Últimos preparativos para o ba



Capítulo 7 -Últimos preparativos para o baile

Thiago cruzou rapidamente o campo de Quadribol e bateu antes de entrar no vestiário. Avisou que estava entrando e sorriu ao ver que apenas o irmão e Draco Malfoy estavam no local.

-Veio aprender como se joga Quadribol? Chegou tarde, porque o treino acabou, Summers. - Draco o provoca enquanto calça os sapatos.

-Não Draco, vim para poder admirar seus músculos! - fala com a mesma ironia que o sonserino, fazendo os outros dois rirem.

-Olha lá com o que brinca maninho, vai que alguém acredita! - Raphael fala em tom de aviso, mas ainda rindo.

-Eu vim para combinar com você a hora de nos encontrarmos na loja de fantasias, porque eu vou com a Gina à cidade, consegui fazê-la aceitar meu convite. - fala com um sorriso malicioso e cúmplice para o irmão.

-Você vai sair com a Weasley? Achei que você tava com aquela loirinha da sonserina. -Draco pergunta interessado ao ouvir o nome da ruiva grifinória ser mencionada.

-Eu sai com a Beatriz umas vezes, mas a Gina é outra coisa. Aquela ruiva é muito quente, aliás, a cor vermelha cai perfeitamente nela e eu estou doido pra me queimar. - Thiago comenta parecendo realmente enfeitiçado.

-Realmente não posso deixar de concordar, aquela artilheira tem um corpo capaz de tentar qualquer um. É ótimo saber que seu bom gosto não é só para livros. -Raphael concorda e dá os parabéns ao irmão.

-Eu não sei se vale a pena, não gosto daquela família de ruivos pobretões. - Draco fala desconfortável, olhando para os botões que abotoava.

-Eu não vou me casar com ela, só dar uns amassos. – Thiago retruca em tom defensivo e isso faz o irmão rir marotamente.

-Ok, então que horas você acha que pode me encontrar para experimentarmos as fantasias? - Raphael muda de assunto.

-Que tal às onze? Poderíamos ir juntos para o Três Vassouras depois. - Thiago sugere e Raphael assente.

-Você vai ao baile com a Weasley? - Draco pergunta com seu típico sorriso sonserino, como se estivesse pronto para destilar veneno.

-Não, ela vai com alguém com quem está se correspondendo e eu também. Vou ter que me fantasiar de mosqueteiro, sejá lá o que for isso. - Thiago fala em tom aborrecido.

-Eu também vou com alguém do tal correio, no começo achei a idéia idiota, mas até que conheci uma garota bem legal. - Raphael fala deixando escapar um sorriso bobo, que faz os outros dois abafarem risinhos.

-Eu também vou com uma das minhas correspondentes, mas com certeza não penso em dar uma aliança a ela! - Draco fala se divertindo com a careta que o amigo fez. -Essas garotas são pra curtir, nada mais. - Draco completa voltando a ficar sério.

-Então se encontra com a gente na loja para rimos das fantasias uns dos outros. Agora eu já vou porque não quero que ninguém faça piadinhas sobre mim por aí. -Thiago fala em tom divertido e se despede dos dois, que já terminavam de se arrumar.
**

Hermione esteve calada todo o caminho, de braços cruzados enquanto as acompanhava, bom ressaltar que forçada.

A morena não estava com um humor muito bom àquela manhã e se recusara terminantemente a lhes acompanhar na escolha da fantasia, visto que, segundo ela, "já havia encontrado a maldita fantasia". Mas Gina não se importou com o humor - ou a falta dele - da amiga, apenas sorriu amplamente e num abraço meio empurrão, disse enquanto a levava para fora, que necessitava muitíssimo de sua opinião quanto à fantasia que deveria escolher.

No caminho, encontraram Luna e quando Hermione deu por si, estava nas ruas de Hogsmeade, entre Luna e Gina, completamente entediada. E ela nunca perdoaria a Lilá e Parvati por tê-la metido na organização daquele evento. Ainda mais tendo Nimphadora Tonks como professora responsável. "Responsável", a monitora ponderou ironicamente.

Gina e Luna deram risadinhas e Hermione se voltou para elas segundos depois de perceber que Gina lhe indagava algo. - Perdão?

-Pensando no seu príncipe encantado, é? - Hermione virou os olhos, porque ainda lhe dava ouvidos mesmo? - Já chegamos Branca adormecida.

A morena simplesmente lançou um olhar de mofa para amiga. - Você quis dizer "bela adormecida", acredito? Já que Branca de neve tem os sete anões.

Gina deu de ombros. – Que seja, já chegamos.

Hermione lançou um olhar incrédulo à fachada da loja a sua frente, nas cores violeta e verde cana, cheios de pisca-pisca. Era praticamente incandescente. Então ela viu, escondido (ou melhor, perdido) entre as cores berrantes da loja, encontrava-se o nome da loja e seu "slogan" numa tonalidade indefinida do laranja, bem tímido: MM - Mundial Muggles - roupas para se passar por trouxas em qualquer ocasião.

Mas nada lhe prepararia para o que encontraria lá dentro... Gina e Luna tomaram, cada uma, um de seus braços e a puxaram para dentro da loja sem importar-se com os comentários de protesto de Hermione que iam de: "Eu sei me equilibrar sozinha" em tom bravo e "Porque vocês desejariam se vestir como os trouxas? É tão... sem-graça" comentava estranhada.
No entanto, perdera a fala ao observar as "roupas para se passar por trouxas em qualquer ocasião". A monitora-chefe, assombrada, observou os estoques de "roupas trouxas" do local e fitou divertida Gina e Luna correrem ao encontro das "roupas" que gostaram de cara.
O lugar era espaçoso e as roupas que ali se encontraram nada mais eram que roupas de filmes, estrelas POP, HQ’s famosas...

Ao ouvir uma risada, olhou ao seu lado. Lilá se encontrava ali, segurando com ambas as mãos na frente do corpo um macacão estilo "Penélope charmosa", com capacete e tudo!
-Eu não sei o que é pior, trouxas tentando se fantasiar de bruxos e criaturas mágicas ou esse carnaval que eles consideram disfarces trouxas!

-Você vai usar isso?

Lilá emburrou. – Pra você que não sabe, a Penélope foi uma das personagens preferidas de desenho, quando eu era criança. Mas é claro que não vou passar por esse ridículo enquanto sã, ou melhor: enquanto viva.

-E por falar, em fantasia - Lilá olhou seriamente para Hermione, como se fosse um assunto de vida ou morte. - Com qual roupa pensa em ir ao baile? - a loira indagou. - Eu quero examiná-la, não vou deixar que a organizadora desse evento maravilhoso vá com uma fantasiada que não demonstre o seu status - disse autoritária, na verdade, ela quase esbravejava, como se Hermione já houvesse feito alguma besteira, como por exemplo, já ter comprado sua fantasia.

-Lilá, eu não vou lhe mostrar minha fantasia!

A garota estreitou os olhos. - O que quer dizer com isso?

-O que ouviu - Hermione contrapôs desafiante.

-Não, não, sua tola! Como assim, "sua fantasia", você já a tem?

-É óbvio - a morena virou os olhos. Lilá praticamente teve uma sincope.

Parvati e Padma se aproximaram intrigadas com o escarcéu que Lilá armara. - Lil? O que há com você?

Lilá se voltou para melhor amiga e suspirou exageradamente, como só Sibila, professora de Adivinhação, fazia melhor. - Você não sabe do desastre que aconteceu - murmurou olhando penalizada de Parvati a Hermione e vice-versa. Hermione franziu o cenho. - A Hermione fez a maior... a coisa mais idiota da vida dela e... e comprou a própria fantasia! - gemeu num misto de choro e soluços. Parvati tocou o ombro da amiga num sinal de total apoio.

-Eu pensei que estivesse apenas procurando uma desculpa para não vir quando disse que já tinha uma fantasia! - Gina exclamou aborrecida do outro lado da loja. - Você sequer me mostrou, Mione!

-E não o pretendo.

Gina fez um som de desgosto e, a passos duros se postou a sua frente, a olhava sentida e Hermione revirou os olhos. "Por que essas meninas estão fazendo tanto drama por conta de uma fantasia, Merlin?". - Então, eu, sua melhor amiga, não sou importante o suficiente para ver sua fantasia? Ou você simplesmente não quer que eu te impeça de cometer o maior erro de sua vida!?

-O que? – indagou irritada. – Vocês acham que não sou capaz de escolher uma fantasia que preste?

-Não! - Lilá, Parvati e Gina praticamente gritaram.

Hermione corou de raiva e bufou. - Ao menos - acrescentou cheia de ironia e em tom perigosamente baixo. - Não estou com uma fantasia da Madonna nas mãos - contrapôs apontando para Padma. Que tinha um colã preto, meia calça estilo “arrastão” e um par de "cones" como sutiã.

Padma largou imediatamente os artefatos. - Eu só estava olhando - ela murmurou na defensiva.

Foi naquele momento "crítico" que Luna apareceu e como por milagre a atmosfera carregada passara, porque Gina, Parvati e Padma ficaram encantadas com o novo "modelito" de Luna. Mas não havia como não o ficar...
Botas vermelhas até o joelho, com detalhes em branco na parte do joelho, uma micro-saia azul marinho rodada. Luvas brancas com detalhes em vermelho nos cotovelos... Um colã branco bem justo, com laço vermelho no peito, onde terminava o decote da gola, e outro laço na parte de trás da cintura. Na gola havia uma capinha azul de marinheiro e na testa uma tiara de ouro com uma jóia vermelha no centro desta, havia detalhes vermelhos nos prendedores do cabelo que ela havia posto.
No pescoço jazia uma delicada gargantilha vermelha com uma lua de ouro; nas orelhas, brincos em forma de âncora. Para completar, seu enorme cabelo loiro estava com o look "maria-chiquinha".

Lilá e Hermione se entreolharam e, apontando para Luna, disseram ao mesmo tempo, de maneira afetada e meio estridente: “Eu te punirei em nome da Lua!” Antes de caírem na gargalhada.
As outras meninas, assim como a dona da loja as observaram sem nada entender. O que, afinal, era tão engraçado? Nascidas trouxas malucas!

Harry, Rony e John estavam no Três Vassouras bebendo cerveja amanteigada e observando o movimento intenso no bar. Aparentemente os alunos se revezavam na busca por suas fantasias e andavam de um lado para outro com sacolas de compras.

-E então rapazes, com quem vão ao baile? Já têm suas fantasias? –Rony pergunta curioso aos amigos, que o observam desconfiados.

-Sabe que não podemos falar essas coisas, são as regras do correio. –Harry fala de modo sério.

-Além disso, como vamos saber com quem vamos ao baile, se elas não podem dizer nada sobre si mesmas? –John completa em tom óbvio.

-Eu sei disso, eu só tava querendo saber como são as garotas que vocês escolheram! –Rony fala balançando as mãos como se aquilo fosse óbvio.

-Eu não sei dizer muito bem. A pessoa com quem eu gostaria de ir já vai com um correspondente, então escolhi a que parecia mais simpática. –John fala dando de ombros e Harry não deixou de observar a cara emburrada de Rony, que sabia muito bem o alvo do afeto do companheiro de time.

-E você Harry, escolheu a mais simpática também? –Rony pergunta curioso, observando que Harry tentava parecer alheio a conversa.

-Não. Na verdade foi bem difícil escolher. Desde o início acabei me limitando a duas garotas e ambas eram ótimas pessoas. Eu conseguia manter conversas bem interessantes com as duas, apesar de elas terem perfis bem diferentes...

-Deixa de enrolar e fala logo! Como é a garota com quem você vai? –Rony pergunta já impaciente.

-Eu não vou dizer! O que posso adiantar é que ela é muito sedutora e que a noite do baile vai prometer ser a melhor da minha vida. –Harry fala com um sorrisinho de canto, como se soubesse de algo muito interessante.

-Como assim? O que você está aprontando? –Rony mudara de cadeira para sentar ao lado do amigo, a cerveja amanteigada esquecida.

-Isso é segredo! Mas na hora da festa vocês vão ver. –John e Rony trocaram um olhar cúmplice, depois o batedor se move para o outro lado de Harry.

-Capitão, por um acaso o senhor andou preparando um local especial para depois do baile? –Harry não precisava olhar para os amigos para saber que ambos possuíam um brilho malicioso no olhar, além de sorrisos interessados.

-Sim, mas eu sinto lhes informar que estará inacessível a terceiros. –Harry fala com calma enquanto leva a garrafa à boca, para tomar um longo gole da bebida.

-Ei, eu sou seu melhor amigo! Não pode armar uma coisa dessas e me deixar de fora! Eu tenho várias candidatas com quem vou me encontrar na festa e provavelmente vou querer levar uma pra um lugar mais... romântico. Você podia compartilhar o tal lugar comigo, podemos combinar os horários.

-Rony, você disse que vai se encontrar com várias garotas? –Harry pergunta olhando incrédulo para o amigo.

-Mas é claro! Com aquele monte de correspondentes que eu tenho, vocês não queriam que eu conseguisse escolher só uma, não é? –Rony fala com a cara mais inocente do mundo, enquanto John e Harry trocam um olhar reprovador.

***

Minerva McGonagall estava em sua sala ponderando porque havia se deixado conversar pela professora Tonks e como sua aluna mais estimada participara daquela idéia estapafúrdia... Teriam a ameaçado? A senhora se martirizou por não ter questionado mais a fundo. Ao menos por um instante.
“Mas que idéia mais estúpida! Hermione não se deixava intimidar”.

Antes que pudesse terminar o raciocínio, uma coruja, muito apressada e esbaforida pousou à sua frente, lhe despertando das divagações. A diretora estreitou a vista ao observar o pergaminho vermelho preso à pata da coruja e tratou de retirá-la com um aceno de varinha. Tão logo a correspondência fora segura pela diretora, a coruja alçou vôo.
Assim que abriu a carta, a voz ofegante de Tonks retumbou pela sala: “Professores, mensagem urgente, encontrem-me na sala de reuniões, Professora Tonks”.

Não é preciso dizer, Minerva sentiu como se perdesse a cor e, resoluta, foi ao encontro da sala de reuniões, preparada o pior.
**

Tonks estava sentada confortavelmente em uma das cadeiras encouraçadas (pele de dragão) que se encontrava ao redor da mesa de marfim circular da sala dos professores. E sorria.

McGonagall estreitou os olhos. Que tipo de situação urgente era aquela?

-Nossa, Minie, você me parece esbaforida - Tonks comentou em tom surpreso. - Oh Céus! Eu espero que não a tenha feito correr... Não era tão necessário que o fizesse, afinal, você não seria de serventia sem ar...

A senhora respirou fundo, suas narinas se alargando, Tonks pensou que estavam prestes a expelir fumaça e fogo. Por que, em nome de Circe, ainda levava Nimphadora Tonks a sério?

-Professora Tonks – disse ríspida, fitando-a com os olhos flamejantes. Não era como se fosse me dar um enorme presente de natal, a nova professora de transfiguração ponderou. - Qual é o chamado "urgente"? - indagou ainda mais secamente. Tonks estremeceu.

Minerva perpassou seus olhos pela sala, alguns professores já se encontravam ali, outros ainda chegavam, tão ou mais afobados que ela própria. Os olhos da senhora caíram sobre o professor de DCAT; estranhamente quieto e constrangido.

Brian sentiu olhos sobre si e observou a professora Minerva só por um instante antes de desviar o olhar. Ele sentia-se tão mal por tudo aquilo... Ainda mais envergonhado. Como ele poderia ser tão susceptível às palavras da diretora da grifinória? O homem suspirou. Então, a senhora soube que, de algum modo, Brian sentia-se culpado por aquela situação.

Sorrindo, Tonks se ergueu. – Agora que todos estão aqui, uns mais compostos que os outros, devo acrescentar – comentou zombeteira. – Por favor, vocês que parecem tão sem ar, sentem-se.

-Professora Tonks... – era um tom de aviso. Minerva fitava-se em azedume.

-Está bem – suspirou derrotada e fitou sentida a senhora. – Às vezes, você pode ser uma estraga-prazeres, diretora.

Minerva achou por bem ignorá-la. Desde a gravidez, Tonks se punha extremamente sentimental e agressiva quando contrariada. E ela não queria estuporá-la... bem, ela queria... Mas tinha de pensar no ser vivo que Tonks carregava dentro de si. A pobre criança não tinha culpa da mãe desorientada que cuidaria de si após seu nascimento.
Além do mais, Tonks, apesar de ser, bom, A Tonks, era muito competente lecionando, atenciosa e prestativa. Era uma companhia divertida e deveras carinhosa. Ela só estava sendo como fora criada para ser. Minerva a admirava porque Tonks vivia, porque ela sabia viver.

-Vamos, Tonks. O que quer nos dizer? – indagou tolerante.

-Estive pensando. Com a proximidade do baile de nossos caros alunos e a organização deste. E todos nós estaremos monitorando, não é? – não esperou resposta. – Assim, eu me certifiquei de que todos estivessem a caráter.

-O que quer dizer, exatamente, com “a caráter”?

A mulher sorriu. – Que bom que perguntou, madame Pince – exercendo um movimento com sua varinha, de modo que, no instante seguinte, uma grande sacola estivesse encima da mesa. - Eu – fez uma pausa, como se qualquer pessoa ali apreciasse o suspense. – Comprei para todos vocês, quero dizer, para todos nós – outra palma. Os professores apenas a fitavam num misto de interesse e fastio. - Fantasias! – então ela se pôs a despejar o conteúdo da sacola sobre a mesa, muito entusiasmada. Brian gemeu instintivamente, corando.

Snape, que se mostrara entediado desde que pudera os pés na sala, percebendo que Hogwarts definitivamente não estava sob ataque, virou os olhos. O que quer que fosse, ele não seria obrigado a escutar ou obedecer àquela mulher notavelmente desequilibrada. E, McGonagall estava ensandecida se pensava que ele iria usar algum tipo de fantasia, se prestando ao ridículo diante de alunos tão ou mais patéticos que a idéia de um baile de Halloween.

Uma sombra de incredulidade perpassou sobre face de Minerva ao momento que ouvira a “situação imperiosa” de que Tonks se referira minutos atrás; quando se comunicara com todos os professores, ao convocar a “reunião”. Fantasias. Fantasias? Então ela fitou Tonks com descrédito, até observar que esta havia mesmo comprado fantasias.

A respeitável diretora foi observar a reação de seus colegas. Snape a fitava com indisfarçável ironia e com um olhar enviesado enquanto lhe transmitia de alguma forma a frase “eu lhe avisei”. A senhora deixou o ar passar por entre seus dentes, recusando-se a perder a compostura. Sprout tentava se recuperar do choque, totalmente cabível. Madame Pince estava a discutir com madame Pomfrey sobre a possibilidade de anestesiar Tonks, visto que, provavelmente esta tinha perdido a sanidade... O professor Brian tinha a face de quem preferia ser tragado pela terra. O professor de feitiços apenas tentava pôr-se de pé em sua cadeira para observar melhor a situação... Sibila era a única que parecia, de fato, animada. Os demais professores encontravam-se em um silêncio estarrecido.

-Ok, por quem eu começo?

Minerva fitou Sibila balançar freneticamente a mão. Merlin, que tipo de criatura ela deixava terem contato com suas crianças...

-Ok, professora Trelawney. A senhorita será a primeira! – Tonks exclamou animada. Minerva esperou um guincho de felicidade da parte de Sibila, que não veio. O que, digamos, a fez ter um pouco de fé na lucidez daquela mulher.

“Porque Deus é testemunha de que Sibila está agindo como uma de suas alunas terceiranistas e... Em-nome-de-Mérlin o que é aquilo?!”

-Isso com certeza vai lembrar suas visões, hm? – Tonks indagou cedendo a roupa para Sibila.

Negro, tinha asas, um bico... Era um corvo. E Sibila estava experimentando a roupa. Um corvo!

Severo se levantou ao instante, disposto a se retirar. – Hei, professor Snape – Tonks praticamente gritou. – Eu também tenho uma roupa pra você – comentou com um sorriso.

O homem crispou os lábios, contrariado. Ele não se voltou pra ela – Professora... – disse em voz baixa, da mesma maneira costumeira: friamente. – Não estou interessado.

-Eu sei que vai gostar!

-Eu duvido muito – comentou fitando-a.

Tonks não se intimidou. – É do Pinóquio, um conto trouxa – Snape disfarçou sua surpresa. Ele conhecia aquele conto, ele era um mestiço, afinal. Mas Tonks continuou. – É a estória de um bonequinho de madeira que quer se tornar um ser humano, mas o melhor é que toda vez que ele mente – ela fitou seu nariz e Snape sentiu o rosto róseo.

-Eu sei do que se trata, professora – a cortou rispidamente. – E eu não pretendo usar a fantasia que me comprou – voltou-se para a porta.

-Mas eu tenho até o chapeuzinho e o nariz de mentira! – Snape havia batido a porta com força, ao deixar o recinto.

Tonks deixou-se cair na cadeira ainda com o pedaço de madeira nas mãos e o chapéu. Suspirou abaixando a cabeça e a ergueu repentinamente, fitando os outros professores animada.

-Ainda bem que eu tenho vocês! – ela bateu palmas e sorriu feliz. Alguns certamente estavam arrependidos por não terem seguido Snape... – Ok! Agora, vamos fazer por ordem, será mais rápido. Professor Binns, eu tenho uma bem especial pra você!

-Hm, o que é isso?

-É um tecido especial. Você deve pôr sobre seu corpo.

-Não, eu quis dizer – o fantasma ergueu a sobrancelha. – Que fantasia é está?

-Gasparzinho, o fantasminha camarada – o homem continuou a fitando. - Um desenho trouxa – esclareceu. – Espero que tenha gostado. E quero vê-lo usando no baile – aquilo parecia uma ameaça.

-Hm – foi tudo o que ‘retrucou’ o fantasma, que ainda observava a manta entre suas mãos.

-Professor Flitwick, é a sua vez! E é totalmente a sua cara essa fantasia... e vi e pensei: “Tem de ser o Flitwick!” – ela tinha um gorro vermelho e uma calça branca nas mãos. – Conhece algum feitiço que faça a pessoa mudar de cor?

O senhor a encarou de lado, estranhado. – Conheço.

-Especificamente para azul? Um azul claro, tipo azul céu? – indagou novamente, temerosa.

-É, eu conheço.

-Ai, graças aos Deuses! – comentou tratando de pôr na mesa, à uma canto, um pote. – A mulher que me vendeu a fantasia, me garantiu que você ficaria da cor certa com essa tinta, comentou apontando para o pote. Mas me alertou sobre a possibilidade de urticária depois da aplicação – disse. – Ainda bem que você pode executar o feitiço para cor.

-O que? – o senhor parecia assustado.

-Bem, esta fantasia é de Papai Smurf. Outro desenho trouxa, não sei se conhece... De toda forma, os Smurf’s são homenzinhos azuis, entende? Você deve ser assim, azul.

-Eu...

-Qualquer dúvida, venha falar comigo que eu lhe explico a tonalidade certa. O próximo! – ela fitou a mesa redonda. – Filch! – ela sorriu afavelmente, para o senhor carrancudo a sua frente. – Também tenho uma fantasia especial pra você – então lhe deu uma capa com capuz e uma máscara horrenda amarelada com um sorriso estranho, assim como um colã para o corpo todo. – Olha, você põe o colã e a capa por cima, sua cabeça deve estar coberta pelo capuz e então você completa com a máscara, ok?

-O que é isso?!!

-É o esqueleto, do He-man. Cara, ninguém aqui é nascido trouxa ou mestiço? – indagou impacientando-se. Ninguém respondeu, e Filch se arrastou para fora da sala de reuniões. - Madame pince... Eu realmente não soube o que lhe comprar.

-Quer dizer que não encontrou uma fantasia pra mim? – ela não podia esconder o alivio.

-Eu não poderia vir com minhas mãos abanando... Não queria que fosse a única a não ganhar uma fantasia.

-Eu não me importo! – retrucou mais que rapidamente.

-Mas o que é isso? – Tonks sorriu. – Eu tenho uma coisinha pra você...

Prince ficou feliz com o que viu, depois do show de horrores e de Flitwick ter sido obrigado a se pintar de azul-céu... Ela apenas precisaria usar um colã cheio de palavras. – Que maravilha! Obrigada, professora.

-Fico feliz que tenha gostado. Você gostou não é?

-Ô! E como...

-Madame Promfrey, em homenagem a sua profissão, assim como achei que se identificaria... Eu comprei isto – era uma seringa, enorme. Minerva engasgou. – É claro, para a senhora vestir.

Madame Promfrey deu um sorriso forçado, muito amarelo. Ela não usaria aquilo... Ainda que lhe pagassem. Nem sabia como entrar naquela coisa!

-Professora Sprout, até o nome da fantasia se parece com você!

-Hm... – ela pigarreou. - E o que é?

-Um pokemon chamado Bellsprout - ela mostrou uma planta ou que parecia uma, já que tinha olhos. A “flor” era amarela com algumas manchinhas alaranjadas e seu caule era verde. Bem, era uma espécie de macacão verde que ia até seus pulsos, e lhe cobriam o pescoço, luvas, também verdes. E um capuz que continha uma máscara de “Bellspout”.

Ao menos era uma planta. Apesar de que, ela se locomovia... Nem ia pergunta.

-Professora Vector, não sei se conhece ou já ouviu falar ou até mesmo leu, o romance “O médico e o monstro”. Mas essa fantasia mostra bem isso! Um lado de você é o médico – ela mostrou a fantasia de lado, só a parte “normal”. – E a outra é o monstro – ela fez uma careta e mudou o tom de voz ao mostrar o restante da roupa, o monstro.

-Oh, não conheço...

-Você ia adorar – disse Tonks lhe empurrando a fantasia. – Professora Hook, eu havia pensado no Huck... Para ficar um bom trocadinho. Mas quando vi essa fantasia fiquei encantada, e como estou imensa ela não ia ficar tão boa em mim. Porém deve ficar ótima na senhora, que sempre faz exercício. Eu acho que você só precisará fazer um feitiço para crescer o cabelo, quero dizer, eu tenho certeza – comentou observando o curto cabelo da mulher. – E aqui está sua fantasia – era uma roupa que parecia ter sido feita completamente de penas de águia, deixaria suas pernas e coxas totalmente desnudas, expostas, como um maiô. E... Tinha asas, num tom castanho, botas que terminavam um pouco antes de atingirem os joelhos, azuis. - É a feiticeira, também de He-man.

-Eu... não posso usar isso! É... Despudorado!

-É claro que não – Tonks virou os olhos. - E eu aposto que tem pernas lindas... Então, não há mesmo problema. Tenho um bom dia, professora Hook.

-E por fim, mas não menos importante, você, Diretora – disse voltando-se para a senhora.

-Eu não quero saber se você passou horas procurando para mim, ou se o fez com muito carinho, professora Tonks – disse antes que esta começasse. - Tenho que me dar o respeito e não irei me fantasiar! – seu tom não admitiu contestação e, apesar de contrariada e fazendo bico, Tonks assentiu em silêncio. – Mas, eu não vejo suas fantasias aqui – comentou, erguendo a sobrancelha.

-Oh! Será uma surpresa – a jovem mulher comentou animada, oferecendo uma piscadela para Brian, que corou. – Não é professor?

-Sim, é verdade.

-Por um instante pensei que não iriam se fantasiar... – Minerva continuou ainda num tom estranho.

-E perder toda a diversão? Não mesmo!

Minerva suspirou e sorriu levemente, de modo que o casal de professores não a visse. Aquela era Tonks.




N/A: Leitores, mil desculpas! Eu, Lílian, andei com uns problemas de saúde, quem lê minhas fics sabe disso, e, portanto andei um tempo fora do PC. A Mione também aparece pouco, a faculdade consome tempo e ultimamente não estamos conseguindo nos encontrar on line e, antes que perguntem, moramos muito longe!

N/A²: E aí, o que acharam das fantasias dos professores? Acreditem, quebramos a cabeça para chegar nisso... Quanto à fantasia do pessoal, vocês têm algum palpite? Quem acertar recebe de presente um e-mail com algum segredinho, como os shippers de verdade.

N/A³: O próximo cap já é o dia do baile, mas nem todo o baile se dará num cap só porque são muitos casais, então não se desesperem, principalmente se o cap demorar um pouquinho para sair.

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