Detenção



Capítulo 3 – Detenção


Rony sorria animadamente enquanto saía pelo retrato da mulher gorda, seguido por Harry. Hermione, para variar, havia lhes avisado que precisaria ir à biblioteca e, por isso, naquela manhã lhes encontraria diretamente no salão principal.

-Por que tanta animação, Rony? Por acaso hoje é dia de sobremesa extra?

-Que engraçado – retrucou o ruivo com ironia. – Apenas estou feliz.

Harry ergueu a sobrancelha, descrente. – Por que motivo, exatamente? Por termos dois tempos de poções hoje?

Rony fez uma careta. – Obviamente que não. Estava pensando que hoje receberemos o número de nossas correspondentes – Rony disse enquanto observava um grupo de sextanista.

-Ah isso – Harry retrucou observando também o grupinho; este lhe lançava olhares e risadinhas e, atrevidamente, mandavam beijinhos enquanto davam mais risadinhas. Harry lhes ofereceu um sorriso tímido enquanto continuava a andar, tratando de não corar quando ouvira uma das meninas gritar um “gostoso”.

Rony virou os olhos. – Por Merlin, Harry! Estamos falando de garotas, muitas garotas! – exclamou ainda olhando de canto de olho as garotas que passavam demoradamente por eles. – Qual é, não me diga que não está animado por saber se há alguma que seja compatível contigo? – o moreno deu de ombros, fazendo o ruivo bufar. – Qual é o seu problema?

-Do que está falando? – indagou com o cenho franzido, voltando-se para o amigo.

-Eu até entendo que seja tímido e que você pareça um pateta perto de qualquer ser do sexo oposto, mas – Harry lhe ofereceu um olhar ofendido.

-Eu não ajo como um pateta!

Rony sorriu ironicamente. – Prove.

Harry ergueu a sobrancelha ao observar o modo desafiador e altivo como seu amigo se portava e então sorriu maldosamente, Rony iria se arrepender de ter lhe desafiado.
Antes de qualquer um, o ruivo deveria saber que Harry Potter não gostava de ser provocado. Decidido a fazer o amigo cair do salto de soberba e fazê-lo perder aquele seu sorrisinho cínico, Harry se voltou para um certo grupo de garotas da lufa-lufa que estava passando por eles entre cochichos e risadinhas.

Com um sorriso torto, Harry passou a mão nos cabelos e, sem ter o olhar direcionado a uma garota em especial, lhes ofereceu uma piscadela... Rony resmungou um "isso não é justo" quando viu as garotas corarem e darem mais risadinhas enquanto acenavam encantadas para Harry.

O moreno sorri divertido ao observar o olhar de Rony. - É o 'gene' Potter - retrucou em motejo. – Cortesia de James Potter.

Rony lhe lançou um olhar inquisitivo, mas Harry apenas sorriu misteriosamente. Ele não contaria que havia, há anos atrás, entrado nos pensamentos de Severo Snape. Eles seguiram em silêncio todo o resto do caminho.

O salão principal estava anormalmente silencioso, parecia que todos estavam ansiosos esperando o correio coruja que ao entrar, causou um enorme furor em todas as quatro mesas.
As corujas quase tinham as patas arrancadas com a ansiedade das meninas, que não escondiam a empolgação com o correio amoroso. Já os meninos preferiam fingir que não estavam empolgados, mas rasgavam os envelopes assim que os pegavam das pobres aves.
Hermione já "lera" por diversas vezes o mesmo parágrafo, Parvati e Lilá comiam uma torrada atrás da outra de tanto nervosismo, ao contrário de Rony, que estranhamente se entupia de suco de abóbora, mas não comia quase nada, enquanto Harry parecia ser o único alheio aquilo tudo, seguindo seu café da manhã normalmente.
Quando as corujas chegaram todos abriram seus envelopes e esboçavam as mais diversas reações, Parvati e Lilá mostravam as suas umas pras outras, assim como a maioria que estava no salão; Rony lia e relia sua carta com uma expressão completamente abobalhada e Harry e Hermione liam suas cartas com expressões indefiníveis.

Lilá e Parvati logo olharam pros outros e estufando o peito e ajeitando os cabelos disseram em uníssono:
-Dez números! -falam mal se contando de alegria.

-Não que eu duvidasse que teríamos muitos pretendentes, mas era melhor esperar para ter certeza, não é? - Parvati disse exultante.

-Mas e vocês, quantos números receberam? - Lilá pergunta curiosíssima.

-Eu não acredito! Vinte! Eu recebi vinte números e vocês? - Gina chega eufórica, fazendo Parvati e Lilá ficarem entre envergonhadas e mortas de inveja.

-Oito? O "grande" Harry Potter só recebeu oito? - Rony pergunta entre risos.

-Qual o problema Rony? Você recebeu quantos, garanhão? -Gina retruca irônica.

-T-R-I-N-T-A! Podem ver aqui, o senhor Ronald Weasley é o grande recordista! -Rony fala cheio de si, exibindo a enorme lista e deixando todos boquiabertos.

-Realmente, são trinta! - Parvati fala completamente incrédula, afinal como poderia Harry ter oito e Rony trinta, quase quatro vezes mais.

-Pois é, parece que o velho charme Weasley é muito mais eficaz que qualquer gene Potter. Aliás, Harry, sem saberem que você é o menino que sobreviveu fica bem difícil, não é? - Rony fala se sentindo o galã de Hogwarts.

-E por ser muito mais difícil é que fica interessante - Harry retrucou com um brilho diferente no olhar, como se através daquele correio, realmente pudesse achar a garota certa; uma que realmente gostaria do Harry e não do Escolhido.

-Bom, mas e você Hermione, quantos números recebeu? - Gina pergunta querendo tirar o foco do irmão, antes que o ego dele os expulsasse do salão principal.

-Uns poucos, nada demais. - Hermione diz dobrando a carta e já a guardando, mas Rony, que estava a seu lado, rapidamente retira a carta da mão dela, que protesta indignada.

-Dois! Como você só conseguiu receber dois números? - Rony indagou assustado e mostrando a carta dela pros outros.

-Provavelmente com resposta do tipo: Não gosto de festas, Museus e afins e principalmente Sexo só depois do casamento! - Lilá fala em tom debochado e todos riem, se vendo obrigados a concordar.

Hermione, no entanto, apenas cora ao lembrar de suas respostas, não sabia se era pior virar chacota por aquilo ou pela verdade. Recuperando sua carta e a guardando de modo digno, apenas disse que tinha de ir à biblioteca antes da aula e que os encontrava em sala.
***

-Luna, você não pode mandar uma carta dessas para um garoto, tem que ser mais misteriosa, o fazer querer te conhecer e, principalmente, não mencione o Pasquim e nenhuma reportagem! - Gina falou pondo fogo no pergaminho que a loira lhe havia entregado.

-E porque eu não posso falar do Pasquim e das reportagens dele? - perguntou com um tom de indignação na voz.

-Porque é dar muita bandeira, vão logo notar que é você! Lembre que é contra as regras dar pistas. E falar sobre a revista do teu pai é muita bandeira, não?! - Gina retruca em tom cúmplice e Luna a olha como se ela tivesse toda razão.

-Então como eu escrevo? – a loira indagou confusa e perdida.

Antes que Gina pudesse lhe responder, alguém o fez... Cheio de ironia e maldade:
-Por que está se preocupando com isso, Lovegood? Muito me impressiona que tenha alguém para quem escrever. - riu divertido observando o olhar incrédulo que Gina lhe lançava. - O que é Weasley? Alguém tem de ser verdadeiro por aqui! - ele deu de ombros enquanto tornou a fitar Luna. - Eu sinto em lhe informar, benzinho - continuou cinicamente. -, mas não é como se você precisasse se preocupar muito com essas cartas e os seus supostos pretendentes... Assim que eles descobrirem que é você, sendo isto cedo ou tarde, eles irão pular fora. É tão difícil para você entender que não lidamos bem com malucos?

Gina observou a amiga nervosamente; esta, incrivelmente, parecia não ter ouvido nada do que Draco Malfoy lhe dissera, enquanto o observava com um misto de curiosidade e desprezo muito atípico de seu feitio.

-Ouvindo conversas alheias? – a loira indagou, num tom que beirava a diversão, franzindo o cenho.

Ao contrário de Luna, que parecia demasiadamente alheia às ofensas do loiro, Gina sentia seu rosto queimar de raiva. Quem era ele para tratar uma garota daquele modo? Ainda que Luna não demonstrasse, aquilo certamente a magoava. Como poderia não machucar?!
Gina nunca fora mesmo como sua amiga, ficando tranqüila e levando na brincadeira as maldades ditas por idiotas... Não conseguia estar calma enquanto era ofendida ou quando um amigo seu o era. E a atitude de Luna não ajudava em nada, ela nem reagiu... Antes que pudesse se controlar – e nem se esforçou para fazê-lo. – Estava tomando suas dores.

Cerrando os punhos, Gina se levantou, fitando-o com os olhos faiscando. – Quem pensa que é?! Eu não lembro de termos pedido sua opinião, Malfoy. E, que fique bem claro para você – ela ergueu a sobrancelha, num sorriso que não chegou nunca a atingir seus olhos. –, Seria a última pessoa a quem pediríamos uma opinião.

–Não preciso de sua permissão para dar uma opinião. Não posso fazer nada se ofende-se com ela - Draco sorriu com sarcasmo dando de ombros. - Não é problema meu se você é, como posso dizer? “Sensível” para ouvir verdades.

-Suas verdades, quer dizer – a ruiva contrapôs secamente. – Você se acha no direito de humilhar os outros, sabe Deus o porquê; sempre achando-se o superior... Como se realmente tivesse sangue azul, mas deixe-me lhe contar um segredo... – ela sorriu com ironia. - Você nunca percebeu que é e sempre será, ainda que tenha se acovardado na última hora e voltado correndo para os braços do seu padrinho – disse em tom macio, fazendo alusão à guerra onde Draco “se voltou contra” Voldemort, pedindo ajuda à Severo Snape. -, que ainda tem o mesmo sangue-ruim do seu pai. E não, amorzinho, não estou falando do tipo que você considera ser “sangue ruim”, aquele que despreza. Você é pior, já que o que considera “sangue ruim”, na verdade, são pessoas muito, mas muito acima do que um dia poderia ter a pretensão de tentar ser, Malfoy – o rapaz enrijeceu o maxilar, mas Gina continuou. – Quer saber? Eu deveria ter pena de você... Oh sim! Pena. É apenas um iludido, quero dizer, no seu mundinho medíocre você sempre foi tratado como um principezinho, não é? Deve ter sido um baque grande descobrir que pouca gente aqui se importa com essa sua suposta posição que, seus pais, creio, incutiram em sua cabecinha fraca... – ela inclinou a cabeça para frente, aproximando seu rosto do dele e sorriu como se ponderasse ao encarar seus olhos. – Engraçado... Você ainda pensa que é insubstituível... Desculpa! Você é dispensável, amor – a ruiva ergueu a sobrancelha sob o ar grave de Draco. – Estas são minhas verdades. É sempre bom ter uma segunda opinião, ainda que esta não seja tão favorável. Desce do palco, Malfoy. Você não é nada - Gina lhe ofereceu uma piscadela sorrindo levemente sob o ligeiro corar do rosto do rapaz.

Draco ergueu a mão e a lançou contra seu rosto. A garota sequer se moveu ao indagar:
-Perdeu a compostura, garotão? – Gina observou sua mão parar no ar de imediato, enquanto ele respirava agitadamente, abaixando-a lentamente.

O loiro a encarou. – Isso não muda o fato de a Di lua ser o que é e do que irão pensar quando descobrirem quem ela é. Ou de você ser tão ou mais desprezível que eu, Weasley.

-Preste atenção, garoto – apontou ameaçadoramente para o rosto dele. – Não mexa com amigos meus. Você não pode comigo.

O rapaz riu desdenhosamente. – Isto é uma ameaça, pobretona?

-Tire a prova – redargüiu num sorriso impertinente, erguendo a sobrancelha.

O sorriso superior de Draco se perdeu quando voltou seu olhar, sério, para ela. – Cuidado, Weasley. Você não me conhece...

-A recíproca é verdadeira, benzinho – respondeu num gracejo. – Já está avisado, Malfoy. Agora faça o favor de desaparecer da nossa frente, não é como se você fosse uma companhia agradável.

-E quem me fará sair? – ele riu quando a viu sacar sua varinha, mas fez o mesmo, apontando para o rosto dela, assim como Gina o fazia.

Luna, que até o momento não havia se manifestado, decidiu agir antes que aqueles dois fossem bater na ala-hospitalar. – Parem já! – ela murmurou alarmada enquanto olhava para os lados com medo que fossem pegos, os outros dois não lhe deram atenção. – O que têm na cabeça!? Guardem as varinhas agora! - sibilou reprovadora. Gina a olhou antes de, relutante, obedecer.

-Eu não vou obedecer você, Di Lua.

-Ah vai sim. Assim como vai sair dessa biblioteca - redargüiu secamente. -Ou eu mesma transfiguro você malfoy. E eu te prometo - Luna já pressionava sua varinha contra o peito do rapaz -, que de um modo que nem mesmo a diretora ou qualquer outra pessoa, será capaz de reverter. Verá que não estou na Corvinal à toa

-Eu pago pra ver.

Luna ergueu a sobrancelha altiva. - Como quiser, Draco.

-Abaixe já esta varinha, Malfoy! - Rony chegara e já apontava a varinha para o loiro. -Quem você acha que é para ameaçar minha irmã? - pergunta furioso.

Draco dispensou apenas um segundo olhando Rony enquanto volta-se para Luna e Gina. – A "dinastia" Weasley nunca acaba? Às vezes me esqueço que seus pais só sabem fazer uma coisa: filhos. Convenhamos - ele riu maliciosamente. - Se seu pai se ocupasse e empenhasse tanto no trabalho como quanto em fazer filhos, eu te garanto Weasley, vocês seriam ricos!

Rony franziu o cenho, seu rosto ganhando cor enquanto cerrava com força os punhos e dentes, então, antes que Draco pudesse rir mais de sua própria piada o ruivo lhe dispensou um soco bem no rosto, esquecendo-se momentaneamente que era um bruxo. Draco cambaleou desnorteado e deu vários passos para trás com as mãos cobrindo o rosto, ele não observou o sorriso sacana de Gina quando esta estendeu a perna para o lado, fazendo-o tropeçar e cair no chão.
Rony gargalhou, felicitando a irmã pela perspicácia. Mas antes que pudesse rir ainda mais, um Draco irritadiço atirou seu corpo contra o de Rony com toda a força. Caíram com um baque surdo e, no caso do ruivo, doloroso... A palavra de ordem era “vingança”. Com um sorriso maldoso, o loiro imobilizou Rony sob si e passou, cheio de satisfação, a lhe desferir socos em qualquer parte (visível ou não) que seus punhos pudessem alcançar.
Gina, ao ouvir mais um dos gemidos de Ron - que não conseguia se livrar do rapaz sobre si. -, decidiu que já era hora de intervir, suas esperança de que Rony iria se sobrepor à força de Draco esmorecendo a cada soco que chegava com violência no corpo dele.

Tomando impulso e respirando fundo, a garota esqueceu que estava numa biblioteca e não numa luta livre e se atirou sobre Draco, prendendo com os dois braços seu pescoço com toda a força que tinha. - Hey! Esse saco de pancadas é meu! E só meu! Larga ele! Larga! Droga! – ela exclamou irritada, tentando apertar mais o “abraço” que dava em Draco. - Seu maldito! Você o está machucando!

Draco parou um instante de bater em Rony, a “pentelha” Weasley o estava sufocando. Com ambas as mãos, ele retirou as dela de seu pescoço e a emburrou, afastando-a de si. Gina bateu fortemente as costas na estante, o que fez com que diversos livros caíssem e um particularmente grosso batesse em sua cabeça. Imediatamente um líquido quente e viscoso pareceu escorrer por seu couro cabeludo e, como se não fosse o suficiente, viu que o maldito livro era Hogwarts uma história, uma pequena ironia talvez.
Luna estava cansada de apenas ficar observando tudo, tinha de fazer alguma coisa antes que Draco matasse Ronald a socos. Bufou frustrada, como era possível que agissem como bárbaros? Determinada, ela apontou a varinha para Draco, disposta a acabar com aquela loucura. Ele nunca soube o que lhe atingira, pois, de repente, e sem que Draco nem ao menos ouvisse Luna pronunciar qualquer encantamento, uma corrente forte de ar o atingiu e no segundo depois ele tornara-se um pequeno porquinho, cor de rosa e com alguns pêlos loiros na cabeça.
Infelizmente, a bibliotecária vira o momento da transfiguração. Gina já estava às lágrimas de tanto rir - e, ela pensou, que realmente preferia Draco assim. Calado e cor de rosa... – quando notou a presença de uma mau-humorada madame Pince.

-O que está acontecendo aqui?

Luna pegou o “porquinho” no colo e sorriu inocentemente. – Trabalho de trato das criaturas mágicas.

A mulher estreitou a vista para o porquinho, este não parecia nada à-vontade entre os braços de Luna, lhe apontou a varinha e, ao observar o nervosismo de Gina e o desaparecer do sorriso de um Rony muito vermelho e suado, murmurou asperamente. – Finite encantatem – o feitiço atingiu o porco, mas nada aconteceu. Nem Gina ou Rony escondeu a surpresa enquanto madame Pince olhava de Luna para o porquinho em desconcerto. Ela poderia jurar que havia um rapaz a mais ali.

-Madame Pince, eu lhe disse. Estou fazendo uma pesquisa, para saber se...

-Eu vi um rapaz aqui – a interrompeu. – Onde ele está?

-Por que deveríamos saber? – Rony indagou dando de ombros.

-Você estava apontando sua varinha para ele, srta Lovegood.

-Ah! Esse rapaz... Bom, com certeza deve estar na biblioteca.

-Não têm nada para me contar? – Ela observou atentamente os três. De Rony e seu rosto vermelho e suado, depois Luna que ainda insistia em rir inocentemente, à Gina, com uma pequena mancha escura na blusa que usava.

-O que quer dizer? – Luna indagou franzindo o cenho.

-Vocês, por acaso, não viram nada de anormal, não é? Srta. Lovegood?

-O que está insinuando? – Gina indagou parecendo ofendida.

-Nada – retrucou observando o chão a procura de uma pista. - Mas acredito que estão encrencados... accio varinha - ela examinou a varinha em mãos, era a de Draco. - Os quatro – acrescentou com os olhos cintilando.

-A senhora não pode provar nada com uma varinha que pode, e muito bem, ter sido de um aluno desatento.

-É o que veremos, meus queridos - então a mulher lhes deu as costas. – O que estão esperando? Vamos, todos para a diretoria. E é claro, senhor Weasley – disse em tom de enfado -, que o porco também deve ir.
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Gina saiu da sala da diretora pisando duro, ainda acompanhada por Luna, Rony e Draco. Ela lançou um olhar atravessado para o loiro, que o retribuiu em desafio. “Ele já deixara de ser um porco, infelizmente” ela bufou desejando que Luna pudesse ter feito um feitiço irreversível. “Ele ficara muito mais gracioso como um porquinho cor-de-rosa no fim das contas...” Pensou sorrindo desdenhosa.

-Pra onde você vai, Gina? – Luna indagou franzindo o cenho, observando-a seguir na direção oposta ao “trio”.

A ruiva deu de ombros. – Por aí...

-Cuidado para não se perder, Weasley... Esse castelo pode ser bem perigoso – Draco falou com um brilho malicioso no olhar enquanto sorria de modo indecifrável.

A ruiva o ignorou, voltando-se para Luna e Rony. – Nos falamos logo mais. E, se isto não acontecer... Ainda teremos de nos encontrar na maldita detenção – Draco pôde sentir que a ruiva o encarava e quando se voltou para trás viu Gina lhe dispensar um olhar fulminante, ele riu com sarcasmo e voltou a andar, afastando-se rapidamente do grupo. Logo, Luna e Rony seguiram o mesmo caminho, separando-se mais tarde, cada um indo ao encontro de seu salão comunal.

Gina desceu mais uma leva de escadas, andando sem pressa pelo corredor. Não tinha idéia de onde seus pés estavam a levando, mas apenas saber que estava longe do “cretino do Malfoy” sentia até mesmo seu humor voltar a si. Ela entrou num corredor à esquerda do qual estava e trombou com alguém. O que não foi nada suave.

-Desculpe... Eu não – ela dizia desconcertada, erguendo a vista.

–Tudo bem - o rapaz a sua frente sorriu abertamente. - Vou sobreviver – ela sorriu de volta, erguendo a sobrancelha. - Mas... Você se machucou? – indagou olhando-a de cima a baixo.

-Não se preocupe. Como sempre dizem, vaso ruim não quebra – contrapôs ajeitando a saia.

Ele a encarou divertido e retrucou marotamente: - Eu não diria que você é um vaso ruim.

Gina voltou seu olhar para o rapaz, com interesse. Era de altura mediana, mas ainda assim, mais alto que ela. Tinhas os cabelos lisos de uma tonalidade que se aproximava do loiro e seus olhos castanhos esverdeados lhe sorriam quase inocentemente. Quase. – Você é jogador de quadribol, não é? - indagou após passear distraidamente os olhos por seu corpo. Lembrava-se vagamente de alguém com aquele porte interessante estar no treino de quadribol do time da corvinal que espiara na semana passada.

Ele assentiu, sua mão passando instintivamente sobre o cabelo. - E o jogador tem nome? – perguntou sorrindo marota.

O rapaz corou levemente antes de lhe responder. - Thiago Summer.

-Eu sou Gina. Gina Weasley – retrucou estendendo a mão, que o rapaz aceitou, mas não a apertou, levou até seus lábios e a beijou suave e sedutoramente, sem tirar os olhos dos dela. – E é um prazer conhecê-lo, Thiago... – murmurou fitando-o.

-É todo meu. Gina.

-Tenho de ir – ela falou encolhendo os ombros, como se não quisesse realmente o fazer.

-A gente se esbarra outro dia desses – o rapaz disse assim que ela alcançou certa distância.

Gina olhou para trás com o seu melhor sorriso e lhe ofereceu uma piscadela. – Talvez - disse ainda por cima do ombro, sorrindo torto. E logo sumiu de vista.

-Eu vi a Gina primeiro, corvinal - fala um rapaz de estatura mediana, cabelos loiros e olhos verdes. - Te aconselho a nunca mais dar em cima da minha ruivinha, senão um balaço vai acabar com a sua cara de Nerd - disse quase em um rosnado, olhando o corvinal de forma ameaçadora.

-Tira suas mãos imundas do meu irmão! - ordena um sonserino mais alto que os outros dois, cabelos castanhos e olhos cor de mel.

Aproveitando a distração do grifinório, Thiago o empurra com força, fazendo-o recuar dois passos para se equilibrar, enquanto isso o sonserino se aproximava. - Tudo bem, Raphael, esse idiota é só um coitado que vai perder a garota para mim - o corvinal fala risonho e arranca umas risadas do irmão.

-Eu vou mostrar a você quem é o idiota, nerd estúpido! - esbraveja sacando sua varinha e apontando pro corvinal.

-Estúpidos são os grifinórios, que acham que podem vencer qualquer um, quando na verdade os sonserinos são os mais poderosos. - Raphael comenta desdenhoso, também sacando sua varinha junto com o irmão.

-Não se meta, eu quero mostrar a este metidinho o que um nerd pode fazer - Thiago fala confiante e apontando a varinha para o grifinório, que espertamente apontava para o meio dos dois, podendo atingir um ou outro rapidamente.

-Ninguém vai mostrar nada a ninguém! - Harry se aproxima da confusão, encarando todos duramente. - O que está pensando que está fazendo, John? Quer desfalcar o time? - Harry indaga usando sua moral de capitão.

-Desculpe capitão, mas é que esse cara estava mexendo com a minha garota - John se defende, virando-se para Harry e baixando a varinha, mas sem perder contato visual com Thiago.

-Sua garota? Você por acaso já avisou isso a ela? Porque do jeito que ela me olhou, não parecia ter namorado, não. - Thiago zomba sorrindo marotamente, fazendo o irmão sorrir orgulhoso e olhar para o grifinório com desdém.

-Escutem aqui, Summer's - Harry fala se virando para os dois irmãos e, discretamente, ajeita sua veste para deixar o distintivo de capitão a mostra. -Se eu souber que tentaram algo contra meu batedor, eu falo com os capitães de vocês e com a Monitora-chefe Granger, que não gosta de quadribol, de modo a suspendê-los por uns jogos. E se eu pegar você em confusão eu mesmo te suspendo. - Harry avisa primeiro aos irmãos e depois ao seu próprio companheiro de casa.

Sem esperar resposta, Harry conduz John para o corredor que dava para as escadas e, ao se distanciar dos irmãos, ele vira o rapaz para si e o olha com a autoridade de capitão e com uma postura que lembrava a John, que estava a frente de Harry Potter.

-Escute, John, eu já tive muitos problemas na escola e fui suspenso de jogos, mas acredite, garotas não valem o risco! - Harry diz em um tom que lembrava Olívio Wood. - Uma coisa é você arranjar confusão para defender algo ou alguém importante, outra muito diferente é se comportar como um garotinho e ficar batendo boca por aí. Se você está com problemas com a sua garota, acerte-se com ela e logo, porque quero todos os meus jogadores concentrados para essa temporada, entendeu?

-Sim, senhor capitão. Eu prometo que não vou mais me meter em confusões desse tipo. - John garante a Harry antes de sair para ir à biblioteca.

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Rony e Gina caminhavam para a sala de Hermione, que aplicaria a detenção, quando encontraram Draco e Luna alcançando a porta. Evitando provocações, os quatro se dirigiram a porta, que Luna abriu. Ao entrar, viram Hermione sobre um banquinho, parecendo procurar algo no alto da estante.

Draco, que observava atento e curioso a morena, percebeu o desequilíbrio e, usando de seus reflexos de apanhador, a amparou seguramente em seus braços. - Devia tomar mais cuidado, Granger. - lhe sussurrou ao ouvido, dando uma entonação ao seu nome que a fez perder o ar, nunca pensou que seu nome pudesse soar tão... sexy.

-Er... Obrigada - Hermione falou totalmente sem jeito, pulando do colo dele e se afastando; mexendo nas vestes como se quisesse lhes deixar retas, mas querendo apenas se acalmar.

-Então, Mione, você vai pegar leve com a gente, não é? Afinal somos seus amigos! -Gina apela para o lado emotivo de Hermione, que respira fundo antes de entrar no personagem de monitora-chefe.

-Não, sinto muito, mas como monitora-chefe, não posso pegar leve! Inclusive a professora McGonagall me pediu que fosse rigorosa pelo modo que se portaram e o local - Hermione replica seriamente, organizando algo na mesa e depois se voltando para o quarteto; todos estavam emburrados. - Me sigam e em silêncio - pede e segue a frente impassível.

Hermione os guiou até os jardins, mais precisamente às estufas, onde havia diversos vasos vazios, ferramentas de plantio e adubo em sacos fechados.

-Nesta detenção, Gina e Luna irão pegar os vasos e prepará-los para que Draco e Rony peguem as plantas do jardim e as depositem neles, depois os levando para a estufa – a morena os instrui e eles se entreolham irritados.

-E que plantas são essas? - Draco indagou desconfiado.

-São cactus urticarius. Elas têm espinhos que causam uma dor aguda, queimação, irritação e, em seguida, inflamam o local atingido. Então, depois que vocês dois terminarem, Gina e Luna irão espremer os locais inflamados e depois usarei um ungüento especial para curar os locais atingidos - Hermione fala calmamente, deixando Rony pálido e Draco raivoso, além de uma Gina com ânsia de vômito.

-Ah, não! Eu não vou tirar pus de ninguém! – a ruiva reclama contraindo o rosto numa careta de quem estava prestes a vomitar.

-Se não quer tirar o pus, pode envasar as plantas - Hermione sugere se segurando para não rir da cara da amiga, que parecia estar entre a cruz e a espada.

-Bom, eu não me importaria em trocar de lugar com você, Weasley - Draco diz com fingida inocência.

-Nós não temos a noite toda, meninas, então comecem com os vasos. Rapazes, sugiro que já comecem a cavar em volta, senão nós não acabamos hoje! – a morena comenta olhando o relógio e fazendo todos se mexerem, mesmo a contra-gosto.

Depois de horas de suor, muita força e várias "picadas", Rony e Draco acabaram o trabalho exaustos, suados e com muita dor. Havia bolsas de pus nas mãos, nos pulsos, nos braços e até no tronco.

-Meninas, é a vez de vocês. Eu vou preparar as poções para que vocês possam fazer os curativos após extraírem o pus - Hermione declara em tom prático, já pegando os ingredientes. - Ah! Coletem o pus que extraírem e ponham nesse depósito, isso será importante pro preparo de poções - acrescentou entregando-lhes alguns depósitos.

-Hei! Então essa besteira toda de botar as plantas nos vasos era para pegar nosso pus? - Draco brada furioso, mas rapidamente volta a se sentar, visto que estava todo dolorido e sem forças pelo esforço.

-Não acredito que fez isso conosco, Hermione! - Rony diz desapontado.

-Pensem que se conseguirem encher todos esses depósitos terão o dia livre amanhã! Consegui negociar uma folguinha das aulas, dependendo dos seus empenhos -Hermione fala sorridente. Provavelmente feliz, pensando nas várias poções que fariam com todo aquele material.

-Pelo menos vou ter um dia livre amanhã! Nada de Snape! - Rony comenta tentando achar algo bom naquilo tudo.

-Onde está doendo mais, Rony? - Luna pergunta atenciosa e se aproximando, já com um dos depósitos.

-Hei, eu vou cuidar do Rony, afinal ele é meu irmão! - Gina afirma rapidamente, já que não desejava ter que cuidar de Draco...

-Mas eu cheguei primeiro! - Luna protestou, fuzilando a ruiva com os olhos.

-Calma, meninas, não precisam brigar por mim! - Rony fala sorridente, enquanto Draco praguejava irritado.

-Rony, escolhe logo quem você quer, porque não temos a noite toda - Hermione intervém para acabar com a discussão.

-Nesse caso, eu fico com a Luna. Conheço bem a mão pesada da Gina - Rony decide, sem nem olhar para irmã, que certamente o estava amaldiçoando naquele momento.

Gina praguejou em voz baixa enquanto se dirigia a Draco. Luna, supostamente sua amiga, ia lhe pagar muito caro por ter lhe feito isso. Ela lançou um rápido olhar para trás, suspirou pesadamente, Luna estava toda alegre por estar apenas tocando Rony... Será que estava sendo egoísta? A ruiva voltou seu olhar para Draco, “Bom, pior que o que aconteceu na biblioteca não pode ficar”.

O rapaz estendeu a mão para ela, temeroso. Se Rony estava certo, aquilo seria um martírio. Assim que Gina tocou a palma de sua mão - sem nenhuma delicadeza. -, mais precisamente quando sentiu uma dor lacerante em toda a extensão da mão que ela apertava, soube que aquilo seria longo e doloroso.
Draco engoliu mais um gemido ao observar o sorrisinho cínico que a ruiva lhe dispensava. Ela era tão irritante, prepotente e odiosa... Como tantas pessoas poderiam dizer que “gostam, admiram e respeitam” aquela ruivinha impertinente?

-Pelo amor de Mérlim, Weasley! – Draco gritou retirando a mão das dela, quando ela usou suas unhas afiadas, como se estivesse a espremer espinhas. – Será que não sabe o significado de “delicadeza” não?! Isso dói, sabia?

-Ah é? Eu nem senti... – comentou erguendo a sobrancelha. – Deixa de ser mole, Malfoy – falou puxando a mão dele de volta para seu colo. – E não se move! – o loiro abriu a boca, certamente para protestar com indignação. - Se não quer sentir mais dor, é claro – acrescentou e isso o fez guardar silêncio, virando os olhos.

Draco gemeu de dor pela enésima vez só naquele ferimento, Gina já estava nervosa de ouvi-lo se queixar tanto, será que tinha uma mão tão pesada assim? – Por favor, Weasley – o loiro arfou, afastando as mãos dela. – Me dá um tempo, isso queima – falou numa careta tocando o ombro.

Gina o observou de lado, aquele machucado era a coisa mais feia e nojenta que tivera que espremer até aquele momento. Ela estremeceu levemente e respirou fundo contendo o embrulho no estomago que sentia desde que começara aquela atividade.
Sabia que Draco estava sofrendo, assim como seu irmão – que, apesar de estar se queixando muito menos, ainda arfara e gemera diversas vezes enquanto Luna se desculpava incontáveis vezes. -, e que estava numa situação pior que a dela, mas não deixava de ser asqueroso fazer aquilo.

-Acho que o descanso foi o suficiente.

-Será suficiente quando nunca mais precisar de você e essas suas mãos que mais parecem balaços para tocar minha pele! - Gina girou os olhos e, pegando gaze, depositou um líquido nela e se voltou para Draco passando devagar a gaze em seu ombro ferido, o que causou alivio imediato. – O que é isso? A dor diminuiu consideravelmente... Porque não passou antes?! – indagou secamente.

-Porque eu tenho um prazer sádico ao vê-lo se queixar – ela redargüiu com ironia.

-Vindo de você, não me surpreende – contrapôs em igual tom.

Gina lhe lançou um olhar assassino e esfregou com força a gaze no ombro dele, fazendo-o praguejar em voz alta. Ela riu. – Isto só deve ser usado depois de termos extraído todo pus, idiota.

-Maldita seja, Weasley! Precisava esfregar essa porcaria?!

Ela fingiu ponderar. – Ainda não tenho certeza, mas por via das dúvidas...

Rony observou Draco gritar a plenos pulmões enquanto Gina sorria satisfeita sob um olhar que brilhava em malícia. Por um breve instante sentiu pena do louro... Mas o sentimento passou tão rápido quando veio. Graças a Circe havia escolhido Luna.

Assim que Gina se dirigiu para Draco, Luna pegou uma das mãos de Rony e viu o enorme inchaço na palma da mão, possuindo uma série de pontos brancos, que indicavam diversas perfurações no local. Com a máxima suavidade e precisão, pressionou um a um os pontos, tomando cuidado para não machucá-lo e dando um tempo quando ele parecia estar sentindo muita dor.

-Uau! Não imaginei que fosse tão cuidadosa e tão carinhosa. - Rony disse contente, ouvindo um grito abafado de Draco; este sofria nas mãos de Gina.

-É que não acho que mereça sentir dor, como aquele lá - Luna contrapôs com um discreto sorriso.

Por mais que tentasse ser gentil e tomar cuidado, a loira não conseguia evitar que Rony abafasse gemidos e contraísse os músculos ao senti-la pressionar os ferimentos. Então começou a conversar com ele sobre a edição do Pasquim daquela semana, tentando mantê-lo entretido e distraído.

-Gina, me deixe passar o ungüento nele, vá ajudar Luna com Rony, porque naquela velocidade não terminam hoje - Hermione manda, já chegando com a poção e as ataduras para o curativo.

-E porque eu não passo isso e você vai ajudá-la? - Gina pergunta com uma sobrancelha erguida e Draco fecha a cara em desgosto.

-Porque eu estou muito bem assim! - Rony fala não gostando da idéia de Gina ou mais alguém ir lhe tirar o pus.

-Eu estou aplicando a detenção e não pretendo passar a noite aqui! Gina vá logo. - Hermione termina a discussão em tom autoritário e se ajoelhando a frente de Draco.

Devagar, a morena pegou a mão três vezes maior e mais inchada de Draco e apoiou em sua perna com a palma para cima. Com dois dedos pegou uma pequena quantidade do ungüento e passou na palma da mão, onde estavam os ferimentos.

-Não dói? -pergunta surpreso ao constatar que apenas sentia algo gelado e que lhe provocava até uma sensação prazerosa de alívio.

-Quando tomo cuidado não, mas se você quiser que doa... - Hermione fala com um suave sorriso maroto.

-Não, pode continuar do jeito que está! - Draco se corrige rapidamente, sentindo um arrepio ao ouvir Rony gritar.

-Gina, você é uma garota ou um trasgo?! – o ruivo indaga com os olhos cheios de lágrimas.

-Ronald, você realmente quer que eu me aborreça? - Gina retruca entre dentes, fazendo Rony engolir em seco e aceitar seu "cruel destino".

Alguns minutos depois, Hermione já havia passado o ungüento e feito os curativos necessários, enquanto Luna e Gina já estavam para acabar com Rony.

-Espere, Granger - Draco chama um pouco desconfortável, mas se sentindo bem melhor do que quando estava com Gina. - A Weasley deixou de limpar um ferimento, no meu peito, a sua direita - Hermione cora ao ouvir aquilo, mas logo começa a se mexer para terminar com o tratamento.

Devagar, talvez um pouco hesitante, Hermione puxa a camisa branca de mangas que Draco vestia, já que ele e Rony haviam tirado o restante das roupas pelo esforço. As pontas dos dedos dela, tocavam suavemente a pele dele, fazendo-o sentir um arrepio por todo corpo e, o fato dela estar tirando a camisa tão lentamente, o estava fazendo reparar na morena a sua frente, a qual sem dúvidas, era muito mais bonita e interessante que ele imaginava.

Ignorando as reações do sonserino e o jeito como ele a observava, Hermione retirou com cuidado a camisa, parcialmente grudada na região ferida, levantando-a até os ombros dele e a prendendo embaixo dos braços. Não pôde deixar de reparar em como ele estava em forma, mas rapidamente desviou a atenção e pegou sua varinha, descrevendo um círculo em torno de onde o pus era visível. O que aconteceu depois, surpreendeu Draco, que esperava sentir dor e, no entanto,apenas viu o pus saltar no deposito sem lhe provocar sensação alguma.

-Eu não acredito nisso! - fala irritado, lembrando da dor que sentira nas mãos de Gina. - Se havia um modo de tirar essa coisa sem provocar dor, porque você não disse a elas? - protesta indignado e chamando a atenção de Rony.

-Eu não acredito que toda aquela dor foi em vão! - Rony fala irritado, elas haviam acabado de limpar seus ferimentos.

-Em primeiro lugar, esse não é um feitiço fácil e na verdade nem é ensinado em Hogwarts. Segundo, detenção não é para ser agradável, é para fazer vocês aprenderem a nunca mais fazer besteira. - explica calmamente, enquanto termina o curativo em Draco e abaixa a camisa dele.

-Parabéns, você conseguiu se sair pior que a Umbridge! - Rony comenta sarcástico com raiva dela, que agora se dirigia até ele com o ungüento.

-Umbridge machucava e marcava de propósito, já eu, lembro muito bem de ter avisado aos dois dos espinhos, não tenho culpa de serem descuidados e sem coordenação! - Hermione fala mantendo-se impassível e começando a passar o ungüento no braço dele, juntamente com Gina e Luna.

N/A: Oi, é a Lílian! Desculpem a demora, mas escrever em dupla é complicado mesmo. Bom, neste cap tivemos a apresentação dos leitores selecionados, são os três rapazes de nomes John, Thiago e Raphael. No próximo cap, será a vez das meninas aparecerem! Então a pergunta desse cap é: Gostaram dos três meninos?
N/A²:Oie, aqui é a Mione. Depois de tanto tempo (e a culpa foi toda minha, gente), estamos de volta com mais um capítulo. Espero que curtam, desculpem a demora. E muito¹²³ obrigada por todos comentários e "atualizaaaaaaaaaa!" que recebemos! XD
Beijo e até a próxima att.

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