Capítulo XII
Capítulo XII – Saudades suas, minha vida...
Era Jimmy.
...Mas uma pessoa bem diferente do Jimmy que Hermione conhecera há dois anos, e totalmente diferente daquele que a pediu em casamento. Estava simplesmente irreconhecível, talvez pelo aparente estado de ressaca, ou talvez porque não carregava mais aquela expressão simpática e agradável. Seus cabelos claros estavam despenteados e seu olhar muito vago.
- E-eu tenho que falar com você.
Hermione deixou-o entrar. Poderia enxotá-lo dali, mas tudo o que conseguia sentir era pena. Jimmy parecia num estágio alheio ao mundo e ao mesmo tempo prestes a chorar.
- Quer um café? O que aconteceu Jimmy?
Jim ajoelhou-se em frente à Hermione, que ficou sem saber o que fazer.
- Olha, eu sei que você não vai voltar pra mim, mas eu realmente preciso te pedir perdão.
Mione simplesmente não acreditava no que via. E muito menos no que disse depois.
- Eu te perdôo Jimmy.
Jim tornou a sentar-se no sofá.
- E sou tão fraco!
- O-o que houve exatamente?
- Ela... me enganou, me fez acreditar que eu era importante pra ela, aí a gente tava bebendo e não lembro do que fiz, mas falei muita besteira, acho que umas informações importantes ou números, senhas talvez, hoje quando eu acordei ela havia sumido, junto com todo o dinheiro em espécie que havia na minha casa e também o meu carro.
- A secretária?
Jimmy fez que sim com a cabeça. Mione sentiu vontade de rir, mas o sofrimento aparente de Jimmy a fez se reprimir.
- O mais engraçado... é que o cara da contabilidade também sumiu...
- Eles te roubaram e fugiram... bem, se era só o dinheiro que havia no cofre da sua casa não deve ter sido muito, né?
- Fiz os cálculos... Vinte por cento da minha década de trabalho evaporou.
“Não evaporou MESMO, Sr. Jimmy, esta sendo torrado em algum lugar bem longe antes mesmo de você mandar alguém ir atrás.”
- Por que não pára de se lamentar e recomeça?
Jimmy sorriu. Pegou a mão de Hermione, que se sentiu desconfortável e puxou rapidamente. Poderia estar sendo muito compreensiva, mas continuava sentindo nojo dele.
- Obrigado. Talvez fosse o que eu precisava ouvir.
- De nada. – foram até a porta. Despediram-se apenas com um aceno.
- Obrigado mesmo.
“Só faltava essa!” falou, fechando a porta atrás de si.
Pegou os relatórios e levou-os ao Semanário. Demorou muito tempo para analisarem os relatórios e os julgaram muito bons.
- Depois ligaremos para o entrevistado. Acho que o Sr.Antiga se encarregou pessoalmente disso.
Falariam com Harry sobre a veracidade antes de publicar, para o caso de ele não querer que alguma coisa seja publicada. Assim evitavam processos.
“Peraí, Antiga??? Esse não era o aparente amigo de Harry?”
- Será que eu posso falar com esse Antiga?
- O Senhor Antiga está muito ocupado no momento. Reunião de diretores.
- Diretor? – repetiu Mione.
- Sim.
“Por que um influente da revista que eu represento iria dizer que ele não conseguiria algo em uma semana?” Estava ficando muito confuso.
Quando Hermione saiu o sol estava quase se pondo.
“Tô atrasada!”
Bateu à porta do apartamento de Meg. Esta abriu prontamente.
- MIIIIIIIIIIIIIII!!! Entre! Tô tentando dar um jeito na cozinha, parece que diabretes passaram por lá. MAS... a receita deu certo!
Jantaram animadamente. Ryan Johansson, marido de Meg, parecia hipnotizado pelo jogo do Manchester United, que passava na TV trouxa. Então elas aproveitaram para discutir longamente sobre a última semana de Hermione enquanto limpavam tudo por magia.
- Como você pode ter sido uma princesa tão ingrata?
Hermione riu.
- Mas depois eu o beijei.
- Admita, você está desesperada de saudade e tá calculando agora quanto tempo leva para chegar até o aeroporto...
- AH MEG! Você sabe que sim! Eu achava que ele não ia me deixar ir, mas ele deixou... – falou com certa tristeza. – Você tem que ver isso. – mostrou-lhe o cartão de Harry. – Isso veio junto com rosas, quando recebi percebi que tinha um brilho nelas, aí percebi que era ouro.
- Tá me dizendo... que o cara te mandou flores, com ouro?
- Sim.
- Meg ergueu as sobrancelhas e leu o cartão.
- Esse Harry é pelo menos vinte vezes mais esperto do que eu já sabia que ele era.
- Como assim?
- Você nunca consegue ver as coisas além do racional? Ele deixou você ir, ele está te testando de novo, quer que você se descontrole e vá atrás dele. Não deixar você ir embora pode ser muito romântico, mas te enlouquecer de saudades é infinitamente mais.
- Ah... OK. Ia esquecendo – Hermione falou como quem não quer nada – Jimmy foi me ver.
Meg riu.
- Claro que iria, ele é um fraco. Tocou fogo nele, né?
- Meg...
- VOCÊ NÃO TOCOU FOGO NELE? – Meg estava assustadora. – COMO PÔDE? DIGO... COMO NÃO PÔDE?
- Sei lá... só consegui sentir pena. O cara tava irreconhecível. Parece que a secretária deu um pé na bunda dele.
- Deu foi? – a amiga estava contendo o riso. Olhou para Hermione com a sobrancelha erguida.
- MEG! V-você não tem nada a ver com isso né?
- Lógico que não Mi! Lógico que não...
Hermione percebeu o ar de Meg “Ela queria vingar por mim... mas essa foi demais... como ela convenceu a dona? E o contador?”.
- Obrigada Meg.
- Pelo que?
- Você sabe.
- Não sei do que você está falando... – disfarçou Meg.
- Como fez aquilo? – perguntou Mione muito interessada.
- Mi... você ainda é muito jovem pra essas coisas.
Meg piscou o olho.
***************
Harry agora estava como a muito esteve... sozinho. Hermione deixou um vazio gigantesco que tornava a vida naquela enorme casa absurdamente tediosa. Alguém batia à porta: Jen...
- Oi meu amor – entrou.
- Oi Jen.
- Está tão sozinho, vim te fazer companhia, talvez essa noite – falou sedutoramente.
- Acho melhor não – falou frio. Jen se aproximou.
- Por que não?
Tentou beijá-lo, ele apenas não deixou que se aproximasse o suficiente.
- Vai pra casa Jen. – foi tudo o que disse.
- Está me expulsando?
- Não. Só acho melhor não continuar com essa história.
- É ela não é?! Tudo culpa dela?
- Do que está falando?
- Está frio assim comigo por causa dela! E acha que eu sou burra o bastante para não desconfiar
- E daí? – retrucou mais frio ainda, Jen se alterou.
- O QUE AQUELA... sujeitinha tem, hein? Aquele cabelinho castanho e aquelas roupinhas sem marca...
Harry a interrompeu.
- Cale-se. – falou calmamente. – Não vou permitir que venha a insultá-la na minha presença. Se você veio aqui se queixar de não ser capaz de se igualar a tão magnífico ser... já pode ir embora.
- Você vai se arrepender e muito de me falar isso Harry, ouviu? Você ainda vai rastejar por mim. – saiu repentinamente.
Harry suspirou. Hermione tinha razão, como conseguiu agüentá-la tanto tempo?
***************
Hermione deitou-se em sua cama e ficou apenas imaginando. Já não havia mais Jen pra aturar, nem Jimmy, nem relatórios pra escrever. Mas aturaria tudo para não estar longe de Harry. Pegou o telefone e discou, precisava fazer isso. Precisava...
- Alô?
- Oi Harry.
- Mione. – sua voz encheu-se de alegria. – A viagem foi boa?
- Sim. Queria agradecer as flores.
Harry riu. Hermione fechou os olhos e imaginou como ele ficava lindo quando ria.
- Queria ter mandado a floricultura, mas eram muitas, além disso, as flores não agüentariam tanto tempo sendo humilhadas pela sua beleza.
“Aaaah!” pensou Mione.
- Tô com saudades - foi o que conseguiu dizer.
- Eu também.
- Boa noite, Harry.
- Boa noite Mi. Não esqueça de sonhar comigo.
Hermione riu.
- Não vou esquecer.
“Como se fosse possível esquecer...”.
N/A: Antepenúltimo cap... são 14 e um epílogo. Título do prox cap.: Londres... vcs vão gostar... e se desesperar tbm :p
;******** COMENTEM!
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