Quem tem um Malfoy por perto..
Cap19.: Quem tem um Malfoy por perto...
Ainda estava me acostumando com a claridade quando eu vi o Trio.
Só que eu não estava nada feliz ao ver meu irmão, Harry e Hermione me olhando com censura e encarando Malfoy com raiva.
“Ah, merda.”-resmunguei.
“Gina.”-disse meu irmão.-“Você está bem? Por que você não parece muito bem, sabia? Ah, Merlim, você quer que eu chame a Madame Pomfrey não quer? Eu entendo que você prefere conversar com ela, não comigo já que esse assunto é delicado e, Gina, eu tomei uma decisão muito importante: nossa mãe precisa saber disso.”
“Rony.”-falei, irritada.-“A mamãe não pode saber disso.”
Eu só conseguia perguntar, para mim mesma:
O que eles estavam fazendo aqui?
O que ele vai contar para a minha mãe?
E o que diabos Rony queria dizer com todo aquele discurso?
“Gina, entenda.”-disse meu irmão, me separando bruscamente de Draco Malfoy, pousando os olhos no casaco que eu estava usando.-“Esse casaco.. não é dele, é?”
Engoli em seco e disse:
“Ahn, Rony, não é nada disso e...”
“É dele ou não é?”-meu irmão perguntou, bravo.
“Sim...”-eu falei, enquanto tirava o casaco.-“Mas não aconteceu nada.”-acrescentei rapidamente, enquanto via meu irmão ficar com o rosto cada vez mais vermelho.
Meu irmão pegou o casaco de Malfoy e simplesmente jogou na cara do mesmo e virando-se para mim, disse, com a voz bem mais calma:
“Você não precisa ficar com medo de ser taxada como a garota que foi estuprada.”-e virando-se para Harry, Rony fez um sinal e disse.-“Afinal, eu e Harry daremos um jeitinho nisso agora mesmo.”-e lançou um olhar raivoso para Malfoy.
Fiquei perplexa.
“Rony, eu não fui estuprada.”-eu disse, suplicando.-“Sério, eu não posso te contar o que está acontecendo, mas não foi isso.”
Meu irmão me lançou um olhar de pura compaixão.
“Eu sei que nós pegamos o cara no ato, mas não precisa ficar com vergonha disso. Afinal, você está segura agora. Assim como as outras meninas.”-e, falando bem eufórico, Rony continuou.-“Você não está percebendo que vai ser uma heroína?”
“Eu não vou ser uma heroína!”-eu falei, enquanto tentava não parecer tão desesperada assim.
Minha mãe nunca ia acreditar nessa história de: Gina saiu tarde da noite do seu dormitório e foi pega numa sala vazia se amassando com o seu estuprador.
É.
Minha mãe não é tão idiota quanto Rony.
Nem Harry e Hermione que olhavam para o meu irmão como se não acreditassem que ele estava pensando realmente naquilo.
“Mas você fez com que nós pegássemos o cara no ato!”
“Então, Weasley.”-disse Malfoy, com sarcasmo.-“É melhor você sair para que o suposto estuprador consiga concluir o ato.”-e deu uma piscadela para mim.
Contive um: “Malfoy”, meio esganiçado, mas Malfoy não continuou piscando por muito tempo, já que Rony o socara.
“O quê”- o loiro disse, enquanto massageava a área onde fora socado.-“Que merda é essa, Weasley?”
“Você merece muito mais, Malfoy!”-berrou Rony, correndo até o garoto e o derrubando no chão.
“Ah, meu Deus!”-berrei, enquanto olhava Rony e Malfoy se socando, e rolando pelo chão.
Eu sempre desejei que dois garotos brigassem por mim, mas...
Não é nada bonito ver que um dos caras que está brigando por sua causa é o seu irmão.
E o outro é, supostamente, seu estuprador cruel.
Por que nada na minha vida consegue ser convencional?
“Harry!”-berrei, enquanto eu tentava, em vão, segurar Rony.-“Você quer fazer o favor de me ajudar?”
“Não!”-disse o garoto,cruzando os braços.-“Você não deveria estar aqui com ele, só para começar.”
“O que você queria que eu fizesse?”-retruquei, lívida, e quando eu vi eu estava segurando um tênis de Rony.
O tênis que Rony nunca lava se você me entende.
Fiquei dois segundos com o tênis, mas, logo em seguida, joguei o mesmo em direção os dois e, bem,o calçado acabou atingindo as costas de Draco Malfoy.
Ele me olhou como: O que você pensa que está fazendo? De que lado você está?
“Desculpa, OK?”-eu disse e voltando para Harry, continuei o meu discurso.-“Você queria que eu ficasse te esperando para sempre? Até você decidir que é seguro ficar comigo?”
“E isso daqui, Malfoy.”-berrou Rony, ficando em cima do loiro e já se preparando para socar o mesmo.-“É pela Gina, pela minha mãe, pela...”
Só que antes que Rony pudesse socá-lo, Malfoy foi mais rápido e conseguiu, não me pergunte como, atingir Rony com um belo de um soco no estômago.
“Quando você for socar alguém, estúpido.”-o loiro disse, enquanto tentava, em vão, fazer o nariz parar de sangrar.-“Soque logo.”
“Malfoy!”-exclamei, horrorizada.
Eu via meu irmão se contorcendo que nem um louco por causa do soco.
“Weasley, pelo amor.”-ele disse, com a cabeça para cima.-“Nem foi tão forte assim.”
“Nem foi tão forte, assim?”-falei.-“Malfoy, ele está se contorcendo no chão!”
“Ele pode estar fingindo?”
“Ele não está fingindo!”-disse Hermione, enquanto ajoelhava-se e colocava a cabeça do meu irmão no seu colo.
Coincidência ou não, Rony começou a gemer mais alto e a falar:
“Ah, meu Merlim!”-e segurava o estômago, se contorcendo só um pouco para se acomodar cada vez mais no colo da garota.-“Eu acho que eu vou morrer, eu acho...”
Olhei para Hermione e a mesma um tanto constrangida, segurou a cabeça do meu irmão e disse:
“Já chega.”
Rony se levantou e disse para Malfoy:
“Isso não vai ficar assim.”
“Ótimo, Weasley.”-o garoto disse, já com a mão na maçaneta na porta.-“Tente, se você conseguir.”
E ele saiu.
Sem nem olhar direito para mim, se você me entende.
Sendo que antes... tudo estava indo bem para os padrões Weasley/Malfoy.
Soltei um muxoxo de pura irritação e disse:
“O que vocês estavam fazendo aqui?”
“Ah.”-disse Hermione, enquanto olhava de Harry para Rony.
“Seu irmão estava preocupado.”-desculpou-se Harry, mas parecia que o mesmo não queria fazer nada disso.
“Ah, lógico que ele estava.”-eu disse, com ironia.-“Então, me responda, por que o Rony apareceu justamente nessa sala? Por que ele não estava aqui sozinho?”
O trio se olhou durante um bom tempo.
“Nós saímos de Hogwarts, está bem?”-disse meu irmão, enquanto via os olhares de pura censura de Harry e Hermione.-“Hey, ela é minha irmã!”
“Mas ela não deveria saber.”-disse Hermione, enquanto mordia o lábio.
“Olha.”-eu falei, enquanto tentava conter toda a minha curiosidade.
Não é todo dia que eu consigo pegar Rony, Hermione e Harry em plena madrugada fazendo alguma coisa que... bem, quebra todas as regras de Hogwarts.
Acho que eles, provavelmente, estão pensando a mesma coisa sobre mim.
“Eu não vou falar para ninguém, sabia?”-continuei.
“Não é isso.”-disse Harry, fazendo uma careta.-“É só que... nem nós sabemos direito o que está acontecendo.”
Encarei o trio estupefata.
Como assim eles não sabiam?
“Você está falando sério?”-perguntei, enquanto me sentava em uma carteira e os encarava, torcendo que eles falassem: “Nós estamos brincando!” a qualquer momento.
“Eu juro que essa é a verdade, Gina.”-retrucou Hermione, me encarando bem mais séria do que o normal.-“Algumas pessoas da Ordem queriam convocar os alunos do sexto e do sétimo ano de Hogwarts.”-e nisso, Hermione revirou os olhos.-“Eu sei que existem pessoas que querem lutar, mas eu não sei...”
“Todos sabemos que poderemos lutar com os Comensais, Hermione.”-disse meu irmão.-“Mas existem pessoas do Ministério que não concordam com a gente.”
“É.”-disse Harry, frustrado.-“Eu faria qualquer coisa para sair de Hogwarts e, bem, acertas as contas, se é que você me entende.”
“Nós precisamos lutar, sim.”-rebateu Hermione.-“Mas eles já estão pensando em convocar alunos do sexto ano!”
“Hey!”-eu falei, indignada.-“Qual é o problema das pessoas do sexto ano?”
“Você nunca lutou, Gina.”-disse meu irmão.
“Ah, pelo amor de Merlim! Vocês, por acaso, esqueceram que eu fui com vocês até o Ministério da Magia enquanto eu ainda estava no quarto ano?”
“Mas aquilo não foi uma luta.”-protestou Harry.
“Não, não foi.”-eu retruquei, sarcástica.-“Eu só fui perseguida por alguns Comensais da Morte no próprio Ministério.”
“Gina!”-disse meu irmão.-“O assunto é sério. Se eles forem convocar alguém, provavelmente, eles só vão convocar os alunos, entendeu?”
“Como?”
“Eles só vão convocar os garotos, Gina.”-disse Hermione, indignada.-“Como se nós só fôssemos ficar em casa rezando por eles.”
“Mas eles não podem fazer isso, podem?”-eu perguntei, enquanto olhava preocupada para o meu irmão e pensava em...
Malfoy.
Eu sei.
Se ele fosse convocado, eu poderia dizer que os caras que fizeram isso são totalmente malucos.
Mas ele teria uma grande chance de ser chamado, não tinha?
“Poder podem.”-disse Rony, com a voz fraca.-“Devido as circunstâncias, sabe?”
Lógico que eu sei.
Você-Sabe-Quem estava atacando os bruxos nascidos trouxas e... na última férias de verão, ele e o seu bando mataram não sei quantas pessoas no centro de Londres.
Lógico que para os trouxas, aquilo não passou de um grande atentado terrorista feito por aqueles que tem barbas longas.
É, os chamados muçulmanos.
“Lógico que sei.”-eu disse, enquanto relembrava de todos os momentos de terror que estávamos vivendo.-“Então, vocês voltaram agora?”
“Sim.”-disse Hermione,-“Hagrid veio conosco.”
“Mas como vocês entraram no castelo?”-perguntei.
Só pelo sorriso vitorioso de Hermione foi que eu entendi.
Eles conseguiram tirar o feitiço de proteção de McGonagall.
“Nós vimos você com o Malfoy.”-disse Harry.
“Eu vi que vocês estavam presos do lado de fora.”-continuou Rony.-“E eu percebi o pavor que você estava sentindo do Malfoy. Então, Hermione rapidamente desfez o feitiço e acabamos escutando o barulho do vidro se quebrando.”
Eu olhei para a janela, mas a mesma já estava intacta e não havia nenhum pedaço de vidro quebrado.
A garota mostrou a varinha e sorriu para mim.
Aliviada, sorri de volta.
“Assim, nós entramos discretamente na sala.”-continuou Rony, como se narrasse uma estória de suspense.-“E vimos o que o Malfoy tentou fazer com você, só que eu não entendo como que você não reagiu, Gina!”
“Eu perdi toda a minha coragem.”-respondi, enquanto fazia a voz de: “eu estou me sentindo culpada nesse momento”.
“Eu entendo.”-falou meu irmão, pondo a mão no meu ombro.-“Ele que me espere pois eu ainda vou...”
“Você não vai fazer mais nada.”-retruquei.-“O Malfoy não vai fazer nada comigo depois da surra que ele levou de você!”
Rony me deu um sorriso e disse:
“Não precisa me agradecer, Gina. Para que serve um irmão mais velho?”
Dei um sorriso e logo eu, Rony, Hermione e Harry estávamos subindo as escadas em direção ao Salão Comunal.
Entretanto, não deixei de olhar para a janela pela última vez.
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“Oi, Best.”-disse a Vane, assim que eu me sentei para tentar comer alguma coisa no Salão Principal.
Resmunguei um bom dia, enquanto tentava não bocejar novamente.
“Uau, a noite foi agitada para você, não foi?”-ela disse, enquanto tentava manter alguma conversa comigo.-“Algum encontro secreto?”
“Lógico que sim.”-disse, bem distraída.-“Não que isso seja da sua conta.”
“É da minha conta sim!”-ela falou, enquanto se sentava na minha frente.-“Afinal, eu sou a sua Best, esqueceu?”
“Não, Vane.”-eu falei, bem grossa.-“Você não é a minha Best.”
“OK.”-a garota disse.-“Eu vou relevar isso porque você está com sono e...”
Eu me levantei e falei:
“Aula.”-e saí sem nem esperar que a Vane se despedisse de mim.
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“Onde é que você se meteu ontem a noite?”-perguntou a Carmen, em um bilhetinho enquanto Sibila Trewlaney começava a explicar como que nós leríamos o futuro das pessoas naquelas folhas de chá.
Só que eu não estava me importando com nada.
Peguei o papel e escrevi:
“E onde VOCÊ estava? Não te vi a manhã inteira”
A garota pegou o papel e escreveu tão rápido que antes que eu pudesse dizer: “Olhe a professora!”, o papel já estava na minha mão:
“Ah, você sabe, Dino. Eu e ele.. nos beijamos.”
“Argh!”-escrevi.
“Você quer fazer o favor de ficar feliz comigo? Foi meu primeiro beijo.”
“Com o cara errado.”
“Hey! A primeira vez que você e o Malfoy se beijaram, eu fiquei feliz por você!”
“Acho que feliz não é a palavra certa.”
“E qual seria por acaso?”
“Ahn, você ficou completamente eufórica.”
“Será que você não pode ficar feliz por mim?”
“É, Carmen. Eu estou muito feliz por você.”
“Tudo bem! Você está mentindo (dá para perceber por causa da teoria do sublinhado), mas eu realmente quero saber o que aconteceu com você ontem a noite. E principalmente sobre a detenção.”
“O Thomas não contou sobre a detenção?”
“Ele só contou que teve que mentir sobre algumas coisas na detenção. E que eu não deveria acreditar nessas mentiras.”
“Bom, ele falou algumas coisas idiotas, sim, mas acho que isso é irrelevante, não é verdade?”
“O que ele contou, Gina?”
“Mas ele não disse que você não deveria acreditar?”
“Mas como eu vou acreditar numa coisa que eu não sei?”
“Eu não vou contar, está bem? Pergunte ao Thomas.”
“Eu quero que VOCÊ me conte.”
“Eu não vou contar!”
“GINA!”
“Não!”
“Por favor! Escreve só duas linhas, está bem?”
Eu já sabia que se eu escrevesse metade da linha,a Carmen teria um ataque histérico.
Entretanto, seria melhor se ela soubesse por mim do que pela Brown ou pela Vane.
Então, comecei a escrever, enquanto eu deveria, nesse momento, estar prevendo qual é o futuro da Carmen.
Só que eu só estava preocupada com... o meu futuro.
“Olha, o Thomas mentiu para a McGonagall.”
“Isso é óbvio!”
“Ele disse que eu estava tendo um caso... com ele.”
“Isso não é verdade, é?”-escreveu a garota com a maior cara de... decepção.
O Thomas é um grande estúpido.
Ele nunca, nunca, nunca deveria ter falado aquilo.
“Carmen!”
“Não sei! Vocês ficam tanto tempo juntos naquele jornal...”-ela parecia prestes a chorar.
“Carmen, pense. Eu sou uma futura jornalista. Ele foi nomeado editor. Ele tem que me auxiliar nas minhas matérias. O que eu posso fazer?”
“Mas mesmo assim...”
“Carmen! Ele não disse que contou algumas coisas um tanto, OK, totalmente sem a mínima noção? Então, foi isso. E, bem, você sabe muito bem que as chances de eu ficar com o Thomas (DEUS ME LIVRE!) são mínimas.”
“Eu... Ah, Gina, não sei sabe?”
“Se eu te contar o que aconteceu depois da detenção... você vai acreditar totalmente em mim.”
“O que aconteceu?”
“O Malfoy... veio falar comigo?”
“OK. Eu acredito totalmente que você não tem um caso com o Thomas.”
“Inesperado, assim?”
“Lógico. Quem tem um Malfoy por perto... não vai querer um Thomas do lado.”
“Realmente. Isso foi muito profundo, sabia?”
“Lógico que sim! Bom, o que ele queria com você?”
“Ele falou que queria me encontrar numa sala do segundo andar.”
“E...?”
“E ele queria saber sobre a Proust.”
“Como?”
“É, ele me chamou para saber sobre a Proust.”
“Gina, o que você fez? Você tentou socá-lo ou algo do tipo?”
“Você faria isso?”
“Lógico que sim! Mesmo que ele seja a pessoa mais perfeita do mundo, o que o Malfoy realmente é, se ele me perguntasse sobre outra garota... ele seria um homem morto.”
“Meu Deus, você é muito possessiva.”
“Realmente. Ainda não sei porque eu não te bati ainda.”
“Porque você sabe que não tem sentido o que você está pensando. Que eu estou junto com o Thomas e tudo o mais.”
“Bom, seria bem isso...”
“Então, eu não soquei o Malfoy nem nada do tipo... eu só o levei onde tudo aconteceu.”
“Você o levou para onde?”
“Para o Lago.”
“Então...”
“Então, eu contei o que aconteceu. Que a Proust caiu no Lago e teve o cérebro coagulado e tudo o mais. Então, diferente de tudo o que eu pensava, Draco Malfoy, ahn, chorou.”
“O quê? Draco Malfoy chorou? Tem certeza que não era um robô ou uma cópia perfeita dele?”
“Eu acho que eu conheço muito bem Draco Malfoy, Carmen. Ele se sentou e ficou com a cabeça abaixada por um bom tempo.”
“Ah, meu Deus, você o consolou, não é?”
“Não.”
“Gina! Que insensível da sua parte!”
“Não fui insensível! Ele não deixou que eu fizesse isso. Ele foi super seco comigo.”
“Ah, meu Deus. Não dá para entendê-lo.”
“Então, nós, tá, na verdade, ele decidiu voltar. Só que quando estávamos voltando eu escutei a McGonagall falando sozinha e... ela nos trancou. Do lado de fora.”
“Não acredito. Gina, você conseguiu realizar o sonho de dez entre dez adolescentes.”
“Qual sonho? Morrer congelada porque você teve medo da diretora da sua escola?”
“Não, sua imbecil. Ficar presa do lado de fora com DRACO MALFOY.”
“Não foi a melhor coisa do mundo, é verdade. O Malfoy ficou muito puto porque eu o protegi (segundo ele), assim, ele pegou o casaco dele de volta... e eu quase morri de frio.”
“Espera. Você estava com o casaco dele?”
“É. Ele me ofereceu o casaco porque eu estava congelando.”
“Gina, sua sortuda!”
“Carmen, você iria achar ótimo se Draco Malfoy mandasse você devolver o casaco dele?”
“E se ele pedisse o casaco de volta, mas em seguida ele te abraçasse?”
“Você acha que isso realmente aconteceria?”
“Convenhamos, Gina. O cara não é tão previsível assim, então, eu acho que ele fez isso.”
“Sinto dizer, mas não aconteceu nada disso.”
“Não?”
“Não! E se acontecesse algo desse tipo, eu, provavelmente, o mataria. Carmen, ele foi ESTÚPIDO comigo. Ele disse que não precisava da minha ajuda. Não precisava que o defendesse.”
“Mas ele é o Malfoy...”
“Ah, qual é! Ele precisa da minha ajuda para descobrir o que houve com a Proust, mas quando eu o ajudo, sem querer querendo é verdade, ele fala aquelas barbaridades para mim?”
“Gina, ele estava irritado porque você o tinha ajudado demais, entende? Acho que os caras não gostam disso.”
“Ah, que seja. Bom, eu não ia ficar perto do Malfoy e vê-lo usando o casaco sem passar nenhum pouco de frio. Então, eu comecei a andar até a casa de Hagrid.”
“Gina, sua panaca. O Hagrid não está na escola.”
“Como TODO mundo sabe e eu não?”
“Porque se você prestasse um pouco de atenção, veria que ele não está dando aulas?”
“Você e o Malfoy combinaram de falar isso? Porque ele falou a mesma coisa enquanto eu quase morria de raiva.”
“Ver você com raiva? Desde quando?”
“Hahaha. Muito engraçado, Carmen. Só que eu tinha outro plano, sabe?”
“Que tipo de plano?”
“Fazer uma fogueira. Sem varinha.”
“Você queria fazer uma fogueira sem uma varinha e deixe me adivinhar, sem nenhum tipo de coisa que, ahn, pega fogo?”
“Não fale desse jeito! Assim parece que o meu plano era uma grande porcaria”
“Mas seu plano era uma grande porcaria.”
“Eu tentei achar qualquer galho velho e seco, está bem?”
“E o fogo?”
“Bom, eu não tive tempo de fazer isso...”
“O que o Malfoy fez?”
“Ele me entregou, novamente, o seu casaco.”
“Ah, meu Deus... Você aceitou, não aceitou?”
“Bem, eu não queria morrer de frio, sabe? Então, acabei aceitando.”
“Você fez, pela primeira vez na sua vida, alguma coisa certa.”
“O que você está querendo dizer com isso?”
“Que você não reclamou!”
“Ah, lógico. Não reclamei mesmo.”-escrevi. Mentindo como sempre.
“Então, o que aconteceu em seguida?”
“Ele ficou com ciúmes.”
“Como?”
“Eu interpretei aquilo como ciúmes, sabe?”
“Aquilo o quê, criatura?”
“Ele começou a falar sobre o Thomas. ‘O meu caso’ se é que você me entende.Que eu preferia escutar a voz do Thomas do que a dele.”
“OK. Eu também acho que ele estava com ciúmes...”
“E eu disse isso para ele.”
“Você falou que ele estava com ciúmes?”
“Sim?”
“E o que ele fez em seguida?”
“Ele me beijou.”
“COMO?”
“É. Ele me beijou.”
“Merlim... o Malfoy é muito complicado.”
“Como assim?”
“Primeiro ele diz que quer falar com você, depois ele fala que o assunto é a ex dele. Você conta a verdade, ele começa a chorar (ou algo do tipo), vocês decidem voltar, só que ficam do lado de fora do castelo. Aí você decidi achar lenha, ele te provoca, entretanto, empresta, de novo, o casaco dele para você. Só que aí ele fica com ciúmes, você percebe e... ele te beija?”
“Vendo desse jeito, sabe, bem resumido, eu tenho que concordar com você. Isso foi MUITO estranho.”
“Mas o que aconteceu?”
“Ele me beijou e eu o correspondi. E logo depois do beijo... ele disse: ‘Ciúmes de quem, Weasley?’”
“Ah, meu Deus!!!! Isso é tão Malfoy.”
“Eu sei. Só que eu o beijei logo em seguida...”
“Aleluia!!!”
“Você não vai me... recriminar?”
“Por que eu iria?”
“Porque amigas fazem isso?”
“Eu não sou essas amigas.”
“Eu percebi isso.”
“Só que e depois do beijo? Ficou aquele clima de: eu não podia ter te beijado, ou não?”
“Não, ele me abraçou e disse que a culpa era dele.”
“Culpa do quê?”
“Eu sei que nós estamos voltando ao assunto Proust, mas ele disse que a culpa da Proust estar daquele jeito... bem, era dele.”
“Meu Deus... ele a jogou no Lago???”
“Não, Carmen. E eu duvido que você vá acreditar nisso, mas o Malfoy acha que ela tentou se matar porque ele deu um pé na bunda dela.”
“NÃO!!!!”
“Sim.”-eu escrevi, olhando para os lados, tentando ver se alguma pessoa estava me olhando ou não, mas as pessoas estavam mais preocupadas em conversar do que ficar olhando para uma garota cheia de olheiras que nesse momento está contando o maior segredo de Draco Malfoy.-“Ele falou que deu um pé na bunda dela... e no dia seguinte, disseram que ela foi viajar. Malfoy pirou total. Ficou preocupado com ela, sabe?”
“Malfoy se preocupando com alguém?”
“Ele conhece a Proust desde pequeno. Acho que é por isso.”
“Mas por que ele terminou com ela?”
“Ele não me contou.”
“Mas você não tentou saber?”
“Carmen, o garoto estava contando um segredo para mim. Eu não me preocupei, em momento algum, o porquê dele ter terminado com ela. Na verdade, eu até estava feliz por saber que eles tinham terminado.”
“Cruel!”
“Eu tenho uma coisa chamada consciência, sabia?”
“Até parece que você estava com a consciência tranqüila! Você estava é feliz da vida ao saber que o Malfoy não estava mais com ela.”
“Eu confesso. Eu não fiquei aliviada apenas por isso. Eu fiquei feliz por saber que mesmo que ele tenha invadido o dormitório para ver se ela estava bem- o que ela não estava, já que não era-, ele terminou com a Parkinson e, bem, estava comigo ontem à noite. Não estava com a Parkinson fazendo você sabe o quê ou com qualquer garota.”
“Bom, eu também ficaria assim, mas o que você disse em seguida?”
“Eu falei que a culpa não era dele. Que ele não a forçou a se atirar no Lago.”
“Mas Gina... ele terminou.”
“Ah, pelo amor de Deus! Eles apenas terminaram. Ela ficaria triste? Lógico que sim, mas só que isso não tem que dizer que ela tem que se matar ou algo do tipo.”
“Ótimo, fale o que você quiser, mas quando Draco Malfoy foi cruel com você, você nunca pensou, nem por um segundo, em se matar?”
“NÃO!”
“Duvido!”
“Acredite.”
“É impossível, Gina, mas o que o Malfoy falou?”
“Ele começou a fazer suposições, mas eu o questionei.”
“O que você falou?”
“Eu disse para o Malfoy:
‘Se a Proust estivesse ainda em Hogwarts, você não estaria aqui comigo.’”
“Ai, meu Deus!!! Que coragem, Gina.”
“Ele me respondeu, com um sorriso bem sarcástico:
‘Pode ter certeza que eu teria bem menos problemas, Weasley.’
Só que antes que eu pudesse ficar brava com ele ou algo do tipo, ele segurou o meu braço e começou a me levar de volta ao castelo.”
Mandei o bilhete e o sinal tocou.
Eu vi que Carmen arregalou os olhos até não poder mais, então, eu esperei que ela se acalmasse mais um pouco.
“Você não pode estar falando sério.”-disse a garota, enquanto escondia o pergaminho no meio dos livros.
“Não, Carmen.”-eu respondi, irônica.-“Eu estou mentindo para você.”
“Ah, pare.”-disse Esperanza, batendo levemente no meu braço.
“Nós estávamos bem.”-eu comentei, enquanto descíamos as escadas.
“Passado?”-perguntou a garota, franzindo o cenho.
“Passado.”-afirmei.-“Malfoy teve a idéia genial de quebrar a janela para que nós entrássemos.”-Carmen nesse momento estava com os olhos arregalados.-“E deu certo.”
“Mas até aí estava tudo bem com vocês, certo?”
“Certo. Entramos em alguma sala e, bem, Carmen, imagine onde eu estava com Draco Malfoy, está bem? Era um lugar escuro, eu ainda estava com frio e... ele segurou a minha cintura.”
“Você não teve um ataque cardíaco teve?”
“Não tive tempo.”-falei.-“No instante seguinte que Draco Malfoy meio que me prensou na parede, a sala se iluminou.”
“Gina, você é muito boa! Só você consegue, sem magia, fazer uma sala se imaginar!”
“Sinto dizer isso, mas não fui eu.”-repliquei.
“Ah, meu Deus, quem descobriu vocês?”
“Meu irmão, Harry e Hermione.”
“Você já pensou que ao mesmo tempo que você consegue coisas impossíveis com Draco Malfoy- como beijá-lo e ficar preso em algum lugar de Hogwarts-, você tem um sério problema com o trio?”
“Eu sei.”-gemi.-“Só que dessa vez... o Rony brigou com o Malfoy.”
“Não!”-berrou a Carmen, no meio do corredor.-“Ele não estragou a cara do Malfoy, estragou? Porque se ele fez isso, o seu irmão vai se ver comigo!”
As pessoas olhavam para a Carmen como se ela estivesse possuída.
“Você quer fazer o favor de ficar quietinha?”-eu resmunguei, apertando o braço da garota.-“Meu irmão socou o Malfoy, sim.”
“Ele vai precisar corrigir alguma coisa?”-perguntou a Carmen.-“Porque eu ajudo com toda a certeza.”
Dei um olhar atravessado para a garota.
“A briga acabou quando Rony levou um soco no estômago.”
“Ah, bem feito!”-disse Esperanza, que simplesmente ignorou o meu olhar.
“Bem feito nada!”-eu falei.-“O Rony é o meu irmão!”
“Não sabia disso, Gina.”-ironizou a garota.-“E daí que ele é seu irmão?”
“Eu não posso aceitar um cara que soca o meu irmão!”
“Mas quem bateu em quem primeiro?”
“Meu irmão.”-eu falei.
A Carmen parecia prestes a ter um ataque cardíaco.
“O Malfoy não machucou muito, machucou?”
“Ah, ele supera.”-falei, fazendo um gesto vago.
“Como assim, ele supera?”-repetiu a garota.
“Meu irmão levou um soco no estômago. Você sabe o quanto isso dói?”
“Por isso vocês não estão mais no estilo: Hip Hip Urra?”
“Como?”
“Ah, você sabe. Super feliz.”
“Não, Carmen.”-exclamei, chocada.-“Malfoy além de bater no meu irmão... nem olhou na minha cara depois disso!”
“O que você fez para ele fazer isso?”
“A culpa é minha?”-questionei, incrédula.
“Malfoy não é tão problemático assim para fazer alguma coisa desse tipo.”
“Você cheirou?”-falei.-“Numa hora você diz que o Malfoy é complicado, na outra, você diz que ele não é. Qual é a sua opinião?”
“O Malfoy estava desequilibrado, Gina.”-disse a Carmen.-“Mas quando ele te contou o que estava acontecendo, ou melhor, o que acontecera, ele meio que ficou mais calmo, assim, ele deixou de ser uma pessoa problemática.”
“Você acha que só por que ele falou aquilo para mim...ele não é mais um problemático?”-eu falei, enquanto revirava os olhos.-“Só pelo fato dele ter me agarrado numa sala escura depois de ter contado aquilo, mostra que ele continua problemático.”
“Tudo bem, tudo bem.”-falou a Carmen, enquanto sacudia a mão.-“Que seja esse pequeno detalhe.Só que você tem que falar com o Malfoy, sabia?”
“Ah, lógico.”-eu falei, enquanto revirava os olhos.
“Tudo bem.”-disse a garota.-“Espere até a detenção e pode ter certeza que o Malfoy vai falar com você.”
“Duvido.”-suspirei, mas antes que eu pudesse mais alguma coisa,Draco Malfoy surgiu na minha frente e ignorando totalmente a Carmen, disse:
“A gente pode conversar?”
Carmen que estava atrás de Malfoy, olhava para uma certa parte do corpo do mesmo e fazia caras e bocas.
Tentei não rir, mas era impossível.
“Posso saber qual é a graça, Weasley?”-perguntou o garoto.
“Nenhuma.”-eu disse.-“Bom, o que você quer?”
“Eu não vou falar com você no meio do corredor.”-falou Malfoy, cruzando os braços e vendo se não tinha nenhuma pessoa o observando.
Porque lógico que ele estava falando COMIGO e isso, para ele, era um grande absurdo.
“Ótimo.”-eu falei, já dando as costas para o mesmo, totalmente irritada.-“Vamos, Carmen.”
Carmen que estava atrás do Malfoy me lançou um olhar maligno, mas mesmo assim me acompanhou.
E foi assim que eu percebi que a segunda detenção poderia ser bem pior do que a primeira.
CONTINUA...
N/a: Escutando: Ashley Tisdale- Unlove you.
Olá a todos!
Sim, eu demorei mais do que o esperado, mas eu estou, nesse momento, em outra cidade, então, acabei me atrasando porque aqui eu não posso ficar das nove da manhã até as dez da noite na frente do pc.
Assim, como eu fiquei mais de 10 dias sem postar, peço as minhas desculpas, já que o cap não teve nenhuma cena realmente engraçada (¬¬), muito menos action e... eu acabei o mesmo de um jeito totalmente idiota, por isso, sinto muito.
Peço desculpas, também, se o cap ficou muito arrastado.
Talvez, seja a emoção e a decepção ao ver ODF no cinema e ver a coisinha que ficou... tá, eu achei o melhor de todos até agora, mas será que eles precisavam fazer os Comensais da Morte parecerem um bando de Darth Vaders XD (opinião minha) e simplesmente esquecerem o St. Mungus?
Agora vou agradecer os comentários!
~*Ahavene*~: Gina azarada? Desde quando XD? Desculpe a demora!!
A ツ DöriS BläcK : Prontinho! Cap postado! Quanto a capa... agradecimento especial para você no final XD.!
Gabrielly Malfoy: Muito tempo mesmo! Espero que você goste desse cap! Beijos!
Ah, tenho que agradecer uma pessoa super-especial que fez uma capa dA espiã para mim!
A ツ DöriS BläcK Muito obrigada mesmo! Você não sabe o quanto que eu fiquei feliz ao ver essa capa XD
Bom, é apenas isso!
Espero os comentários!!
Beijos
Anaisa
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