Lágrimas



N/A: Eu só queria agradecer as meninas q comentaram!! hauhaua Valeu!! =** E continuem comentando genti!!





Lágrimas





Draco acordou assim que o Sol nasceu. Ele havia dormido no sofá mesmo. Estava muito cansado para subir. A batalha dessa vez tinha sido difícil. E havia sido uma batalha equilibrada. Sem vencedores. Ele sorriu ao se lembrar do que havia acontecido na noite anterior, ele ainda se lembrava de sentir os olhos de Hermione cravados nele. E foi assim, ainda sorrindo que ele se levantou e subiu para o seu quarto. Ele precisava tomar um banho, trocar de roupa para ir tomar café.


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Hermione desceu as escadas e deu de cara com o Malfoy já tomando o café. "Será que ele caiu da cama? É tão cedo ainda!" Parece que Malfoy leu seus pensamentos, pois assim que ela se sentou a mesa ele perguntou:




- Caiu da cama hoje Granger?



Ao ouvir essa pergunta ela não pôde deixar de conter uma risada, afinal ela havia pensado a mesma coisa. Vendo que ele ficara um pouco constrangido, ela parou de rir.




- Bom dia pra você também Malfoy! - ela falou ainda sorrindo.




- Hum... - ele murmurou irritado - E além de cair da cama, pelo jeito acordou de bom humor não é?




- E você pelo jeito acordou de muito mau humor não é Malfoy? - ela perguntou lhe dando um sorrisinho - Também, se eu tivesse sujo, cansado e acabado como você estava ontem eu também teria acordado de mau humor.




Dessa vez foi ele quem deu um sorriso:




- É... eu estava realmente cansado ontem. Mas eu não devia estar tão acabado assim. A prova disso é que mesmo ontem você me achou bonito não é, Granger? O que fazer se eu sou irresistível? - ele completou com uma risadinha.




Ela ficou horrorizada. Será que ele lia pensamentos mesmo? Ou pior, será que ele havia visto ela ontem? "Caramba! Que vergonha!".




- Há há há -ela ri sarcasticamente - Alguém já lhe disse que você é completamente metido, narcisista e prepotente? - ela pergunta com um pouco de raiva. Ele nem responde. Ele apenas olha pra ela e se levanta, mas antes disso ele dá uma piscadinha com um olho, o que a deixa com ainda mais raiva. Como ele podia ser tão irritante?


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Já fazia um bom tempo que ela estava no jardim, quando alguns barulhos de passos a tiraram de seus pensamentos. Ela então se virou, e viu Malfoy. Assim não era possível, será que ele nunca ia deixá-la em paz?




- É Granger, parece que o seu namoradinho não vai sossegar enquanto não te encontrar...




Ai, ai, ai! Porque ele tinha aquela mania irritante de dizer que ele era seu namoradinho? E o pior era a entonação que ele usava para lhe falar isso. Mas ela não pode deixar de admitir que estava completamente preocupada com Harry. Mas para não demonstrar ela preferiu se calar.




- Ele está cada vez mais perto. Pena que ele está vindo atrás da própria morte. - ele falou com um fingido tom de comoção - Talvez fosse melhor ele morrer já pelo caminho. Pois se ele chegar até aqui, vai ser bem pior para ele. Eu nunca o matarei simplesmente. Eu vou torturá-lo. Mas torturá-lo tanto, que ele vai desejar a morte, antes que eu acabe - Ele completou sorrindo.




Hermione olhou para ele com os olhos marejados e não pôde ficar quieta dessa vez.




- O QUE É QUE VOCÊ TEM DE ERRADO EM? É IMPRESSIONANTE! PORQUÊ VOCÊ NÃO DEIXA O HARRY EM PAZ, CARAMBA? O QUE FOI QUE ELE FEZ PRA VOCÊ? - ela agora gritava e não se preocupava mais em esconder as lágrimas. - O QUE VOCÊ TEM CONTRA ELE? NÃO... EU SEI... NEM PRECISA RESPONDER. VOCÊ TEM INVEJA, PORQUE O HARRY É CORAJOSO, O HARRY TEM AMIGOS, ELE TEM PESSOAS QUE O AMAM. VOCÊ TEM INVEJA PORQUE ELE ENFRENTOU VOLDEMORT. VOCÊ TEM INVEJA PORQUE ELE ENFRENTOU SEU PAI, COISA QUE VOCÊ NUNCA CONSEGIU E NEM CONSEGUIRIA FAZER. PORQUE VOCÊ É MIMADO, VOCÊ É MEDROSO, E VOCÊ Só OLHA PARA O PRóPRIO UMBIGO. VOCÊ É Só UM IDIOTA QUE ACHA QUE É O CENTRO DO UNIVERSO, E QUE PENSA QUE PODE FAZER O QUE QUISER COM AS OUTRAS PESSOAS, QUE PODE PASSAR POR CIMA DE TODO MUNDO COMO SE NINGUÉM MAIS TIVESSE IMPORTÂNCIA ALÉM DE VOCÊ. MAS VOCÊ NÃO É O CENTRO DO UNIVERSO, TÁ LEGAL? VOCÊ NÃO É NINGUÉM DRACO MALFOY! NINGUÉM.. .




Ela estava completamente transtornada. Tudo o que ela tinha guardado com ela a partir do momento que havia sido pega, ela soltou ali naquela hora. Toda raiva acumulada, todo medo, toda preocupação. Quando ela acabou de falar, ela estava sem fôlego, como se tivesse corrido quilômetros.




Quanto a Draco, ele estava boquiaberto. Ele não conseguia dizer nada. Tudo o que ela havia dito era tão horrível, tão ridículo. Tão ridículo que acabava sendo verdade.




Ele não queria admitir, mas ela havia o afetado. Coisa muito difícil de acontecer. Talvez ela tenha conseguido isso porque tudo o que ela disse, bem no fundo, ele sabia que era verdade. Ele sabia que tinha inveja de Potter. Potter tinha amigos, e mesmo sem uma família ele tinha muitas pessoas que gostavam dele, diferente de Draco, ele nunca teve amigos. Bem, tinha Crabbe e Goyle, mas esses nem contavam. Quanto a amor, a única pessoa que o amava era sua mãe. Mas o que mais doeu em Draco, não foi isso. Foi a parte em que Hermione dissera que Harry tivera coragem de enfrentar seu pai e ele não. Aquilo era a pior verdade. A verdade da qual ele não queria se lembrar, pois se ele tivesse enfrentado seu pai, se ele tivesse sido corajoso o bastante pra isso, talvez sua mãe não tivesse morrido, talvez ele ainda ia ter com ele a única pessoa que realmente o amara. Foi por tudo isso que ele não encontrou nada o que pudesse dizer. Talvez, simplesmente para dizer alguma coisa ele ainda murmurou:




- Quem você pensa que é pra falar assim comigo, sua Sangue-ruim? - Mas ela não chegou a escutar, ele falou muito baixo e ela já estava um pouco distante.


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Hermione não queria nem mais olhar pra cara daquele idiota. Ela ficou o dia inteiro no quarto, e ao contrário das outras vezes em que ela ficava no quarto, dessa vez, o elfo não fora lhe levar as refeições. Mas ela não se importou, ela não estava com fome. No outro dia, porém, quando acordou, ela se deu conta de que não poderia ficar ali para sempre. Ela estava com fome e queria tomar um pouco de ar puro. Ela estava se sentindo completamente sufocada.




Ao descer as escadas, ela não vê Malfoy, e fica aliviada por isso. Ela toma seu café e não vê ele em nenhum momento. Aquilo era muita sorte, mas era melhor não abusar. Por isso ela decidiu já ir para o quarto antes que esbarrasse com ele por aí.




Depois de subir as escadas, ela vai em direção ao seu quarto, mas no início do corredor, ela vê que a porta do quarto de Draco está aberta. Não resistindo à curiosidade, ela dá uma pequena espiada para ver o que ele está fazendo.




Ao olhar, ela se depara com uma cena que ela nunca mais esqueceria. Aquela era uma cena no mínimo estranha, excêntrica, esquisita. Nunca, em toda a sua vida, nem em sua imaginação mais criativa, ela imaginaria ver uma cena como aquela. Malfoy chorando. Ele não estava se descabelando é verdade, e muito menos soluçando. Mas ela podia ver que tinha duas lágrimas solitárias em seu rosto, enquanto ele olhava e acariciava um porta-retrato.




De repente ele se virou. Ela ficou completamente envergonhada. Mas não tanto quanto Malfoy, para ele era simplesmente humilhante que alguém lhe visse naquele estado. Ele então caminhou até a porta e perguntou com uma voz letal:




- Espionando novamente Granger? Desse jeito eu vou Ter que matá-la antes da hora.




- É...é... - ela não olhava em seus olhos, estava muito constrangida para isso - Desculpa, eu não pretendia, eu estava indo para o meu quarto e...




- Poupe-me de suas explicações. - ele respondeu irritado.




- Hum... - ela não resistia à curiosidade. Tinha que perguntar. Ele ainda tinha o porta-retrato na mão, e ela precisava saber de quem era a foto. O que a curiosidade não faz, não é? - Malfoy, de quem é essa foto? - ele perguntou de maneira cautelosa, temendo que ele a estuporasse na mesma hora. Mas contrariando todas as expectativas, ele não o fez. Ele somente abaixou os olhos até a foto e murmurou com uma voz que transmitia saudade:




- Minha mãe.




- Sua mãe? - ela perguntou ainda com muita cautela - Será que eu poderia vê-la?




Ele então lhe deu a foto aonde tinha o rosto de uma mulher muito bonita.




- Ela é linda! - Hermione disse admirada - e onde ela está?




Ele a olhou um pouco espantado. Ela não sabia que Lucio havia matado sua mãe? Um pouco por fora era ela, não?




- Ela morreu. Meu pai matou ela.




- Ó... desculpa, eu não sabia que...




- Tudo bem.




- Nossa! Seu pai era horrível. Ah... desculpa - Caramba! O que estava acontecendo com ela, ela só dava bola fora.




- Não... tudo bem. Eu concordo com você. Foi por isso que eu o matei. - ele respondeu de uma maneira indiferente. Como se matar o pai fosse a coisa mais normal do mundo.




- Você? - ela estava totalmente espantada.




Quando ela ficou sabendo que Lucio morreu, disseram que havia sido suicídio, que ele não havia suportado a morte do mestre. Durante três anos ela havia acreditado em uma história, e em dois segundos essa história mudava radicalmente.




Foi então que ela encarou Draco. Ele havia pego a foto novamente, e olhava para ela com olhos tristes. Parecia que ia chorar novamente. Não, bobagem. Ele não ia chorar na frente dela de novo. Mas foi aí que ela percebeu, que Draco não era tão ruim. Tá, ele era. Mas, ele havia sofrido tanto. Não deve ser fácil pra ninguém saber que o pai matou a própria mãe. Ela não sabia se conseguiria suportar isso. E então ela ficou com pena dele, afinal, ele era apenas um homem assustado que não tinha ninguém. Ninguém que gostasse dele, ninguém pra ouvi-lo, ninguém pra simplesmente o amparar depois de um dia ruim.




Então sem aviso algum ela o abraçou. Um abraço forte, querendo mostrar que ainda existiam pessoas generosas no mundo, e querendo mostrar que se ele precisasse de alguma coisa ela estaria ali.




Ele não estava preparado para aquilo. A Granger simplesmente o tinha abraçado. Por que ela havia feito isso? Ela era louca? Eles eram inimigos, será que ela não tinha reparado isso. Mas por um momento, ele percebeu que aquilo era tão bom. Há quanto tempo ele não recebia um abraço? Ele nem se lembrava mais. Então, meio relutante, ele retribuiu o abraço, colocando seus braços em volta de seu pescoço. Ela, percebendo que ele havia retribuído, passou uma de suas mãos no cabelo loiro do rapaz como que querendo passar força. Mas o que ela estava fazendo? Nem ela sabia. Ela tinha plena consciência de que aquele cara era Draco Malfoy, mas e daí, ele estava precisando de ajuda, e ela iria ajudá-lo. Aquilo era ridículo, ela sabia. Mas ela não ligava pra isso no momento.




Mas de repente, Draco se soltou do abraço, olhando para Granger assustado. Ele havia percebido a idiotice que estava fazendo. Quando ele olhou nos olhos de Hermione, ele viu que havia pena, compaixão. Mas ele não queria isso. Não. Ele não queria que ninguém sentisse pena dele. Muito menos Hermione Granger. Ele então foi se afastando devagar, ainda meio assustado.




E um pouco antes de fechar a porta ele ainda falou:




- Eu não preciso disso Granger. Não de você.




Ela só olhava a porta fechar na sua cara. Ela não sabia o que havia lhe ocorrido para ela fazer isso. Mas agora já estava feito. E por um momento ela sorriu internamente ao se lembrar que ele havia retribuído ao abraço. Ele dizia que não precisava daquilo, mas ela sabia que era ao contrário. Ele sofria, ela podia ver. E ao ver ele chorando ela descobriu que ele também tinha sentimentos. E ele ficou um pouco melhor aos seus olhos.



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