Baile parte I
Harry saiu do banheiro totalmente coberto por uma capa preta, bem fechada, que só deixava a mostra seus pés descalços, porém parou abruptamente ao ver seu amigo. Fazendo um esforço, quase sobre-humano, Harry engoliu o riso e se aproximou do ruivo, que calçava botas vermelhas e trajava uma calça azul bem justa.
-Que tipo de fantasia é esta, Rony? -Harry pergunta tentando não rir, o que fez com que sua voz saísse em tom baixo.
-Se eu fosse você não perguntava! -Simas fala abafando o riso, ao fundo Dino insinuava que devia ser algo "muito másculo". Os dois se vestiam com temática árabe.
-O que há Rony? Porque está aí olhando a camisa? Não sabe como vestir? -Harry já não conseguia segurar o riso, o que chamou a atenção de Rony.
-Muito engraçado, Dona Morte ! -Rony retruca ao observar a "fantasia" de Harry.
-Não terminei de me fantasiar ainda! -Harry responde após beber dois frascos de poção. -Agora, qual o problema com a camisa... -Pergunta já pegando a camisa e então entendendo o dilema do amigo. -Não creio que todo esse drama é só porque tem uma aranha desenhada na camisa!
-Não é só isso! Me sinto um traidor me vestindo de Homem-Aranha! Aliás, só trouxas para fazerem um herói que é uma aranha! -Rony fazia cara de nojo, olhando de Harry para a camisa.
-Você devia ter pensado nisto antes de aceitar se vestir assim. -Harry fala dando de ombros e depois retira os óculos para por lentes. -Pense nas garotas que estão te esperando e vista logo isso, até porque você mesmo não vai ver essa aranha desenhada no seu peito. -Harry fala em tom urgente, já que além dos dois estarem em cima da hora, Harry estava muito ansioso para ver sua parceira.
-Eu espero que essa garota valha muito à pena! -Rony diz resignado, enquanto vestia a camisa "repugnante". -Mas e você, do que está vestido? -Pergunta ao notar que a cor dos cabelos e dos olhos do amigo mudavam.
-Isso é surpresa, mas garanto que o prêmio de melhor fantasia, vai pra mim! -Harry fala em tom confiante, enquanto seu cabelo acabava de ficar loiro e longo, enquanto seus olhos ficavam totalmente azuis. -Estou, pronto! -Rony se assustou ao ouvir a voz do amigo, após este ter tocado a varinha no pescoço. A voz de Harry havia ficado mais grave e musical, como se ele falasse cantando uma suave melodia.
-Cara, não é por nada não, mas isso ta muito gay! -Rony fala se afastando e descendo na frente.
-Olha só quem fala! Não sou eu quem está com um colã totalmente justo ao corpo. -Harry desdenha enquanto desciam para um salão comunal agitadíssimo.
Os dois encontraram Simas e Dino no meio do caminho e desceram com eles até o salão principal, os quatro estavam animados e não pareciam os únicos, por todo canto jovens conversavam com amigos sobre seus pares e a sensação era de que os hormônios estavam em alta aquela noite.
Harry sorriu divertido ao observar Ron procurar seu par, mas logo ele se concentrou no lugar a sua volta. O salão estava praticamente irreconhecível: tinha palco e pista de dança, várias mesinhas dispostas pelo lugar, harmoniosamente.
Era uma profusão de cores ali. Já havia muita gente no local, que conversava animadamente, o baile ainda não estava aberto oficialmente. E todos esperavam, meio que expectantes, o anuncio da diretora McGonagall.
Draco deslizou a capa negra sobre seus ombros, percorreu uma das mãos pelo cabelo desordenado, observando a tonalidade escura que adquirira. Sorriu. Estavam quase tão negros quanto a noite. E as mexas escuras caiam pesadas e, de certo modo, desgrenhadas, por seus ombros, confundindo-se com a capa.
Seus olhos brilhavam por conta do feitiço que executara, tornando-os mais cintilantes, mais vivazes. Diria que pareciam um par de safiras.
Observando-se ao espelho, achou que não estava nada mau e, por fim, ocupou-se com a máscara branca, esta cobria quase totalmente sua face esquerda, deixando a mostra apenas a boca. Sua face direita totalmente descoberta.
Estava pronto.
Quase uma hora depois de aberto o baile, Harry já havia cansado de procurar por sua correspondente. No momento bebericava um pouco de ponche e observava Rony se revezar entre várias garotas, sem, é claro, que uma tomasse conhecimento da outra.
-Como é que ele consegue essa façanha? –Simas pergunta ao se aproximar de Harry.
-Realmente, quem sabe quem ele é, não consegue acreditar que ele pode se virar tão bem! –John comenta se colocando do outro lado de Harry.
-Depois ele vai ter que contar tudo pra gente, mas e vocês? Não acharam suas garotas? –Harry pergunta intrigado, enquanto via Dino se aproximar.
-A minha e a de Simas foram ao banheiro, sabe como as garotas são! –Dino responde balançando a cabeça negativamente, enquanto dava a Simas um pedaço de torta e este lhe dava um copo de ponche.
-Já a minha, ainda não apareceu. Talvez tenha desistido ou encontrado companhia melhor. –John fala em tom desanimado, desviando o olhar para a pista.
-Então somos dois, porque eu também não achei a minha correspondente. –Harry tentou esconder a frustração e evitou pensar no que John dissera, pois perder a garota sem nem chegar a conhecê-la pessoalmente seria a prova definitiva de que era um fracasso com garotas.
-Uau! Olhem a garota que está chegando! –Dino fala de modo embasbacado e apontando para a entrada do salão.
-Só pode ser uma deusa! –Simas tinha o queixo caído e quase babava.
-Deusa não, a minha rainha dos demônios. –Após observar atentamente a garota de longos cabelos ruivos e olhos totalmente negros, que trajava um justíssimo e decotado vestido vermelho. Harry fala exibindo um grande sorriso, antes de deixar o copo na mesa e retirar a capa que o cobria.
-Um anjo com asas de verdade! –John exclama em tom incrédulo, ao ver que Harry tinha enormes asas brancas saindo do alto de suas costas e que apesar de encolhidas, se moviam com naturalidade.
-Um anjo com asas e sem roupa! –Dino comenta contrariado ao ver que o amigo usava apenas uma espécie de pano envolta da cintura para cobrir as partes íntimas, talvez com a intenção de ser algo como uma tanga.
-O pior é que agora as garotas só vão ter olhos praquele exibido cheio de músculos. –Agora era Simas que resmungava, após ouvir garotas atrás de si comentarem dos braços fortes e do abdômen definido.
Demorou um pouco até que Harry conseguisse atravessar o salão para chegar até onde sua ruiva estava. Além do aglomerado de rapazes interesseiros, ainda havia suas asas que se moviam devido à excitação do momento e atrapalhavam seu avanço.
-Olá, Lilith! –Harry tenta falar do modo mais natural possível, apesar de estar sentindo as mãos suarem frio.
-Nossa! Você não estava brincando quando disse ser um anjo. –Lilith tinha a voz melódica e levemente sibilante, como se fosse à personificação da “serpente” que tentou adão. O sorriso deixava duas presas visíveis, mas isto e os globos oculares negros não assustavam, apenas aumentavam o mistério em torno de si.
-Nem você quando disse que seria o pecado personificado. –Os olhos de Harry estavam completamente perdidos nas curvas da ruiva.
-Já está caindo em tentação, Arcanjo? –Havia não só malícia, como também um leve desafio na voz dela.
-Não, pelo contrário. Esta noite eu irei levá-la pro céu e selarei nossa união em uma nuvem com vista privilegiada para Lua e as mais brilhantes estrelas. –Harry devolveu a provocação, porém usando um tom mais ameno e charmoso, aproveitando para beijar-lhe suavemente a mão, mas sem desviar seus olhos dos dela.
-Tentador, mas tenho meus próprios planos para nós esta noite. –A resposta veio em um sussurro rouco ao pé do ouvido, enquanto os dedos finos e longos, passavam suavemente pelo tronco, do abdômen até o tórax, deixando um leve traço avermelhado pelo arranhar das grandes unhas vermelhas.
-Planos que incluem? –Pergunta sabendo que estava entrando em um jogo onde certamente adoraria perder.
-Dançar. –A resposta em tom divertido o surpreendeu tanto, que mal percebeu que ela lhe puxava para a pista de dança.
“Droga, eu devia ter pedido umas aulas de dança pra Mione!” -Harry pensa quase desesperado, ao se ver em meio a vários casais que dançavam de jeito confuso, uma música das Esquisitonas.
Sem ter muito que fazer, Harry começou a pular e se mover o mais parecido com os outros, torcendo para que ao menos pudesse ser considerado engraçado.
Assim que pôs os pés no grande salão, seus olhos vasculharam o local, a procura de seu par. Em instantes, pousaram na beldade morena. Rodeada por três rapazes, mas parecia entediada.
Um sorriso lento surgiu em seus lábios e, estreitando a vista, deslizou sem presa a vista por seu corpo. Ela usava um vestido que, apesar de marcar bem o belo corpo da morena, era simples, tinha uma cor clara e estampa floral discreta, o que combinava com as orelhas pontudas que lhe caracterizavam como uma elfa; elfa ao “estilo trouxa”. Usava máscara e o cabelo de lado com longos e definidos cachos cor de terra.
O rapaz retirou com sutileza uma rosa que fazia parte do arranjo de uma das mesas e decidiu seguir uma roda distinta para encontrá-la. Assim sendo, chegou às suas costas e delicadamente, postou a frente dela a rosa vermelho-sangue que escolhera.
A garota não sua moveu, apenas permaneceu fitando a rosa, sequer teve curiosidade de encontrar o olhar de quem lhe oferecia o regalo.
-Não vai pegá-la? É sua - sussurrou ao seu ouvido. Sentiu prazer ao vê-la estremecer levemente. Então, ela não era o retrato de indiferença que demonstrava...
A garota tomou a rosa entre as mãos e a levou ao seu nariz. Então, devagar, ela se voltou para ele e o fitou com seus grandes orbes castanhos, um sorriso suave sulcando seus lábios, apenas pintados.
-Eu não sabia que um “fantasma” poderia ser tão – ponderou. – Delicado - ele deve ter tido nos olhos algum tipo de expressão engraçada, porque ela riu levemente. – Surpreso por eu saber um pouco sobre contos trouxas?
-Diria que estou encantado por ter me reconhecido – ele contrapôs sorrindo de lado, inclinando-se ligeiramente, como num cumprimento. – Desculpe-me o atraso – comentou apenas erguendo os olhos para os rapazes que continuavam ali.
A jovem ergueu a sobrancelha e Draco soube que não dissera a coisa certa. – Não se preocupe com isto. Veja, estes gentis rapazes me acompanharam na sua ausência.
Ele comprimiu os lábios, mas ao instante sorriu. – Eu percebi, só estava pensando: “como eu posso me livrar deles, para tê-la só para mim?”
-Acha que merece? – ela indagou com argúcia.
-Acho que posso fazer por merecer – retrucou meneando a cabeça negativamente, lhe oferecendo um sorriso pequeno. – Deixe-me tentar, prometo que não irá se arrepender – pediu, estendendo-lhe a mão.
Só por um momento, achou que ia simplesmente ser ignorado. Mas uma mão delicada aceitou a sua, apertando-a levemente.
Draco se dispôs a afastá-la do trio de admiradores, satisfeito consigo. Sentia-se um tanto possessivo, além disso, foi divertido observar o semblante decepcionado dos rapazes que a acompanhavam. Ele quis ter acrescentado a eles que Draco Malfoy nunca dividia o que era seu, muito menos dava de bandeja, mas não quis assustar a sua doce elfa, não ainda.
Franziu o cenho e voltou-se para ela novamente. – Não sei quem é...
Ela riu, ele pôde sentir o tom zombeteiro. – Se o soubesse, eu não seria sua “correspondente misteriosa” e este baile de máscaras não serviria de nada – antes que ele pudesse se retratar, dizendo que ela não o entendera, a morena acrescentou. – Chame-me de Arwen, suponho que seja isto que queira saber.
Draco riu para disfarçar o constrangimento e disse:
-Me faz parecer desajeito ao seu lado, minha querida Arwen. Faz parte da graciosidade e perspicácia élfica, suponho.
Ela apenas piscou encantadoramente os grandes orbes castanhos, sob um sorriso inocente. Ou algo muito similar. - O fantasma canta, mas também dança?
Então era isso, o loiro pensou, estava ela flertando. – Farei o meu melhor para agradá-la, doce Arwen – retrucou lhe estendo a mão outra vez.
Deveria ele avisar que em quesito de sedução, ele fora aprovado com honras?
Sorriu de lado, para quê? É sempre tão mais divertido vê-las pousando inocentemente em sua teia. Mas esta, Arwen, ah, esta seria um belo troféu para sua coleção.
Não importava o quão galante deveria se mostrar pra conquistá-la, ou o quão gentil. A teria.
Os deuses estavam a seu favor, decidiu ao ouvir a balada lenta que começara. Postou uma das mãos sobre a dela e a outra descansou comportada e delicadamente sobre sua cintura, lhe trouxe para si devagar e, em passos cadentes, seguiu a melodia.
Ela o acompanhou sem protesto, assim como permitiu que se aproximasse mais, Draco o fez de bom grato. De modo que, em instantes, o rosto dela encontrava-se confortavelmente postado no peito dele.
-Gosto do seu perfume - murmurou ela, parecendo sonolenta. - É masculino, reconfortante.
Ele pendeu a cabeça de modo que encontrasse o pescoço dela e aspirou. – Eu prefiro o seu – sussurrou roucamente ao pé do ouvido.
Arwen se afastou, e desviou o olhar.
-Não me diga que ficou constrangida – ele falou baixinho, segurando levemente o queixo e voltando-se para si.
A morena ergueu a vista a contragosto para fitá-lo nos olhos. – Hm, fale-me sobre você. Por exemplo, do que gosta?
O rapaz ergueu a sobrancelha e sorriu com picardia. – Eu gosto do jeito como seu vestido se molda ao seu corpo, deixando suas curvas acentuadas me perverterem a tal ponto que minhas mãos formigam para tocá-la, eu gosto do seu cheiro, e tenho certeza que adorarei o seu gosto e esse seu decote me enlouquece, ele me dá uma vista privilegiada de seus-
Antes que pudesse terminar a frase, Arwen havia girara em seus próprios pés, afastando-se.
-Arwen? Arwen? - Ele a seguiu, mas sequer um instante a garota se deteve. – Arwen! – ele a segurou pelo braço e a puxou para que se voltasse para si. Resvalou, então, outra mão para a nuca da moça e antes que ela pudesse protestar, pressionou os lábios dela com os seus.
Não fora como ele esperava. Ela não se rendeu com facilidade, mas quando o fez... o gosto dela o embriagou. A sensação, entretanto, não durou muito, pois Arwen, enfezada, o empurrara com brusquidão e o estapeara.
Sua mão indo ao encontro da face esquerda dele, a parte mascarada. Não doera em Draco, mas ela gemeu de dor, segurando a mão. O fitou furiosa, abriu a boca, provavelmente para proferir uma maldição, mas apenas bufou lhe oferecendo um olhar assassino, então, tornou a se dirigir à mesa de bebidas.
Draco suspirou, que garota difícil. Logo, entretanto, também se dirigia à mesa ao encontro dela. – Como está sua mão?
Com uma taça de ponche entre as mãos, ela olhou para a bebida. – Doendo, obviamente. Que tipo de mascara assassina é essa que esta usando? Francamente!
O rapaz riu e a morena o fitou desgostosa. – Aqui – ele buscou ao no bolso. – Já que a minha “máscara assassina” feriu sua mão, tenho o dever de confortá-la – retirando algo do bolso, ele a ofereceu. A garota hesitou e Draco insistiu. – É apenas chocolate, você não deveria fazer esta desfeita... Desconfiar de mim. Sabia que eu não costumo oferecer freqüentemente o meu chocolate reserva?
Arwen pegou a pequena barra. – Chocolate “reserva”?
Ele sorriu. – Costumo sempre ter uma pequena barra comigo, para eventualidades - A garota lhe lançou um olhar indistinto, enquanto mordiscava o chocolate. – Não está envenenada – comentou ao segurar sua mão; levando um pedaço do chocolate da mão dela à sua boca. – Vê?
A jovem estreitou a vista, mordiscando mais um pedaço do chocolate, suprimindo um sorriso que Draco não percebeu.
-Você sabia que desde sempre se sugere que o chocolate possua propriedades afrodisíacas? – indagou aproximando-se. - Os Astecas pensavam que dava vigor aos homens e desinibia as mulheres. A feniletilalanina, que promove sentimentos de atração, excitação, tonturas e apreensão, também foi identificada no chocolate, mas, uma vez mais, a sua baixa concentração pode ser insuficiente para produzir os efeitos tipicamente associados a este composto.
-Acho que você está certo – ela comentou sorrindo torto. – O chocolate deve ser algum tipo de desinibidor... – o olhou de lado, fitando-o com um sorriso ladino.
-Então, estou perdoado?
Ela passou por ele sem uma palavra. E assim que Draco se voltou, um rapaz – um sujeitinho vestido de bárbaro, se exibindo todo, com seus músculos, provavelmente forjados, de forma desavergonhada na opinião do loiro - estava oferecendo-lhe uma mão, a qual a garota aceitou. Depois de um rodopio, ela finalmente lhe lançou um olhar e ele leu em seus lábios: “Agora, você está perdoado”.
Com um olhar de asco, Draco deixou que a morena “se divertisse” às suas custas enquanto olhava com desinteresse a sua volta. Seus olhos estreitando-se ao observar um tipo de criatura exibicionista – algo que, pelo jeito, tinha virado moda no baile desse ano em Hogwarts – um anjo loiro e praticamente nu, desavergonhado. “Anjo”, só porque tinha asas, já que duvidava que criaturas celestiais pudessem se ‘vestir’ daquela forma.
Observou sua morena dançando – sendo esmagada - entre os braços de seu par. Suspirou, precisava tomar cuidado, ou perderia Arwen por um desses exibicionistas.
Quase uma hora depois, quando seus músculos das pernas gritavam e suas costas reclamavam, Lilith disse para descansarem e beberem algo, o que Harry de pronto aceitou.
Rapidamente Harry foi à mesa de bebidas, pegou suco bem gelado além de duas garrafas de cerveja amanteigada. Depois se encaminhou para a mesa que haviam escolhido e onde Lilith já estava com alguns saborosos quitutes.
-Você foi rápido! Tudo isso é medo de que algum outro resolvesse sentar no seu lugar? –Aquela pergunta o pegou de surpresa, mas Harry conseguiu responder com um sorriso charmoso.
-Eu apenas não queria perder nem um segundo da chance de finalmente poder conversar com você. –Claro que a verdade era que ele estava ansioso para se sentar, mas jamais confessaria isso.
-Então que tal me falar sobre essas asas? Porque elas ficam se mexendo assim? –Lilith pergunta observando as asas moverem-se pra frente e pra trás como se quisessem “voar”.
-É porque o momento é um tanto excitante e eu ainda não as controlo muito bem, então elas ficam mexendo. –Apesar de tentar não corar, Harry ficara com a face totalmente rosada e as asas se encolheram, combinando com o estado de espírito dele.
- Não precisa ficar sem jeito, apesar de ficar uma gracinha assim! –Lilith fala em meio a risos.
-Obrigado, eu acho. –Harry se sentiu um tanto bobo e por isso resolver beber o restante de seu suco, para ver se abandonava o tom róseo.
-Então, Arcanjo, porque não me conta seus pecados? –Lilith havia parado de rir e agora o olhava de modo misterioso, sustentando um sorriso perspicaz e muito sexy.
Na hora Harry engoliu em seco e passou a observar a garota a sua frente, mas freou a imaginação antes que acabasse falando alguma besteira e espantando a garota. Então, após beber um gole de cerveja amanteigada, falou de algumas brincadeiras que havia feito com amigos, sem citar nomes é claro, além de algumas outras travessuras. Lilith também falara de algumas travessuras e ambos começaram uma conversa leve e divertida, mas que continha diversas insinuações e informações subentendidas.
-Demorei muito? –Harry pergunta após se aproximar de Lilith, que tinha seus olhos perdidos na pista de dança.
-O suficiente para eu corromper algumas almas. –Apesar da resposta divertida, Harry percebeu que havia algo por trás daquela frase.
-Não acredito que seja assim tão rápida! –Lilith o olhou de forma séria, deixando-o intrigado.
-Meu trabalho ta sendo facilitado por certo Arcanjo que anda provocando luxúria, inveja e até ira, em diversas garotas aqui na festa. –Harry sorriu ao ver que ela estava com ciúmes e provavelmente havia visto quando fora abordado por um grupo de garotas enquanto voltava do banheiro.
-No entanto a única alma que me interessa esta noite é a sua. –Novamente usou um tom charmoso e sedutor, mas viu que ela ainda parecia um tanto séria.
-Não acho que provocar ciúme e desejo seja um bom caminho. –O tom dela ainda estava sério e isso obrigou a Harry usar toda sua força de vontade para não sorrir vitorioso.
-Pois se engana se acha que este é meu caminho. –Lilith apenas ergueu uma sobrancelha e Harry aproveitou para se aproximar, colocando delicadamente uma das mãos em sua cintura e outra em sua face. – Te ensinarei a ver confiança e respeito onde vê ciúmes, e, quando sentir paixão, te mostrarei que na verdade sente amor. –Aproveitando que Lilith parecia desnorteada, Harry acabou com a pouca distância entre seus lábios, tocando os dela suavemente.
Lilith entreabriu os lábios e deixou que ele mordiscasse e sugasse seu lábio inferior, logo depois correspondendo a carícia. Uma de suas mãos se encaminhou a nuca de Harry enquanto a outra lhe acariciava o tronco.
Harry a abraçou mais forte, suas asas, inconscientemente, a envolvendo e os ocultando dos olhares alheios, enquanto ele explorava a boca quente e macia calmamente. No entanto toda esta calma desapareceu quando ela introduziu a língua em sua boca, massageando a sua com movimentos sensuais e provocantes, fazendo-o gemer e a puxar mais para si, querendo aprofundar mais o beijo.
-Calma! Eu preciso respirar. –Lilith fala um pouco ofegante, enquanto se afastava um pouco.
-Desculpe, mas você me fez perder o controle. –Harry também estava ofegante, seu corpo todo vibrava e ele mal podia acreditar que algo como aquilo estava acontecendo.
-Ainda bem que suas asas nos cobrem bem. –Harry demorou até entender o que Lilith havia querido dizer, mas quando o fez, ficou mais vermelho que os cabelos dela.
-Me desculpe, eu realmente não sei como fui perder o controle assim... –Harry gaguejava e olhava para suas asas, quando ela o interrompeu.
-Tudo bem. Faz bem pro meu ego saber que te deixo desnorteado. –Havia um sorriso maroto em seus lábios, enquanto os delicados braços se entrelaçavam a trás de sua nuca.
-Pois eu diria que você me deixa louco. –Harry murmura em seu ouvido, sentindo o perfume envolvente em seu pescoço.
-Isso não contrasta um pouco com o que você disse antes de me beijar? –Aquela pergunta o pegou de surpresa, fazendo-o se virar para olhá-la nos olhos.
-Posso não saber seu nome, não saber sua história, mas gosto de quem você é, adoro seu sorriso, seu perfume, seu gosto... adoro tudo em você. Eu sei que pode parecer estranho, mas desde que começamos a nos corresponder, senti algo de diferente por você. E hoje, depois de tudo que aconteceu, tenho certeza de que você é a garota especial que eu tanto procurava. Estou completamente apaixonado por você, Lilith e quero que seja minha namorada. – Havia sinceridade e carinho naquelas palavras, que ditas com a voz melodiosa e suave, a fizeram se emocionar e beijá-lo, demonstrando que também sentia o mesmo em relação a ele.
-Também não sei explicar o que aconteceu, mas me sinto totalmente envolvida por você... de um modo que faria qualquer coisa pra ficar contigo. –Harry abre um sorriso de canto e a estreita mais em seus braços.
-Isso inclui ir pro céu comigo? –O tom era sugestivo e sedutor, o que inesperadamente a fez corar levemente.
-É, acho que eu iria a qualquer lugar com você. –Apesar do rosto levemente corado, a resposta tinha um tom parecido com o que ele usara.
-Neste caso, me deixe cumprir a promessa que fiz quando nos vimos. –Harry não esperou qualquer resposta, apenas começou a guiá-la para fora do salão principal.
Impaciente e insatisfeito, Draco se permitiu encarar mais uma vez seu par, dançando e rodopiando com o bárbaro. Cinicamente, ele se lançou um olhar de desprezo ao seu “rival”, de fato, tão desengonçado como um bárbaro. Franziu o cenho sob a constatação, em nome de Mérlin, que tipo de criatura nefasta era aquela que segurava como se possuísse sua Arwen.
Sob uma pisada no pé da garota, Draco decidiu que ela já havia dançado demais. Com outro. E que ela merecia um desconto. Já tivera sua forra e, provavelmente, se arrependera de ter escolhido quem escolheu para ser vingativa, já que, agora, além da mão tinha ambos os pés precisando de cuidados médicos...
-Se me permite – pediu, interpondo-se entre o “casal” estendendo elegantemente a mão para a garota. – Acredito que já tenha desfrutado demais de sua companhia – sorriu, ainda que olhasse para Arwen, Draco falava com o outro rapaz.
Arwen ofereceu um sorriso de despedida ao bárbaro, aceitando a mão de Draco.
-Você demorou – ela comentou ao se afastar.
Draco lhe ofereceu um sorriso torto. - Achei que estive se divertindo.
A morena sorriu também. – Está bem, você venceu.
N/A (Lílian): Oi, desculpem a demora, mas foi difícil encontrar com a Mione, principalmente nas férias porque eu tava proibida de usar o PC, ordens médicas. Depois começou a facul e aí pra nós duas fica ainda mais difícil de nos vermos, mas agora o cap ta aí espero que gostem!
N/A (Mione): Desculpem pessoas, pela demora. A culpa é toda minha. Espero que curtam o capítulo, divirtam-se!
N/A²: Então, é difícil explicar como são as fantasias, nenhuma de nós é muito boa com descrições, mas vai vir uma capa que vai ajudar a visualizar as fantasias. Mas e aí, gostaram das fantasias dos meninos? Pra vocês quem são os pares do Harry e do Draco? Arrisquem sem medo!
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