Consequências



"Cara destinatária 2256,
Estou escrevendo, obviamente, porque você se encaixou no meu perfil e porque quero te conhecer (isso ficou claro, não é? Não estaria escrevendo se não quisesse). Esclarecido este ponto, o que eu poderia falar... Bom, eu gosto de quadribol e também sou excepcional jogando. Todas dizem isso.
Eu sou do tipo atlético, sabe?! Sou dinâmico, sou alguém interessante, sou comunicativo... Claro que me guio apenas pelo que me dizem. Sou muito considerado por todos. Também dizem que sou inteligente e cativante, mas eu não gosto de me vangloriar, eu sou apenas muito esforçado... E tenho um dom natural de encantar as pessoas.
Mas deixemos, por hora, de falar de mim. Quero saber de você, quero conhecê-la profundamente... Quero dizer, não sou alguém superficial, eu gosto de saber o que as pessoas têm a dizer e respeito como elas são e suas opiniões ainda que eu sabia que estou certo. Do que você gosta? Eu não dispenso uma boa partida de Snap explosivo, eu sou excepcional em Snap explosivo.
E qual é sua matéria favorita? Eu acho bem ultrajante termos apenas algumas horas de aulas de vôo enquanto temos dezenas de DCAT, quem se importa com a maldita defesa se nem existe mais você-sabe-quem? É um desperdiçar de tempo, você não acha?
Bom, despeço-me agora. Ainda tenho que mandar cartas para as outras dez candidatas a aspirantes de acompanhante do meu baile.
Usuário 3235”


***//***//***

Hermione sorriu levemente ao encontrar os amigos já à mesa no salão principal. Ela não havia entendido, antes, o porquê deles não a terem esperado, mas agora tudo ficara mais claro: Rony. Ele sempre estava faminto, de toda forma.

-Bom dia, rapazes – disse, sentando-se a frente deles. Rony a ignorou enquanto enfiava com raiva e dificuldade, visto que sua mão direita estava enfaixada, mais uma colherada de seu mingau goela abaixo. Harry apenas lhe dispensou um olhar antes de voltar-se ao seu prato, sem nada dizer. Estranhada, a garota passou a se servir.

Harry riu com ganas ao observar a colher que Rony segurava torpemente com sua mão ferida cair em seu prato e espalhar mingau por toda parte, sujando-o. Enfadado, Rony empurrou o prato para longe, lançando um olhar de aviso à Harry.

-Não é engraçado, Harry! Estou debilitado. E esta coisa – apontou para mão enfaixada. - me impede de fazer uma das coisas que mais gosto – reclamou.

O moreno se forçou a não rir enquanto via Rony puxar para si, cheio de vontade, uma omelete. – Calma Rony, parece que está esfomeado.

O ruivo não se importou enquanto tentava cortar a omelete, o que estava se tornando um insucesso, visto que mais havia omelete fora do prato que qualquer outra coisa.

-Hum, quer que eu corte pra você? – a morena indagou incerta, mordendo o lábio inferior para conter uma risada. Vendo-o ainda lutar com a omelete.

O ruivo lhe lançou um olhar assassino antes de voltar-se para o prato. – Posso... fazer... isto... sozinho – disse de maneira entrecortada e seca.

Rony olhou desanimado para a omelete depois de mais uma tentativa frustrada de sua parte, onde finalmente o garfo voou de sua mão. Harry não conseguiu prender o riso quando viu o garfo bater na cabeça de um Simas distraído.

Hermione ria de maneira condescendente pegando o prato do amigo. – Eu corto – Rony segurou o prato com as duas mãos, impedindo-a de levá-lo. - Ora vamos, Ron! Deixe-me cortá-lo, você não pode o fazer. Suas mãos estão enfaixadas!

O ruivo lhe ofereceu um sorriso cínico. - O que foi? Morde e depois quer soprar? Porque se não fosse a sua grande atuação como monitora-chefe, eu não precisaria de ajuda.

A morena o fitou por um par de segundos antes de retrucar, reprovadora: - Foi você quem procurou e provocou a detenção, se engalfinhando com Malfoy feito duas crianças na biblioteca.

Harry finalmente se pronunciou. Olhando seriamente para a amiga, ele lhe mostrou a marca que as detenções com Umbridge, em seu quinto ano, lhe deixaram. - E o que te faz pensar que poderia revidar desta forma? Acha que sua autoridade de monitora lhe permite machucar e marcar as pessoas? – indagou em tom baixo, apenas o suficiente para que a morena pudesse lhe ouvir, fitando-a com decepção. – Sempre achei que, mais do que qualquer outro, você entenderia o significado de “ferir”, parece que estive enganado – murmurou voltando-se para Rony e pegando seu prato, passando a cortá-lo.

Hermione mordia o lábio inferior enquanto o ouvia com atenção. - Está sendo injusto – falou não conseguindo esconder a magoa. – Não pode dizer isso, Harry. Não sou uma pessoa injusta. Você Sabe!

-E se não fosse – Rony contrapôs sarcasticamente, feliz por, agora, poder comer sem maiores dificuldades a omelete que Harry cortara.

-Além do mais – a morena fez questão de ignorá-lo. – Amanhã os ferimentos já estarão sarados e eu posso afirmar que não haverá nenhuma marca.
-Isto não muda o fato de nem ao menos ter hesitado em feri-lo.

-Estava cumprindo ordens! Não pode entender isso?

Harry a encarou por cima das lentes de seus óculos. – Diga-me Hermione? Quantas vezes você quebrou as regras do castelo e mais umas quantas do mundo bruxo para me ajudar?

-Você não pode comparar esta ocasião com as outras. Aquilo era a sua vida! Rony não corria perigo. Nunca faria nada que pudesse prejudicá-lo.

-Já não tenho tanta certeza assim – o ruivo contrapôs com a boca cheia.

A morena esperou que Harry se pronunciasse, mas ele permaneceu em silêncio. Ela suspirou. Achava que, ao menos, Harry pudesse entendê-la.

***//***//***

No frio e escuro salão comunal da Sonserina, uma menina de cabelos castanhos claros cuidadosamente penteados e olhos verdes, se aproxima a passos firmes de outras duas, que liam um artigo em uma revista de moda bruxa.

-O que houve, Bianca? – pergunta uma das garotas ao ver a expressão de desagrado na amiga. Ela possuía cabelos loiros e olhos castanhos escuros.

-Ouvi Pansy comentando com as amigas que viu Raphael brigando com um grifinório por causa de uma garota! – respondeu fazendo uma careta de desagrado.

-O que prova mais uma vez que eu estou certa em dizer que se você não se mexer, não vai conseguir nada com ele! – a outra garota fala em tom superior como se fosse mais esperta que as amigas. Esta possuía cabelos castanhos lisos e olhos cor de mel.

-July, você quer que eu faça o que? Me aproxime dele e diga: “Oi, eu estou a fim de você a algum tempo, então o que acha de sairmos juntos algum dia?” . – Biianca fala com enfado, depois mudando o tom para afetado como se estivesse “jogando charme” para alguém imaginário.

-Tirando os exageros, foi exatamente o que eu fiz ontem, quando fui falar com Draco. – July retrucou sem conseguir suprimir um risinho vitorioso.

-Você está brincando, não está? Quer dizer, você realmente não se declarou para Draco Malfoy, certo? – a loira pergunta incrédula, enquanto Bianca olhava July com um misto de espanto e admiração.

-E porque eu brincaria com uma coisa dessas, Polyana? – July fala erguendo uma sobrancelha, mas sem perder o ar confiante. – Ele não me tomou em seus braços ou coisa assim, mas sorriu charmosamente e disse que iria pensar com carinho em mim, mas que no momento ele precisava ir a uma detenção – agora seus olhos castanhos brilhavam e seus lábios sorriam abertamente.

-Eu não acredito que você o convidou para sair! Você é completamente louca! – Polyana exclamou pasma com a atitude da amiga.

-Eu não cheguei a convidá-lo para sair, mas disse que era apaixonada por ele! –responde com ar sonhador.

-De toda forma eu não teria coragem para isso! – Beatriz disse amuada, se encolhendo no sofá negro como se quisesse se esconder.

-Não fique assim, nós te ajudamos a pensar em algo bem legal para falar! – July propõe animada e Polyana concorda.

No lado oposto do salão comunal, Draco desistia de fazer sua lição de herbologia. Com as mãos enfaixadas era praticamente impossível conseguir escrever com uma pena. Pensou com raiva na monitora culpada por ele estar daquele jeito, mas esse sentimento logo mudou ao ter a mente tomada de assalto pelas lembranças dela “cuidando” dele na noite passada. O toque dela era delicado e sua pele parecia macia e suave como seda, também pôde sentir o delicado perfume floral que vinha de seus cabelos que, ele não sabia desde quando, não eram mais lanzudos e sim formados por cachos bem definidos.

-“Pare com isso Malfoy! No que acha que está pensando? Ela é só uma sangue-ruim metida a sabe-tudo!” – se recrimina internamente, apesar de não mais acreditar tão veementemente nos conceitos de linhagem e pureza, já que havia trocado de lado e ajudado a Ordem durante a guerra. - “Claro que ela não fede a livro velho, como eu imaginava, também tem belas pernas, mas isso não quer dizer nada! Tem muitas garotas iguais e até melhores que ela.” - novamente viu sua mente vagar por lembranças, desta vez a viu cair em seus braços e reparou nas coxas levemente expostas por um pequeno recuo da saia do uniforme.

Antes que iniciasse outro questionamento mental, seus olhos pousaram em uma garota de cabelos e olhos castanhos sentada perto da lareira. Observando atentamente seus traços, identificou uma semelhança no mínimo interessante, desta com certa monitora-chefe. Com os olhos fixos na “presa” andou confiante até ela, lembrando-se de certa declaração que ouvira no dia anterior.

-Ei, garota. – Draco fala com seu sorrisinho de canto e fixando seus olhos cinzentos nela, como se pudesse a engolir. – Amanhã a noite, às 21 horas na torre sul, antiga sala de astronomia. – ele a intima, sem dar-lhe chance de recusa e depois se aproxima do ouvido dela. – Esteja com os cabelos cacheados e sem maquiagem, também quero que vá com o uniforme da Grifinória. – sussurra maliciosamente, tomando o cuidado de passar seus lábios pelo lóbulo de sua orelha. Sem dizer mais nada, Draco se afasta na direção de seu dormitório.

-Respira, July! – Bianca lembra à amiga com sarcasmo, que desde que viu o loiro de seus sonhos se aproximar, pareceu prender o ar, além de manter os olhos fixos a sua frente.

-Ele me convidou para sair! Draco Malfoy quer ter um encontro comigo! – fala baixo, como se houvesse esquecido de como se fala.

-Temos que nos preparar para isso! Amanha a noite, temos que lhe deixar simplesmente maravilhosa! – Polyana proclama e as outras duas concordam com sorrisos marotos, como se estivessem planejando alguma travessura.

***//***//***

Para variar só um pouco, depois de muito pensar, chegou à conclusão de que fora injusto.

Sabia que precisava mais que um "desculpe" desta vez. Ele passou quase a tarde inteira criando coragem e quando a adquiriu, passou mais algumas horas pensando no melhor modo de se desculpar e não ser ignorado.

-Desculpe Herms - ele disse. Hermione não respondeu, sequer levantou os olhos para olhá-lo. Harry suspirou. Por que ela precisava ser tão orgulhosa? Ele ignorou o fato de que estivera fazendo algo similar há horas atrás.

O moreno aproximou-se e postou a sua frente uma flor branca, um lírio. Um gesto simbólico de que queria paz. Estava cansado de não falar com ela... Ele observou que Hermione continuava impassível, supostamente lendo seu livro.

-Pesquisei um feitiço para que ela não murchasse - ele disse com as mãos no bolso. Chateado por ela parecer não ter demonstrado uma mínima consideração.

Harry estava a ponto de se afastar quando, finalmente, a morena deixou de folhear seu livro, ela pegou o lírio cuidadosamente e o observou. - Você realmente executou o feitiço?

Harry cruzou os braços, erguendo a sobrancelha. - Sim, Hermione, eu o fiz. E até passei horas na biblioteca em busca desse feitiço. Depois de tudo, não foi difícil executá-lo - retrucou olhando para o lírio que Hermione segurava com tanto cuidado, como se ela pudesse se quebrar a qualquer momento. - Mas, honestamente, esperava que você ao menos dissesse: "Obrigada".

-Apesar de não ser alguém emocional ou que goste de... flores - Harry virou os olhos.

-Eu sei exatamente do que você gosta Hermione, também tenho certeza que "flores" não estão incluídas na sua listinha, mas na falta da primeira edição do exemplar "Hogwarts, uma história" - ele disse com sarcasmo. – E acreditando que você definitivamente não aceitaria "jóias" ou a minha firebolt - foi a vez de Hermione virar os olhos, ainda que ambos estivessem sorrindo. - Decidi ser mais 'singelo' lhe oferecendo uma flor branca, como se esta significasse um desejo de paz da minha parte - sorriu. - É realmente ruim não falar contigo, Mione - acrescentou deslizando delicadamente o dedo polegar sobre a bochecha da garota.

-Como se você fosse me dar sua preciosa firebolt - contrapôs erguendo a sobrancelha, cheia de remoque.

-Obviamente que daria, nossa amizade é mais preciosa.

A morena abriu a boca um instante, fingindo estar em choque e, sorrindo, acrescentou. - Ok, pode parar de se esforçar, já está perdoado.

-Ufa! – disse ele falsamente, soltando o ar que fingiu estar contento esse tempo todo, como se estivesse se esforçando. – Agora que já estou perdoado, eu me retiro. Estou morto de cansaço.

Hermione franziu o cenho. – Esqueceu que temos exercícios de Transfiguração para fazer?

O moreno lhe dispensou um olhar peculiar. – Herms, por Mérlin! É apenas para semana que vem! – retrucou dirigindo-se às escadas que levavam ao dormitório masculino.

-Parece Rony quando fala desse modo – ela alfinetou e depois acrescentou seriamente:
–Não vou ajudá-lo desta vez, quando estivermos na véspera de entregar o trabalho.

Harry voltou-se para ela e lhe ofereceu um sorrisinho maroto. – Não minta tão descaradamente, Mione – disse referindo-se ao fato dela ter dito que não iria lhe ajudar, quando ambos sabiam que não era, nem de longe, verdade. A morena suspirou resignada, olhando-o quase com enfado. – Além do mais, você não resiste quando lhe dispenso meu ‘olhar 43’ – falou afetando piscadelas sedutoras. Hermione lhe atirou uma almofada, mas errou uns bons dois metros. – Céus Herms! Você é horrível nisso – zombou. Erguendo a sobrancelha, a morena lhe apontou a varinha. Rindo-se, Harry subiu as escadas com velocidade. No topo, ele tornou-o a encará-la. – Tenha uma boa noite, morena.

Hermione sorriu, assentindo. – Você também, moreno.

Olá querido,

Eu estou aqui para te falar um pouquinho mais de mim. Sou uma gatinha muito manhosa, que adora um carinho, flores, bichinhos de pelúcia e que sonha com um namorado bem fofo e gentil, adoro conhecer pessoas e estou sempre aberta a novas amizades. Sou uma garota dinâmica e alegre, Meu passatempo favorito é fazer compras e, é claro, estaria sempre pensando em ficar cada dia mais linda pro meu gatinho, que sinceramente espero que seja você!

Agora algumas perguntinhas: Qual seu passatempo favorito? O que gosta de fazer com sua namorada (quando está namorando)? Qual a sua idéia de um dia dos namorados perfeito?

Mil beijinhos da sua gatinha!

N/A: Oi, aqui é a Lílian! Sei que já faz tempo desde que aparecemos por aqui, mas vários desencontros e uma leve dificuldade em fazer essas cartinhas nos atrasaram um pouco. Essas cartas são apenas um exemplo das cartas que vão circular por Hogwarts, não são de ninguém em especial, pelo menos ainda.

N/A²: Quanto ao Shipper, ele ainda é surpresa, portanto não se descabelem porque acham que é D/Hr, H/Hr ou R/Hr, nada está evidenciado, mas continuem palpitando. Quanto as meninas, feitas com base nas escolhidas do nosso pequeno concurso, o que vocês acharam?

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