Pensamentos



Pensamentos



Ela abriu os olhos e percebeu que ela ainda estava ali, na casa de Malfoy. A sua noite havia sido terrível, ela não parou de pensar no risco que Harry estava correndo, e conseguiu dormir por no máximo 2 horas. Hermione então se levantou e trocou de roupa, as roupas que o elfo havia trazido pra ela, até que eram ajeitadinhas, talvez um pouco grandes, mas ela não estava em condições de reclamar, afinal, ela era uma prisioneira e não uma hóspede. Assim que ela terminou de se vestir alguém bateu na porta.


- Quem é? – ela perguntou, torcendo mentalmente para que não fosse Malfoy.


- É o Fisher Sta. Granger. – respondeu a voz esganiçada por trás da porta.


- Pode entrar.


- Com licença. O Sr. Malfoy mandou perguntar se a Sta. não vai descer para tomar seu café?


- Hum... – murmurou Hermione. Aquilo era muito estranho. Será que o Malfoy queria que ela se sentasse à mesa com ele? Bem, isso ela ia ter que descobrir. – Claro Fisher, eu já estou indo.


E então ela encostou a porta e seguiu o elfo pelo corredor. Ela estava muito assustada. Embora ela não quisesse admitir ela tinha medo de Draco Malfoy. É verdade que ele ainda não havia feito nada de mal com ela, mas a todo o momento ela esperava pelo bote, ela esperava que ele fosse fazer qualquer coisa extremamente horrível, e por isso ela estava preparada para o pior. Ao chegar na sala de jantar, ela se deparou com uma mesa linda, o café era farto, com variedade de frutas, pães, sucos e muitas outras coisas. Quando ela chegou, lhe pareceu que Malfoy não havia notado sua presença, por isso ela ficou parada, completamente constrangida e assustada sem saber o que fazer.


- O que foi Granger? Você vai sentar ou pretende ficar aí o dia inteiro? – ele perguntou ainda de cabeça baixa parecendo muito interessado na torrada que ele estava comendo.


- É.. bem... você quer que eu sente na mesa com você? – perguntou ela também olhando para baixo.


- Claro, garota! Se eu mandei o meu elfo te trazer até aqui é porque eu quero que você sente não é mesmo? – exclamou ele impaciente – Além disso, eu costumo ser educado com os meus prisioneiros, afinal seus últimos dias tem que ser agradáveis não é mesmo? – ele termina com um sorriso sarcástico.


Ela então se dirige a mesa, mas antes de sentar ainda fala:


- Passando meus últimos dias com você eu duvido terminantemente que eles irão ser agradáveis.


Ele não pareceu se importar com o comentário cínico dela. Mas ela já sabia disso, ele era muito frio, arrogante e prepotente para ser afetado tão facilmente.


Quando eles terminaram de comer, Draco saiu da mesa sem lhe dirigir palavra, ela sem saber o que fazer foi passear pelo jardim que, aliás, era enorme.


Ao se sentar na grama, ela se lembra de sua família. Seus pais deviam estar desesperados com seu sumiço. Eles nunca quiseram que ela se metesse nesse negócio de guerra, mas ela sabia que precisava, pois ela não ia sossegar enquanto aquele mal se acabasse.


Então ela se lembrou de Rony, Harry, e ela esperou que eles não viessem atrás dela, mas ela sabia que eles viriam, ou pelo menos o Harry viria. Antes de desaparatar para a Mansão Malfoy ela havia percebido que o Rony estava correndo em sua direção, ela sabia que ele tinha visto, ela sabia que ele iria contar para o Harry, e ela tinha certeza absoluta que ele viria buscá-la sozinha, e mandaria Rony não contar pra ninguém que havia sido pega. O Harry sempre foi assim, sempre com aquela coragem, coragem estúpida, ela achava muitas vezes, ás vezes era melhor deixar um pouco da coragem de lado e ser um pouco mais prevenido.


Ela sentiu seus olhos se encherem de água, mas não deixou as lágrimas caírem. Ela não ia se abalar assim, ela era forte, ela era Hermione Granger e não iria chorar. Com esse pensamento ela se levantou e entrou novamente na casa. Sem saber o que fazer ela decidiu conhecer um pouco mais da Mansão, talvez não fosse uma boa idéia, Malfoy ia ficar fulo da vida se visse ela passeando por aí, mas ela não se importou, ela ia morrer mesmo. Dane-se!


A casa era realmente enorme. Quando ela já havia se cansado de tanto andar, ela se deu conta de que estava perdida! “Ai que ótimo! Mas era só o que me faltava mesmo! Muito estúpida eu sou mesmo, viu? Coisa
impressionante!” E ela continuou andando, uma hora ela ia chegar na sala novamente, não é? Então ela foi andando, quando viu chegou em um corredor aonde não tinha estado ainda. A primeira sala estava escura, mas mesmo assim ela conseguiu ver pela porta entreaberta que Draco estava debruçado sobre uma mesa aonde ela estava olhando para algo que se parecia muito com uma bola de cristal. Ela não resistindo à curiosidade, foi entrando na sala, procurando não fazer barulho, mas parece que não funcionou.


- Quer dizer que agora você também fica bisbilhotando é? – perguntou ele com um meio sorriso.


- Eu não estava bisbilhotando. Acontece que eu me perdi, e acabei vindo parar aqui – ela respondeu um pouco brava.

- Tudo bem! Esse é um ótimo momento pra você estar aqui. Vem cá garota, venha ver onde seu namoradinho está – ele disse apontando para o objeto parecido com a bola de cristal.


Quando Hermione olhou seu coração deu um salto. Harry estava no meio do nada sozinho vindo procurá-la ao que parecia. “Mas que idiota! Eu achei que pelo menos dessa vez ele ia Ter o bom senso de não vir me procurar, ele sabe que não tem a menor chance”. Mas ela não demonstrou seu nervosismo ao loiro, ela não ia lhe dar essa satisfação.


- Que tipo de magia é essa? – ela perguntou se referindo a bola.


- Bem, o que é não te interessa. A única coisa que te interessa é que eu posso ver seu namoradinho. E até que ele não é tão burro quanto eu pensei. Ele não desaparatou direto pra minha casa, ele sabia que morreria se fizesse isso. A casa tem feitiços que impedem qualquer um de desaparatar aqui dentro. Como Hogwarts. – ele dizia isso extremamente orgulhoso – Mas eu ainda não consegui descobrir como o Potter pretende chegar aqui sozinho.


Ela preferiu não falar nada. No fundo, bem no fundo, ela concordava com ele. O Harry nunca ia conseguir.


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Já fazia cinco dias que ela estava ali. Hermione não agüentava mais. Ela não suportava mais ficar longe de sua família, amigos. Ela não suportava mais a frieza de Draco, sua arrogância, seu cinismo, ela não suportava aqueles seus cabelos loiros, os olhos acinzentados. Tudo nele lhe enojava. Ela não sabia se agüentaria ficar ali por muito tempo.


- Granger, eu vou sair tá legal? – a voz de Draco interrompeu seus pensamentos. Ela estava na sala, e ele estava se preparando para sair – E vê se nem tenta fazer besteira em garota? Infelizmente, eu não tenho ninguém pra vigiá-la, todos os Comensais estão muito ocupados. Mas eu acho que eu nem preciso te avisar que fugir está fora de questão, não é? Você nunca conseguiria passar pelos 14 feitiços, ainda mais sem uma varinha.


Dizendo isso ele se retirou. Hermione quis dar gritos de alívio. Ficar sem o Malfoy, nem que fosse por uma hora era felicidade demais para uma só pessoa. E ela passou quase toda a tarde nos jardins, aproveitando o calorzinho do verão debaixo das árvores. Quando o Sol começou a se pôr, ela entrou pensando em como Draco estava demorando a chegar. Será que ele estava em uma batalha? Ela esperava sinceramente que não. Na outra batalha os aurores tinham perdido muitas pessoas, eles não suportariam um ataque surpresa agora.


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Já era noite. Ela já havia jantado em seu quarto. Quando Fisher lhe trouxe a comida ela perguntou se Draco já havia chegado. O elfo respondeu que sim.


Ela queria descer para ver se encontrava Draco, e ver se ele talvez não deixasse escapar sobre o que ele estivera fazendo todo esse tempo, perguntar ela não iria. Era orgulhosa demais para isso. Não queria que Draco percebesse que ela estava preocupada ou com medo.


Ela foi descendo as escadas devagar e quando chegou na sala se deparou com uma cena estranha. Draco Malfoy estava sujo, com as roupas um pouco rasgadas, deitado no sofá da sala. Talvez essa não fosse uma cena tão estranha se aquele não fosse Draco Malfoy. Ele tinha toda aquela mania de limpeza, das coisas impecáveis. Pra ele deitar todo sujo, e de sapato no seu amado sofá de veludo, ele deveria estar muito cansado mesmo.


Ela foi se aproximando dele e percebeu que ele estava dormindo. Ela então chegou mais perto e percebeu que sua camisa estava um pouco aberta. Por essa abertura ela pôde ver o abdome branco e malhado de Malfoy. “Por Merlin! Quando foi que ele ficou sarado desse jeito. Ufa!” Ela pensou, mas logo depois repreendeu seus próprios pensamentos. “Que isso Hermione Granger? Nem pense uma besteira dessas. Você não vai começar a achar bonito o Draco Malfoy não é? Ele é o Malfoy! Nunca se esqueça disso. Mas que ele é gostoso ele é! HERMIONE!!”


Antes que ela pensasse mais uma besteira ela resolveu ir deitar. Foi andando em direção as escadas sem olhar para trás. Se ela tivesse dado pelo menos uma olhadinha, ela teria visto Draco abrir os olhos e dar um sorrisinho sarcástico.





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