sua noiva, vestido à rigor com um capa azul-noite. A noiva não poderia estar mais deslumbrante, vestida com um vestido rosa bem justo que terminava em uma cauda curta e simples, porém elegante. O conjunto era completado por uma linda tiara cravada de pequenos diamantes que cintilavam a luz da Lua crescente. Fleur caminhava sem pressa, sorrindo para todos os convidados, feliz. Ao chegar ao lado de Gui, deu-lhe um beijo apaixonado e esperou que o Conselheiro chegasse aos “aceito”.

Gina e Gabrielle entraram vestidas também de rosa, trazendo as alianças. E depois que o Conselheiro disse: “Eu os declaro marido e mulher”, os noivos se beijaram e todos foram para o buffet. A festa se estendeu até mais ou menos à uma hora da manhã, quando os convidados começaram a sair em direção à estradinha rural que levava à Toca e a desaparatar de volta aos seus destinos.

-Bom, Harry, está na hora de irmos. Escoltarei vocês para a casa dos seus tios com Tonks e Lupin – disse o Sr. Weasley.

-O.k, senhor. Só vou me despedir de Fleur, Gui e todos os outros – disse Harry.

-Certo Harry – concordou Arthur.

Harry dirigiu-se aos recém casados e disse:

-Fleur, Gui, desejo a vocês toda a felicidade do mundo, vocês merecem. Adeus!

-Obrrigado Arry, tamben lhe deseje toda felicidade de munde! – falou Fleur em seu inglês pouco eficiente.

-Obrigado Harry. E boa sorte na sua... Sua jornada – falou Gui sem querer tocar em assuntos tristes.

Harry afastou-se do casal indo despedir-se da Sra. Weasley. Quando terminou viu uma garota vestida de rosa, cabelos vermelhos fogo, escorada em uma árvore, fingindo brincar com algumas fadinhas que voavam ao redor de sua cabeça. Caminhou resolutamente em direção a ela.

-Gina?! – indagou Harry baixinho ao que a garota não levantasse a cabeça.

-Harry... – falou Gina.

-Gina eu estou partindo... Eu... Só queria me despedir – continuou Harry envergonhado.

-O.k Harry. Está tudo bem. Já me conformei de ter que ficar aqui enquanto você se “diverte”! – e sorriu.

Harry riu também e aproximou-se daquela garota a quem tanto amava e que talvez estivesse vendo pela última vez. Seu beijo foi doce e acalentador naquele momento tão difícil. E Harry finalmente aceitou seu futuro, mesmo ele sendo tão sombrio e cheio de perigos. E nada, nem o ar frio da noite batendo em seu rosto durante a viagem para Alfeneiros em sua vassoura puderam apagar o que ele sentiu naquela noite... Talvez uma última dose daquele feitiço tão forte: o Amor.

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