Pequeno segredo
Cap14.: Pequeno segredo.
Eu pude ver Rony olhando para Draco Malfoy e para mim.
Eu pude ver Harry com uma cara de... decepção.
Eu pude, pela primeira vez, ver Hermione em dúvida.
“Muito bom, Harry.”-disse Rony, rindo.-“Você confundiu a Gina com essa
coisa?”-e apontou para mim.
“É a Gina, Rony.”-falou Harry, estendendo o pergaminho.-“O mapa não
mente.”
Sabe, aquela vontade de fazer com que uma pessoa calasse a boca o mais
rápido possível?
Sabe aquela vontade de matar a pessoa por estar, talvez, destruindo os
seus sonhos?
Eu tinha essa singela vontade de fazer isso com Harry Potter.
Draco Malfoy se levantou e ficou me encarando.
Aqueles olhos tentavam descobrir a verdade, tentavam fazer com que eu desmentisse tudo o que estava acontecendo.
Acabei me levantando também.
“Posso falar com você?”-eu falei, encarando Draco Malfoy, ficando
totalmente de costas para o trio.
“Só quero saber se essa é a verdade.”-ele falou, a voz ficando mais fria.
“Sozinha.”-eu disse, com um fio de voz.
Eu estava desesperada.
Não poderia acabar desse jeito.
“Por favor?”-insisti, meus olhos quase marejados.
“Tudo bem.”-ele falou, relutante.
Andamos até uma sala de aula vazia.
Meu peito doía.
A verdade estava muito próxima. Revelar para Draco Malfoy que eu estava
o enganando, fazia com que eu me sentisse a pessoa mais insensível, a mais
cruel de todas.
Quando a porta se fechou, ele só sentou numa cadeira e disse:
“A verdade.”
Foi só isso.
Não foi nada do tipo: “oh, você é uma Weasley, mas não tem problema
nenhum.”
Talvez por realmente ter um problema.
“Existem várias verdades, Malfoy.”-eu falei.-“Eu conheci uma pessoa
totalmente diferente daquela que eu estava acostumada. Eu percebi que as
pessoas da Sonserina são diferentes do que eu imaginava. Eu me
redescobri. Eu...”
“Eu quero saber a verdade.”-ele falou, me interrompendo. Sem nenhuma
misericórdia. Sem deixar que eu falasse, pela primeira vez, o que eu, Gina
Weasley, sentia..-“Quem é você? O que você está fazendo?Por que você
está fazendo isso? Todas essas perguntas.”
“Eu...”-comecei.
Meu coração estava se despedaçando.
Eu sentia isso.
“Não sou a Valkiria.”-disse,por fim. Tirei o feitiço que fazia com que a peruca
não se desprendesse e puxei aquela peruca loira.
Ele ficou durante dois segundos olhando para o coque baixo... ruivo.
"Mas os olhos..."-ele falou, totalmente surpreso.
"Ah, Malfoy."-retorqui, pensando que ele tinha perdido alguns pontos de
Q.I.-"Feitiço resolve tudo, nãe é?"
E, então, desfiz o feitiço dos olhos.
“Você...”-ele falou.-“Você não pode ser ela! Onde ela está? Onde está a
Valkiria?”
Ótimo.
Eu acabo de falar que eu não sou quem ele pensava e a única coisa que ele
me pergunta onde está a Valkiria Proust.
Sério, se ele quiser me matar, ele que vá em frente, já que eu não vou
sentir nada mesmo.
Afinal, a minha maior dor está sendo agora.
“Ela está em algum lugar.”-eu falei.
“Você sabe onde ela está, não sabe?”-ele perguntou, enquanto tocava os
meus ombros e começa a me sacudir.
Talvez me sacudindo, fazia com que ele pensasse que era só um pesadelo,
que tudo ia acabar.
Bom, eu também desejava que toda essa situação fosse um grande
pesadelo.
“Não sei.”-eu menti.
Para que eu falaria a verdade? Por que ele precisava saber que ela estava
em algum lugar se recuperando (ou não)?
“Eu não vou acreditar em você, Weasley.”-ele falou, quase cuspindo meu
sobrenome.-“Afinal, quando que eu vou saber se você realmente está
falando a verdade?”
“Essa é a verdade, Malfoy.”-eu falei, mas era tarde demais.
Ele já passava por mim e abria a porta da sala.
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“O que você está fazendo aqui?”-perguntei, assim que vi que Harry Potter
entrava na sala de aula vazia e me encarava.
“Você está bem?”-ele perguntou, enquanto me entregava um lenço.
“Não, seu idiota.”-eu resmunguei.-“Você acabou com a minha vida, Harry!”
“A sua vida não pode ser com ele.”
“A minha vida não é com você.”-retruquei, enquanto me sentava e...
chorava.
“Eu não fiz por mal.”-Harry falou.-“Gina, não ache que eu sou...”
“Um idiota egocêntrico que acha que eu sempre vou ficar te esperando.”-
retruquei, com toda a raiva que eu podia sentir.-“Se você acha isso, Harry,
você está tão enganado...”
“Isso não é verdade!”-ele falou, indignado.-“Sério, Gina, você não pode
pensar que ele irá te fazer feliz. Afinal, ele não é uma boa pessoa.”
“E quem é você para falar sobre pessoas boas ou ruins?”-eu falei.-“Afinal, o
que você fez... foi uma coisa boa?”
“Não jogue a culpa em mim.”-Harry falou.
“Você não se culpa, Harry. Você está pouco se importando se estragou a
minha vida, não é?”
Ele apenas me fitou por dois longos segundos.
“E se eu disser que eu não me culpo?”-ele falou, depois desse tempo, a voz
bem mais alta.-“Eu não me culpo mesmo porque eu sei que eu fiz o certo.”
“Você não pode saber.”
“Apenas me diga, Gina.”-ele falou.-“Até quando você ia viver essa mentira?”
“Eu iria falar.”-menti.-“Depois que a minha missão acabasse.”
“Mentira.”
“Ótimo.”-eu disse.-“Acredite no que quiser.”
E assim, saí da sala, batendo a porta com força.
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“Gina!!!”-falou Rony, assim, que eu bati a porta da sala.-“Você não pode sair
daqui sem se explicar.”
“Você quer uma explicação?”-perguntei, tremendo de raiva, frustração e...
medo.-“Ótimo, então, peça ao Harry, que vem me espionando por um bom
tempo. Ele pode te responder.”
“Eu quero ouvir de você.”-disse meu irmão. Hermione ainda estava me encarando como se aquela não fosse eu.
“Eu não tenho nada para falar.”-retruquei.-“Ou melhor, você não tem nada
a ver com isso.”
Rony segurou o meu braço e sibilou:
“O que acontece com você nessa escola... é responsabilidade minha.”
“Você não tem nada a ver com isso!!!!”-berrei.-“Você, nem Harry, nem
você, Hermione, ninguém tem a ver com a minha vida e as coisas que eu
estou fazendo nesse momento!”
Eu precisava sair daquele lugar. Afinal, tudo me lembrava... Draco Malfoy.
“Harry não nos explicou como te achou nesse armário.”-disse Hermione,
tentando não parecer que estava me acusando nem nada desse tipo.-“Por
isso estamos tão surpresos, Gina.”
“Ótimo.”-disse.-“Vocês não são os únicos surpresos nesse momento.”
O que era verdade.
Eu sentia.
Tudo que antes estava sobre o meu controle... estava mudando, dividindo.
Talvez até piorando.
“Por isso, nós queremos a sua explicação.”-falou Hermione.
Mas nem se ela fosse Dumbledore, eu contaria o que realmente estava
acontecendo.
“Weasley!”-falou Thomas.-“Eu estava te procurando.”
Virei para Thomas, confusa:
“Estava é?”
“Lógico que sim!!!”-ele falou, com uma urgência.-“Você está me devendo
aqueles textos que você iria revisar, certo?”
“Ahn, sim?”-perguntei.-“Está no meu dormitório, eu posso pegá-lo e...”
“Só venha até a Sede do Jornal.”-o editor falou.-“A Weasley pode falar com
vocês depois.”
E sem hesitar, o obedeci.
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“Agora, você me explica o que realmente aconteceu.”-disse Thomas, assim
que viu que a porta estava trancada.
Só suspirei.
“O que você acha que aconteceu?”-perguntei.-“O que você pensa ao me
ver sem a peruca loira?”
“Que você está ferrada. Assim como eu.”
“Uau, ponto para você.”-falei.-“Sério, essa missão foi um desastre.”
“Você não está dizendo que está...”
“Desistindo?”-o interrompi.-“Você só pode estar brincando que eu tenho que continuar com essa missão fracassada.”
“Você não concluiu a sua missão.”-falou Thomas.
“Que bosta de missão?”-questionei.-“A parte em que eu entrei na Sonserina?
É, não foi isso...”
“Você não concluiu a sua missão.”-repetiu o editor.-“Você sabe, grudar em
Draco Malfoy e saber por que ele fez aquilo.”
“Draco Malfoy sabe quem é a Valkiria Proust.”-eu repliquei.
“Mas isso não quer dizer que você não pode fazer isso.”-falou o garoto,
sorrindo afetadamente para mim.-“Ah, até parece que você não quer estar
perto dele.”
O que era verdade.
“Ele não vai querer falar comigo.”
“Você vai ter que entrar na Sonserina de qualquer jeito, Weasley.”-ele falou.-
“Algumas coisas SUAS não estão lá?”
“Não tem nada lá.”-eu falei.
“Hum, nada mesmo? Nenhuma roupa? Nenhuma presilha?”-e, depois de eu
ter negado, ele falou.-“Nenhuma maquiagem que poderá te incriminar? Sim,
eu sei que você ganhou a maquiagem da senhorita Carmen e sei que a
Valkiria Proust não usa a mesma marca que a minha querida.”
Ah, merda.
Merda por causa da maquiagem (que eu realmente deixara na bancada do
banheiro feminino) e merda por Dino ter chamado a Carmen de querida.
“Eu vou pegá-la.”-eu falei.-“Mas é a última vez que eu entro naquele lugar.”
Assim, voltei a sala onde estava a minha peruca, a coloquei e fui em direção
ao Salão Comunal da Sonserina.
Eu entraria naquele lugar pela última vez.
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“O que você está fazendo aqui?”-foi a primeira coisa que eu escutei quando
entrei no Salão Comunal da Sonserina.
Adivinhou que foi Draco Malfoy que falou isso.
Ao escutar essas palavras, eu me senti totalmente sem rumo.
“Eu deixei algumas coisas aqui.”-falei.-“Não vou demorar.”
“Espero.”-ele falou, não me encarando.-"Não deixe que ninguém te veja."
"Por acaso está com vergonha de mim, Malfoy?"-falei, ácida.
Já sabia a resposta de qualquer jeito.
"Lógico que sim."-ele respondeu.-"Parece que alguém esqueceu algum
feitiço."
Não entendi porcaria nenhuma, mas eu não iria perguntar.
Nunca.
“Ótimo.”-disse, subindo para dormitório.
Sabe quando o seu coração está simplesmente se despedaçando? Com cada
gesto, com cada palavra fria, com cada olhar duro? Eu me sentia desse jeito.
Era... deprimente demais. Triste demais.
Só que Draco Malfoy me seguiu.
“Por acaso, você está achando que eu vou roubar alguma roupa da sua
querida Proust, Malfoy?”-perguntei, parecendo ofendida.
“Você não faria isso, Weasley?”-perguntou ele, levantando uma sobrancelha.-
“Afinal, você já está usando as roupas dela.”
“Ah, você quer que eu saia pelada por aí, não é?”-falei.-“Assim, o nível de humilhação chegaria no estágio máximo.”
“Quem disse que eu me importo com você?”-retrucou Malfoy, lançando mais
um olhar sujo.-“Você se acha importante demais para uma pessoa pobre,
Weasley.”
Aquilo foi demais para mim.
“Eu posso não ser podre de rica, Malfoy. Mas eu aprendi desde pequena o
certo. E ser um Comensal da Morte não se encaixa nisso.”
Ele agarrou o meu braço.
Preciso dizer.
Quando ele me tocou, eu simplesmente pirei.
“Você não tem direito de falar do que não sabe, Weasley.”-ele sibilou, o
rosto próximo do meu.
“Malfoy...”-eu disse, enquanto não tentava olhar para aqueles olhos e
também não tentava encarar a mão gelada dele segurando o meu braço.-
“Solta o meu braço.”
Ele imediatamente percebeu o que estava acontecendo e soltei o meu braço
como se tivesse pego fogo.
Tudo bem, eu estava bem quente, mas ele não precisava fazer isso,
precisava?
“Vá pegar as suas coisas.”
Não disse nenhuma palavra, apenas voltei a subir as escadas do meu
dormitório.
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“Já?”-disse Draco Malfoy quando me viu descendo as escadas.-“Como posso
ter certeza que você não pegou nada?”
Olha, o que eu disse no instante seguinte foi totalmente incontrolável.
“Como você não pode me conhecer depois dessa semana?”-perguntei,
enquanto tentava de todo modo não chorar, me descabelar e... agarrar Draco Malfoy.
Isso é estupidamente ridículo. Você sabe, eu querer agarrá-lo e tudo o mais.
“Talvez por você fingir ser uma outra pessoa?”
“Não importa!”-eu me vi dizendo. Totalmente desesperada.-“Sério, não
importa o por quê de eu ter feito isso.”
“Sabe o que me importa, Weasley?”-ele falou, com aquele olhar cortante.-“É
o que você é.”
”Você é um grande filho-da-puta.”-eu disse, não contendo as palavras.-
“Como você pode fazer uma coisa dessa comigo?”
“Como eu pude?”-ele disse.-“Você realmente está perguntando isso?”
“É.”-eu falei.-“Como você pode falar que eu estava bem melhor? Que
você... estava se importando comigo?”
Ele me deu mais um olhar gelado.
“Não foi para você que eu falei.”-ele disse.-“Foi para ela. Você não é ela.”
“Faça o que você quiser da sua vida. Se você quer se fuder junto com ela,
o problema é todo seu.”-disse, contendo toda a minha raiva e... humilhação.
E sem nem esperar pela resposta, saí do Salão Comunal. Sem me importar
que algumas pessoas observavam com certa curiosidade.
Se antes eu pensava que a minha vida tinha acabado... é porque eu não
sabia o que viria a seguir.
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“Meu Deus, você parece um trapo.”-disse a Carmen, quando me viu deitada
na minha cama.-“Sério, o que aconteceu?”
“Nada.”-falei e continuei olhando para o teto.
“O Malfoy não quis você?”-ela perguntou.-“Sabe, eu pensei que se você
voltasse para a Sonserina, nem que fosse por algumas horas, você e o
Malfoy estariam pelo menos se amassado um pouquinho.”
“Eu seria muito feliz no seu mundo.”-resmunguei.-“Espera. Como você sabe
sobre o Malfoy?”
“Ah, Dino me contou. Você sabe, enquanto nós estávamos andando pelo Lago. De mãos dadas.”-ela acrescentou, querendo ver a minha reação.
“Que Merlim me livre dessa visão.”-falei. Enquanto sentava na cama.
“Eu vou imaginar que nesse momento, você está totalmente enciumada.”-
ela falou, sentando a minha cama e sorrindo feliz.-“Mas como eu sou uma
boa pessoa... eu vou te entender.”
“Você é doente.”-eu falei, horrorizada.-“Sabe quando eu vou ter ciúmes de
Dino Thomas? Nunca.”
“Mas ele é seu ex.”
“Nós não namoramos, Carmen.”-eu falei.-“Sei lá... ele tem mau hálito.”
“Você já o beijou!!!”-berrou a espanhola horrorizada.-“Eu nem fiz isso, ainda.”
“Isso já é passado.”
“Ah, meu Merlim. Ah, meu Merlim. Você o beijou. Eu estou namorando o
cara que beijou a minha amiga!!!!”-Carmen berrava, enquanto começava a
andar pelo dormitório.-“Gina... isso não vai afetar a nossa amizade, vai? Por
que você sabe que você é a minha melhor amiga. E eu te perdôo por não
ter falado antes que vocês se beijaram e...”
“Carmen...”
“Eu entendo que você não quis me falar. Para falar a verdade, eu bem que
achei estranho você só ter saído com ele... saído sem ter beijado e...”
“Carmen...”
“Você está certa. Eu deveria perceber que você saiu, saiu com ele. Não é
igual aos americanos que saem, mas não garantem beijo, mas é estranho
por que você saiu com ele e...”
“Carmen!!!”-berrei.-“Qual parte do ‘é passado’, você não entendeu?”
“Mas Gina, como eu poderia saber se você não está sofrendo por dentro?”
“Eu tenho outros motivos para estar sofrendo.”-falei, enquanto tentava parecer um pequeno detalhe.
“O Malfoy não quer...?”-ela perguntou.
“Ele não quer saber de mim.”-choraminguei.-“Eu sabia que seria muito difícil
quando eu contasse a verdade, mas nunca pensei que seria desse jeito.”
“Gina, você tem que entender que tudo está mudando para ele.”
“É, eu entendo.”-falei, sarcasticamente.-“Ele não consegue entender que por
trás daquela peruca loira tem... Gina Weasley?”
“Agora, sou eu que tenho que dizer: nós estamos falando da mesma
pessoa?”-perguntou a morena.-“Sério, você achava que Draco Malfoy
pegaria na sua mão e falaria que estava tudo bem?”
“Ahn, sim?”
“Gina... realmente, você tem que parar de sonhar.”-falou a Carmen,
sentando na minha cama, bem séria.-“Se você está procurando um príncipe
no cavalo branco... tenho que te dizer que ele não chama Draco Malfoy.
Nem Dino Thomas. E muito menos Harry Potter.”
“Eu não procuro um príncipe!”-falei, meio ofendida.
Sinceramente, esse negócio de achar que um príncipe vai aparecer para
mim... é furada.
Afinal, que príncipe gostaria de uma bruxa?
Ahn, acho que nenhum. Eles sempre preferem as princesas de qualquer jeito.
Falei isso para a Carmen, mas ela jogou uma almofada em mim.
“Sinceramente, Gina.”-falou a morena, enquanto não sabia se ria ou se...
brigava comigo.-“Você não percebeu que eu usei uma metáfora?”
“Ah, meu Deus... a convivência com Dino Thomas está fazendo você usar
metáforas?”
“Sim. Príncipe é aquela pessoa que você acha perfeita. Draco Malfoy pode
ser tudo que tem de melhor, em certos aspectos, mas ele não é perfeito.”
“Você está querendo dizer que ele não é perfeito por causa daquele armário?”
“Bem isso. Sabe, se ele fosse o cara perfeito... ele seria que nem o Dino,
por exemplo.”
Quase morri.
Como ela pode falar uma coisa desse tipo?
Como???
“Você é doente?”-berrei, jogando a mesma almofada de antes.-“Você está
comparando Draco Malfoy com um monstro!!!”
“Ah, não fale assim.”
“Pois eu duvido que Dino Thomas seja realmente perfeito.”-falei, com um
tanto de crueldade.-“Se você fosse a Valkiria Proust, por exemplo. Você
acha que ele gostaria de você, por ser a Valkiria Proust? Sabe, por você ser
de uma casa rival dele?”
“Você realmente está me perguntando isso?”-perguntou Carmen, com uma
sobrancelha erguida.-“Quem não gostava da Proust? Todos os meninos que
não tinham problema de visão percebiam o furacão que ela era.”
“Exemplo errado.”-eu falei.-“Se fosse Pansy Parkinson sendo você... você
acha que quando ele descobrisse a verdade, ele gostaria de você?”
“Desculpa, mas você só tá pegando exemplo bom.”-disse a Carmen.-“Você
sabe muito bem o que falam da Parkinson.”
“Carmen, você tem que entender que Pansy Parkinson é gorda, chata e feia.”
“Tudo bem.”-ela falou.-“Mas você tem que entender que isso não mostra se
o Dino é perfeito ou não. Ah, você sabe, se eu fosse da Sonserina. Porque
isso não vai acontecer.”
Desisti.
É impossível mostrar para uma pessoa que o “amor” da sua vida tem sérios
problemas mentais.
“Carmen... se eu falar que eu quero ficar sozinha você entenderia?”-
perguntei.
“Hum... na verdade, eu vim aqui para te falar algo meio urgente.”
“O que é?”
“Acho melhor você descer.”
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Lembra daquela parte em que eu falava que a minha vida iria piorar?
Então, ela está começando assim que eu desci para o Salão Comunal da
Grifinória e todos se viravam para mim e diziam:
“Arrasa, espiã.”
“Espiã, então? Que inveja de você.”
“É isso aí. Agora, Weasley, você vai me contar TUDO o que acontece na
Sonserina. Principalmente, sobre Blaise Zabini e Draco Malfoy.”
“O que está acontecendo?”-perguntei, para Carmen, que eu presumi que
estava ao meu lado o tempo todo.
Adivinhou que ela não estava mais.
Afinal, Romilda Vane, que ainda estava com alguns hematomas
precariamente escondidos pela maquiagem, estava ao meu lado junto com
aquelas menininhas ridículas.
“Gininha!!”-ela falou, enquanto me agarrava pelo pescoço e falava.-“Eu sei
que nós tivemos alguns desentendimentos, mas eu quero que você seja
uma BFF!”
“BFF?”-falei, enquanto tentava me desgrudar da garota.
“Best Friends Forever!”-Vane falou, enquanto andava comigo até uma mesa
vazia.-“Ah, você sabe, as melhores amigas sempre contam os segredos
umas a outras.”
“Vane...”-eu comecei, ainda um tanto confusa.
Afinal, você também estaria confusa se essa situação acontecesse com
VOCÊ.
Se todos do Salão Comunal estivessem olhando para VOCÊ.
Se você estivesse na mesa da menina que VOCÊ socou não fazia tanto
tempo assim.
Se você fosse obrigada a ficar abraçada com essa menina porque você não
consegue se soltar dela.
E também se você recebesse olhares hostis das amigas dessa menina.
Não que eu entenda isso.
Ah, você sabe, os olhares hostis.
Afinal, a Vane é um saco.
“Eu sabia!!!!”-ela falou, toda animada.-“Você vai ser a minha BFF, não vai?”
“Não!”-eu falei, conseguindo conter o Deus me livre, prefiro morrer e tudo o
mais.-“Vane, você me odiava até hoje e eu nem sei por que você está
fazendo isso.”
“Você não viu?”-ela perguntou, ignorando totalmente a parte de: ‘nós nos
odiamos’.
“Vi o quê?”
E, então, ela me entregou um folheto com umas letras verdes.
Isso me deixou bem apreensiva.
Quando eu vi no topo as palavras A espiã e no meio uma foto da Valkiria
Proust... sendo transformada numa foto minha.
Detalhe: sem nenhuma maquiagem.
Nem um rímel nos cílios. Nem um lápis contornando.
Isso é muita crueldade.
“O quê???”-berrei.
Afinal, quem poderia fazer isso comigo?
“Vane... quem recebeu esse papel?”-perguntei,com a voz esganiçada.
“Ah, a escola inteira.”-ela falou.-“Você está tão famosa, Best.”
Ignorei a última parte.
A escola inteira sabia do meu pequeno segredo.
Isso era tão... humilhante.
Só que eu olhei para as letras em baixo da foto.
Só estava escrito:
E você pensou que me enganaria.
Eu já sabia quem tinha feito isso.
E, meu Deus, coitado se ele aparecesse bem na minha frente.
CONTINUA...
N/a: Pronto!
Chegamos em tal ponto de A espiã em que os leitores não sabem o que vão fazer.
Prometo não demorar com o cap 15, okk???
Beijos
Anaisa
Ps.: Qualquer coisa, é só adicionar no msn: anaisa_suzuki (hotmail. com)
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