O trio e a causa.
Cap 20.: O trio e a causa.
“Estão todos aqui?”-disse McGonagall, assentindo com a cabeça quando Lilá Brown entrou na cozinha e ficou ao lado de Zabini.
O garoto levou a mão ao nariz e revirou os olhos.
“As varinhas.”-disse a diretora, pegando a minha varinha, a da Vane (que estava um tanto calada e me lançou um olhar meio magoado), do Zabini (que no fim, tirou a mão do nariz), da Brown, do Malfoy (espera aí. Eu só olhei para a varinha dele, está bem?) e quando ela foi recolher a sexta varinha, foi que ela percebeu...
Não tinha sexta varinha... porque, óbvio, não tinha uma sexta pessoa naquela cozinha.
Não tinha sexta pessoa naquela detenção.
Ah, merda.
Não, não, não!!!Thomas de novo na detenção.
É, ele abriu a porta e simplesmente entrou na cozinha.
“O senhor disse que não apareceria.”-falou McGonagall, um tanto surpresa.
“É...”-o Thomas disse.-“Mas acho que nós tivemos uma recaída, sabe?”-e apontou para mim e deu um sorrisinho malicioso.
“Lógico.”-ironizei, para, logo em seguida, encarar o Malfoy.
Draco Malfoy levantou a sobrancelha para mim e sibilou:
“Voltou, é?”
Dei um sorriso cínico para o loiro, enquanto McGonagall pegava a varinha do editor sem dizer mais nenhuma palavra.
Eu entendo.
Só de pensar que o Thomas pode começar a discutir qualquer tipo de coisa, você se cansa e... tenta fazer com que ele pare de falar.
Mas assim que ela se virou e saiu da cozinha, eu agarrei o braço do meu editor e disse, de modo bem ameaçador:
“O que você está fazendo aqui?”
“A minha querida pediu para que eu entrasse na detenção.”-falou o garoto, todo sonhador.-“Lógico que ela vai me recompensar muito bem depois...”
“Por favor.”-eu disse, tentando não parecer tão enojada.-“Não fale como se você fosse fazer alguma coisa errada com a minha amiga, está bem?”
“E quem disse que eu vou fazer isso?”-falou o garoto.-“Eu amo a Carmen. E tenho certeza que é recíproco.”
OK.
Agora que eu começo a passar mal para valer.
“Thomas.”-eu disse, tentando desviar daquele assunto enojante.-“Por que eu precisaria de você? Por que você tem que ser a minha babá?”
“Ah, Weasley, fico tão feliz que você me considera a sua babá.”
“Não, você não é a minha babá.”-eu disse, enquanto eu e ele caminhávamos para uma das pias, um tanto longe das outras pessoas.
O rosto do garoto simplesmente murchou.
“OK.”-ele disse.-“Eu realmente queria saber se o que está acontecendo é verdade.”
Fiquei surpresa.
“O que você quer dizer com a verdade?”-questionei, parando de analisar os pratos que eu teria que lavar e observando o garoto que já segurava um pano nas mãos.
“Ela sem querer me mostrou uma coisa...”-e mostrou um dos pergaminhos que nós usamos como bilhete da aula de Adivinhação.
Tentei de todos os jeitos arrancar o pergaminho da mão do editor, mas o Thomas mesmo se surpreendendo com o meu “ataque”, conseguiu segurar o pergaminho bem a tempo.
“Solta, Thomas.”-ameacei.
“Não!!!”-ele berrou, histericamente.-“A minha querida falou que eu deveria guardar e é isso que eu vou fazer!”
“Você não tem que guardar coisa nenhuma!”-retruquei, lívida.-“Se você não sabe, quem escreveu nesse papel fui eu!”
“E eu, como namorado da outra pessoa que escreveu, Carmen Esperanza.”-falou o garoto, enquanto tentava puxar o pergaminho para si.-“Tenho o dever de protegê-lo.”
“Você não vai proteger nada!”-eu berrei, já beliscando a mão do garoto.
“Ah vou! E pare de me beliscar!”-ele falou, e continuou ainda bem histérico.-“Se isso cair em mãos erradas, Weasley, vai ser um escândalo!”
“Escândalo?”-disse a Vane, dando pulinhos de tanta ansiedade. Percebi que todas as outras pessoas olhavam a na hora, mas logo a Vane continuou.-“Onde???”
“Não interessa.”-eu falei, conseguindo arrancar o bilhete da mão do garoto, mas era tarde demais já que o Thomas disse:
“Menina, vai ser um babado se alguém souber.”
“Só que ninguém vai saber.”-eu disse, já guardando o bilhete no bolso da calça.-“Se a Carmen souber que você roubou um dos bilhetes dela... ela vai ter um ataque,você está me ouvindo? E se você quiser continuar esse namoro, não faça isso.”
“Como você sabe...”-ele falou, bem mais baixo, mas ainda ofegando um bocado.-“Que eu sem querer querendo coloquei o bilhete no meu bolso?”
“Por mais que a Carmem ame você... ela seria incapaz de fazer isso.”
OK.
Eu não posso ter dito que a Carmen ama aquela coisinha.
“Ah, meu Deus!!!”-disse o Thomas, todo emocionado.-“Ela me ama, não é? Ela me ama de verdade?!”
“Não vou responder.”-eu falei, desesperada.-“Espera aí.”-continuei, pensando mais um pouco.-“Se ela ainda não falou a palavra com A ... é porque ela ainda está com dúvidas.”
“Pare de ser uma estraga prazer, Weasley.”-falou o garoto, todo afetado.-“E só para você saber... a Carmen ficou toda emocionada depois que eu a beijei.”
“Meu Deus... ela não chorou, chorou?”-perguntei, já pegando um prato e o lavando.
“Como você sabe que os olhos dela ficaram marejados?”-ele disse, me olhando de modo bem estranho.-“Ela não escreveu isso no bilhete...”
“Eu acho que ela não queria dizer que o seu beijo era tão, mais tão ruim que ela teve vontade de chorar por causa disso.”
“Ela nunca faria isso!”
“Não sei, Thomas, não sei mesmo.”-eu falei, de modo bem cruel.
Não pense que eu gosto de ser cruel com as pessoas, mas pelo amor de Deus... é o Thomas.
“Você sabe que foi o primeiro beijo dela.”-continuei.-“E bem... é uma grande responsabilidade sua, Thomas.”
“Ela disse... que achou estranho.”-falou o garoto, quase chorando em cima do prato que eu entreguei.-“Eu devia ter desconfiado!”
“Lógico que sim.”-falei, acusadora, mas ao mesmo tempo não tentava rir de toda aquela situação.-“Afinal, você era a pessoa mais experiente! Mas dependendo de você... eu bem que entendo como ela deve ter se sentido.”
“Eu... tenho que falar imediatamente com ela!!!”-o Thomas berrou, totalmente enlouquecido.
“Ótimo.”-falei, irritada.-“Apenas tente sair.”
O Thomas nem respondeu, pois no momento seguinte, ele estava em frente a porta e a tentava abrir de qualquer jeito.
“Ela não abre!!!”-berrava o garoto, desesperado.-“Weasley, faça a abrir.”
“Thomas, você já percebeu que nós estamos em uma detenção?”
“Eu sei, mas como que eu não posso sair?”-ele perguntou, enquanto dava mais um soco na porta.
“Como que você não pode sair?”-eu repeti. -“Você é burro? Será que você não percebeu que a McGonagall iria nos trancar aqui dentro até a detenção terminar? E eu até agora nunca vi uma pessoa fazendo um feitiço sem uma varinha.”
“Pare, OK?”-disse Thomas.
Mas no momento seguinte, a porta se abriu.
E eu vi o meu irmão, Harry e Hermione entrando na cozinha com as varinhas levantadas.
“Cadê a Gina!?!?”-ele perguntava, enquanto vasculhava todos os cantos escuros da cozinha.
“Rony... eu estou aqui.”-falei.
Meu irmão percebeu que eu estava perto da porta e fingiu que não estava me procurando.
“O que vocês estão fazendo aqui?”-perguntei, não acreditando que meu irmão estava ali.
“Rony e as suas neuroses, Gina.”-disse Hermione rolando os olhos.-“Eu não sei o que acontece entre você e o Malfoy, mas não ache que nós acreditamos nessa história de estupro, está bem?”
“Nós?”-perguntei, surpresa.
“Eu e Harry.”-e apontou para o garoto, que olhava para Draco Malfoy com desconfiança.
“Ótimo.”-eu falei.-“Mas eu estou no meio da minha detenção, então, será que vocês poderiam... sair?”
“Você não quer a nossa ajuda?”-perguntou Hermione, mostrando a varinha.
Só que antes que eu respondesse, Thomas falou em voz alta:
“Por que eu nunca pensei em fazer isso? Eu poderia ter entrado no meio da detenção e ainda teria a minha varinha, aí ninguém desconfiaria de mim e...”
“Porque você é burro.”-respondi, interrompendo-o.
“Eu não pedi a sua opinião.”-retrucou o garoto.-“E se eu saísse agora?”
“É... você não muda mesmo. Você não vai sair, Thomas.”-o adverti.-“Se a McGonagall ver que você saiu da detenção, ela vai ter um ataque e pode fazer com que o meu irmão, Harry e Hermione entrem em detenção.”
OK.
Eu não queria que o Rony fosse obrigado a entrar na cozinha e lavar os pratos ao meu lado.
Se com o Thomas já é ruim... imagine ao lado do meu irmão falando todas aquelas idiotices sobre estupro.
E Harry e Hermione? Eu acho que seria demais para mim se eles ficassem lavando os pratos enquanto poderiam, sei lá, estarem salvando o mundo nesse momento.
“Mas a Carmen...”-ele falou e eu rolei os olhos.
“Se a Carmen não gostasse nem um pouco de você, ela não deixaria que você levasse os livros de Adivinhação dela, seu estúpido.”
“Como você sabe que ela deixou que eu levasse os seus livros?”
“Como uma pessoa estúpida consegue roubar um bilhete? Se fazendo de amigo da vítima.”-retruquei e ao ver o olhar de espanto do Thomas, continuei.-“Isso é óbvio.’
“Fale o que quiser.”-disse o garoto.-“Eu vou...”-e ao ver o meu olhar cruel, o Thomas meio que murchou um pouquinho e continuou.-“Secar a louça.”
E eu com o meu sorriso vitorioso me aproximei de Harry e eu falei, um tanto sem jeito:
“Não seria bom se vocês saíssem da cozinha?”
“Você acha que eu conseguiria fazer isso?”-ele perguntou, enquanto eu via meu irmão encarando Blaise Zabini e Draco Malfoy de modo bem cruel.-“Gina, ele realmente se importa com você.”
“Eu também me importo com ele, Harry.”-retruquei.-“Mas tem certas coisas que nem você e o meu irmão devem se meter.”
E, assim, deixei Harry para trás e voltei a lavar a louça.
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“Você não quer que eu te ajude?”-perguntou meu irmão, pela quinta vez.
“Você me ajudaria... se você não ficasse aqui, Rony.”-argumentei, mas meu irmão rolou os olhos e respondeu:
“Você acha que eu não vou te proteger deles?”
“Rony, eu não sei se você está com algum problema nesses últimos dias, mas eu estou bem. Eu não vou morrer se você simplesmente sair por aquela porta.”
“Mas ele...”
“Ninguém vai fazer nada comigo.”-eu falei.-“Faremos o seguinte. Se eu não aparecer até as onze da noite... você entra em desespero e tudo o mais.”
“Eu...”-meu irmão falou, mas ao ver que eu estava quase implorando para que ele fosse embora, continuou.-“Está bem. Mas nem um minuto a mais, está me ouvindo?”
“Prometo. Nem um minuto a mais.”-e dando uma piscadela para o meu irmão, continuei.-“Esse não é um lugar para você trazer Hermione.”
“O que você quer dizer com isso?”-falou meu irmão, cruzando os braços, mas corando levemente.
“O que simplesmente está na cara.”-retruquei.-“Você está indo devagar demais, Rony.”
“Hey!”-ele disse, totalmente constrangido.-“Você é a minha irmã mais nova.”
“Mas eu não sou tão burra como você. Eu sei o que eu quero, Rony. E eu não deixo escapar.”
É uma grande mentira, é verdade, mas o que eu posso fazer quando o que eu MAIS quero é ver Rony longe de mim?
Eu sei.
Eu sou uma péssima irmã.
“E o que você quer nesse momento, Gina?”-perguntou Harry, surgindo do nada.
Olhei atravessado para o garoto e disse para Rony:
“Adoraria que o meu irmão se decidisse.”
“Tem certeza que é apenas isso?”-insistiu Harry e 0seu olhar caiu em Draco Malfoy.
Coincidência ou não, o loiro também estava olhando, mas eu falei, em tom de desespero:
“Lógico que é isso. O que mais seria, Harry?”
“Talvez que a detenção acabasse.”
“Eu quero isso.”-falei, como se fosse bem óbvio.
“Então, por que você não aceitou a ajuda de Hermione?”-falou Harry.-“Ou a minha? Ou a de Rony?”
“Eu estou em detenção, Harry.”-eu disse, me irritando.
“Nós sabemos disso.”-retrucou o garoto.-“Mas isso não diz que... você não pode ter a nossa ajuda.”
“Se você não sabe, eu tenho que fazer as coisas desse jeito.”-falei, o encarando (talvez, desse jeito o garoto percebesse o meu desespero), tanto que eu simplesmente joguei o prato... para ninguém.
Óbvio que o mesmo se espatifou no chão e eu fiquei ali. Parada. Que nem uma idiota.
“Reparo!”-disse Hermione.-“Você não percebeu que não tinha ninguém ao seu lado?”
“Não. Cadê o Thomas?”
“Ah, ele fugiu.”-disse Hermione.-“E... ele falou para você não se preocupar, que ele vai consertar tudo e vai pedir perdão para a querida dele.”
Suspirei.
“E, bem, Gina, nós vamos sair.”-continuou a garota.-“Seu irmão já viu que você está totalmente segura e que não vai acontecer nada com você.”-dando um sorriso cúmplice para mim.
“Às onze, você está entendendo?”-disse meu irmão, sendo empurrado por Hermione.
“Às onze.”-repeti.-“Antes das onze.”
E, assim, o trio saiu, fazendo com que eu voltasse a lavar a louça.
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“Agora, me conta.”-disse a Vane, enquanto eu estava simplesmente excluída num canto lavando a louça.-“Como você consegue?”
“Consigo, o quê?”
“Ficar perto de Harry Potter e Rony Weasley. Eles são simplesmente os garotos mais bonitos de Hogwarts e você conversa com eles como se fosse... natural.”
“Mas é natural.”-retruquei, enquanto eu deixava mais um prato na bancada, mas logo vi que a Vane estava secando os meus pratos.-“Além do mais, eu não consigo ter vergonha do meu próprio irmão.”
“Como é ficar perto do Harry Potter?”-ela perguntou, curiosa.
“É... irritante.”-falei, sem pensar.-“Na verdade, Harry é uma excelente pessoa.”
Só que eu falei um pouquinho alto demais.
E quando eu vi... a Brown tinha ignorado totalmente o Zabini (o que é um milagre) e estava ao meu lado.
Só que não pense que eu consegui ficar ao lado da garota... simplesmente porque ela tomou um banho de perfume e estava... fedendo.
Pela primeira vez na vida... eu entendi totalmente Blaise Zabini.
“Você o acha uma excelente pessoa?”-repetiu Lilá.
“Sim?”-respondi, me distanciando cada vez mais rápido da garota, mas não deu muito certo, já que a Brown e a Vane, no momento seguinte, estavam segurando os meus dois braços e falando:
“Mas ele beija bem?”
“Você terminou com ele, por quê?”
“Mas vocês eram felizes juntos?”
“Ele gosta de coisas muito radicais?”
“Ele tem outra tatuagem?”
“Você já o viu sem camisa?”
“Ah, calem a boca.”-falei, irritada, me desvencilhando das duas.-“Nós terminamos porque... sim! Não que isso seja da conta de vocês.”
“Mas Best... você tem que entender.”-falou a Vane, curiosa.-“Não é muito normal terminar um namoro, ainda mais com um cara chamado Harry Potter.”
“Nós terminamos. E é só.”
“Mas ele ainda gosta de você.”-disse a Vane, analisando muito bem o meu rosto.
Não fiquei surpresa nem nada.
Apenas revirei os olhos e voltei a lavar a louça.
“O que você acha disso, Best?”
“Disso, o quê?”
“Do Harry ainda gostar de você.”-ela falou, com um sinal de amargura na voz.
“Nada.”
“Nada?”-repetiu a Brown.
“Eu não tenho que dizer nada.”-retruquei.
“Mas como não?”
“Não tenho.”-falei, enquanto sentia o olhar de Draco Malfoy nas minhas costas.
“Conte para mim.”-disse a Vane, falando bem baixinho.-“Ele te traiu?”
Ah, meu Deus.
Acho que seria muito mais fácil se eu o traísse.
OK.
Eu fiz isso.
Não que eu pudesse escapar daquela pequena traição.
“Ah, sua boba!”-berrou a Brown, bem alto.-“É capaz da Weasley ter traído o Harry do que ao contrário.”
Draco Malfoy deu uma risada sarcástica, então, eu me virei e o encarei de modo bem demoníaco.
“Fale a verdade, Weasley.”-disse Zabini.-“Traiu ou não o Potter?”
Não adiantava.
Corei imediatamente.
“Isso não interessa.”
“Ela está corada.”-comentou a Brown, de uma maneira bem maléfica.
“Eu acho que você traiu sim.”-disse Zabini, me fazendo corar mais ainda.-“E até sei quem é.”
Só que antes que as duas meninas estúpidas (Brown e Vane) pudessem perguntar quem seria a pessoa (vocês acham, por acaso, que elas não perguntariam isso?), eu só pude escutar o barulho de louça se quebrando.
E Draco Malfoy xingando baixinho por causa dos pratos e tigelas totalmente destruídos, mas eu já sabia.
Ele fizera de propósito.
“Droga, Draco.”-exclamou Zabini, já se abaixando para ajudar o loiro a retirar todos os cacos.
E eu fui ajudá-los, já que eu sabia que a Vane e a Brown não se atreveriam a pegar os cacos (imagina se elas se cortassem...).
Além do mais, eu sabia que Malfoy estaria brigando nesse momento com o negro.
“Cacete, Zabini!”-ele falou.-“Você não poderia ficar calado?”
“Mas o que você achava que eu ia falar?”-perguntava o negro.
“Que você iria falar o meu nome.”-respondeu Malfoy, franzindo o cenho.-“Para as duas garotas mais idiotas da escola.”
“E isso seria tão grave, assim, Malfoy?”-perguntei, ficando ao lado do garoto e já pegando um pedaço de um prato.
“Seria, Weasley.”-retrucou.-“Se o seu irmão descobrir que a irmãzinha dele não é tão pura quanto ele pensa...”
“Ele não vai saber.”-falei.-“Não por mim.”
“Ainda bem.”-falou Malfoy, estreitando os olhos.-“Eu não quero que o meu nariz sangre novamente. Ainda mais por sua causa.”
“Ele vai continuar te perseguindo.”-eu falei, fazendo uma careta.-“Afinal, você é o estuprador cruel.”
“Weasley... não foi você que falou isso, foi?”-ele perguntou, franzindo o cenho.
“Não faço a mínima idéia.”-eu disse,irritada..-“Como também não sei quem espalhou os folhetos.”
“Não sei quem espalhou.”-disse Malfoy, se levantando e jogando a louça quebrada no lixo.
“É óbvio que ele sabe.”-resmunguei.
“E se ele não soubesse, Weasley?”-perguntou Zabini, que estava a minha frente.
Eu tinha esquecido totalmente do garoto.
“Como você pode falar que ele não sabe?”
“Existem certas coisas... que nós não comentamos.”
“Que tipo de coisas?”-eu perguntei, ainda agachada. Draco Malfoy ainda não voltara.
“Ano passado.”-o garoto, começou.-“O armário,o plano maquiavélico do Draco. Este ano, a volta do Draco. São coisas que nós não comentamos.”
“Como, não?”-perguntei, ficando cada vez mais interessada.-“Vocês viram tudo. Vocês viram o que aconteceu. Vocês...”
“Podemos ter visto, mas não comentamos.”-resumiu o garoto.-“O fato de você ter entrado na Sonserina. Você acha que não havia pelo menos uma ou duas pessoas que sabiam que você era uma farsa?”
“Você sabia?”
“Não, Weasley.”-ele respondeu, depois de um tempo.-“Eu não sabia. Draco não sabia. Eu só desconfiei dessa viagem repentina.”
Mas antes que eu pudesse falar alguma coisa, Zabini continuou:
“Entretanto, nós descobrimos que você, ou melhor, a Proust voltaria. Ficamos felizes, organizamos uma festa. Ela era realmente querida, se é que você me entende.”
Eu sabia.
Eu conseguia sentir... a saudade de Zabini. Em todas aquelas palavras.
“E você apareceu.”-ele continuou.-“A Proust estava estranha. Não estava... sendo ela. Você não a conhecia, Weasley.”
“Acho que isso é um tanto óbvio.”-respondi.
“Realmente.”-disse Zabini, sorrindo.-“Mas ela...conseguia fazer com que todos a adorassem. Mesmo que algumas garotas tivessem a vontade de matá-la.”
“Zabini...”-eu falei, um tanto sem graça.-“Por que você está me dizendo isso?”
“Porque... você mudou muita coisa.”-ele respondeu, também bem sem graça, mas continuou.-“Não que as mudanças tenham sido boas, longe disso.”
Dei um sorriso e perguntei:
“Você não está falando das mudanças do Malfoy, está?”
“Não é nada demais, Weasley!!!”-berrou Zabini, ao ver que Malfoy estava se aproximando.-“Agora, quer parar de tentar encostar em mim?”
Revirei os olhos e resmunguei:
“É impossível tentar estabelecer um diálogo, com você.”
“Nós não podemos conversar mais.”-disse o garoto, dramático.-“Você não entende que você é da Grifinória e eu sou da Sonserina?”
“Graça a Deus que nós somos de casas diferentes.”-retruquei, me levantando e jogando os pedaços de louças que ficaram acumulados (enquanto eu esperava todo o discurso de: Nós amávamos a Valkiria Proust, acabar) no lixo.
“Ótimo.”-falou Zabini, com a sobrancelha levantada.-“Por que eu não quero nada com você!”
Encarei a Vane que estava simplesmente paralisada e a Brown que parecia prestes a chorar.
“Você realmente não faz o meu tipo.”-falei, rispidamente, já pegando o balde com o esfregão, assim, comecei a limpar o chão da cozinha.-“Agora, você quer fazer o favor de ajudar?”
Eu só podia desejar uma coisa: que as detenções acabassem o mais rápido possível.
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A porta se abriu, assim, que nós colocamos todos os baldes de volta.
Dei até um suspiro aliviado ao ver que a McGonagall não estava na cozinha falando que amanhã teria mais.
“Acho que isso significa que nós podemos sair.”-comentou Zabini, casualmente.
Eu nem respondi, já que no momento seguinte, eu caminhava pelo conhecido corredor de um modo bem apressado.
Meu irmão não teria que se desesperar, já que eu estava voltando para o Salão Comunal uma hora antes do combinado.
Só que... meu irmão se desesperaria novamente.
Não que a culpa fosse minha.
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“Você quer saber quem espalhou os folhetos?”-perguntou Draco Malfoy, segurando meu braço, enquanto me conduzia por um outro corredor.
OK.
Ele me assustou um bocado, mas eu não deixaria transparecer que ele tinha feito isso.
Ainda mais, só de sentir ele me tocando... fez com que eu ignorasse totalmente que aquela cena era surreal demais.
“Você sabe quem é?”-sussurrei, percebendo que o garoto ainda segurava firmemente o meu braço.
“Eu acho que... alguém próximo demais da Proust fez isso.”-opinou o garoto.-“Alguém que sabia que ela caiu no Lago.”
“Mas quem?”-eu perguntei, curiosa.
Draco Malfoy me soltou e disse:
“E se você perguntasse? E se você tentasse descobrir?”
“Perguntasse, Malfoy?”-repeti, incrédula.-“Você sabe com quem você está falando? As pessoas da sua Casa não olham na minha cara. E até parece, que elas vão conversar comigo.”-e me virei.
Pronta para sair.
Pronta para desistir de tudo.
Pronta para ficar longe dele.
“Então, é assim.”-falou Malfoy, a voz alterada.-“Você está desistindo?”
“Eu estou encarando a realidade.”-argumentei.-“E perguntar para as pessoas próximas a Proust sobre os folhetos... é uma grande estupidez.”
“O que mais foi estupidez para você?”-ele perguntou.-“Ter entrado na Sonserina, como Proust, também foi um grande erro?”
Parei de andar.
E o encarei.
“Você está perguntando isso para mim?”-questionei.-“Você acha que para mim foi um grande erro?”
“Não entendo você, Virginia.”-ele disse,voltando a caminhar. Óbvio, que para um outro lado.
Meu coração acelerou.
Ele tinha me chamado pelo primeiro nome.
Ele sabia o meu primeiro nome.
E eu resolvi mudar, novamente, de opinião.
“Eu vou.”-falei, com um sorriso no rosto.-“Eu vou perguntar para os amigos da Proust. Agora.”
“Você vai?”-ele perguntou, incrédulo, mas tinha um outro sentimento escondido. Sim, no meio de toda aquela surpresa, eu sentia que tinha... orgulho, ou talvez, até felicidade.
Algo que eu achei que Draco Malfoy nunca possuísse.
Entretanto, ele também nunca pensou que eu fosse tão inconstante. Talvez ele ache que eu seja um tanto louca.
E quer saber?
Talvez eu realmente seja.
Só que tudo isso tem uma causa.
Não que ele saiba disso.
Mas isso não interessa.
Já que, nesse momento, eu estou andando ao lado dessa causa.
CONTINUA...
Escutando: Bones, Replaceable e This River is Wild- The Killers
N/a: Olá!!!
Sim, eu demorei semanas para postar o cap 20, mas quem disse que eu conseguia escrever?
Eu parecia, sinceramente, uma louca tentando escrever alguma coisa, já que eu lia a frase, fazia cara feia, apagava, escrevia de novo, lia, via que não tava bom e tinha vontade de chorar.
Por isso, devido ao meu desgaste emocional, o cap ficou uma coisinha de novo, me desculpem a falta de action e a falta de cenas engraçadas, como sempre.
Ah, lógico.
E, sinto muito, mas a fic já está na sua reta final.
Agora, vou responder os comentários maravilhosos!!
Miss Veritasserum: Uaaau!!! Que comentário gigante! Bom, vamos lá, vou responder direitinho. Não, não tem problema você não ter comentado antes XD. Sim, a Gina é uma pessoa completamente diferente daquela do livro. Ela é mais histérica, mais louca e às vezes, você tem a singela vontade de matá-la (na minha fic XDD). Você é igual a Carmen? Interessante, porque a Carmen é como se fosse o meu alter-ego (eu sou mais Carmen do que a Gina, por íncrivel que pareça XD). Como dizem, nas fics eu sou Draco e Gina, já no livro, eu apoio totalmente Harry e Gina (eles são fofos, mas acho que eu não conseguiria escrever uma fic com eles. Só se a fic fosse UA, como a minha última H/G é). Bom, eu espero que você goste desse último cap e que você desculpe a minha demora! Beijooss
A ツ DöriS BläcK ~ Fanfic100: Se eu perguntar para quem lê A espiã, quem as pessoas preferem: Draco ou Dino... acho que o segundo não receberia nenhum voto (por mais que eu o ache divertidíssimo de escrever XD). Bom, eu espero que você goste do cap! Beijooss
Pan Potter:Muito obrigada pelos elogios! Sim, quem não adora o Draco??? Espero que tenha gostado desse último cap! Beijoos
Gabrielly Malfoy: Espero que você goste desse também! Beijoos!
Só de comentários!!
E, sim, eu espero que você comente sobre a fic (o que você gostou, o que você não suportou e tudo o mais!).
Beijos e boa semana,
Anaa
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