Não olhe desse jeito (7º dia)

Não olhe desse jeito (7º dia)



Cap13.:Não olhe desse jeito (7º dia).

Ele me abraçou, de maneira possessiva.

Tentei de maneira bem disfarçada ajeitar a minha peruca que estava caindo.

Só que Draco Malfoy me apertou um pouquinho mais forte.

Ah, meu Merlim. Ele vai me matar.

Talvez, ele já saiba que eu não sou Valkiria, a coagulada, e esteja tentando me matar por causa disso. Ou ele quer que eu confesse o porquê de estar no lugar da loira.

E, se algum dia, eu tive toda a lealdade pelo jornal, agora eu não tenho mais.

Afinal, eu, por acaso, seria leal a Dino Thomas?

Acho que sem hesitar eu falaria: não. Não mesmo.

Só que voltando ao Draco Malfoy e o abraço sufocante, eu estou desesperada. Afinal, a minha peruca que deveria estar bem fixada na minha cabeça está escorregando.

Talvez seja pelo fato de eu ter me movimentado um bocado nas duas últimas horas, ou então, pelo jeito como Malfoy mexia nos meus cabelos.

Isso não importa. Só que nesse momento, eu sentia que um lado estava maior que o outro e que os fios ruivos- que eu tenho que esconder-, podem estar bem visíveis nesse momento.

Então, se antes Draco Malfoy não estava tentando me matar com aquele abraço, é bem possível que ele comece a pensar na possibilidade ao ver fios RUIVOS brotando da cabeça da Valkiria Proust. Ou melhor, da cabeça que ele acha que é da Valkiria Proust.

Ah, você entendeu.

O que importa é que de algum jeito, eu consegui me soltar de Malfoy. Na verdade, foi muito simples. Eu simplesmente peguei os dois braços que me prendiam, fui para frente e antes que eu os colocasse de volta na cama...

Bom, é meio humilhante dizer isso, mas eu caí da cama.

“Ah, merda!”-sibilei, enquanto tentava, pelo menos, ficar sentada, ajeitar a peruca e puxar a saia e a blusa (já disse que ambas são minúsculas?), com apenas mais um detalhe: sem ser vista por Draco Malfoy.

“Valkiria?”-ele perguntou, um tanto sonolento.-“O que você está fazendo aí em baixo?”

“Eu estava... procurando o meu brinco!”-eu falei, enquanto tentava não parecer totalmente maluca.

“Você não estava com brinco.”-ele replicou, totalmente estirado. Eu já mencionei que ele estava apenas com a calça preta? Ops, me esqueci totalmente desse detalhe.-“Você não usa mais brincos, está lembrada?”

“Ahn, não?”-eu falei, enquanto torcia para que a peruca loira não estivesse muito torta ou com os fios todos embaraçados. Carmen ia me matar se visse que a peruca se encontrava em estado... deplorável.

Entretanto, acho que a Carmen estava mais preocupada com o futuro de seu relacionamento com o (argh!) Thomas, do que comigo. Ou melhor, eu estou torcendo para que isso seja verdade.

“Ah, você sabe, quando eu sem querer puxei o seu brinco e a sua orelha... começou a sangrar.”-falou Malfoy.-“Espera.Foi outra pessoa.”

“Quem foi?”-perguntei, tomando coragem e sentando na cama do loiro.

Talvez seja sempre a minha maldita curiosidade que me põe em situações como essa.

“Não foi ninguém.”-disse Malfoy, também se sentando e ajeitando os meus cabelos (falsos).

Eu gelei. Totalmente.

Sabe, aquela vontade de dar um tapa na mão da pessoa para ela parar de
tocar em você?

Eu tinha a singela vontade de fazer isso com Draco Malfoy.

“Eu vou para o meu dormitório.”-eu disse.

“Você sabe que não precisa.”-disse Draco Malfoy.

“Roupa desconfortável.”-eu disse, apenas. Quando eu estava me
levantando, Draco Malfoy me puxou novamente para a sua cama e
sussurrou:

“Você não precisa mudar a sua roupa.”-e, puxando a minha blusa para cima,
continuou.-“Afinal, existem coisas que nós podemos fazer... e você não vai
se importar nenhum pouco com o que está vestindo.”

Corei na hora.

“Malfoy...”-eu sussurrei, mas antes que eu pudesse falar qualquer coisa, ele
me beijou.

E mesmo que ele estivesse segurando a minha cabeça, estragando os fios
loiros e tudo o mais... eu não me importei.

Afinal, que mal tinha Draco Malfoy de descobrir que eu sou ruiva?

Que eu sou Gina Weasley?

Que...

Pânico.

Ele não pode NUNCA descobrir que eu sou a pobretona.

Parei o beijo na mesma hora.

“Eu vou para o meu dormitório.”-falei, como se tivesse visto Você-Sabe-
Quem bem do meu lado. Me espionando.

“Como?”-ele perguntou, tentando ser uma pessoa educada.
“Eu tenho que ir.”-falei, já procurando os meus sapatos e abrindo as pesadas cortinas verdes.

“Espera um pouco.”-falou Draco Malfoy, também se levantando.

“Não posso, Malfoy. Não posso, mesmo.”

Mas ele segurou o meu braço e eu encarei aqueles olhos cinzas.

Ah, meu Deus, que coisa clichê de se dizer, mas eu... perdi totalmente a vontade de ir.

“Larga de ser idiota!!!”-falou a segunda voz na minha cabeça.-“Você não pode ficar aqui por mais nenhum minuto.”

“E por que eu não poderia?”-perguntei, em tom de desafio.

“Talvez por você estar se envolvendo com um Comensal da Morte?”

“O que você está querendo dizer com: você está se envolvendo com um comensal da morte?”

“Sua tolinha.”-a voz disse, como se fosse a minha própria mãe. Eu sei. Revoltante.-“Ele vai te matar ao descobrir a verdade. Sabe, ele vai te torturar por você ter feito tudo isso com ele.E, sendo a segunda voz, irresponsável, da minha mente, você sabe muito bem o que você fez.”

“Ele... não vai me matar.”-respondi, com uma falsa convicção.-“Draco Malfoy não é a mesma pessoa de antes.”

“Ah, lógico que não.”-falou a mente.-“Quando você é a Proust, ele quer enfiar a língua na NOSSA boca. Quando você é você mesma, ele não sabe nem que você sabe beijar do mesmo jeito de uma certa loira. Talvez, por você ser essa certa loira. Por acaso eu estou enganada?”

Ela tinha me pegado.

De jeito.

“Não.”-respondi, com amargura.

“Ótimo. Então, agora, você vai fazer com que o nosso corpo bonitinho saia
imediatamente desse dormitório.”

E, sem dizer mais nenhuma palavra, eu a obedeci.

Não queria ver Draco Malfoy frustrado por ter feito isso. Afinal, eu também
sentia a mesma coisa.

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“Acorda!!!”-disse Stephanie, puxando as minhas cortinas.-“Eu nem sabia que
você estava aqui.”

“Ah, que bom.”-eu falei, com o travesseiro na cara.

“Sério.”-ela disse, sentando na cama e dando um sorriso.-“Eu até pedi para
o Linux entrar no dormitório do Malfoy para te chamar.”

“O que você fez???”-eu berrei, sentando na cama.

“É.”-disse Stephanie como se não se importasse nem um pouco com aquilo.-
“Sério, o que aconteceu ontem? Porque o Malfoy quase chutou o traseiro do
Linux hoje de manhã. E bateu a força com tanta força que eu acho que acordou metade da Sonserina. Menos você, claro.”

“Que horas que foi isso?”-perguntei, com curiosidade.

“Umas duas horas atrás.”-respondeu Stephanie.-“Mas me diz o que
aconteceu com vocês dois, ontem.”

“Não aconteceu nada.”-eu falei, deitando novamente.-“Sabe, eu quero ficar
sozinha hoje.”

Mas Stephanie simplesmente ignorou “eu quero ficar sozinha”.

“Ah, Merlim.”-ela disse, sorrindo de maneira piedosa.-“Ele não está
funcionando mais?”

“O quê?”-perguntei, com um interesse.

“Ah, você sabe. Ele.”

“Ele.”-repeti, tentando saber o que ela queria dizer com aquele Ele.

“Você está mais burra do que o normal.”-replicou Stephanie.-“Sabe, eu
entendo que você está frustrada porque ele não está subindo, mas você tem
que entender que sexo não é tudo na sua vida.”

Corei violentamente.

Meu Deus, Stephanie Allen é muito, mais muito vulgar.

“Não tem nada a ver com, você sabe, sexo.”

“Olha.”-ela disse, sentando na minha cama.-“Tudo gira em volta de sexo,
queridinha.”

“É lógico que não!”-exclamei.-“Uma pessoa que nunca fez isso na vida, não
está ligada por essa coisa.”

“Essa coisa?”-gargalhou Allen.-“Ela nasceu porque Deus quis?Ou foi a
cegonha que trouxe?”

Ela está simplesmente tirando uma comigo.

“Bom, isso não importa agora.”-ela falou.-“Vai se vestir. A gente vai tomar
café da manhã e... se divertir um pouquinho.”

Encarei-a com azedume e disse:

“Não vai ter nenhum jogo vai?”

“Ah, quem sabe?”-disse Stephanie.-“A gente pode até fazer umas
brincadeiras sabe? Entre eu, você, o Linux e o Malfoy. Você não toparia um jogo desse tipo?”

Meu olhar foi fuzilante.

“Desculpa, desculpa.”-ela disse, levantando os braços e já saindo da minha cama.-“Vai se trocar, vai.”

Acabei obedecendo.

Entrei no banheiro e tirei a peruca.

Meu cabelo verdadeiro... estava totalmente desgrenhado. Comecei a penteá-
lo e, no final, fiz um coque.

Acabei penteando a peruca loira e depois a coloquei.

Aqui estava eu.

Olhando no espelho da Sonserina, lembrando tudo o que aconteceu comigo
nesses sete dias.

Era impossível acreditar que já se passara uma semana que eu entrara pelo
Salão Comunal. Que Draco Malfoy deitara na “minha” cama e que... nós
nos beijamos.

“Eu não devo pensar nisso.”-disse, tentando esquecer que aquilo realmente
acontecera comigo.

Então, ajeitando a peruca e fazendo um feitiço de fixação, saí do banheiro.

Peguei uma calça e uma camiseta (não muito curtas e muito menos justas) e
desci até o Salão Comunal.

“O que você fez com o meu Draquinho, sua vaca?”-foi a primeira coisa que me disseram quando eu pus os meus pés no Salão Comunal.

Nada de: “Oi, como você está?” ou “Bom dia, Proust”.

Encarei a Parkinson (afinal, quem poderia falar algo tão simpático?) por dois segundos e disse:

“Um bom dia para você também.”

Acho que isso a deixou um pouquinho irritada.

“O que você fez com o meu Draco?”-ela repetiu.

“Desculpe, mas seu?”-perguntei, levantando a sobrancelha.

“Lógico que sim.”-disse a Parkinson.-“Sabe, Valkiria, ele estava meio irritado
com você quando saiu. Espero que esteja fazendo direito todas aquelas
posições do Kama Sutra que ele gosta.”

Essas pessoas da Sonserina são um bando de vulgares.

“Sabe, Parkinson.”-eu disse, sarcástica.-“Eu vou anotar isso na minha
agenda.”- e sem esperar nem mais um segundo, saí do Salão Comunal.

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“Uau, você está com uma cara ótima.”-foi tudo o que eu falei, quando entrei
no Salão Principal e sentei ao lado de Draco Malfoy.

“Foi para mim isso?”-ele perguntou. A voz fria como sempre.

“Acho que é a única pessoa que se virou e me respondeu.”-eu disse, com
um sorriso vitorioso.

“Talvez seja isso.”-ele replicou, tampouco sorrindo para mim.

“Olha.”-eu falei, tentando consertar a minha brincadeira.-“Não quis te deixar
chateado, Malfoy.”

“Você ter saído da minha cama as duas da manhã me deixou muito feliz,
Valkiria.”-ele disse, com ironia.

“Eu não acredito que você está se lembrando disso ainda.”-sibilei, enquanto
via que Carmen Esperanza estava entrando no Salão Comunal e sorria
como se me encorajasse a fazer qualquer coisa com Draco Malfoy.

Ah, lógico que eu vou fazer alguma coisa com ele.

Vou ficar irritada por ele ser tão... rancoroso.

“Você não acredita?”-ele perguntou, ainda chateado.-“Você acha normal uma pessoa não querer ficar perto de mim?”

Que exibido.

Que filho-da-mãe exibido.

“Tudo bem, Malfoy.”-eu falei, como se tivesse cedido.-“Sabe, você tem que
parar de achar que é a cereja do bolo ou algo do tipo.”

“Valkiria.”-ele começou.-“Você está insinuando que eu sou...”

“Exibido, arrogante, prepotente e tudo o mais.”-completei.

“Ótimo, senhora vamos dizer a verdade.”-retrucou Malfoy, irritadíssimo.-“Se
você acha que eu sou exibido é porque você deixou que eu fosse assim.”

“Eu deixei?”

“Lógico que sim.”-e, dizendo no meu ouvido.-“Quem que entra no meu
dormitório e deita na minha cama?”

“Malfoy...”-eu falei, mas ele me interrompeu.

“Quem deita na minha cama, me beija e depois, não sei o motivo, decide ir
para outro dormitório?”-ao ver que eu iria retrucar, Draco Malfoy
acrescentou.-“Não diga que eu estou errado, Valkiria. Porque você mesma
sabe o que realmente está acontecendo aqui.”

“Ok.”-eu falei, levantando os braços.-“Eu perdi.”

E beijando os meus lábios, ele disse:

“Não que eu queira falar que eu sou melhor, mas você tem que aceitar que eu sou muito bom em tudo o que eu faço.”

Dei um tapa naquele braço que em todas as noites (até agora, pelo menos)
me segurava de maneira possessiva, mas ele nem se importou.

Apenas nos beijamos novamente.

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“Uau, isso que se chama fogo.”-disse Carmen assim que eu entrei no
banheiro.

“Eu já falei que você é a pessoa mais discreta de Hogwarts?”-perguntei,
sarcástica.

“Ahn.”-ela parou, para pensar um pouco.-“Realmente, discrição é o meu
segundo nome.”

“Lógico que sim.”-eu falei.-“Sabe, sinalizar que nem uma demente para a
mesa da Sonserina faz você ser praticamente... uma inominável!”

“Gina, você não olhava para mim!”-ela se defendeu.

“Carmen.”-eu falei, como se eu estivesse conversando com uma criança de
sete anos.-“Eu não poderia olhar para você.”

“Por que não?”

“Porque as pessoas da Sonserina não olham para o pessoal da Grifinória?”

“Ah.”-ela falou.-“Isso é verdade.”

“Sabe, foi extremamente complicado sair daquela mesa.”-eu falei, dando um
suspiro.-“Agora, o que você quer, Carmen?”

“Falar que eu estou com inveja pelo fato de você estar beijando Draco
Malfoy?”-falou a Carmen, sorrindo sorrateiramente para mim.-“É, era isso.
Gina, como você consegue beijá-lo na frente de todo mundo?”

“Espera um pouco.”-eu falei, meio atordoada.-“Você me diz, em uma hora,
que eu devo aproveitar Draco Malfoy. Agora, você fala que eu não devo beijá-lo em público.”-a Carmen, apenas faz que sim com a cabeça.-“Qual é o seu problema?”

“Gina, pensa.”-ela falou,como se EU fosse a criança de sete anos.-“O seu
irmão viu Draco Malfoy te beijando.”

“Espera, espera, espera.”-eu falei, me esquivando.-“Rony viu Draco Malfoy
beijando a Valkiria Proust.”

“Isso.”-falou a Carmen. Ela gesticulava que nem uma louca.-“E se Rony algum dia descobrir que a menina loira que ele viu Draco Malfoy beijando é
você?”

Ah, merda.

Eu não tinha pensado nisso.

Na verdade, essa idéia sequer passou pela minha cabeça.

“Eu sei. Eu sei.”-ela falou, ao ver que a minha cara de: nossa, como eu estou feliz, murchar rapidamente.-“É meio deprimente, mas sabe o que você faz?”

“Sumo da vida de Draco Malfoy?”

“Não, sua tolinha.”-ela diz, sorrindo.-“Você o beija... em um lugar não tão
público.”

“Carmen.”-eu falei, perplexa.-“Existe algum lugar não tão público?”

“Deixe-me ver.”-ela falou.-“Já sei! O seu dormitório, o dele. A cabine do
banheiro feminino, a cabine do banheiro masculino, atrás das estufas, perto
da floresta proibida, na floresta proibida, na Sala Precisa, na...”

“Chega!”-eu falei, meio horrorizada.-“Você tá por dentro, hein?”

“Digamos que eu andei procurando alguns lugares.”

Lógico.

Ela está procurando lugares para se amassar com Dino Thomas.

“Olha.”-eu falei, dando um sorriso.-“Eu não quero ser tia. Não agora!”

“Gina!!!”-ela falou, dando aquele gritinho histérico.-“Eu não vou ser mãe aos 16 anos.”

“Eu realmente espero.”-eu falei.-“Sabe, Carmen, não deixe que ele fale: ah,
mas você não vai engravidar porque a chance de isso acontecer é realmente pequena.”

“Gina, você já fez isso. Draco Malfoy já falou isso para você, não é? Ah,
Merlim!!! Porque eu sou a última a saber disso?Eu pensava que eu era a sua
melhor amiga e...”

“Você se drogou?”-eu berrei, totalmente ruborizada.-“Eu não fiz isso. Eu não
vou fazer isso e o mais importante: eu não quero fazer isso.”

“Ah, cacete.”-ela falou.-“Como você mente mal.”

“Eu não estou mentindo.”-disse, irritada.-“Sério, por que você não acredita em mim?”

“Porque nenhuma garota, em sã consciência não gostaria de dar a flor para Draco Malfoy.”

“Uau, fico realmente feliz ao ser a primeira.”

“Sabe, nós já conversamos sobre isso.”-falou Carmen, suspirando.-“Ah sim,
Dino quer falar com você. Na sede do jornal.”

”Ah, maravilha.”-falei, mesmo achando estranho Carmen falando Dino.

Ela sempre o chamou de editor. Ou, às vezes, aquele cara louco com quem você saiu, Gina.

“Sabe.”-ela deu aquele sorriso bem agradável.-“Vá falar com ele. Eu não
vou ficar com ciúmes.”

Isso me assustou mais do que ela tivesse falado: ah, meu Deus! Você-sabe-
quem está nos espionando.

“Que ótimo.”-resmunguei, saindo logo em seguida do banheiro.

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“Uau,cá está a minha melhor jornalista.”-falou Thomas.-“Quer um chá? Um
café com leite? Um chocolate quente? Ou umas rosquinhas?”

Isso era muito, muito estranho.

“Thomas... eu não quero nada.”-falei, sorrindo amarelo.

“Ah, mas esses doces em formato de coração estão uma delícia.”-ele falou.-
“E por falar nisso, Weasley, como anda o seu coraçãozinho?”

Coraçãozinho?

Ele fumou.

“Está vazio, desde que eu e o Harry rompemos.”-falei, mentindo como sempre.

“Não tem nenhuma alma loira?”

Uau.

Ele e a Carmen disputam para ver quem é menos discreto.

“Só a alma da Valkiria Proust.”-eu falei.

Caramba.

Eu parecia aquelas meninas boazinhas.

“Ah, bom, talvez a alma da Valkiria Proust me responda que tipo de relacionamento você tem com Draco Malfoy.”

“Um relacionamento amigável?”-arrisquei.-“Sabe, a Valkiria Proust tinha um
relacionamento amigável com Draco Malfoy.”

“Não era relacionamento amigável, Weasley.”-ele replicou, um tanto ácido.-
“Era um relacionamento... de dois amantes.”

Tenho que dizer.

Escutar isso me deixou totalmente irritada.

“Eu e toda Hogwarts sabemos disso, Thomas.”-retruquei, não querendo mostrar que por dentro, eu tinha vontade de socá-lo.-“Mas acho que a minha vida pessoal, se é que eu tenho uma, não te interessa tampouco.”

Ele só me deu um olhar escandalizado.

“Como assim, isso não me interessa?”-ele perguntou.-“Weasley, quem
juntou você e o Malfoy foi... alguém chamado Dino Thomas. Eu.”

Dei um sorrisinho sarcástico.

“Quem disse que você me juntou com Draco Malfoy?”

“Ahá!!!”-ele falou, pulando da cadeira onde estava sentado, me assustando mais um pouco.-“Eu sabia que você confessaria!”

“Eu... não estou confessando.”-protestei, corando.

“Ah, lógico que não.”-Thomas retrucou.-“Sabe, Weasley, eu posso parecer
burro, só que eu sei muito bem o que está acontecendo com você. Na
verdade, a Sonserina sabe. Então, eu acho melhor você controlar os seus
hormônios, está bem?”

“Como assim?”-eu falei, tentando processar aquelas palavras.

“Não.”-respondeu o editor, como se não agüentasse a minha burrice ou
qualquer coisa desse tipo.-“Agora, vá, Weasley. Eu tenho que me arrumar.”

“Vai procurar a Carmen?”-perguntei, com um sorriso falso.-“A coitada ainda
não conhece a verdadeira face do diabo.”

E sem nem esperar que ele respondesse, abri a porta e sai.

Sabia que eu não poderia nunca ser vista perto da Sede do Jornal, só que assim que fechei a porta, Draco Malfoy estava me encarando.

Ah, merda.

“O que você estava fazendo ali dentro?”-ele perguntou, franzindo o cenho.

“Eu... eu estava... é... o que eu estava fazendo mesmo?”-eu falei, cheia de
pânico.

“Responde.”

“Ok.”-eu falei.

Precisava arranjar alguma desculpa.

“Eu estava... tentando arranjar uma cópia do jornal.”-falei, torcendo que ele acreditasse nessa mentira.

“Por que você quer aquele lixo?”

“Ver o que A espiã está fazendo.”-eu falei, dessa vez, querendo saber o que ele achava da Espiã. Ok, de mim.

Não que ele saiba que seja eu, mas que seja.

“O que A espiã está fazendo.”-ele falou, enquanto nós começávamos a
andar em direção a... algum lugar.Eu estava tão, mais tão concentrada com
que Draco Malfoy falaria sobre a Espiã que eu nem pensei onde estávamos,
por que estávamos andando ou por que a cada momento, ele me olhava de
modo cada vez mais estranho.-“Não me diga que você se interessa pelo o que uma grifinória escreve.”

Ele não falou isso.

Ele não pode ter falado isso...

Fechei a cara na hora.

“Ótimo, Malfoy.”-respondi, enquanto virava as costas e começava a fazer o caminho oposto.

Só que antes que eu desse dois passos, ele falou em voz alta:

“Por que todo esse interesse por aquele jornal de quinta categoria?”

Aquela foi a gota d’água para mim.

Virei para Draco Malfoy, só que antes que eu respondesse, eu vi.
Slughorn.

Segurei o braço de Draco Malfoy, mas era tarde demais. Slughorn já me
vira e apontava para mim.

Então, o que eu poderia fazer senão sair correndo com Draco Malfoy?

“Valkiria!!!”-ele berrou, enquanto eu o puxava e o fazia andar cada vez mais
rápido.-“O que você pensa que está fazendo?”

Abri uma porta e vi que era tipo um armário.

Aquilo servia por algum tempo.

“Entra aí.”-mandei, só que na verdade, o empurrei e fechei a porta às
minhas costas.

“Lumus!”-ele falou. Eu vi como ele estava ofegante.-“Agora, você me
explica o que deu em você para sair desse jeito.”

“Não aconteceu nada, Malfoy.”-falei, enquanto tentava recuperar o meu
fôlego.-"Ou melhor, não queira saber."

“Ótimo.”-ele falou, ignorando totalmente que nós corremos não fazia nem
um minuto.-“Então, a gente pode fazer algumas coisas aqui...”

Bom, acho que eu entendo agora porque ele aceitou tão rápido a minha
desculpa. Afinal, ele segurou a minha cintura e o mais rápido possível colou os seus lábios nos meus.

Como eu estava colada contra a porta do armário, pude escutar três vozes
que se aproximavam.

“Como que é?”-perguntou Rony.

“Ela não está aí.”-disse Hermione com convicção.-“A amiga dela falou que
ela ainda estava dormindo no dormitório da Grifinória.”

“Além do mais.”-disse Rony.-“Por que Gina entraria em um armário?”

“Sua irmã tem milhões de motivos.”-falou Harry, a voz esganiçada.

“Harry, isso é ridículo.”-falou Hermione.-“Ela não está aí.Tenho certeza.”

“É o que veremos.”-disse o garoto.

Pude ver que a maçaneta da porta já estava girando.

Não consegui me desgrudar de Draco Malfoy.

Era tarde demais.

A porta se abrira.

E eu caíra com Draco Malfoy em cima de mim.

CONTINUA...

N/a: Olá!!!

Essa cap demoru porque eu tive a maior preguiça do mundo de colocar tudo em html ¬¬.

E também, eu não sei o que aconteceu, mas o site apagou esse cap...

Postando o próximo!

Espero que gostem.

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