Capítulo IV: O duelo quase jus
Harry, Rony e Hermione estavam indo para a aula de poções. A aula anterior tinha sido muito boa, porque receberam a nota máxima tão esperada, e no caso de Harry, necessitada. Eles passavam junto com um grupo de amigos da Grifinória pelos longos corredores para chegar às masmorras. Os três entram e pegam uma mesa ao fundo, como de costume, e já começam a preparar os caldeirões. Snape, como de costume, chega na sala batendo com força a porta.
- Prestem atenção todos vocês - sibilou ele ao se virar para encarar os alunos - Hoje vocês aprenderão como se faz uma poção de cura em geral. As instruções - disse ele e fez um aceno com a varinha e várias instruções apareceram no grande quadro negro - estão no quadro. Vocês devem tentar fazer esta poção até o final desta aula, e continuarão na próxima aula. Como vêem, existe uma etapa para repouso de três dias, então devem chegar até lá. Comecem!
- Harry, passa o sangue de morcego pra mim - diz Rony fazendo uma careta - Droga, na próxima aula vamos precisar de pó de aranha.
- Bem Rony, não faz diferença quando viram pó não acha? - diz Harry passando o vidro ao amigo - Quer dizer, não são mais aranhas...
- Pro Rony faz diferença - fala Hermione rindo - Não sei porquê esse medo todo de aranhas.
E assim se passa a aula de poções, enquanto Harry, Rony e Hermione conversam alegremente fazendo a poção, que apesar de não parecer, é bem complexa. A aula segue sem muitos problemas, exceto mais um caldeirão que Neville acaba estragando ao colocar bezoar na etapa três da poção, sendo que estava na primeira, o que resultou na explosão do caldeirão. Finalmente, toca a sineta do final da aula, ele e os amigos colocam o caldeirão no local certo e colocam a etiqueta com seus nomes. Snape olha com uma dor aguda ao ver que a poção deles estava até agora correta, claro que por obra de Mione. Eles vão saindo apressados para a aula de feitiços, quando passam pelo grupo que ia ter aula de poções, os alunos da Corvinal e da Lufa-Lufa. Os alunos da Corvinal estavam conversando tão interessados que parecia que não percebiam aonde iam. Harry ouvia cochichos como "Como ele pode ter feito isso?", "Nem a Granger faria isso", "Ele é fantástico", "A varinha mal se mecheu" e "Nunca vi isso antes, fenomenal!". Os três, intrigados com os cochichos e também com um pouco de inveja de Hermione, perguntam a uma aluna da Corvinal, de cabelos cacheados que uma vez estava conversando com Gina, o que acontecera.
- Sabem aquele aluno novo - disse ela olhando-os - Artemis?
- Sim - disseram eles em coro. Harry já se sentia com raiva - O que tem ele?
- Bem, hoje estávamos revisando os feitiços básicos, e ele fez o Wingardium Leviosa levantar todos os alunos e objetos da sala, menos ele! E ele quase não pronunciou nada. Toda a sala flutuou e ele fez todos voltarem ao chão sem caírem! Nunca vi isso antes!
- O que? - perguntou Hermione com voracidade - Como alguém poderia fazer isso? Onde ele foi?
- Ele está na sala do professor Flitwich - disse ela, e a sineta tocou de repente - Tenho que ir, sabem como é o Snape, até mais!
A turma da Grifinória entra e ouve da porta a voz do professor no seu escritório.
- Isso foi incrível Artemis! - diz ele com a voz esganiçada - Muitos bruxos adultos jamais teriam feito algo igual e você foi silencioso ao fazer isso.
- Obrigado professor - diz Artemis - Não foi nada, eu...
- Como não foi nada? Foi perfeito. Bem, quarenta e cinco pontos para a Corvinal, então.
- Muito obrigado professor. Mas tenho que ir, não quero chegar atrasado na aula de poções.
- Sim, tenho certeza que não quer. Não deixe o professor Snape bravo, apesar de que eu acho que você vai se dar muito bem. Tchau!
Ele sai da sala e encara a turma, em especial Harry por alguns instantes. Eles devolvem o olhar, ele cruza a porta e vai andando em direção a turma de alunos da Corvinal e Lufa-Lufa, que estão entrando nas masmorras.
- Bem turma - diz o professor Flitwich - Se querem ser bons feiticeiros, perguntem a ele! - diz o professor olhando pela porta até fechá-la.
- É verdade que ele fez flutuar a turma toda com um único feitiço? - perguntou Hermione interessadíssima. Harry não sabia se era interesse ou ciúme dela mesma não ter feito isso antes.
- Sim senhorita Granger - disse animadamente o miúdo professor - Nunca vi isso antes! Ele usou um feitiço tão simples como o Wingardium Leviosa com tanta facilidade e ainda fez um efeito poderosíssimo! Todos os objetos - apontou ele para a sala, que somente agora Harry notara, estava demasiada arrumada - flutuaram para todos os lados e somente ele ficou no lugar, e ainda arrumou a sala com uma eficiência que nunca vi nenhum bruxo, com exceção óbvia de Dumbledore, fazer! Esse garoto tem um talento incrível! - disse o professor ficando histericamente excitado em relatar à turma o incrível feito de Artemis - E pelo que eu soube, ele só teve uma aula ontem, Herbologia, e se deu com um Visgo de Diabretes muito bem!
- O que é um Visgo de Diabretes professor? - perguntou Simas com interesse.
- É uma planta parecida com Visgo do Diabo, só que menor, onde criatura como os diabretes da Cornuália gostam de se esconder! A planta só ataca seres com cheiro forte, como os humanos, por isso não ataca qualquer criatura - disse Neville, mostrando mais uma vez sua incrível capacidade em Herbologia, que é desconpensada em outras matérias - Não é professor?
- Sim, Sr. Longbottom! - disse Flitwich - Aquele garoto brincou com o Visgo dos Diabretes como se fosse uma rosa sem espinhos! Aposto que ele será o melhor aluno em todas as matérias. Agora - acrescentou ele, parecendo notar o descontentamento de alguns alunos, e se dando conta do tempo perdido - Agora vamos também fazer uma revisão de feitiços! E vamos começar com o Wingardium Leviosa!
A aula se seguiu, com todos os alunos recebendo objetos mais pesados do que o normal para treinar o Wingardium Leviosa. A aula estaria normal se não fosse por duas coisas: Primeiro, que parecia que o professor Flitwich queria que todos os alunos conseguissem fazer o mesmo notável feito do garoto novo, obrigando-os a levantarem mais objetos e sendo rude, o que não era normal, apesar de ter a excitação característica. A segunda era que Hermione parecia estar com ciúme, ou melhor, ódio de ter sido passada por um novato no primeiro dia de aula. Ela refazia os feitiços, e se castigava quando não conseguia levantar mais de vinte pesados livros de uma só vez, o que piorou quando ela finalmente conseguiu e o professor não estava olhando. Ela, numa tentativa de chamar a atenção do professor, tenta enviar fagulhas a ele, pois estava com barulho demais para ele a ouvir. Só que uma coisa óbvia, é que não se pode fazer dois feitiços ao mesmo tempo. Os pesados livros bombardearam a turma e a sala, caindo na cabeça de alguns alunos, o que fez Neville desmaiar, enquanto outros surpresos, tomaram belas pancadas, e os mais espertos, como Harry, Rony e Hermione, a se refugiarem de baixo das carteiras e estantes. O professor que só se dera conta, tarde de mais do ocorrido, também recebeu um golpe de livro, o que fez ele passar muito dever de casa, como: "Leia as páginas 150 à 190 e relate a sua opinião sobre o uso convencional e o uso perigoso dos feitiços de flutuação, não menos de dois rolos de pergaminho". O humor de Hermione não melhorou muito, mesmo depois de ter terminado com três rolos de pergaminho de deveres por ter feito um feitiço tão catastrófico. O pior era que, mesmo tentando, Harry e Rony não conseguiam prender a gargalhada. Quando conseguiram ficaram realmente preocupados com a amiga.
- Mione, por que você estava tão estranha na aula hoje? - perguntou Rony, carinhosamente.
- Nada. Problema, eu? - perguntou ela sarcástica
- Ah, vamos Mione - disse Harry - Você não gostou daquele aluno novo não foi?
- Nem você - comentou ela maldosamente - Você também parece que não gostou de vê-lo andar com a Cho. Você e Cedrico deviam montar um fã-clube anti Artemis Fowl!
- Calma - falou Harry admirado e com raiva da amiga - Eu só queria ajudar!
- Ah, desculpa Harry - disse ela chorosa - É que eu não me conformo com o jeito do professor e também daquele garoto. Como ele fez aquilo? Acho que só o Dumbledore poderia...
- Esquece - sibilou Harry, ouvindo a sineta que os levaria para a aula de Transfiguração - Se você quer saber algo sobre esse garoto, vamos ver o que ele fez na aula da McGonagall! Ele teve aula de poções também, quem sabe a gente descobre alguma coisa...
- É, vamos lá Mione - disse Rony, com pena da amiga. Se tinha alguém que entedia Hermione além de Harry, era ele - Ele só teve sorte.
- Obrigada meninos - disse ela e fez uma coisa que jamais havia feito nos dois, pelo menos do nada. Beijou-os na bochecha e, sem falar nada, os três se encaminharam rumo a sala de aula, com a professora animada se despedindo dos garotos da Corvinal. Artemis entre eles.
Algum tempo depois da despedida com o professor Flitwich.
Artemis estava satisfeito. Havia causado um enorme arrepio e admiração nos colegas e no professor, na última aula. Esse era o plano. Holly havia se postado diante dele, e usado parte de sua magia. Com muita concentração e ajuda de uma mágica extra, ganha de Potrus, fez tudo da sala flutuar e se arrumar no local exato. Até mesmo coisas que nem o professor sabia que estavam lá se arrumaram ,sendo que até os alunos voltaram para as carteiras, o lixo foi amontoado na lixeira, os papéis se arrumaram em ordem alfabética, livros foram postos nas prateleiras e até as penas e objetos usados para praticar o feitiço estavam arrumados na caixa da qual tinham saído. Holly quase não se desgastou. Artemis e Holly estavam agora indo em direção a turma de alunos da outra casa, que entravam lentamente na masmorra, para a aula que ele ouvira dizer ser a pior, poções. Holly o seguia pelo calcanhar, mas nada estragaria a felicidade dele.
- Capitã Short? - sibilou ele baixinho no meio do corredor, antes da fila de alunos.
- Sim garoto da lama - disse ela com seu tom casual de raiva. Ela estava satisfeita de ter feito a magia com tanta facilidade, mas lembrou-se porque a tinha feito e ficou irritada - Quer que eu levite mais alguém?
- Na verdade não - disse ele disfarçando a voz - Mas gostaria de parabenizá-la pelo feito antes de entrarmos na próxima aula. Você sabe lhe dar com poções, não sabe?
- Claro - disse ela com impaciência e frieza - Pode deixar, não importa a lambança que você fizer na poção, eu vou alterá-la no que se deve ser e você será um grande mestre de poções.
Ele ia dar a resposta, mas entraram na sala e ele se postou na última mesa, sozinho, com seu caldeirão de ouro maciço ladeado a ouro e pedras preciosas. Ele mesmo tinha mandado Holly providenciar que seu caldeirão ficasse atrás, para ela poder trabalhar melhor, durante o turno da noite da elfa. O professor, com um nariz em forma de gancho e cabelos oleosos, entrou com um estrépito e olhou para Artemis. Não por muito tempo, mas tempo para Artemis perceber que deveria ter cuidado com ele, simplesmente fazer uma poção excelente, a ponto de desviar a atenção somente para ele.
- Quietos - disse ele com frieza - Muito bem, muito bem. Temos um aluno novo hoje na Corvinal não? - houve um murmúrio geral em concordância - Silencio! Bem, bem vindo a minha aula Sr Fowl. Aqui só há algumas regras: silêncio, atenção e dedicação. Muito bem, classe! - disse ele, assustando alguns alunos da outra casa, bem na frente de Artemis - Hoje vocês prepararão uma poção do sono. As instruções - disse ele, apontando para o quadro limpo, onde apareceram instruções de como se fazer a poção - e os ingredientes - disse ele com um aceno da varinha ao qual os armários dos alunos se abriram - Estão a disposição. Vocês têm somente esta única aula, saibam que ela é rápida de ser feita. Vou testar com os sapos mais tarde e usar este aparelho mágico aqui - disse ele apontando para uma espécie de balança de nenê, mais com botões e pedras preciosas - Para ver o nível que sua poção chegou, e com isso veremos sua nota.
Artemis foi em direção a um armário próximo e pegou os ingredientes e materiais pedidos. Depois de algum tempo, sem ninguém notar, simplesmente misturou todos os ingredientes na água fervente que havia no caldeirão.
- O.K. capitã, faça sua mágica.
- Claro Fowl. - disse uma voz arrastada ao lado de Artemis.
Ela olhou bem a sala. O professor estava ralhando com alguns alunos do outro lado, e todos apreciavam a briga e os pontos descontados, seguida de um imediato zero. Então, ela retirou um pequeno saco com um pó verde vivo de dentro, embora ninguém pudesse vê-la. Abriu o saco com cuidado e despejou o conteúdo no caldeirão, a poção ficou laranja vivo. Guardou o saco no bolso da veste de Artemis, e disse algumas palavras mágicas, que no mesmo instante, transformaram a poção de laranja vivo para um azul fino, que soltava uma fumaça igualmente fina e levemente adocicada, que dava uma sensação de cansaço quando respirada. Estava feito, ela havia transformado a poção.
Artemis sentiu o movimento e viu sua poção pronta, pois no quadro havia uma foto de como ela deveria ficar, e o seu efeito sem ser experimentada. Artemis pegou um pouco da poção e colocou em um pote que havia trazido com sigo e encheu bem.
- Guarde isso capitã - disse ele entregando o vidro para o vazio - pode facilitar as coisas para você.
- Não quero isso, tem um efeito maior nas fadas.
- Que seja - disse ele, guardando o frasco no bolso, vendo que seria melhor assim. Aquela poção poderia ser uma arma, como ele não havia pensado nisso?
Nos últimos momentos da aula, o professor pegara alguns sapos e colocara-os sobre cada uma das mesas, usando a poção do sono em cada um. Artemis notou que alguns sapos não dormiram e outros, morreram. Alguns poucos porém, dormiram e foram medidos pelo professor.
- Zero, Brashmith, o sapo deveria ficar vivo - disse ele a um garoto que tentara fingir que o sapo estava dormindo - Sr. Fowl vamos ver se o senhor tinha boas notas na outra escola.
Para a surpresa de Snape, que se apresentara somente depois de ter feito a poção, a máquina zumbiu, e disse com uma voz quase humana, o que não havia feito antes:
- Alto grau de precisão. Forma da névoa perfeita. Sonolência em poder total. O efeito somente será anulado daqui a três anos devido ao organismo do animal. Tempo em grau Humano: um mês.
- O quê? - disse Snape, achando que a máquina estava com defeito - Isso não é possível! Nem eu mesmo consigo fazer isso!
Depois de um grande tumulto na sala, que levou a muitos insultos a Snape por não admitir que poderia ser passado por um aluno, Artemis disse:
- Bem professor, sempre fui bem em poções em minha escola e esta poção estava demasiadamente fácil. Mas se o senhor quiser reconsiderar...
- Não. - disse ele secamente, ficando mais sombrio - Você já sabe naturalmente, que receberá um dez. Vejamos, vinte pontos para a Corvinal? Sim, isso deve bastar. Agora, fora vocês todos! Fora!
Artemis e Holly saíram. Apesar de parecer calmo, dentro de si Artemis estava caindo na gargalhada. Pelo que via, se tornaria popular, o que seria bom para completar o disfarce, já que ninguém suspeitaria de seu amigo. Também levou bastante divertimento aos colegas. Era o mínimo que podia fazer por aqueles que roubaria. Mas o que era aquilo, estava ficando piedoso? Não, devia ser o calor.
Holly vira como aquele homem da lama era irritado. Ficou satisfeita de sair da masmorra, apesar de estar mais abaixo da terra, o que a agradava. Aquele professor malvado parecia desconfiar de sua presença ali, e de todos os alunos. Bem, pelo menos, estava longe dele agora e se encaminhava junto com Artemis e um grupo de alunos, para a próxima aula. Transfiguração. Ela poderia fazer alguma coisa, mas ficava preocupada. Era um tipo de magia mais complexa para fadas, apesar de ser acessível. Mas com a magia extra que ganhara ao fazer várias vezes o Ritual antes daquela aventura, sabia que conseguiria. Estava no momento mais preocupada em não esbarrar em nenhum aluno sem querer. Poderia causar perguntas embaraçosas, tropeçar num aluno ou vice-versa, e isso causaria vários problemas. Essa idéia quase a agradava. Exceto quando lembrava que a esse momento os pergaminhos estavam em algum lugar desconhecido, e não podiam fazer nada. Há muito tempo ela e a LEP haviam desistido de tentar resgatar algo roubado de Artemis Fowl. Se havia regras, ele sabia. Se eles a quebravam, ele sabia. Se eles tentassem, perdiam.
Artemis e Holly chegaram junto com a turma, para a próxima aula. Estava à frente da sala uma professora já idosa. Seus cabelos grisalhos certamente presos estavam por cima de um chapéu comum de bruxo, verde. Tinha um vestido combinando. Usava óculos de meia lua, parecidos com o do diretor. Tinha um rosto severo, mas parecia estar impregnado com a curiosidade, que pareceu aumentar, quando ela olhou para Artemis. Ela certamente já ouvira falar dele, os boatos em Hogwarts corriam a solta, rapidamente.
- Entrem alunos, entrem! - disse ela severamente, aos alunos que ficavam cochichando no meio da porta - Estão se demorando demais!
- Desculpe professora - disse uma tímida aluna, que a pouco estava cochichando animadamente com as amigas sobre um artigo da revista Semanário das Bruxas.
- Tudo bem, mas entrem logo! - acrescentou a professora rispidamente aos alunos que se demoravam no corredor, já esperando uma aula difícil - Hoje vocês precisarão de grande talento para o que vão fazer!
Todos os alunos, então, se encaminharam à aula. Todos sabiam o que os esperava, transfiguração de um objeto em um ser vivo. Eles teriam de tentar trazer algum objeto sem vida, à vida, tornando-o alguma criatura. É claro que a professora não parecia acreditar que algum deles tivesse sucesso na primeira vez, mas poderiam fazer progresso. Artemis gelou. Sabia que Holly poderia fazer isso, mas precisaria de muita magia. Depois se lembrou de que ela tinha toda a magia que precisava ter, mesmo para fazer algo razoável poderiam ter preocupações. Mas estava tranqüilo. Até agora o seu plano estava funcionando, como todos os outros. Então, obviamente, se daria bem.
Holly também estava apreensiva. Apesar da grande quantidade de magia presente em seu corpo, transfiguração era uma coisa feita mais por bruxos do que por fadas. Em geral, não precisavam criá-las para nada, só dependiam dos de sua espécie. E ela, só dela mesma. Mas apesar disso, sabia que conseguiria fazer uma criatura de bom porte. Ou pelo menos, dar importância ao feito de Artemis. Assim poderia pegar logo os pergaminhos.
- Peguem suas varinhas - disse severamente a professora, olhando todos através de seus óculos - e repitam comigo: Goulavart!
- Goulavart! - disseram várias vozes ansiosas.
- Muito bem - disse ela - vejo que todos não têm dificuldade em pronunciar o feitiço. Agora vejam bem, na frente de cada uma de suas carteiras há uma pedra de bom tamanho. - disse ela, fazendo magicamente as pedras aparecerem - Vocês devem se concentrar em uma criatura a qual desejem criar. Qualquer coisa, mas não exagerem. Mesmo porque não vão conseguir criaturas grandes e porque detesto dragões. - disse ela com um sorriso, que fez alguns alunos rirem - Apontem as varinhas, façam esse movimento com o braço - disse ela, fazendo um movimento leve, de subida e descida da varinha - e então pronunciem o feitiço, sempre se concentrando. Vocês terão várias aulas, mas espero algumas características dos animais em suas pedras, no mínimo. Se concentrem no animal desejado.
- Professora - disse um aluno ao fundo da sala - Que tipo de animais a senhora recomenda?
- Bem, comecem com algo simples. Ratos, gatos, pássaros pequenos, répteis... Comecem devagar.
Artemis, sentado isolado a um canto da sala, sussurrou para Holly:
- O.K. capitã, é a sua hora. O que você planeja fazer?
- Ainda não sei - disse ela - Mas não me desconcentre - acrescentou - e não fique falando sozinho.
- Tudo bem capitã - disse ele maldosamente - desde que você não faça nenhum dragão, estou tranqüilo.
Holly se concentrou ao máximo. Era simples, ela faria quase igual a explicação da professora. Ela usaria a sua própria magia e mais uma ajudazinha mágica extra. Ela retirou uma semente azul profundo de seu bolso. Era uma semente de potência. Eram sementes que ampliavam o objeto ou a criatura a propriedades mágicas, em outras palavras, tornavam mais simples a realização de magia. Ela se flexionou, à altura da pedra, e sussurrou à semente:
- Semente, que tudo mistifica e dá poder, enche este objeto sem vida, com tua amplitude mágica!
A semente, na hora, passou de um azul profundo a um dourado brilhante, poderoso. Artemis, que estava próximo, notou a luz refletida em sua carteira. Holly abaixou a semente até a pedra, que formou imediatamente um buraco, onde a semente foi cuidadosamente despejada. Rapidamente, a pedra se fechou silenciosa, e continuou com a mesma aparência sólida.
- Ótimo, garoto da lama. - disse ela rispidamente - finja que está tentando executar um feitiço. Vou transformar esta rocha.
- Em quê? - perguntou Artemis curioso.
- Não sei - disse ela - Não terei mais controle pelo que saíra aqui, dependerá da força e determinação da minha mágica - disse ela - pode ser qualquer coisa. Agora finja!
- Calma capitã - disse ele, apontando a varinha e esperando um sucesso mínimo.
Holly se concentrou. Pôs a sua mão no exato local da semente, para mais força e precisão. Então, fagulhas azuis começaram a descer pelo seu braço e se concentraram dentro da rocha, perto da semente, cada vez mais azul agora.
- Transforme - disse Holly, desejando uma criatura poderosa, aparecendo.
Artemis percebeu o brilho da rocha, e sabia que o que ia fazer era arriscado. Puchou a varinha, tirada de Eberto Crow, fez o movimento pedido, para fingir, já que a professora estava perto e gritou, com uma entonação maravilhosa:
- Goulavart! - disse ele, com um ar poderoso.
Nessa hora, inconfundivelmente, Holly se concentrou ao máximo, e então houve um súbito silêncio na sala. Todos olhavam para Artemis e para a pedra. Ou o que devia ser uma pedra. Eles viam maravilhados, um inconfundível bebê de unicórnio. Artemis e os outros alunos ficaram fascinados. Ele tinha um pêlo macio, dourado, e um chifre prateado, em visível crescimento. Ele estava sentado, sereno, olhando para a turma com um ar lindo de curiosidade. Algumas garotas gemeram de felicidade ao vê-lo. Então, um aluno, com olhos azuis e cabelos longos, subitamente se levantou de sua carteira, onde transfigurara sua pedra para uma pedra com espinhos, e começou a bater palmas. E todos começaram a bater palmas. Artemis estava demasiadamente estupefato, assim como Holly, para fazer qualquer coisa.
- Saiam da frente - disse a professora, chegando mais perto - Sr. Fowl! Eu sabia que se sairia bem como nas outras aulas, mas isso é realmente excepcional. É a sua primeira transfiguração desta espécie?
- Sim professora - disse ele se recuperando, o peito com orgulho, apesar de não ter feito nada - É a minha primeira aula desse tipo.
- Isso é, isso é... Tibbens, - disse ela ao aluno que batera palmas - leve este unicórnio de algum jeito a Hagrid.
- Sim professora! - disse ele animadamente, tentando puxar com leveza o filhote.
- Senhor Fowl, você realmente me surpreendeu. Nunca esperaria isso de ninguém. Unicórnios são criaturas assombrosamente mágicas, e eu nunca vi alguém fazer um, vindo de algo sem vida, ainda mais sendo um aluno de terceiro ano! Alguns desses animais são mais fortes que grupos inteiros de bruxos com varinhas, e o senhor fez um tão rapidamente, sem esforço algum. E na sua primeira aula aqui! Vejamos bem, digamos que quarenta pontos para a Corvinal pelo seu feito, e mais dez porque eu adoro unicórnios. Parece que o senhor está virando o jogo das casas para o seu lado.
Harry, Rony e Hermione chegaram à sala de aula. A professora a pouco estava se despedindo da turma da Corvinal, e entrara no seu escritório para pegar o material para a aula e pediu que eles aguardassem em silêncio. Assim que ela chegara com uma caixa de alfinetes, aos quais deviam fazer se transformar em estacas de madeira. Eles doariam essas estacas para o Instituto Internacional de Caça aos Vampiros Ilegais, pelo seu milésimo vampiro caçado neste último século. A professora distribuiu os alfinetes para cada um.
- Bem, vocês sabem o que fazer, e lembrem-se... - disse ela, mais foi interrompida por Harry.
- Professora desculpe interromper - acrescentou ele rapidamente - Mas por que a turma da Corvinal ganhou tantos pontos? Alguém fez algo impressionante?
- Potter - disse ela - você devia prestar atenção na aula, como prestou atenção aos pontos das casas. Vocês já conhecem o aluno novo. Deviam saber das proezas que ele faz. Na aula de poções fez uma poção melhor do que o próprio Snape e em minha aula, ele transformou uma pedra em um filhote de unicórnio com facilidade! Coisa que eu faria com muita dificuldade, devo acrescentar...
- O QUÊ? - berrou Hermione incrédula e desacreditada - Mas isso é impossível! Os unicórnios são criaturas...
- Eu sei senhorita Granger - disse a professora perplexa pelo berro de Hermione - Que bom que lê os livros de transfiguração que recomendo. Cinco pontos para a Grifinória então.
- Professora - disse Simas com interesse - era mesmo um filhote normal de unicórnio?
- Ele fez uma poção melhor que Snape? - perguntou Parvati curiosa
- A senhora não acha que talvez ele esteja fazendo algo estranho para conseguir isso - insinuava Lilá até ser interrompida
- Como é possível professora! - disse Neville - Ele fazer algo assim porque...
- Chega! - disse a professora no meio da histeria e excitação dos alunos. Eles sabiam das proezas desse garoto bruxo, mais nenhum garoto poderia fazer isso. Era isso que os deixava curiosos. "E o pior", pensava Harry, "Cho vai achá-lo mais impressionante ainda." Era com certeza o que ele precisava. "Pelo menos Cedrico era discreto ao se encontrar com ela, eu quase não via...".
Depois dessa ordem, a professora encheu os seus ouvidos sobre a boa transfiguração e sobre a proeza que este garoto fizera, mas não permitira a nenhum aluno comentar. Depois os obrigou a ficar tentando transformar suas agulhas. Para a surpresa de Harry, ele transformou cinco agulhas, o único além de Hermione, que transformara oito. Ele descobriu que a raiva que sentia por aquele garoto tão esnobe e metido, ainda de ter coragem de andar com Cho nos intervalos, aumentava sua concentração e determinação de fazer bons encantamentos. Ele nunca recebera um único ponto por ter feito algo bom nas aulas, pelo menos não de McGonagall. Isso só serviu para aumentar sua determinação. É claro que se tinha alguém que não queria dividir atenção com aquele novo e repugnante aluno, apesar de fazer isso discretamente e melhor do que Harry, era Hermione. Ela nunca parecera estar tão determinada a fazer tudo corretamente. Executava com sucessivo esforço os feitiços que chegavam a dar medo. Aquilo sim poderia se chamar de um esforço "normal" de algum aluno. Ela não fazia os milagres do novo aluno, mas seus feitiços tinham uma perfeição sem igual, apesar de não ter a potência clara do outro aluno. E obviamente, esse grande esforço não se mostrara bom para nenhum dos professores, ainda maravilhados com os milagres do novo aluno.
Capítulo V: O duelo quase justo
Artemis se encaminhara para o almoço em Hogwarts, sentindo Holly em seu encalço, xingando sempre que podia. Ele estava muito satisfeito. Estava se tornando muito popular em Hogwarts. Algumas pessoas achariam isso algo terrível, mas para ele era perfeito. Apesar de estar despertando a atenção de muitos bruxos, ele estava também mostrando seu poder perante aqueles que o chamavam de "trouxas". Quando tudo acabasse, todo o mundo mágico o temeria, e ele não teria problema de explorar qualquer integrante da magia quando precisasse. Via como era fácil chamar a atenção de todos os estudantes, principalmente das garotas. Ele não imaginava que acharia alguma atraente. Aquela ruiva com que conversara de manhã lhe parecera muito interessante. Era incrível pensar que ele, que poderia ser galã no seu mundo só havia pensado nessas coisas em um mundo totalmente diferente. Mas isso era o menor de seus pensamentos. Ele não teria tempo de pensar em garotas. A menos que elas pudessem ajudar em seu plano. Fez essa anotação mental para quando terminasse a refeição servida em Hogwarts. Precisaria de esforço para os segmentos de seu plano. Ele não sabia se a capitã agüentaria fazer mágicas incríveis o tempo todo. Ainda mais porque agora planejava fiar mais tempo do que planejara anteriormente, ficar no mundo bruxo. Estava planejando algo realmente fantástico.
- Capitã - sussurrou ele para o vazio - você está aí?
- Gostaria de não estar Fowl - disse ela rispidamente - O que você quer agora, Garoto da Lama?
- Na verdade, apenas gostaria de lhe dizer que estou satisfeito com seu trabalho - disse ele astucioso - e que talvez precise prolongar nossa estadia aqui.
- O que? - disse ela, já puxando seu cassetete de energia concentrada - O trato não foi esse, Fowl. Não mais de uma semana, você disse.
- Capitã Short. Holly. -disse ele num sussurro quase inaudível - Mais tarde conversaremos melhor. Mas você sabe que não tem escolha. Agora silêncio que uma garota se aproxima.
Ela realmente ia falar quando viu a garota de nome Cho Chang e uma de suas amigas chegar perto dele. Ela não era seu tipo, nem mesmo era muito inteligente, mas seria útil na hora certa.
- Tudo bom, Artemis - disse ela docemente - Como foram as aulas?
- Eu acho que você já deve ter ouvido... - disse Artemis - As notícias correm rápido aqui...
- É verdade - disse ela olhando para o garoto - Como você consegue fazer isso Artemis? Nem mesmo a Hermione fez isso...
- Não sei - mentiu ele com satisfação - Acho que foi só muita sorte...
- Bem, você vai precisar de sorte em Defesa Contra as Artes das Trevas.
- Por que? - perguntou ele curioso
- Bem, todo mundo sabe que o Harry é o melhor aluno de DCAT, ele resiste até as piores maldições - disse Cho, que havia ficado muita vermelha ao dizer isso.
- Harry Potter? - disse Artemis - Eu acho ele meio estranho...
- Você é estanho - disse ela rindo, mais com um certo ar de raiva - agora eu tenho que ir. Bom almoço.
Artemis viu ela pegar sua amiga pelo braço e levá-la até o outro lado da mesa, onde elas começaram a almoçar rapidamente.
- Parece que você não tem muito jeito com garotas - disse satisfatoriamente Holly, em tom de provocação com uma mistura de gozação - Acho que o comandante Raiz se sairia melhor com uma garota humana do que você Fowl. Ou ao julgar pela defesa ao garoto, deve estar apaixonada. Patético Fowl.
- Silêncio capitã - disse Artemis mal-humorado - E ela não é uma garota, é uma fonte de informações. Porém, aquela seria uma garota - diz Artemis, olhando para Gina. Realmente, precisaria consultar um psicólogo quando voltasse.
Como não podia disfarçar tanto no meio de muita gente, ele sentou-se e mandou a capitã ficar calada, o que foi aceito com certa relutância. Ele observava os fantasmas sobrevoando as mesas, os professores em suas mesas discutindo assuntos diversos, quando algo lhe chamou a atenção. No canto do Grande Salão, uma porta estava aberta, próxima dele. Ele pôde ler claramente uma página de jornal dos bruxos (que ele presenciou terem vida, assim como os quadros) com uma manchete sobre o desaparecimento de Eberto Crow, seu mais novo hóspede. Ele havia cuidado pessoalmente para que Butler lhe desse sempre sedativos após sua alimentação, os bruxos, ele imaginara, teriam regras diferentes do Povo, embora ele soubesse, por Eberto, que eles também considerariam um jogo vencido se Fowl lhes roubasse algo. Embora suas regras fossem diferentes, em relação aos "trouxas" eram muito parecidas com o Povo. Após o almoço, que mostrou uma comida muitíssima satisfatória, apesar de diferente, principalmente certos doces e as bebidas, ele se encaminhou com um grupo de alunos do terceiro ano da Corvinal à aula de DCAT. Ele estava apreensivo sobre o que faria nessa aula, embora soubesse que Holly poderia fazer muitas coisas, não sabia exatamente o que fazer. Entrou cautelosamente na sala, e escolheu novamente a última carteira, ainda a arrastou para mais fundo da sala. Então o professor entrou.
- Boa-tarde alunos - rosnou ele. Era um professor muito estranho. Seu corpo era cheio de cicatrizes, e lhe faltava parte do nariz. Tinha uma perna de pau e uma barba que poderia ser comparada a uma juba de cabelos grisalhos. Seus olhos eram o que mais impressionavam. Um era de um azul profundo, sem piedade, quase negro. Mas era um olho normal. O outro era um pouco menor, com uma cor de azul vivo e brilhante, que rodava sem parar, mirando os alunos. Ele ouvira falar que esse olho podia ver por trás de tudo, madeira, ferro, pedra, corpos e até capas de invisibilidade, diziam alguns. Houve um súbito murmúrio geral de cumprimento ao professor.
- Bom, como vocês devem saber, temos um aluno transferido conosco hoje. Seja bem-vindo Sr. Fowl.
- Obrigado professor - respondeu prontamente Artemis, aparentando calma e confiança.
- Soube de seu desempenho, bem... Digamos... Excedente de expectativas que teve em seu primeiro dia de aula. Meu nome é Alastor Moddy, sou um ex-auror que agora ensina em Hogwarts durante esse ano. Espero que se saia bem na minha aula como nas outras. Essa turma está bem adiantada e já passamos as criaturas, agora estamos estudando contra-azarações e feitiços de defesa pessoal. Hoje alunos - ele de repente levantou a voz e seu olho mágico começou a percorrer a sala. Era um professor para se ter cuidado. Mas felizmente, não precisaria ter que cuidar de outras criaturas. Estava satisfeito - Aprenderemos um feitiço novo, que reverte a maioria dos feitiços simples, usados em pequenas brigas desta escola, como eu mesmo já presenciei. O nome dele, é Feitiço Anti-feitiço, ou Feitiço Escudo-de-bolha. Seu uso é simples, mais exige mais concentração do que uma dança com a varinha. Quando feito corretamente, uma espécie de bola fina e quase transparente recobre o corpo da pessoa e se sustenta até o feitiço lançado ser anulado, ou a pessoa que o produziu não agüentar sustentá-lo. Devo lembrar-lhes que ele não reverterá feitiços poderosos, ou mesmo feitiços executados por grandes bruxos, com mais experiência.
A sala parecia prestar atenção a cada palavra dita pelo professor, e Artemis logo notou que seria muito fácil fazer isso. O próprio Escudo que deixa os elfos como Holly invisíveis, com mais potência poderia fazer isso.
- Ouviu isso capitã? - disse Artemis em um sussurro quase inaudível ao canto da sala.
- Sim lamacento, será mais fácil do que os outros. - disse ela em tom de provocação. Que peste era aquele garoto da lama! Mas pelo bem dos Pergaminhos, que eram uma fonte mística para seu povo, ela teria que seguí-lo. Felizmente, isso não gastaria em quase nada sua magia.
- Muito bem, turma - disse o professor em voz alta. - Façam esse movimento com a varinha - disse ele, fazendo um aceno grande com a varinha - e repitam: Escudiusboss!
- Escudiusboss! - disseram várias vozes à frente de Artemis. Ele próprio também o fizera, mais discretamente
- Ótimo - disse o professor - Lhes darei vinte minutos, que vocês podem usar para praticar, agora realmente executando o feitiço, ou podem ler as páginas 60 a 64 do seu livro, onde verão um pouco mais sobre esse feitiço e dicas para funcionar melhor. Daqui a pouco eu mesmo vou testá-los.
Vários alunos pegaram suas varinhas e começaram a praticar. Alguns poucos, porém, como Artemis, embora apenas fingisse, pegaram seus livros e começaram a ler as páginas indicadas. Artemis não estava preocupado, apenas queria se certificar que nada daria errado.
- Bem capitã - disse ele - Simplesmente contra-ataque o feitiço dele.
- Eu sei fazer as coisas, garoto da lama - disse ela impaciente - agora leia seu livro!
Sem poder discutir com o vazio sem chamar a atenção da sala, ele começou a folhear as páginas indicadas apesar de não lê-las. Vinte minutos depois, o professor começara do início da sala, a executar simples feitiços sobre os alunos que deviam defender-se. Poucos conseguiram e nenhum com eficácia. O máximo atingido foi uma aluna magra de cabelos loiros cacheados, que conseguira segurar por dois segundos o feitiço do professor, e desviar para o lado sem ser atingida como os outros. Todos os alunos viraram as cabeças para o professor e Artemis, ao final da aula, quando chegara a sua vez.
- Muito bem sr. Fowl - disse o professor encarando-o, com o olho mágico virado por trás da nuca- Está pronto?
- Acho que sim - ele sentiu a cotovelada de Holly em que estava tudo pronto - Vamos?
- Certo. Começarei com um simples.
Ele apontou a varinha para Artemis. Holly, já posicionada, acionou seu escudo da roupa. Era a única coisa que funcionava naquele lugar, por depender também de magia. Colocou ao máximo e no modo protetor. Executou também um simples feitiço na hora de mentalização, que barrava mágicas.
- Lebergonnia! - disse o professor e três raios azuis claros ofuscantes saíram de sua varinha.
- Escudiusboss! - imitou Artemis, executando com grande eficácia o movimento do professor. Apesar de não ter feito nada, sentia que todos achavam o contrário.
Os raios azuis subitamente pararam e se voltaram para cima e antes de chegar ao teto dois deles desapareceram e o última se desviou certeiramente pela janela ao lado. Todos os alunos batiam palmas e vivas ao novo feito de Artemis.
- Silêncio - berrou o professor e todos emudeceram quase que instantaneamente. - Muito bem Sr. Fowl, apesar de algum aluno poder fazê-lo, eu acho que podemos tentar novamente?
- Claro professor Moddy - disse Artemis, se preparando novamente. Holly já estava pronta.
- Extrodosion Maximmus! - disse o professor fazendo um brusco movimento. Dessa vez, um grande raio, grosso e rápido, marrom, dourado, vermelho e preto cintilantes, com um rugido de um trovão cortou a sala e foi em direção a Artemis, que imitou o feitiço.
Em vez de ir para cima, dessa vez foi perfeito. O raio fez um curva e se virou novamente contra o seu criador. O professor foi pego de surpresa.
- Escudiusboss! - disse ele rapidamente, e o raio se dissipou.
- D-desculpe professor - disse Artemis, com medo de uma punição. Não planejara aquilo. Holly estava estupefata de seu poder. E cheia de si.
- O que foi isso meu caro? - disse o professor soltando uma gostosa gargalhada - Você foi incrível! Você controlou o feitiço e o rebateu contra mim, e quase me pegou desprevenido. Eu, que enchi metade das celas de Azkaban! Você já pensou em ser auror? 30 pontos para a Corvinal! E mais 5 pontos porque hoje estou de bom humor!
A turma, de repente, entendendo o que acontecera, começara a se encher de orgulho de seu integrante e todos começaram a parabenizá-lo. Os últimos minutos foram apenas de comentários e alegrias dos alunos. O professor chamou Artemis à sua mesa e começou a falar-lhe sobre seus poderes. Finalmente, a sineta tocou. O professor continuava falando com seu aluno preferido, quando uma pessoa que ele não esperava apareceu à porta. Uma grande turma da Grifinória esperava à porta ansiosa e pegando os detalhes de seu feito. Harry Potter estava parado à porta, encarando-o, como toda a turma.
Harry estava parado à porta junto com Rony e Hermione a espera da aula. Os outros alunos da Corvinal já estavam saindo e o professor Moddy estava falando com Artemis Fowl. A essa altura, Harry já sabia do seu feito com o feitiço escudo-de-bolha. Harry já não escondia sua frustração. Tampouco Hermione, que fora mais uma vez superada, apesar de fazer esse feitiço muito bem.
- Potter - rosnou contente o professor - Venha cá! Acho que você já conhece Artemis Fowl? Sabe, depois de suas proezas em minha aula eu tive uma idéia fantástica. Já que parecem ser meus melhores alunos, gostaria que duelassem. Seria interessante ver suas reações e mágicas. O que me dizem?
- Professor, eu acho que... - ia dizendo Artemis, meio impaciente ao professor, que não desistia - estou meio atrasado e também não creio que...
- Tudo bem - disse Harry majestosamente. Ele estava farto daquele garoto, não por superá-lo, mais por irritá-lo, mesmo não sabendo o porquê. Talvez fosse por querer superá-lo, por andar com Cho ou mesmo por ódio de irlandeses. Não sabia se poderia vencer, mas queria dar uma lição naquele garoto. - Se é o que o senhor quer...
- Ótimo então! - falou o professor satisfatoriamente - Não sei se a turma deve ver, por isso entrem na minha sala particular e me esperem.
Eles então passaram pela porta e deixaram a turma. O professor então lhes deu algo com o que fazer, até que terminasse o duelo. Harry estava sentado na cadeira próximo a porta, onde esperava o professor e olhava Artemis. Iria simplesmente desarmá-lo, pensou ele. Então, o professor entrou, seguido de Hermione.
- Senhor Potter, essa menina insiste em ver esse duelo, e por não querer tirar pontos de uma aluna excelente, tive que deixá-la entrar. Vou preparar a sala.
- Harry - disse Hermione baixinho quando o professor se afastou - Eu não podia deixar de ver esse garoto fazendo mágicas. Tenho certeza que ele tem algum truque. O Rony não conseguiu vir.
- Tudo bem - disse Harry animado - Só tenho que ver se ele realmente tem precisão nos lançamentos de feitiços. Até agora ele lançou em coisas que não se mexiam nem soltavam feitiços...
- Potter, Fowl, venham cá - disse o professor que, com um aceno da varinha, fez com que a mesa se afastasse e deixasse bastante espaço para um duelo.
- Boa sorte! - disse Hermione, segurando a sua mão com uma cara preocupada, mas esperançosa.
Harry se aproximou do centro da sala, e onde havia um círculo de tecido, recém colocado pelo professor, ficou em pé. Esperou o oponente também ir à posição correta, os dois curvaram-se, com as varinhas ao lado, deram cinco passos para trás e posicionaram-se.
- Nada de feitiços poderosos, pois eu sei que vocês são capazes - disse o professor coçando a barba - Preparem-se, e duelem!
Harry viu a expressão de Artemis, mas não parecia preparado para lançar nenhum feitiço. Era a oportunidade de desarmá-lo.
- Expelliarmus! - disse Harry, apontando a varinha para Artemis.
O raio de luz acertou em cheio a varinha do oponente que levantou vôo e foi parar embaixo da mesa encostada na parede, no lado oposto da sala. Harry estava confiante. Então ele viu. Uma luz branca e poderosa indo em sua direção. Preparou-se para lançar um contra-feitiço. Ele fez um feitiço escudo-de-bolha com total eficiência, tanto que a bolha recobria parte do local além de seu corpo. Mas a bola luminosa e branca azulada entrou na bolha semitransparente e atingiu Harry no peito. Harry estava caindo, não entendendo como feitiço não havia funcionado quando estava perfeito e notou que Artemis executara um feitiço sem a varinha. Depois caiu no chão, semiconsciente.
- Harry! - ele ouviu o grito de Hermione - Seu cretino, ele disse feitiços simples! Como o desarmamento!
- Potter- disse o professor, recostando sua cabeça em uma almofada que conjurara. Fique calmo, foi só um feitiço de choque eu acho.
- Sinto muito eu...- ele ouviu a voz de Artemis, mais ainda não tivera coragem de abrir os olhos.
- SENTE MUITO? - gritou Hermione - Seu corvinal estúpido! Queria se achar muito executando feitiços sem a varinha, quando não se tem controle? Você executou um feitiço de trovão, isso poderia cegá-lo para sempre! Se não o cegou!
- Fiquem quietos! - disse o professor em voz alta. - Sr. Fowl, ela está certa. Retiro os pontos que você recebeu, apesar de lhe dizer que sua capacidade sem a varinha é ótima. Realmente, postar a atenção de Harry na varinha para executar o feitiço foi uma ótima estratégia. Parabéns. Agora, saia da minha frente! Srta. Granger, peque aquele vidro verde na minha escrivaninha.
- Professor, eu estou... - começou Harry.
- Calma Potter - exclamou o professor, colocando um líquido morno em seus olhos. Lentamente, Harry recobriu a visão. - Está melhor agora?
- Sim senhor - disse Harry ,ainda tonto mais enxergando normalmente - professor o que foi aquilo?
- Lamento não ter visto totalmente, mas Artemis usou um feitiço sem a varinha, provavelmente um feitiço trovão.
- Professor, isso foi injusto - disse Hermione vermelha atrás da escrivaninha - Apesar da estratégia ser boa, o senhor disse nada de feitiços poderosos. Ele não deveria ter feito sem a varinha, ou pelo menos tentar desarmar, mas isso pode matar, ou machucar muito.
- A atitude dele foi errada srta. Granger, mais teve uma ótima estratégia. Agora, a sineta hoje tocará mais cedo. - falou o professor, fazendo um aceno com a varinha e a sineta soou imediatamente - Potter, Granger, podem ir agora. Comunicarei isso ao diretor. As partes boas claro, ele já foi punido por isso. E tome quinze pontos pelo susto Potter.
Harry pegou sua mochila na porta e junto com Hermione saíram para o Salão Comunal. Ele não achara ninguém nos corredores, exceto um grupo de alunos sonserinos. Ele ainda estava um pouco tonto, mas estava bem. Hermione, pelo visto, tomara por grande ofensa o que o novo aluno fizera. Talvez até mais do que Harry.
- Eu não acredito que o professor não deu uma suspensão a ele!
- É - concordou Harry - Ele fez isso sem a varinha?
- Eu também achei estranho disse Hermione pensativa, coçando a cabeça - Que eu saiba, mágicas sem varinha são difíceis de se fazer, e nenhuma delas é ofensiva, somente defensivas e práticas, como o aparatamento.
- Pelo menos ninguém viu... - disse Harry infeliz - Seria uma coisa patética.
- Não seria não, você jogou justo. Já ele não. Ui, que raiva! E ele ainda saiu rindo! Falando sobre uma boa estratégia de jogo, que patético!
- Espere só o que Rony vai dizer depois que eu contar...
Logo em seguida, eles chegaram até o quadro da Mulher Gorda e após terem dito a senha, eles entraram. O salão Comunal estava como sempre estava. Rony já os esperava na porta.
- Harry o que aconteceu? Vocês não voltaram e a aula terminou cedo...
Harry e Hermione então contaram o que houve desde que entraram na sala e sobre o duelo injusto. Rony também ficara muito zangado com o garoto novo.
(N/A) E aí gente, que que tão achando? Eu achava que algo tinha que acotnecer pra mostrar um pouco quem é o Fowl, mais na verdade, se vocÊs lerem o livro vão ver que ele não é mal, só um pouco... bem.., vocÊs esperam pra ler... Tão gostando? Então logo vão ver o próximo capítulo, COMENTEM!
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